Always escrita por CKS


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá minna-sama! o/

Mais um cap terminado! Só espero que gostem, pois teremos algumas situações bem interessantes nela! ^^

Obrigadão a todos que comentaram a fic!

Por favor, não deixem de faze-los! *-*

Boa leitura!



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Naquela noite Sesshoumaru preferiu ficar no seu escritório, e mandou Jaken lhe trazer seu jantar. Ele não estava com humor de ficar no mesmo lugar que Kagome sem se irritar com o cheiro de outro yokai ou lembrar-se da cena que viu ao vê-la chegar com outro. Estava muito irritado com tudo que estava acontecendo... e não conseguia pensar com clareza como iria solucionar tudo isso.

Tinha vontade de proibir Kagome de ver esse amigo ou qualquer outro de sexo masculino, sob qualquer circunstâncias, mas o que ele alegaria ao fazer isso? Não havia motivos fortes o suficiente para ele tomar uma atitude dessas... Sesshoumaru e ela eram amantes, ou algo parecido com isso, mas não lhe dava direito de monopolizar para si ou a proibir de nada que ela desejasse fazer. Eram livres para fazer o que quisessem fazer e... quem ele iria enganar?! Desde que eles se tornaram amigos “íntimos”, ele não olhou pra nenhuma outra... mesmo quando ela ainda estava com Inuyasha, e se viam nos eventos sociais intermináveis, Sesshoumaru não tirava os olhos dela. Ele tinha a observado o tempo todo, pode distinguir cada emoção que passava por seu rosto, a alegria de falar com a amiga gravida e o “ex-mulherengo” monge, a tristeza e finalmente o desprezo por Inuyasha e Kykio. Por diversas vezes ele teve de controlar o impulso de ir até Kagome e a proteger daquelas “ceninhas” que seu meio-irmão imbecil e a amante faziam a sua frente. Também teve inúmeras vezes que quis matar Inuyasha, afinal era o único jeito de o impedir de machuca-la... mas não podia fazer isso. Prometera a seu pai que não mataria Inuyasha, por mais que o desgraçado merecesse tal destino. Quase quebrara aquela promessa por inúmeras vezes...

Kagome era única que prendia a atenção dele naquele momento, mais nenhuma outra mulher ou uma yokai conseguia fazer o mesmo, nem por tanto tempo. Era estranho, mas pelo que lhe parecia, estava quase sempre a ponto de quebrando regras por ela. Ela evocava sua proteção, seu apoio, sua força... Tinha a impressão que ela o necessitaria sempre pra dar qualquer passo na sua vida... No entanto algo mudara radicalmente aquela tarde, e ele tinha certeza que aquele "amigo" yokai dela estava por trás disso. Kagome jamais o responderia daquela maneira, afinal sempre que ficava chateada ou triste, ela procurava o consolo de seus braços, mas agora fora muito diferente. Será que ela havia ido pra cama com aquele “amigo”? Teria buscado forças nos braços de outro? Seriam amantes há muito tempo atrás... aquele idiota estava apenas esperando uma oportunidade para rouba-la dele? Não, se ela tivesse dormido com aquele yokai recentemente ele sentiria seu cheiro no corpo dela, e isso nunca aconteceu. O único cheiro que Kagome exalava do corpo era o dele... Nem mesmo o cheiro de Inuyasha ele conseguia sentir do corpo dela. Sesshoumaru era o único em muito tempo, mas continuaria ser o único daqui pra frente?

Kagome era descendente de sacerdotes do Templo de Higurashi, templo responsável pela proteção de vilarejos e extermínio de yokais. Certamente ela aprendera alguns truques para poder lidar com yokais, como esconder ou disfarçar seu cheiro, isso levantava a questão, será que ela não estava fazendo isso agora?

Ele teria de averiguar isso mais tarde, quando estivesse com ela, sozinho, no quarto, quando todos na casa já tivessem dormindo. Tinha a necessidade de saber se alguém teria a possuído. Algo lhe dizia que nada havia acontecido, mas ele tinha que tirar essa duvida da sua mente. Caso suas suspeitas fossem comprovadas, o que garantia dele não se irritar e querer matar aquele outro yokai? Sua mente estava muito incoerente ultimamente... Iria averiguar isso mais tarde, quando fosse para o quarto dela. Se a pele dela exalasse o cheiro daquele yokai, nunca mais a tocaria... Mas caso não encontrasse, ele se deitaria com ela e faria sexo o parte daquela noite e madrugada para que o cheiro dele permanecesse nela, deixando a sua marca, indicando que ela lhe pertencia. Sim... Faria isso nessa noite. Ninguém roubava o que pertencia a Sesshoumaru... e Kagome lhe pertencia!

–-x--

Já era madrugada quando uma forte tempestade começou a cair, Kagome estava sentada perto da janela, com as cortinas abertas e as luzes desligadas, olhando a água da chuva bater no vidro e os raios e relâmpagos colorirem o céu. Alguma coisa naquela tempestade fez com que o coração dela se acalmasse, aquele fenômeno da natureza sempre a impressionava. Quando era pequena achava que as tempestades estavam relacionadas com os sentimentos de Kami-sama... Talvez fosse realmente isso, mas agora ela tinha impressão que a tempestade também estava tendo ressonância com seu atual estado de espírito. Ao mesmo tempo em que um forte estrondo de trovão ressonou, a porta do quarto de Kagome se abriu repentinamente... Kagome olhou para trás e viu um vulto entrando no seu quarto, correndo até ela. Não reagiu a tempo, apenas ficou tentando ver quem era que invadira seu quarto... De repente sentiu algo em suas pernas, abraçando-a. Era Rin, que estava apavorada com a chuva, estava tremendo de medo e chorando muito. A cada estrondo de trovão ela se encolhia mais e abraçava mais forte as pernas de Kagome... Isso aguçou ainda mais os sentimentos maternais dela. Existiam seres mais frágeis que ela, e se ela quisesse realmente ter seu bebê, era hora de ficar mais forte... Como sua mãe. Bom, talvez nem tão parecida, mas a seu estilo.

– A minha querida, tem medo de tempestades... - comentou Kagome passando a mão sobre a cabeça de Rin, que continuava a chorar. Com certa persuasão ela conseguiu a fazer soltar suas pernas e fez se sentar em seu colo, abraçando-a e cantarolando uma canção, começando a acalmar aos poucos a menina. Quando parou de chorar, Kagome tentou a levar para seu quarto, mas Rin recusou a ficar sozinha. Sem muita alternativa, deixou que dormisse em seu quarto, a levou consigo para a sua cama de casal, fazendo-a se deitar. Colocou-lhe o cobertor, depois foi deitar no outro lado da cama... Mas ao se deitar, Rin chegou mais perto dela, abraçando novamente, colocando a cabeça em cima de seu braço esquerdo. Kagome sorriu docemente para a menina, e começou a cantarolando uma musica de ninar que sua própria mãe cantava para ela, fazendo adormecer tranquilamente, esquecendo completamente a tempestade que continuava a cair forte.

– Obrigada... Mamãe... - balbuciou Rin enquanto adormecia. Kagome lutou para não chorar... Mas não conseguiu por muito tempo, lágrimas começaram a escorrer pelo rosto, muito emocionada. Nunca havia percebido que Rin desejava ter uma mãe, nem que adotava ela para tal tarefa. Não podia encarar aquilo como um treinamento para ser mãe, pois não teria coragem de dar as costas para ela quando tivesse seu bebê ou tivesse de ir embora dali. Rin era quase como uma filha adotiva, precisava do carinho e amor de uma mãe... Precisava dela, e Kagome jurou em silencio que estaria com ela sempre que precisasse, não importa o que ocorresse no futuro.

– Bons sonhos, meu anjo. - falou Kagome lhe beijando a testa. E ficou pensando, talvez não fosse uma mãe tão ruim assim no futuro... Estaria mais que preparada para essa hora, e com toda certeza sua "filha" Rin iria querer ajudar.

–-x---

Perto da porta, Sesshoumaru as observava. Nunca pensou que a vida desse uma reviravolta tão repentina... Havia pensado na possibilidade de Rin ver Kagome como uma mãe, mas não achava que isso ocorresse tão rápido ou... Droga, se Rin criasse mais laços emocionais, iria complicar muita mais as coisas para ele. Como se a situação a atual já não fosse estressante o suficiente. Tinha que conciliar tudo ou as coisas iriam piorar e muito... Não queria ver Rin sofrer, muito menos Kagome.

Ficou olhando elas dormirem, pareciam realmente uma cena mãe e filha... Isso só fez Sesshoumaru se sentir mais estranho. Gostava muito do que estava vendo, mas alguma coisa estava errada ali... Principalmente o cheiro do quarto. Nunca havia sentido aquele tipo de cheiro no quarto de Kagome antes, e não era de ninguém da casa e muito menos do amigo yokai dela ou de Inuyasha. O cheiro era novo, diferente, mas era de Kagome... O que levou o corpo dela a exalar aquele cheiro diferente? Porque não conseguia perceber antes? Porque não conseguia definir o que ou porque aquele cheiro?

Bom, por hora deveria adiar a “conversa” que teria que ter com Kagome, pois não desejava lhe acordar para nada depois do que tinha visto. Podia esperar... Fechou a porta e foi para o seu quarto, sozinho, pensando no que estava acontecendo ultimamente.

Quando tinha escutado o estrondo de uma porta do segundo andar de sua casa, ele imediatamente ficou em estado de alerta e saiu do seu escritório, praticamente voando, em direção dos quartos, e o único que tinha a porta aberta era o de Kagome. Não sabia o que havia acontecido, não sentia nenhum cheiro estranho ou energia sinistra indicando algum invasor, mas se fosse uma ameaça, ele tomaria as devidas providencias. Mas quando olhou para dentro do quarto pode ver Rin abraçada às pernas de Kagome, chorando... Ele pensou em tirar Rin dali e a fazer voltar para seu próprio quarto e se comportar, algo que sempre fazia quando isso acontecia. No entanto não pode fazer isso depois que percebeu o olhar cheio de compaixão e carinho de Kagome pela menina. Apesar de sentir meio inquieto e um pouco irritado pelo modo tão carinhoso que ela tinha pela menina, a única coisa que ele pode fazer era observar o que acontecia. Era meio estranho, mas ele queria entrar no quarto e ficar com elas, protegendo os únicos seres que conseguiam fazer tomar atitudes tão instintivas, contudo não o fez. Preferia ficar observando-as... Realmente Kagome seria uma ótima mãe no futuro, uma do tipo carinhosa e valente pra proteger seu filho... E o fez com que novamente a imagina-se com um filhote seu nos braços.

–--x---

Sesshoumaru foi tomar o café da manhã no mesmo horário de sempre, no entanto quando desceu encontrou Rin já tomando seu desjejum, já estando vestida com o uniforme da escola. Isso nunca havia acontecido antes, o que levou a questão de o que havia acontecido para a realização de tal “milagre"?

– Bom dia, Sesshoumaru-sama! - saudou Rin alegremente, quase radiante. Isso era muito diferente do que acontecia após uma noite de tempestade forte, como fora a noite passada.

– Bom dia Rin. - respondeu Sesshoumaru indo se sentar a mesa - Acordou cedo hoje...

– Sim, tia Kagome me acordou e me ajudou. - respondeu ela – Até já tomei banho!

– Dormiu bem? - indagou ele a olhando nos olhos

– Muito bem! Eu sonhei que tínhamos saído pra um piquenique na temporada de desabrochar das Sakuras e tinha um bebê e... - respondeu ela contente. Nesse momento Sesshoumaru percebeu que aquilo era mais um dos milagres de Kagome. Rin sempre havia ficava apavorada com as tempestades a ponto de não conseguir dormir e ficava até tarde na cama, faltando a escola. Nem que Jaken contratasse uma banda de “Rock” pesado com fogos de artifício pra tocar no quarto dela acordava-a. Mas aquela manhã ela estava normal. Tagarela como sempre. - ... Sesshoumaru-sama, você está me escutando?

– Bom dia Senhor Sesshoumaru! - falou Jaken alto, interrompendo Rin - Deseja seu café agora?

– Sim, café puro. - respondeu Sesshoumaru olhando as escadas, Kagome a qualquer momento desceria para tomar café com eles. Mas, ao olhar para a mesa, só havia pratos para dois... além disso não escutava nenhum barulho vindo do segundo andar. Isso era estranho... – Jaken!

– Sim, senhor Sesshoumaru? - indagou Jaken, meio nervoso

– Porque arrumou a mesa para apenas 2? - o indagou - Onde está Kagome?

– Ela... Ela deve estar ainda lá em cima... se arrumando ou cochilando, pois acordou muito cedo pra cuidar de Rin. - comentou Jaken se apressando em servir o café e saiu da sala

– Ué? Como ela subiu sem a gente ver? - indagou Rin - Humanos podem voar?

– Depende da vassoura que usam. - comentou Sesshoumaru estranhando o silencio repentino da casa. Algo estava errado...

– Mas o único que tem vassoura aqui é Jaken. - respondeu Rin prontamente - E eu não vi nenhuma vassoura na mão da tia Kagome quando saiu. Já inventaram vassouras compactas em comprimidos, como no anime Dragon Ball?

– Kagome saiu? - indagou Sesshoumaru calmamente

– Sim, foi ela que preparou o café da manhã hoje. - respondeu Rin alegremente, depois se inclinou para perto de Sesshoumaru e cochichou - Ela cozinha panquecas melhores que Jaken. Tinha dito que ia para o trabalho mais cedo, por isso tínhamos que acordar cedo, e eu a ajudei a fazer as panquecas, mas me sujei. Ela tomou o café, enquanto eu tomava banho, depois subiu e me ajudou a me vestir e depois foi embora para o trabalho.

– Ela disse por que ia tão cedo?

– Não. - respondeu Rin pensativa – Só disse que tinha que ir.

– Foi sozinha, de carro?

– Não, ela foi a pé. - respondeu Rin calmamente, essa noticia irritou Sesshoumaru. Como assim ela foi a pé? Que diabos ela havia feito com o carro? Porque não usou? Se o carro deu problema, devia ter lhe avisado... mas e se esse não fosse o motivo? Ela teria combinado com alguém para irem juntos? E porque diabo ele não escutou barulho da cozinha aquela manhã? Porque raios estava tão distraído ultimamente?!

– Jaken vai te levar para escola hoje Rin. - falou Sesshoumaru se levantando da cadeira - Já vou indo.

– Mas... Mas o senhor nem comeu nada do café... Nem as panquecas... - se queixou Rin - Sempre falou que é feio desperdiçar comida... e fizemos com tanto carinho!

– Coloque num obento e eu comerei depois no trabalho. - respondeu Sesshoumaru percebendo que Rin estava a ponto de chorar. Ela saiu correndo para a cozinha, para colocar as panquecas num pote plástico, ao mesmo tempo em que Sesshoumaru ia pegar seu blazer e maleta de trabalho. Percebeu que mesmo com Rin dentro da cozinha, não havia barulho, o era incomum já que sempre ocorria um incidente quando ela ia pra lá... Foi até a cozinha e notou que na porta havia uma espécie de papel grudado na porta, do tipo usado por sacerdotisas, com encantamento para bloquear o som. Não era a toa que ele não escutou nada aquela manhã, Kagome usou os poderes dela para selar o barulho que fizeram naquela manhã na cozinha. Sesshoumaru arrancou o papel da porta e o queimou, usando seus poderes. Rin chegou em seguida, lhe entregando o obento amarrado com um lenço, e Sesshoumaru viu Jaken varrendo a cozinha, limpando a bagunça que elas haviam feito aquela manhã. Francamente as coisas estavam ficando muito estranhas em sua casa...

–--x---

Quando Sesshoumaru entrou no seu escritório, encontrou Kagome já sentava atrás da sua mesa, entretida com algumas pastas e protocolando documentos que estavam espalhadas sobre a mesa, com as gavetas do armário de porta-arquivo aberta. Aparentemente estava no trabalho monótono de reorganização de arquivos, mas como muito concentrada no que fazia, pois não o percebeu chegar... Isso o deu tempo para analisá-la. Não parecia ter nada fora da normalidade, estava vestida de forma discreta, com os cabelos presos estilo rabo-de-cavalo, usando óculos e lentes de contado coloridas nos olhos, disfarçando a cor real deles. A sala também não aparentava nada fora do lugar, nenhuma ruga no sofá de couro que pudesse indicar a presença de alguém que poderia ter usado mais cedo. O único cheiro que havia ali de limpeza misturado com perfume de Kagome. Entretanto o cheiro incomum dela ainda o incomodava, era o mesmo cheiro estranho que havia sentido no quarto dela...

– Bom dia Sr. Taisho. - saudou Kagome, ao perceber sua presença

– Bom dia. - respondeu ele ainda a observando - O que está fazendo aqui?

– Eu trabalho aqui. - comentou Kagome simplesmente

– Sabe muito bem o que eu quis dizer, não se faça de idiota, humana insolente. - repreendeu Sesshoumaru, fechando a porta da sala. Não queria plateia dos “curiosos de plantão” para incomodá-lo e se intrometendo. – O que houve mais cedo?

– Resolvi sair mais cedo de casa hoje para adiantar meu trabalho e organizar essas pastas nos arquivos, que estavam uma bagunça. Alguns dos documentos estavam pendentes também. - respondeu Kagome dando um suspiro pesado - Uma colega de trabalho me deu carona quando estava na metade do caminho pra cá...

– Porque veio a pé hoje? Onde esta seu carro?

– Ele está aqui, no estacionamento pra funcionários. - respondeu Kagome - Eu o esqueci aqui ontem, quando sai mais cedo.

– Ninguém esquece um carro, principalmente no trabalho. – comentou Sesshoumaru

– Aparentemente, eu esqueço. - respondeu ela sem demonstrar emoções, no entanto o olhar dela brilhava parecia liberar faíscas. Estava irritada, mas estava se controlando para não demonstrar para ele, o fazendo dar um leve sorriso. Kagome estava sendo muito teimosa e infantil, parecendo com Rin quando implicava com Jaken. Isso lhe dava um ar até atraente...

– O tem marcado na minha agenda hoje, Srta. ? - indagou Sesshoumaru mais calmo. Não iria a provocar ou fazer mais perguntas, pois estavam no local de trabalho, e seu relacionamento tinha de se limitar ao profissional de secretaria e chefe. Mais tarde conversaria com ela, num ambiente mais propício... Talvez a convidasse para almoçar com ele.

Já era quase meio dia... Sesshoumaru havia se trancado em sua sala desde que chegara aquela manhã, se concentrando no trabalho, e Kagome não entrou em sua sala por nada. Tudo estava num patamar profissional, mas frio e distante da parte dela, na qual tudo que ele lhe pedia pelo seu ramal, ela o providenciava eficiência, mas mandava que entregassem diretamente na sala dele, incluindo o café... Mas ele percebia que Kagome estava tensa e irritada com a situação, provavelmente ainda remoía o que havia acontecido no dia anterior. E ele mais do que nunca gostaria de poder remediar toda aquela situação desagradável que havia se instalado entre eles, o distanciando...

No entanto, mal sabia que a principal fonte da apreensão de Kagome era completamente diferente do que ele estava a imaginar. Ela sabia muito bem que não estava conseguindo mais disfarçar tão bem o seu cheiro, mesmo usando aquele encantamento de sacerdotisa, teria que ter algo mais forte ou poderoso para auxiliá-la a ocultar sua gravidez... Mas não poderia disfarçar para sempre, não era? A sua barriga cresceria em breve, e o que ela alegaria para tal fenômeno? A desculpa de "estava com tanta fome que engoli uma melancia inteira", "estou comendo demais no almoço" ou simplesmente "eu engordei" não iriam convencer ninguém... essas desculpas nunca colavam com seres humanos, muito menos com yokais. Grávidas eram de uma forma física muito diferente das pessoas acima do peso...

– Quase três meses... - comentou Kagome passando a mão sobre seu ventre e sorriu. As vezes não acreditava no que havia acontecido, talvez tudo não se passasse de um sonhos... um lindo sonho... Que algum dia ela ira acordar na casa fria em sem vida na qual compartilhava com Inuyasha e perceber que nada havia mudado. Chegava a imaginar que tudo que pensava estar vivendo era nada mais era do que efeito de um coma alcoólico ou um coma devido a um acidente de transito, enquanto vagava pelas ruas a noite...

Se fosse um sonho, não desejava acordar nunca mais... Um bebê crescia dentro dela, seu bebê... se fosse real ou uma fantasia criada por sua cabeça, já não importava. A única coisa que queria era ficar com seu bebê para sempre! Nesse momento Kagome começou a imaginar o seu futuro, com seu bebê. Um lindo bebezinho ou bebezinha nos seus braços, crescendo, aprendendo a falar, a andar... Apostava que a primeira palavra dele seria "mamãe" ou quem sabe...

Kagome ainda estava distraída consigo mesma, que quando a porta da sala se abriu violentamente, batendo na parede, a fez se assustar e dar um pulo da cadeira, quase fazendo cair da mesma. Era Inuyasha estava invadindo a sala, mas porque? Como ele soubera que ela estava ali? Teria escutado o que ela disse agora pouco ou...

– Vim falar com Sesshoumaru... - falou Inuyasha sem prestar muita atenção na secretária, indo até a porta da sala de Sesshoumaru. Mas ao tocar a maçaneta, ele parou e olhou pra trás, olhando diretamente nos seus olhos... Ele havia percebido que era ela. Kagome podia ver que ele estava mais que irritado ao entrar, mas quando a olhou parecia que dissipou tudo, ficou apenas parado olhando-a sem dizer uma palavra. Da mesma forma que ela não conseguia se mover da cadeira. Estava entrando em pânico, queria fugir imediatamente, mas não havia motivos para isso afinal não lhe devia nada e Sesshoumaru estava por perto e a protegeria caso Inuyasha tomasse uma atitude enérgica com ela. A única coisa que Kagome repetia para si mesma era "não demonstre medo"... – Kagome?!

– Bom dia Sr. Inuyasha, Sr. Sesshoumaru Taisho está ocupado no momento... Que agendar sua conversa com ele para outra hora? - indagou Kagome tentando ser o mais profissional possível

– O que diabo está fazendo aqui?! - indagou Inuyasha saindo de perto da porta, indo até a mesa de Kagome – Porque está aqui, vestida assim?

– Eu trabalho aqui. - comentou Kagome ajeitando os óculos

– Aqui?! - indagou Inuyasha, desconcertado - Porque ninguém me falou que estava...

– Minha vida particular ou minhas atividades profissionais, não é da sua conta Sr. - respondeu Kagome calmamente, voltando à atenção para o computador.

– Como assim não é da minha conta?! Sou seu marido! Você ainda me pertence Kagome! - falou Inuyasha em voz alta, batendo na mesa dela. Kagome pode perceber que havia algumas pessoas no corredor paradas, olhando para o que acontecia dentro da sala, além de um repentino silencio que provinha nos corredores... Aparentemente todo mundo estava querendo escutar aquela conversa. Nesse momento Kagome conseguiu sair do choque inicial e se levantando de sua cadeira e fechou a porta da sala, não queria que mais pessoas escutassem aquela discussão, apesar de saber que aquilo já havia arruinasse seu disfarce para com os outros. Era bem provável que antes que o horário do almoço acabasse as fofocas daquela “conversa” iriam perambular por toda a empresa, em tempo recorde.

– Eu não vou discutir com você. Entenda que eu já entrei com o processo de divorcio, caso tenha esquecido. - respondeu Kagome, se encostando a porta. – Estamos morando em lugares diferentes, vivendo nossas vidas separadamente, como desejamos há muito tempo. Por que ainda acha que lhe pertenço?

– Estamos apenas dando um tempo e você vai voltar... Você ainda me ama, não pode viver sem mim!

– Nossa Inuyasha, eu sabia que você bebia um pouco, mas é a primeira vez que sei que você também é usuário de narcóticos e alucinógenos. - comentou Kagome, sarcasticamente - Não se iluda, eu nunca iria voltar para aquilo que você chama de casamento ou amor. Estou bem do jeito que eu estou...

– Mas eu não estou! - respondeu Inuyasha - Minha vida tem sido miserável sem você. Eu te amo e...

– Me ama?! - indagou Kagome sorrindo friamente – Inuasyha, você não ama nada a não ser você mesmo e sua doce Kykio. Acha que sou idiotia ou masoquista para voltar a aquela vida ridícula que eu tinha como troféu para expor em festas e eventos? Acha que vou suportaria isso novamente? Faça um favor a você mesmo, desista.

– Kagome, por favor, nós precisamos conversar. - falou Inuyasha, tentando se acalmar

– As pessoas normalmente usam o telefone para isso. - comentou Kagome

– Eu liguei várias vezes para seu celular, mas seu numero foi cancelado. Liguei para casa de Sesshoumaru, mas aquele anão verde nunca passava o telefone para você... -respondeu Inuyasha

– Isso significa que eu não quero falar com você, nem ver pessoalmente. Achava que conseguiria entender o recado “sutil”, mas parece que é mais estúpido que eu imaginava. - respondeu Kagome

– Burro ou não, sou seu marido!

– Você não é burro, afinal o burro tem um limite de estupidez... Você é de um grau de demência muito maior que qualquer ser vivo, no planeta. - respondeu Kagome – Se não tem nada pra fazer aqui, sugiro que saia daqui, imediatamente!

– Eu não vou sair daqui até que possamos ter uma conversa calma sobre nós e...

– Não existe o "nós", existe apenas eu no meu mundo bem distante de você, com o seu mundo na companhia da kykio ou qualquer outra vagabunda que queira dividir! Não há mais ligação alguma entre "nós". - respondeu Kagome elevando a voz, mostrando a mão, sem a aliança - Vê algum anel aqui? Isso significa que eu sou livre, solteira e desimpedida. Não vou trocar essa vida que eu tenho por ALGO tão inferior, desprezível ou infiel como você. Agora saia!

– Kagome eu....

– O que acha que está fazendo no meu escritório Inuyasha? - indagou Sesshoumaru abrindo a porta de sua sala. Ele havia ficado quieto até agora porque queria ver a reação de Kagome perante Inuyasha... Tinha que ter certeza da sua decisão, além disso estava se divertindo com as respostas sarcásticas dela para com Inuyasha. Sua Kagome estava se tornando uma fera...

– O que eu? O que ela está fazendo aqui?! - falou Inuyasha apontando para Kagome - Porque essas roupas? O que fiz com minha esposa?!

– Sou "ex" esposa. – o corrigiu Kagome

– O que ela faz na vida agora não é mais da sua conta, Inuyasha. - respondeu Sesshoumaru - A questão aqui é saber o que está fazendo no meu escritório, se não tem nada para fazer aqui. Estamos ocupados, trabalhando.

– Eu vim falar com você sobre Kagome... - respondeu Inuyasha - Mas parece que minha esposa trabalha aqui.

– Eu não vou tratar nesse assunto contigo, nem no trabalho ou fora dele. - respondeu Sesshoumaru - Se o assunto tiver relação com a empresa, pode vir. Caso contrário não entre em minha sala novamente e nem importune minha secretária novamente.

– Sua secretária?! Desde quando ela pertence a um...

– Saia daqui antes que eu mesmo o faça fazer Inuyasha! – o repreendeu Sesshoumaru, olhando-o irritado, com os olhos ficando do cor vermelho sangue e suas marcas de yokai ficando mais acentuadas.

– Eu não vou sair até ter uma conversa com minha Kagome. - respondeu Inuyasha o enfrentando.

Inuyasha continuou a discutir com Sesshoumaru, mas Kagome não estava conseguindo mais escutar nada. Pareciam estar falando outro idioma ou coisa parecida, mas as vozes estavam ficando cada vez mais distantes... Ela estava muito nervosa, havia muita energia sinistra emanando naquela sala, e sabia que isso era muito ruim para seu bebê, mas o que podia fazer? Não estava se sentindo bem, mas não conseguia se mover dali, estava paralisada... Seu corpo não lhe obedecia.

"por favor, alguém me ajude!" – implorou mentalmente Kagome. Se não saísse dali iria desmaiar, a situação tinha tendência a piorar... quase como em resposta ao clamor dela, a porta da sala se abriu um pouco, fazendo com que se distanciasse o suficiente para que alguém entrasse na sala. A única coisa que Kagome percebeu naquele momento era que, quem entrou no escritório era um yokai e tinha cabelos pretos amarrados em um rabo de cavalo.

– O que ele faz aqui?! - indagou Inuyasha irado, no entanto kouga não respondeu. Apenas olhou para todo o lugar e percebeu Kagome em pé, parada e com um olhar estranho e ficando pálida. Isso fez Kouga tomar uma atitude imediata de ir buscar a bolsa de Kagome que estava pendura na cadeira, e depois se aproximou dela e a pegou nos braços. Estava prestes a sair quando e Inuyasha lhe agarrou no braço - Onde pensa que vai com a minha mulher?!

Nesse momento Sesshoumaru rosnou, agarrando pescoço de Inuyasha, cravando suas unhas em seu pescoço e o imobilizou na parede oposta à porta, o que fez Inuyasha imediatamente soltar Kouga numa tentativa cega de se libertar da garra de Sesshoumaru. Dando a oportunidade de Kouga sair...

– Tire-a daqui, agora! - falou Sesshoumaru para Kouga, que o fez quase que imediatamente.

Sesshoumaru havia percebido que Kagome parecia não estar passado muito bem com aquela discussão, tudo aquilo devia estar a assustando ou algo do gênero... No entanto algo instintivo lhe obrigou a ter uma atitude mais enérgica. Não sabia ao certo porque, mas sentia como se a vida de Kagome estivesse correndo perigo, caso continuasse naquela sala com eles... Era como que necessitasse protegê-La a todo custo naquele exato momento ou algo terrível poderia acontecer, e se para protegê-la tinha que a deixar nas mãos de outro, assim seria.

Ficou segurando Inuyasha pelo pescoço por 15 minutos, tempo mais que suficiente para aquele yokai lobo pudesse fugir e levasse Kagome para algum lugar seguro. Depois de ter a certeza de que a energia sinistra daquele yokai desapareceu no prédio, Sesshoumaru soltou Inuyasha, que estava quase sufocando sem ar, que caiu no chão.

– Seu bastardo maldito... - falou Inuyasha tossindo, tentando fazer com que sua respiração voltasse ao normal. No entanto Sesshoumaru lhe agarrou pelo colarinho de roupa de Inuyasha e o fez olhar cara a cara

– Se você se aproximar de Kagome novamente, irei lhe fazer se arrepender amargamente até o ultimo dia de sua vida. - respondeu Sesshoumaru num rosnado - Se vier na minha sala novamente e a incomodar eu garanto que não ira ver o nascer do sol de amanhã. Entendeu seu meio-yokai repugnante? Está avisado... Agora saia daqui!


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