Pedaço De Pano escrita por EscritorB


Capítulo 2
O Início de Tudo


Notas iniciais do capítulo

Bem,espero que gostem dos personagens e história originais,e se interessem pelo mistério.



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Logo me intriguei com este acontecimento, e sai em partida atrás de minha mãe, que estava sentada no pequeno degrau do jardim observando o céu. Quando eu me acomodei ao seu lado, percebi que ela não estava ali, bem ela estava ali, mas o pensamento dela não. Depois de alguns minutos, esperando que ela falasse, finalmente aparentou voltar a si, e me disse algo que me causou calafrios de ponta à cabeça:

              -Você vê o céu?...Ele está nublado e o tempo pesado. - Eu não havia reparado o céu antes disso, porque sempre ele estava nublado. - Dias assim indicam que irá acontecer algo... Só não se sabe se será bom ou ruim.

             Fiquei com vontade de perguntar para ela o que ela sabia sobre a boneca, mas ela entrou para casa antes que eu pudesse fazê-lo, eu fiquei ali parada, até que me cansei de ficar ali, e fui à procura de minha mãe na casa. 

              Ao entrar os móveis e os quadros estavam revirados; segui em direção a cozinha, estava tudo organizado, apenas uma coisa fora de seu lugar: o caderno preto, em que minha mãe anotava os números de telefones. Ele estava fechado, mas tinha uma caneta marcando uma página, me aproximei sobre a mesa em que estava o pequeno caderno, e o abri. Nele estava circulado o telefone de minha avó; isso me levou a uma hipótese a cabeça. Então escutei um barulho vindo do andar de cima. Subi o mais depressa possível, escutei mais alguns leves sons, que vinham de meu quarto, quando entrei minha mãe estava de pé, fechando uma velha bolsa cinza de meu pai, que já faleceu, porque havia adoecido de uma virose que circundava por nossa Vila. Ao perceber minha presença ela demonstrou uma face triste, poucas vezes minha mãe ficava triste, acho que ela não queria que eu visse sua tristeza, que ela escondia ao anterior caso de morte de meu pai. Aparentemente ela me pareceu fazer força para dizer as próximas palavras:

            -Você irá morar na casa de sua avó... Marie.

             Isto me entristecerá, mas apesar disto, não me debati nem me enraiveci, porque sabia que era o certo, com meus 13 anos já entendia o que era mais sábio a decidir, e lhe respondi:

             -Quando irei?

            -Amanhã ao raiar do Sol...

       Tomei coragem, de lhe fazer a pergunta, que estava engasgada em minha garganta:

           -Eu terei que ir por causa da boneca...?

            Minha mãe se silenciou, e assim se passou até o resto da tarde, o que confirmou que a boneca era o motivo de eu ter que ir.

           Quando chegou à hora do jantar, desci até a copa, onde minha mãe estava jogada a tristeza. Sentei-me sobre a cadeira desbotada que tínhamos; novamente permanecemos caladas ao decorrer do nosso jantar, ao terminar de me alimentar, lavei o meu prato e o copo de suco que havia usado, e subi as escadas com passadas leves e vagarosas até meu quarto com as paredes pintadas de cinza e alguns objetos, móveis e afins, onde logo me deitei e passei a noite em claro, tinha as minhas dúvidas que minha mãe conseguiria dormir.

           Pensei a noite toda, o que aconteceria comigo, nessa mudança de vida tão surpreendentemente, como ia me relacionar com novos amigos, e a minha transferência de uma escola para outra, e inclusive o trabalho que eu tive à toa, de procurar uma coisa antiga, que me causou só malefícios. Até tentei me acomodar na cama para ver se conseguia dormir, mas foi em vão.

          Bem antes de o Sol raiar, já estava me arrumando e guardando alguns pertences na bolsa. Quando o Sol se pôs de pé no céu, já estava descendo as escadas, quando percebi certos ruídos, era um som de algo que arranhava alguma coisa, virei para trás e observei a boneca de pano caída de costa para cima próxima a porta de meu quarto, o que era estranho já que ela estava sobre meu guarda-roupa. Isto me vez arrepiar em calafrios. Com um pouco de coragem retomei meus passos em direção o primeiro andar, e percebi que minha mãe havia acordado antes de mim, e já estava fazendo o café da manhã. Quando cheguei à porta da cozinha, ela estava de costas arrumando a mesa, só depois de minutos percebeu a minha presença e deu um leve sorriso, para mim este foi um sorriso tão singelo, que me cansou por um momento felicidade.

          Sentei-me; sobre a mesa havia pães, bolo, suco e frutas. Comi de tudo, porque sabia quer iria precisar de energia para as próximas horas,quando terminei, minha mãe retirou o meu prato de cima da mesa e o resto. Não tínhamos carro, então teríamos que ir de táxi; provavelmente minha mãe já deve ter chamado um, demoraríamos ao menos 3 horas de viagem até Villa dos Dulce, já que a nossa Vila dos Buscadores fica próxima, e dentro do estado.

           Logo que o táxi da companhia chegou para nos buscar, minha mãe tirou seu avental, e pegou sua simples bolsa. Quando já estávamos à frente de nossa casa, minha mãe me parou e perguntou:

          -Você está com a boneca?

          -Não, eu a deixei em meu quarto.

          -Vá buscá-la.

         Sai em disparada, subindo as escadas de minha casa e me deparei com a boneca jogada no degrau de frente para a porta de meu quarto, eu a peguei, e mais uma coisa me intrigou: ela estava com o olho de botão preso a cabeça; mas não me lembro de ver minha mãe costurar a tal. Eu lhe joguei dentro da bolsa de qualquer forma, saindo correndo para frente de casa, tranquei a porta da frente e fui ao encontro de mamãe que estava com um ar pálido e olhando a frente de nossa casa ,que foi construída por meu pai logo que se casaram,era simples, mas bem feita, toda pintada de branco. Antes de entrar no carro ela me abraçou com força, e me fez sentir alegria. Entramos no carro em silêncio, e este partiu em direção a Vila dos Dulce, com eu pensando em se contaria ou não o caso da boneca que aparentemente andou até a porta do quarto e deste para a escada e estava com o olho costurado, enfim agora só basta esperar...


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