A Caçadora escrita por jduarte


Capítulo 40
Surpresas - £


Notas iniciais do capítulo

Oii!! Resolvi postar esse capítulo mais cedo... Espero que gostem!
Beijoooos,
Ju!
Ps: comentem, deixem recomendações, etc kkkkk



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Segui para a ala de treinamentos, e percebi que estava relativamente vazia. Conforme escolhia meus treinos, pude sentir uma excitação nunca sentida antes. Ela percorria todo o meu corpo e se alojava em meu peito causando certo desconforto.

Troquei de roupa por uma específica para treinar, e me aqueci, fazendo todas as juntas de meu corpo estalar audivelmente, e me direcionei para começar a pegar pesado na “malhação”, se era assim que podia ser chamado.

Enquanto dava chutes e socos nos sacos de areia e nos bonecos de Kick Boxing, pude sentir a musculatura relaxando aos poucos. Depois de vários minutos, decidi passar para o próximo exercício, e quando me senti satisfeita, para o próximo. E assim continuei por vários minutos, até que resolvi treinar minha pontaria com as armas de todos os tipos.

Eu ainda não estava completamente exausta. Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, deixando-o livre do suor que escorria por minha nuca e testa, manchando minha blusa de ginástica branca. O top preto que eu usava estava parcialmente ensopado, mas mesmo com todo aquele suor, eu ainda não estava satisfeita com o treinamento todo.

Eu queria mais.

Peguei a arma mais pesada que tivesse exposta, uma besta com lançamento a 100 metros de distância, e mirei nos alvos que estavam bem distantes, mas ainda parados. Apertei o botão vermelho que se encontrava na parede, e os vi começarem a se movimentar de um lado para o outro, e depois vindo em minha direção, com ruídos metálicos monstruosos, imitando as criaturas.

Respirei fundo e mirei nos alvos, acertando a maioria no meio deles, me sentindo orgulhosa de mim mesma. Passei para as próximas armas, e me orgulhando dos resultados que estava tendo.

Quando terminei com todos os tipos de arma, sorri em reconhecimento em quanto eu havia melhorado em vários sentidos, nos últimos meses. Eu parecia outra pessoa, e não me incomodava com isso. Pelo contrário, era até confortante saber que eu não precisava mais viver como a frágil e minúscula Helena Jameson, que sempre tivera medo de tudo e de todos.

Comparada ao que eu era antes de entrar para a The Hunters de Sleepy Hollow, uma pessoa medrosa e órfã que não acreditava na bondade dos outros, eu estava muito bem. Depois de conhecer melhor o mundo em que vivia, eu não era mais medrosa, e por uma descoberta de Jason, nem órfã. Mas continuava não acreditando na bondade dos outros.

Meu corpo parecia mole e satisfeito por todo o treinamento que tive, apesar de ser curto, e decidi tomar um banho e me trocar para continuar o dia.

Ouvi um barulho vindo da entrada da área onde treinávamos os tiros e vi que Jake estava me observando o tempo todo, e quando percebeu que já havia visto que sua presença tinha sido descoberta, sorriu abertamente e bateu palmas, lentamente.

Meu sorriso era enorme.

Não pelo fato de Jake estar orgulhoso de mim, afinal fora ele quem havia me ensinado quase tudo o que eu sabia, mas sim porque ele estava de volta. E se ele estava aqui, significava que Fitch também.

Meu coração dançou dentro de meu peito algumas vezes, e tive que me controlar para não gritar: Onde está Fitch?

– Até que não está tão ruim.

– Eu estou ótima! – reclamei, brincando.

Ele riu brutalmente, fazendo seus ombros balançarem para cima e para baixo num movimento relaxado e descontraído.

– Não se empolgue tanto, ainda temos muita coisa para arrumar em sua mira, e principalmente em seus chutes.

Revirei os olhos.

– É sério! O máximo que você irá acertar numa criatura é sua coxa, se continuar assim. – ele disse, rindo novamente, como se eu fosse sua piadinha particular.

Cruzei os braços e o ignorei, rumando para os banheiros, me trancando no feminino, demorando o máximo para tomar um banho relaxante. A água batia contra meus músculos e me fazia ter a sensação de queimação percorrendo-os.

Quando já estava trocada e pronta pra encontrar com Fitch – isso é, se ele estivesse na empresa – para poder abraça-lo sem que estivesse fedendo a suor.

Meu coração batia rápido demais para meu gosto, e eu podia sentir meu estômago se apertar a cada segundo. Eu realmente estava com saudades dele, mais do que eu pensava conseguir sentir por alguém que não fosse meu próprio irmão, um sentimento corrosivo e explosivo, acima de tudo.

Passei por todas as pessoas que me encaravam com olhares curiosos enquanto eu voava por entre os cubículos, e ouvia alguns burburinhos de pessoas que chegava a indagar qual era a minha pressa.

Nada naquele momento importava.

Eu só queria Fitch.

Ouvi vozes animadas surgindo por todos os lados, e os cochichos ficaram ainda mais audíveis.

“Eles voltaram!” “Jake parece tão gostoso.” “Olhe para Nate! Ele dobrou de tamanho! Será que está tomando algo ilegal?”.

Esses eram os sussurros menos sujos que eu era capaz de ouvir no meio de tudo aquilo, mas curiosamente, nenhum era direcionado a Fitch, até aquele momento. Foi quando um silêncio grande se instalou no local, e eu fiquei ali, no meio do corredor entre os cubículos, esperando que as pessoas deixassem de se amontoar em grupinhos para comentar sobre os caçadores que provavelmente haviam acabado de chegar.

Um suspiro alto se fez presente, e pude ver várias caçadoras de boca aberta, em completo choque.

Mas que droga...?

Fiquei confusa a principio, mas então os grupos começaram a se dissipar e tudo o que eu podia ver era um emaranhado de cabelos e músculos vindo em minha direção. Se aqueles eram os nove caçadores que tinham ido para Pensilvânia, eu estava disposta a me voluntariar a ir para lá também.

Eles pareciam ter acabado de sair de um comercial de perfume masculino, ou até mesmo de um de cuecas. Mas definitivamente não se passariam por caras que sabiam usar tão bem uma arma quanto uma camisa sem mangas.

Pude ver que eles usavam blusas básicas e jeans, como se fosse a coisa mais normal do mundo, e não tivesse um frio danado lá fora.

Jaden, Nate, Rob, Sullivan, Jake, Caleb, Jeremiah e Greyson estavam absurdamente diferentes.

Nate ainda trazia consigo o traço de confiante até demais, e flexionava os braços para mostrar como seus músculos estavam enormes e inchados. Caleb estava atrás, como se estivesse desconfortável como toda a atenção, e ficava puxando os cabelos pretos em frustração, mordendo os lábios. Jeremiah e Jaden estavam muito mais fortes do que eu me lembrava, assim como Rob. Mas Greyson e Sullivan eram os que mais haviam me surpreendido. Eles tinham triplicado de tamanho, deixando os músculos bem a vista na camisa colada, não parecendo ligar muito para a atenção que estavam recebendo.

Todos os caçadores que estavam presentes naquele cômodo, e que não tinham ido para a missão – como Hugh – pareciam tremendamente incomodados com o excesso de mimos que suas companheiras estavam proporcionando aos recém-chegados.

Edward não estava em nenhum lugar, e pensei por alguns segundos que ele poderia estar chateado por eu estar encarando demais as beldades que se encontravam à minha frente. Mas era muito difícil não olhar quando se tinham oito homens altos, fortes e que sabiam coisas como: “como matar um espérer”. Isso era muito sexy, eu tinha que admitir.

Meus olhos vasculharam o recinto procurando por algo que eu não sabia o que. Na verdade, parte de meu cérebro ainda se recusava a acreditar que ele não havia voltado. Pensar na possibilidade de Fitch ter morrido na missão era doloroso demais.

Ele havia me dito que não estava bem, mas não o suficiente para ter morrido, certo? Mas por outro lado, Edward nunca me dizia nada, e quando atendia ao telefone, era somente dentro de seu quarto, com a porta trancada.

Sim, eu já havia tentando entrar em seu quarto enquanto ele estava no telefone com a pessoa que eu supunha ser Fitch. Eu queria saber se ele estava bem, mas as circunstâncias me levavam a crer que ele não queria falar comigo.

– Edward? – eu havia dito.

Alguns minutos de gritaria do outro lado e xingamentos de ambas as partes, depois, Edward abrira a porta, não parecendo tão feliz quanto estava antes.

– Algo errado? – eu novamente perguntara.

Ele simplesmente balançara a cabeça e seguira para longe de mim, sem dizer nenhuma palavra.

Voltei à atenção às pessoas e pude sentir um tremor percorrer minhas pernas, como se eu fosse desabar a qualquer momento.

Ele não poderia ter morrido! Minha mente se recusava a aceitar a estúpida hipótese.

As lágrimas já estavam se fazendo presentes, e a última coisa que eu gostaria de fazer, era chorar na frente de todos.

Foi então que eu o vi.

Um emaranhado de fios louros e uma barba clara que eu já estava sentindo saudade. Ele estava mais alto do que eu me lembrava, e muito mais forte. Não tão forte quanto os outros meninos, mas ainda assim, absurdamente forte. Ele parecia tão perigoso quanto eles e isso fazia com que meu queixo tremesse levemente pelo medo que sentia. Ele também trajava uma camisa clara e sem mangas, que fazia seus músculos tensionados pularem de seus ombros e peitoral, e pude ter certeza absoluta de que havia um tanquinho por baixo de tudo aquilo. Sua calça jeans pendia perigosamente abaixo da linha da cintura, revelando um pouco de sua roupa íntima. Não que eu realmente estivesse preocupada com aquilo aparecer, em particular.

Ele olhou para cima pela primeira vez, e meu coração pulou uma batida, redobrando a velocidade freneticamente, fazendo minhas palmas suarem. Esfreguei-as na calça que usava e sorri de leve, sentindo minhas bochechas corarem.

Seus olhos estavam um tom mais claro do que eu me lembrava, e ele não usava mais os óculos fundo de garrafa que estava acostumada. Estaria ele usando lentes de contato? Suas feições estavam sérias e confiantes, mas ao mesmo tempo tão estranhas, como se não se encaixassem em um contexto que eu havia planejado para nosso reencontro. Era como se ele sentisse alívio por me ver, mas não do tipo “vou falar com você”. Era mais do tipo “estou feliz que esteja viva”.

E ignorando todos os meus sentidos que berravam em minha cabeça para que eu ficasse longe dele, acotovelei algumas pessoas e andando rápido ao seu encontro, não ligando para os olhares maldosos que estava recebendo de algumas pessoas.

Quando já estava no meio do caminho, uma mulher baixa – mas ainda assim mais alta do que eu – e loira surgiu de trás dele, pegando em sua mão de maneira possessiva.

Fitch desviou o olhar e olhou para a mulher ao seu lado com um ponto de interrogação claramente desenhado na testa e ela simplesmente deu de ombros.

Um fogo começou a eclodir dentro de mim, e eu sentia que era capaz de explodir a menina com um só olhar. O sorriso que eu antes carregava no rosto, estava há tempos esquecido.

Como ele pôde? Como? Meu consciente berrava.

Meu rosto ficou da cor de um tomate, mas não de raiva, e sim de vergonha. Eu havia acabado de ser rejeitada na frente de todos os meus colegas de trabalho, ainda assim que indiretamente, por uma mulher muito mais bonita e parecendo bem experiente, do que eu.

Fechei os punhos e senti um par de braços me enlaçando. Somente pelo seu toque, pude descobrir facilmente que era Edward.

– Vamos sair daqui. – ele murmurou


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Notas finais do capítulo

Continua??