A Caçadora escrita por jduarte


Capítulo 16
Quase Acidente - £


Notas iniciais do capítulo

Desculpem eu não ter colocado antes o link!! kkkk
Deixem comentários sobre o que acharam!!
Beijooos e espero que gostem,
Ju!



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Fiz uma maquiagem esfumaçada nos olhos e apliquei um gloss labial sem cor, deixando a boca brilhante. O cabelo escuro caia como uma cascata por minhas costas

Tirei o roupão ficando somente de lingerie e peguei meu vestido da caixa, louca para prova-lo. Senti a saia de tule roçar em minha pela enquanto o vestido escorregava por meu corpo, vendo que ainda precisaria de ajuda para fechá-lo.

Segurando a parte de cima para evitar que ele caísse, abri a porta e chamei por Edward, que apareceu quase imediatamente.

– Pode fechar para mim? – perguntei.

Ele assentiu em silêncio, e fechou sem delongas.

– Está pronta?

– Falta o sapato e um brinco.

Edward sorriu e disse que me esperaria lá embaixo enquanto eu terminava.

Terminando de dar os últimos retoques, pude ouvir ele mexendo nas armas e ensaiando alguns golpes, até que um barulho alto me fez enfiar os pés do salto e quase rolar escada abaixo.

Chegando à sala, vi que Edward estava com o fio da luminária enrolado na perna, com o rosto vermelho de vergonha.

– Mal chegou à minha casa e já está destruindo tudo? – tentei ralhar com ele, mas sua expressão de vergonha me impediu e eu sorri.

Ele se desvencilhou do fio e ajeitou a luminária do jeito que ela estava antes dele lhe aplicar algum golpe retardado.

– Desculpe.

– Dez. – contei.

– Como?

– Você disse “desculpe” pelo menos dez vezes. – sussurrei dando-lhe um tapinha nos ombros, terminando de colocar o brinco, pegando a pequena arma, ajeitando-a nos meios do peito, fazendo-a sumir.

À minha frente, um Edward surpreso encarava-me.

– Mas que droga...?

Ri levemente.

– Ficaria surpreso com a quantidade de coisas que podemos colocar aqui. – disse dando de ombros, ajeitando a parte de cima do vestido, escondendo o máximo a arma.

– Tipo o que?

Gargalhei alto como nunca havia feito com ninguém.

– Acha mesmo que vou contar todos os nossos segredos? Vai sonhando.

Edward revirou os olhos e me esticou o braço.

– E nossas máscaras? – perguntei eufórica.

Essa era a parte fundamental e por algum motivo – talvez o fato de todos estarem quase morrendo de nervosismo por conta das “duas horas” – havíamos esquecido. Vi ao meu lado Edward bater com a mão na testa. Ele sacou o telefone do bolso e digitou algo rápido, me impedindo de ver.

– Fitch vai nos arrumar alguma coisa, não se preocupe. – ele murmurou depois de alguns segundos.

Assenti e rumamos com destino ao carro não largando do braço de Edward, que ainda digitava algo no bolso.

– Está com o “convite”, não? – ele perguntou sem olhar para mim.

– Sim.

– Ótimo.

Dei uma olhada no horário e quase pirei.

– Estamos atrasados! – exclamei.

– Como se isso fosse manchar sua reputação perfeita sem atrasos. – Edward caçoou de minha má conduta.

Dei-lhe um soco de leve no braço.

– Pare de brincadeira, ou cancelo sua estadia na minha casa!

Ele riu mais um pouco, levantando as mãos como se estivesse com medo. Definitivamente zoando com a minha cara, mais uma vez.

Rolei os olhos nas órbitas e o ignorei, entrando em meu carro, seguindo em uma velocidade razoavelmente rápida para a empresa. Quando vi o velocímetro alcançar a beira dos 90km/h, Edward se agarrou no cinto como para se proteger.

– Ah, qual é, eu nem dirijo tão mal assim.

Ele me fitou, seus olhos meramente arregalados.

– E a palavra-chave é “tão”.

Ignorei seu comentário sem fundamento e não percebi quando meu carro ultrapassou o farol vermelho, quase indo de encontro com a lateral de um ônibus. Um grito bem feminino escapou da garganta de Edward enquanto ele pegava o volante e virava para a esquerda, desviando do carro por questão de milímetros.

Parei no acostamento quando os gritos de Edward começaram a virar xingamentos, e ele abriu a porta do carro me mandando sair.

– O carro é meu! – tentei argumentar.

– Sim! E foi por sua culpa que quase morremos!

Tentei manter a feição de uma pessoa que não desistiria facilmente de uma coisa, mas então a lembrança dele gritando como uma garota fez com que eu me debruçasse na porta para rir.

– Está rindo do que, sua tonta? – ele perguntou visivelmente irado.

Apontei para ele diversas vezes antes de conseguir falar alguma coisa. As palavras pareciam sufocadas por um riso inacabável.

– Você grita como uma mulher!

Ele bufou entrando do lado do motorista, e fechou a porta na minha cara, ligando o carro.

– Vai me deixar aqui mesmo? – engasguei, furiosa.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a porta do passageiro se abriu, e eu fiz o contorno do carro, chocada demais para ter qualquer atitude.

– Estava pensando seriamente nessa possibilidade.

Coloquei as mãos no peito tentando parecer dramática, entrando no carro.

– Você me magoa com essas palavras, parceiro. – ironizei.

Edward fingiu não me ouvir, e dirigiu para longe do acostamento, deixando para trás um motorista de ônibus irado, que nos xingava de todos os nomes possíveis, tentando sair do automóvel para nos perseguir.

– Eu vou matar você. – sussurrei baixo, tentando fazer com que ele não ouvisse.

Foi em vão.

– Se continuar dirigindo desse jeito, pode ter certeza de que irá. – Edward rebateu.

– Você é ridículo, sabia? – exclamei.

Ele sorriu de canto, sem mostrar os dentes.

– Diz isso só porque sei dirigir bem melhor que você.

Mostrei-lhe o dedo do meio, não me sentindo bem o suficiente para continuar a brigar. Não, Edward era o oposto de ridículo. Ele era bonito, educado – na maioria do tempo que tínhamos passado juntos, pelo menos – e sabia como manter a conversa fluir.

Pude sentir que ainda iriamos nos meter em muitas coisas juntos, por isso era o melhor ficarmos unidos.

– Desculpe. – murmurei.

Ele pareceu sair de um transe, levantando uma sobrancelha, como se não tivesse ouvido direito.

– Como?

Um dejá-vu me percorreu e foi minha vez de sorrir de leve.

– Desculpe por ter quase matado nós dois.

Edward ergueu uma das sobrancelhas, esperando por mais alguma coisa.

– E...

– E por ter caçoado da sua risada extremamente feminina. – disse agora rindo mais abertamente.

Ele tirou uma das mãos do volante e começou a me fazer cócegas. Eu ria tentando me desvencilhar de sua mão, e me escorava na porta do carro.

– Preste atenção na rua! – gritei vendo que outro motorista malcriado nos mandava o dedo do meio, tentando fazer uma ultrapassagem mal sucedida.

Edward quase engasgou com a própria risada, e me deixou perguntando quem era realmente o perigo das ruas: eu ou ele?

Chegamos à empresa rapidamente, e Jake já nos esperava, com uma expressão nada amigável.

– O que foi? – Edward perguntou à Jake.

– Vocês estão atrasados.

Aproximei-me dos dois, temerosa.

– Quase sofremos um acidente por causa dela. – Edward apontou para mim.

Jake riu.

– Típico. Enfim, as instruções são as seguintes: nada de bebida alcóolica, e eu falo sério, suas identidades serão mantidas em segredo pela máscara, e não devem tirar a arma para atacar nenhum dos Finnik quando tiverem humanos por perto. O que consiste em basicamente todo o baile.

– Só isso?

– Ah, Holt, fique de olho em Helena. – ele disse com o olhar um pouco distante.

– Ok, babá, onde estão nossas máscaras?

Ouvi passos e Fitch apareceu em nosso campo de visão, usando uma roupa simples.

– Não vai ao baile? – perguntei curiosa.

– Não. Tenho que me preparar para partir.

Meu estômago pareceu se revirar dentro de mim.

– Ah... – isso foi tudo o que saiu de minha boca.

Depois de alguns segundos de silêncio constrangedor, Edward pigarrou chamando minha atenção e a de Fitch.

– Então... Onde estão as máscaras? – ele perguntou.

Fitch tirou duas máscaras simples de trás do corpo e nos entregou, dando um abraço no amigo, sussurrando algo para ele, e então se aproximou de mim.

Pegando-me nos braços e inspirando o cheiro de meus cabelos, ele implorou:

– Não faça nenhuma besteira hoje, por favor. Não quero ir embora preocupado com a sua segurança.

Esfreguei os polegares em suas costas, tentando acalmar tanto ele e à mim ao mesmo tempo, numa promessa de que hoje – pelo menos hoje – eu não faria nada idiota.

– Prometo.


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Notas finais do capítulo

Continua?? Se o link não foi, é esse daqui, tá?: http://www.promgirl.com/shop/dresses/viewitem-PD1129714
Bjsss