A Caçadora escrita por jduarte


Capítulo 42
Lugar Certo, na Hora Certa - £


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!!
Esse capítulo vai dedicado à IsaBaka, linda que recomendou a fic! Muuuuuito obrigada, flor! Quase chorei com a recomendação :')
Milhões de "obrigadas" para as pessoas que comentam na história, e não desistem dela, vcs são demais!
E principalmente os que não comentam



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Descemos pelo elevador e demos de cara com Claire, tão pálida quanto uma folha sulfite. Larguei da mão de Edward e corri até minha amiga, que segurava uma arma relativamente grande nas mãos.

– O que foi?

Ela arregalou mais os olhos e sua boca ficou seca.

– Está tendo um ataque em Manhattan. – ela sussurrou.

Ainda não captando o que ela tentava dizer, perguntei novamente:

– E o que isso tem a ver com os Caçadores de Sleepy Hollow?

Ela expirou fortemente, e recomeçou.

– Todos eles já estão lá. Pediram nossa ajuda. São muitos.

– “São muitos” o quê, exatamente?

Claire tremeu o queixo.

– Espérers, demônios, até mesmo os Finnik estão lá. Eles acham que encontraram o esconderijo deles.

E então meu corpo pareceu amolecer de vez.

Polux e Kaus estavam lá. Polux e Kaus estavam em perigo.

Vários palavrões mentais depois, tudo o que eu podia pensar era em como iriamos chegar lá em menos de dez minutos. A resposta era: não iriamos.

– Já peguei uma arma para você, ela está junto de Hugh. Vamos todos na van. – Claire disse seguindo para o elevador.

Ela apertou várias vezes o botão para chama-lo, mas nada parecia adiantar.

– O elevador não vai chegar mais rápido se você afundar o botão na parede, Claire. – Edward disse, se direcionando a ela pela primeira vez.

Ela bufou de raiva e se dirigiu até as escadas, abrindo a porta e sumindo de nossas vistas. Sem pensar duas vezes a segui, com Edward em meu encalço.

– Claire? – perguntei enquanto descia de dois em dois degraus.

Ela respondeu com um sonoro “hm”, me dizendo para continuar.

– Você ouviu toda a briga?

Quase pude a ouvir engolir seco.

– Se eu disser que recebemos o chamado antes de podermos sequer ouvir alguma coisa, você acredita em mim?

– Sim. A não ser que você esteja mentindo para mim. – retruquei.

– Não estou. – ela respondeu.

Edward ainda estava num silêncio mortal.

Ele bufou e passou correndo mais rápido do que nós.

– Vocês vão ficar conversando, ou vão trabalhar?

Ele parecia muito mais rude do que eu estava acostumada, isso fez um arrepio percorrer minha coluna, desconfortavelmente.

– Ele não está no seu melhor humor hoje. – Claire comentou, quebrando o gelo, fazendo com que eu risse.

Ela desacelerou um pouco o passo.

– Está tudo bem? Quer dizer, eu ouvi a gritaria toda, mas não pensei que se sentisse tão mal por Fitch estar com a novata.

Novata?

– Então quer dizer que ela ficará com a gente? – mudei de foco.

Claire assentiu.

Lambi a boca que ficara seca do nada.

– E então? – ela insistiu.

– Te conto tudo depois. – disse quando alcançamos o estacionamento, e vimos a van preparada para sair.

Pulamos para dentro e ela arrancou.

Com o coração aos pulos, dei um encontrão em Claire que recarregava as armas de uma maneira nada amigável, e jogava para todos os caçadores ao nosso redor.

A van corria em uma velocidade tão alta que pensei por alguns segundos que iriamos de encontro com um poste e morrer, mas o condutor parecia ser experiente o suficiente para não nos chocar contra uma parede.

Dei uma espiada e vi que era Rob quem dirigia. Eles não tinham uma reunião marcada com Oz?

Ele havia trocado de roupa por uma blusa de mangas curtas, e eu podia ver claramente uma tatuagem parecida com a que Edward carregava no braço.

Tentei me focar em algo que não fosse os músculos de Rob saltando da blusa preta e justa, e me foquei na pessoa ao meu lado. O que não ajudou também, já que Edward havia tirado a blusa e trocava por uma igualmente preta.

Enquanto ele se trocava, não pude deixar de admirar seu abdômen definido, e também a tatuagem. E tive certeza de que, ou eles haviam ido juntos para Las Vegas e ficados tão bêbados a ponto de fazerem uma tatuagem parecida, ou era um tipo de pacto.

E, Deus, como eu gostaria que fosse a primeira opção.

Quando dei por mim, já estávamos na frente à Igreja de São Bartolomeu, que parecia bem antiga, mas ainda assim não perdia seu charme. Como já estava anoitecendo, não havia muitas pessoas na rua, o que tornava tudo mais estranho.

Os detalhes na parte da frente da estrutura grande e clara de cimento, trazia imagens humanas entalhadas, e colunas finas que pareciam sustentar parte da igreja enorme, inspiradas na época renascentista e bizantina. Logo perto da porta de entrada se era possível ler parte do versículo João 13:34, que dizia claramente: Um novo mandamento dou a vocês. Amem-se uns aos outros.

Era possível ver várias imagens de santos, e inclusive o próprio Jesus mostrando as mãos feridas para seus discípulos. Eu nunca fora uma pessoa religiosa, mas algo me dizia que minha fé seria maior do que qualquer coisa que pudesse estar acontecendo ali dentro, e em sinal de respeito fiz um sinal de cruz na testa e peito, assim como todos os outros caçadores. Pelo menos eu não era a única a me sentir como uma mísera formiga perto daquele lugar.

Alguns gritos ecoaram de dentro da igreja, e carreguei a pequena e efetiva arma que Claire havia me dado dentro da van. Andei em direção às grandes portas de bronze e forcei uma delas sendo pega de surpresa ao ver que ela abriu sem resistência alguma.

Estava tudo escuro demais lá dentro, e eu duvidada que eles estavam sendo atacados. Peguei uma lanterna do bolso e iluminei minha frente, vendo que todos os caçadores faziam o mesmo, se separando. Edward ficou ao meu lado.

Olhei para seu rosto por alguns segundos, e pude ver seus olhos brilhando, como duas luzes no escuro. Arfei surpresa, e ele desviou os olhos.

– Seus olhos... – sussurrei.

Ele não ousou falar nada, e se afastou lentamente.

Apertando os olhos contra a luz clara que se estendia à minha frente, pude ver as silhuetas dos caçadores, mas algo me chamou a atenção mais do que tudo. O altar que ficava mais à frente era tão majestoso e chamativo, que assustava. Pinturas tão detalhadas que chegavam a ser minimalistas o deixavam tão bonito quanto qualquer outro lugar que eu pudesse ter visto antes.

Ouvi uma respiração ruidosa atrás de mim, e travei no lugar. Tudo o que eu não queria era me virar e ter uma surpresa desagradável. Senti uma coisa quente cair em meu braço, e esperei que não fosse sangue nem nada parecido. Passei os dedos e constatei ser – literalmente – baba. Uma baba espessa e grudenta.

Eca!

Limpei a mão na calça, e logo me arrependi. Contei até três e me virei para ver o que era, não esquecendo-me de apontar a arma carregada para qualquer que fosse a coisa que estivesse babando em mim.

Um lobo, daqueles enormes e avermelhados, se portava atrás de mim. Ele era grande, não enormemente grande, mas o suficiente para eu perceber que aquele não era um lobo normal, mas sim um metamorfo. Eu não sentia tanto poder emanando dele, o que significava que ele não tinha uma hierarquia muito grande, ou ao menos era um Guiador. A luz de minha lanterna o iluminou melhor, e pude ver que seu pelo castanho escuro puxava alguns fios para o vermelho, e seus olhos completamente pretos.

Tudo o que eu conseguia pensar era: Onde diabos Edward havia se metido?

Minha arma tremeu em minha mão e meus joelhos bambearam. Aquele era o primeiro metamorfo que eu via tão perto de mim.

Não atire nos lobos, ouvi uma voz masculina que eu bem conhecia, me instruindo.

Edward? Retruquei.

Que brincadeira de mal gosto era aquela?

Que lobos? Perguntei novamente, para minha mente silenciosa.

E antes que eu pudesse me controlar para não atirar, quatro lobos da mesma altura que o anterior, adentraram a igreja como se estivessem confortáveis, e ficaram em posição de ataque. Um deles era cinza, enquanto o outro era branco como a neve, e dois deles eram de uma cor bege, com as patas de cor caramelo.

Esses lobos, Edward disse em minha mente.

Como você faz isso? Tentei perguntar mais uma vez.

O lobo branco pareceu rir e balançou a cabeça, relaxado. Tive a sensação de minhas pernas ficarem fracas e minha cabeça rodar. Abri minha boca para dizer alguma coisa, mas nada saía. Dei vários passos para trás e tropecei em Claire, que encarava os lobos tão atônita quanto eu.

– O que é isso? – ela perguntou.

– Metamorfos. – Hugh respondeu, dando de ombros.

Olhamos incisivamente para ele, e Hugh simplesmente desviou os olhos, se concentrando em outra coisa.

– Não tem nada aqui, devemos ir embora...

E antes que ele pudesse ao menos terminar sua frase, um barulho ensurdecedor encheu o ambiente, anunciando que estávamos no lugar certo, na hora certa.

– É aí que você se engana, Hugh. Tem muito mais coisa do que nós podemos lidar.


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Notas finais do capítulo

Continua??



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