A Caçadora escrita por jduarte


Capítulo 57
Sim - £


Notas iniciais do capítulo

SiM, mais um capítulo Grande PQ EU NÃO ME AGUENTEI! DESCULPE-ME!!!!!!! Mas se eu conseguir me segurar, até o final de semana posto outro...
Meninas... Espero que vocês surtem como eu surtei escrevendo-o, ok? Então blz, deixem seus comentários com as opiniões!
Beijooooos grandes!!!!
Ju!



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Estávamos em cima do telhado da casa de Polux. A vista era maravilhosamente bela. O céu parecia respingado por algumas estrelas brilhantes e a luz da lua deixava a vista mais clara. Era possível ver as luzes da cidade que nunca dorme do outro lado da ponte, bem distante. Nova York. Algumas buzinas eram audíveis, mas nada que pudesse interromper nosso momento de paz. Respirei fundo tirando meu cabelo das costas, colocando o casaco de lado. Não estava tão frio para usar o casaco e ficar ao lado de Polux me deixava com calor.

– Linda a vista. – comentei enquanto observava o movimento das pessoas lá embaixo, que era praticamente nenhum naquele horário.

Polux riu baixo e começou a traçar desenhos invisíveis por minhas costas, cantarolando baixo uma música que eu nunca tinha ouvido antes.

Meu telefone tocou nos interrompendo de nosso momento e eu fui obrigada a atender.

“Helena?” a voz não me era estranha, mas decidi perguntar quem era do mesmo jeito.

“É o Jeremiah.”

– Ah, oi Jeremiah. Alguma novidade no caso?

“O legista achou um bolo de cartas dentro de Anne, e elas estão endereçadas a você.”

Meu coração foi parar na boca.

– Como assim? – minha pergunta foi tão baixa que tive que me perguntar se ele realmente tinha ouvido.

“Eles estão fazendo os exames necessários para ver como elas foram parar em seu estômago, mas tudo indica que foram enfiadas em sua garganta quando ainda estava viva, já que a parede da laringe estava toda machucada.”

Sua voz era fria, mas ao mesmo tempo cautelosa, como se ele estivesse medindo suas palavras para me chocar menos. Mas nada que Jeremiah dissesse poderia me fazer tirar a imagem de um bolo de cartas sendo forçado goela abaixo de Anne enquanto ela ainda estava viva. Aquilo era crueldade demais até para Drake.

Percebi que Polux continuava a acariciar minhas costas, como se tentasse tirar minha concentração.

– Vocês leram alguma carta? – perguntei.

Agora minha preocupação era outra. E se eles tivessem as lido e visto que aquelas cartas levavam diretamente à Drake, e quisessem interferir em meu caso?

“Não. Vamos respeitar, já que elas são para você.”

Suspirei de fato aliviada e pude sentir toda a tensão de meus músculos se esvair gradativamente.

– Quando posso ir busca-las?

Ele hesitou em me responder.

“Não sei se vai poder retirá-las da empresa, já que são prova essencial para a resolução do crime.”

– Sem problemas. Quando puder, me ligue.

Nos despedimos de uma maneira rápida e eu desliguei o telefone, me virando chocada para encarar Polux. Ele percebeu meu desconforto e tocou meu nariz de leve.

– O que aconteceu?

Arrumei a mecha de cabelo que insistia em voar em meu rosto e balbuciei:

– Drake fez Anne engolir um bolo de cartas.

Ele teve um sobressalto.

– E como sabem disso?

Pisquei várias vezes tentando arrumar uma explicação para tudo aquilo e ele sorriu.

– Vamos descobrir não se preocupe. Drake não vai se safar dessa.

Suspirei e encostei minha cabeça em seu peito, sentindo-o respirar profundamente e enlaçar meu corpo com seus braços, trazendo-me mais para perto.

– Às vezes eu gostaria de fugir, sabe? De tudo isso. Dessa vida agitada. Mas então lembro que Jason ainda precisa de mim e me forço a ficar presa nessa cidade.

Por minutos reinou um silêncio absoluto, tendo como sinfonia somente uma coruja ao longe e os bichos que pareciam fazer uma serenata para alguém, em seu próprio ritmo cauteloso e calmo. Polux raspou a boca em minha orelha provocando calafrios involuntários e fez a proposta mais inimaginável de todos os tempos:

– Então fuja comigo.

Meu cérebro pareceu congelar por alguns segundos e eu explodi em uma risada.

Ele, o inimigo, estava querendo fugir comigo, uma mulher que sabia manejar uma arma muito bem? Tudo parecia como uma piada mal contada.

– O que há de tão engraçado? – Polux quis saber.

– Você sabe que não podemos... – comentei com pesar na voz.

– Quem disse? – ele me interrompeu, virando meu rosto para o dele, plantando um beijo em meus lábios. – Ninguém precisa saber.

Imediatamente quis lhe responder de uma maneira nada educada: Fugir significa que ninguém sabe onde você está. Mas optei por permanecer de bico calado, observando tudo o que ele tentava enfiar em minha cabeça.

– Não vou sair da cidade sem Jason. Ele é meu irmão, e é a única família que me resta. – um burburinho encheu meus ouvidos e pude perceber que alguns adolescentes passavam com um carro de som, fazendo a maior algazarra.

– Eu não disse que Jason não podia ir. – Polux disse brincando com meus dedos.

Com o coração acelerado acompanhei seu movimento enquanto ele se levantava e me puxava junto, colando nossos corpos, iniciando uma dança, quase como valsa, como estávamos em uma parte menos inclinada do telhado era possível dançar sem tropeçar e cair em direção à morte certa.

– Venha comigo e prometo que viveremos muitos momentos como esse.

Tirei seu cabelo louro dos olhos.

– E as experiências de ‘quase-morte’? – indaguei.

– Não posso prometer que elas não vão aparecer no meio do caminho, mas farei o possível para mantê-las longe.

Balancei a cabeça.

– Você é louco.

– Só se for por você.

Polux piscou os olhos azuis que tinham se tornado de um tom cobalto na luz da lua e ergueu as duas sobrancelhas, dando um leve sorriso de lado.

Soltei uma risada inconsciente e parei a dança.

– E se um dia eu enjoar de você?

– Temo que isso não seja possível. – ele disse convencido.

– Você é humano agora! Me proteger de todos os males e monstros não será fácil para você. – eu disse e Polux abaixou a cabeça. – Eu serei um fardo.

Polux olhou para mim e segurou meu rosto, plantando mais um beijo em meus lábios, desta vez com mais urgência, tentando demonstrar que sua proposta não era brincadeira. Eu podia sentir que aquele beijo era capaz de transmitir um sentimento completamente novo e rejuvenescedor. Deixava meu peito em chamas e meu âmago afetado.

– Então será um fardo que eu terei o prazer de carregar.

Sorri de leve e ele tirou uma corrente que carregava no pescoço, com um pingente estranho que brilhava quando a luz da lua refletia na pedra de tamanho mediano. Ele tirou o pingente e segurou-o na mão fechada.

– Quero que fique com isso. – sussurrou ele pegando minha mão esquerda delicadamente, colocando algo em meu dedo anelar, que encaixava perfeitamente.

As batidas de meu coração, se pudesse ser ouvidas, certamente formariam um ritmo desengonçado e frenético.

Puxei a mão pra perto do rosto para poder enxergar melhor e quase caí de costas. Meu dedo anelar recebera um enfeite todo cravejado de brilhantes com uma grande e solitária pedra no meio, encorpando o estilo do anel.

– Esse era o anel de noivado de minha mãe.

Minha mente não raciocinava direito.

– Ele combina com você. – murmurou Polux com a voz embargada, segurando meus dedos, os beijando, até alcançar onde o anel estava admirando-o por alguns segundos. – Você é a única pessoa que eu realmente tive vontade de colocar esse anel. E é por isso que espero que entenda o quão importante é para mim.

Lágrimas banhavam meus olhos.

– Helena Jameson, case-se comigo e me faça o homem mais feliz que já pisou na Terra.

E então elas escorreram por minhas bochechas. Eu estava feliz. Mais feliz do que conseguia imaginar.

– Sim. – murmurei lhe beijando os lábios sofregamente.

Minutos depois nos separamos, arfando como se tivéssemos corrido duas maratonas.

– Eu sei que quando me tornei humano novamente perdi a maioria de meus poderes, mas ter me apaixonado por você foi o melhor erro que eu poderia ter cometido.

Sorri emocionada e dei mais uma olhada no enorme anel que decorava meu dedo.

– Isso é um sonho.

Polux tocou meu rosto gentilmente.

– Não, meu amor, isso é a realidade.

Mais sorrisos e abraços.

Já estava ficando tarde e precisava ir embora, ou Edward certamente iria desconfiar.

– Preciso ir, Polux.

– Fique. – ele fez uma cara de pidão.

Apertei seu nariz.

– Não posso. Amanhã tenho um compromisso cedo. – me lembrei de Claire.

Ele riu de leve e passou os dedos por meus cabelos.

– Espero que Claire tome conta de você.

Minha boca se abriu em forma de “o”, completamente chocada.

– Como você...?

– Perdi alguns dos meus poderes, não todos! – alertou Polux, num tom de brincadeira.

– E quais exatamente você não perdeu?

Ele riu alto, fazendo com que eu entrasse na onda e acabasse soltando risadinhas tímidas. Mas não tinha o porquê eu ficar tímida quando estava com meu noivo. Logo iríamos viver uma vida juntos, e eu não poderia simplesmente virar um pimentão toda a vez que ele se dirigisse a mim, ou desse um daqueles sorrisos que fariam até mesmo o joelho das mulheres mais “cascas-grossas”, virar geleia.

Polux se aproximou de mim.

– Se eu lhe contar perde a graça.

Fiz um bico e ele ignorou.

– Vamos descer? – perguntei.

– Sim. Segure em minha mão.

– Vamos descer pulando daqui de cima?

Ele assentiu.

– Tem algum problema com alturas?

Olhei em seus olhos profundamente amigáveis antes de agarrar sua mão, tentando esconder o meu pavor por estar em um lugar tão alto e sem proteção nenhuma, e praticamente confiar minha vida a ele.

– Você não vai me deixar cair, vai? – ignorei sua pergunta, com o coração no topo da garganta.

Ele riu.

– Não confia em mim? – perguntou retoricamente.

Ele sabia que sim, mas por conta de ser do jeito que era, eu não levava esta minha fé muito a sério.

– Sabe, você fica muito mais sexy quando está assustada.

Rolei os olhos nas órbitas.

– Isso foi pra quebrar a tensão? Não adiantou muito. – confessei, segurando sua mão mais fortemente, entrelaçando nossos dedos.

Desta vez sua risada foi mais alta, e confortável.

Aquilo parecia certo, sabe? Segurar sua mão, sentir o calor de seu corpo ser transmitido para o meu... Senti-lo perto, poder tocar em seu rosto e beijar seus lábios. E então, de repente me ocorreu: ali era onde eu gostaria de estar para o resto da eternidade, nem que para isso eu tivesse que desistir de tudo por ele.

Eu faria.


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Notas finais do capítulo

E AÍ? Continua?
O que acharam??



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