A Caçadora escrita por jduarte


Capítulo 34
Acordo - #


Notas iniciais do capítulo

Oi gente bonita, esse é o último capítulo narrado pelo Fitch, e espero que vocês gostem :)))))
Eu sei que está pequeno, mas acreditem, eu tentei estender o máximo, e pode ser que não esteja TÃAAO bom assim, mas enfim...
Beijoooos,
Ju!



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Ri de leve com o nervosismo. Ela dizia nós, se referindo a todos os metamorfos, e eu também.

– Não sou. – sussurrei cruzando os braços no peito.

Ela rolou os olhos nas órbitas e se inclinou para frente.

Você foi o responsável pela morte de Collins, portanto, virou o líder. Quer você queira, ou não, você agora está nos guiando.

Grunhi para ela em resposta e me assustei em ouvir um rosnado surgir de meu peito. Demoraria um pouco até eu me acostumar com o fato de que agora eu havia me tornado um animal.

– Eu tenho duzentos metamorfos naCasa, esperando por uma ligação minha dizendo que tudo voltou a ser como antes, e que não temos no comando um filhinho de papai que se recusa a aceitar que virou um monstro. – ela disse com a voz mortal.

Engoli seco.

– Eu não sou um filhinho de papai.

Ela riu secamente.

– Isso foi tudo o que você conseguiu absorver de tudo o que eu falei? – ela perguntou, incrédula.

– Eu não posso fazer isso, Cali. – disse, pela primeira vez chamando-a por seu nome.

Foi a vez dela cruzar os braços em cima do peito, bufando de raiva.

– Me dê um bom argumento para não fazer.

– Tenho uma empresa para comandar.

Ela revirou novamente os olhos.

Eu nunca havia visto alguém revirar os olhos tanto quanto ela, era como se essa fosse a resposta dela para tudo. A não ser por Helena. Ela sim era a rainha da revirada de olhos.

Somente de pensar nela, pude sentir meu coração acelerar e minhas palmas ficarem suadas. Ela sim era a garota que eu gostaria de ver agora, e não Cali. Cali parecia estar fora do contexto.

– Eu não pedi para você largar sua preciosa empresa, Fitch, mas pense, como é que você vai voltar para lá se agora é um de nós?

Estremeci em pensar na resposta.

Não tinha pensado muito naquilo, até aquele momento.

– Não sei. – respondi sinceramente.

Ela sorriu de canto.

– Helena não vai me suportar se descobrir o que eu sou. – sussurrei.

Cali se inclinou mais ainda para frente, e murmurou.

– E você realmente acha que é o único monstro na vida dela? Sinto lhe dizer que não há exclusividade quando se trata deste assunto.

Meu queixo caiu vários centímetros, e tudo o que eu podia pensar era: Eu vou matar qualquer criatura que ousar a chegar perto dela!

– Você está blefando.

Ela riu com escárnio.

– Então me diga uma coisa, o que eu ganharia mentindo pra você?

Minha boca se abriu várias vezes para tentar dizer alguma coisa, mas parecia que nada saía. Eu não tinha argumentos, e pelo que Cali me dizia, algo dentro de mim sussurrava para que eu acreditasse nela, afinal, agora éramos a mesma coisa.

Somente a ideia de me transformar novamente em um lobo fez com que calafrios subissem por minha espinha, e agora eu podia dizer com todas as letras que eu carregava o gene recessivo metamorfo. Quer dizer, agora não mais.

Cali me inspecionava com os olhos alertas e claramente cheios de expectativa. Eu podia ouvir o quanto ela havia ficado sentida quando disse que ela estava mentindo. Mas provavelmente era somente encenação. Nada que alguns treinos na frente do espelho não pudessem a ajudar na hora de contar uma lorota

A encarei de cima à baixo, e pude sentir minha pele formigar de raiva.

– Se você estiver mentindo para mim, Cali, eu mesmo vou separar sua cabeça do resto do corpo. Pode ter certeza.

Ela engoliu seco.

– Não estou.

Mordi o lábio inferior e me controlar para não rosnar de desgosto ao ouvir que ela ainda tinha a audácia de falar que não estava mentindo para mim.

Decidi deixar de lado naquele momento em particular, me preocupando em saber mais sobre o que era essa coisa de “Guiador”.

– O que é um Guiador, exatamente. – perguntei me reclinando novamente para trás, relaxando o corpo na cadeira, tentando preparar a mente para o que viria a seguir.

Cali se inclinou mais para frente, e segurou as mãos.

– Quando um Guiador morde um humano, normalmente, se ele morrer pelas mãos desse humano, o mesmo se torna o próximo Guiador. Ele tem a missão de controlar a parte do “bando” que era do antigo Guiador, tendo que cuidar de todos os metamorfos com sua própria vida.

Minhas sobrancelhas se juntaram em confusão.

– Isso quer dizer que você me obedece?

Ela suspirou e deu de ombros, levemente.

– Vamos dizer que sim.

Sorri maliciosamente.

– Então quer dizer que eu controlo todos vocês?

Cali revirou os olhos e assentiu, parecendo estar sem paciência alguma.

– Não vá pensando que só porque foi mordido por um Guiador pode usufruir de todos os benefícios. Não sem antes aceitar nos guiar.

– E quanto à Helena?

– O que tem ela? – Cali retrucou, irritada.

Foi minha vez de revirar os olhos.

– Se eu for um Guiador poderei mandar todos os metamorfos para longe dela?

Cali riu.

– Eu nunca disse que eram metamorfos atrás dela. Só disse que você não era a única criatura por perto.

Meu nariz se retorceu de desgosto.

– Se você aceitar nos guiar, podemos fazer um acordo. Sua lealdade pela segurança de Helena. – Cali esticou a mão, para selarmos o acordo que ela havia acabado de propor.

E antes que ela pudesse mudar de ideia, agarrei-me a única possibilidade de ter os metamorfos longe de Helena e sob meu controle, e peguei sua mão, dizendo:

– Eu aceito o acordo.


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Notas finais do capítulo

Continua?