Always escrita por CKS


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi minna-sama!
Trazendo mais um cap, que está meio atrasado... gomenasai! Não foi intencional isso, eu tive uma crise alérgica um pouco séria e tive de tomar remédios que me fizeram hibernar como um urso! Agora estou um pouco melhor, o que deu tempo pra concentrar e terminar esse cap... Espero que gostem, e que me perdoem caso esteja muito ruim o flash back ou o cap todo.

Até o próximo cap! o/



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Na manhã seguinte, Kagome estranhou a ausência de Sesshoumaru, que havia ido mais cedo para o trabalho. No entanto, não se chateou com isso, pois Rin a distraia numa conversa dinâmica e meio constrangedora sobre onde estivera na noite anterior e de como os bebês iam parar dentro da barriga das mães. Explicação tradicional sobre “plantas, flores e sementes”, que normalmente se dizia pra crianças da idade dela, não deu muito certo, pois Rin não deixou terminar a explicação, achando que tinha nascido de uma planta e, pra piorar, achou que comer qualquer tipo de planta era um ato de canibalismo... e que a jardinagem poderia destruir a humanidade, impedindo que mais bebês nascerem. Foi desesperador tentar acalmar a enxurrada de perguntas da menina... se sentia sendo sugada por um buraco negro...

Fora um grande alívio quando Jaken intrometeu a conversa para mandar Rin ir se arrumar para a escola, antes que se atrasassem. Rin perdeu o interesse na conversa, saiu correndo da mesa e foi pra o quarto de arrumar pra escola, desceu as escadas praticamente voando e esperou por Jaken na porta principal... Ainda deu tempo de Kagome dar um beijo na testa de Rin e desejar uma boa aula, quando Jaken apareceu com o carro para levar a menina. Com isso, praticamente encerrava as atividades meio torturantes daquela manhã, deixando tempo o suficiente para Kagome se recuperar e pensar em tudo que devia fazer de agora em diante...

Ela sabia que deste que usava uma das replica da joia de 4 almas, que para humanos comuns sem poderes era apenas um suvenir, que era bolinha de vidro, do Templo Hirurashi , podia disfarçar o cheiro característico de mulher grávida, mas isso não iria durar para sempre. Precisava de algo que fosse mais poderoso para ocultar totalmente o cheiro, pelo menos até saber com exatidão quantos meses tinha, só assim poderia saber quando sua barriga começasse a crescer. Uma certeza que tinha era que seu filho era de um dos irmãos taisho, mas não sabia dizer qual... mas o ponto em comum era que jamais poderia contar a eles essa ‘novidade’, sob hipótese alguma. Só arranjaria mais problemas e a possível destruição do planeta e todos os seus habitantes...

Bom, de qualquer forma tinha que fazer exames e todo o acompanhamento médico pré-natal necessário, mas tinha que ter dinheiro para isso... Tinha que arranjar um emprego, seu próprio dinheiro e abrir uma nova conta no banco, pois se usasse o cartão de credito ou até mesmos cheques de sua conta atual, daria muita bandeira e mesmo se o sacasse no caixa eletrônico, Sesshoumaru poderia investigar sobre gastos contínuos sem justificativa. E se ele conseguiria fazer isso, Inuyasha também tentaria...

Após Jaken e Rin saírem, Kagome foi imediatamente procurar o jornal daquela manhã, indo diretamente para os classificados e começou a ler rapidamente. Circulou de vermelho os possíveis empregos que podia se candidatar e 15 minutos depois estava saindo de casa, pra entrevista de emprego. Estava usando um conjuntinho com saia e blazer simples de cor verde-água, com uma camisa de seda branca, maquiada levemente e com os cabelos presos... um visual comportado, talvez clássico, para um candidato a vaga. Se queria um emprego sério, tinha que se vestir a altura... Estava levando consigo a bolsa junto com o celular que Sesshoumaru lhe dera e a pagina do jornal com as ofertas de emprego. Tinha esperança que conseguiria um emprego naquele dia... Sim, tudo daria certo. Pensamento positivo kagome! a partir de agora, tudo na sua vida iria dar certo!

–-x--

Já era 13:00, e Kagome estava saindo de sua 6 entrevista de emprego, e mais uma vez fora desqualificada. Deram-lhe inúmeras razões, como falta de experiência, queria alguém mais velho ou novo, mais preparado ou estudante de meio período... contudo ela sabia qual era o verdadeiro motivo, era o seu nome de casada, "Kagome Taisho". Quem dera ela tivesse sido inteligente na época de ter continuado a usar o nome de solteira, ou pelo menos guardado aquela identidade... Seu nome atual lhe dava uma espécie de azar, parecia mais uma logomarca que indicava “Perigo! Membro da família Taisho!”. O engraçado é que, quando a dispensável da entrevista, tentaram ser o mais eloquente e educado possível, além de tentar a adular... mas poderia se resumir todos os discursos deles como “ volte para casa, para vida rica e esnobe, e deixe o trabalho pra quem precisa dele. Se está entediada, vá fazer compras no shopping ou faça doação para alguma ONGs necessitada”. A ironia que ela já fizera às vezes, mas não seria mais para acalmá-la e nem nada...

Passara a manhã toda praticamente andando, pois só conseguiu estacionar o carro a 5 quadras do local onde ocorreria as entrevistas, e agora estava muito cansada, com fome e muito calor... o que ela não daria por um hamburguer com batatas fritas e um refrigerante?! Bom, já que ela estava na rua mesmo, era uma boa desculpa pra comer fora! Além disso, a crendice popular dizia que “se a gravida não comer o que deseja, a criança iria nascer com a aparência da comida”! ... Tá certo que isso era só um mito, mas era melhor não arriscar!

Resolveu entrar numa lanchonete “Wac Donald’s” e almoçar por lá, antes que acabasse desmaiando na rua por falta de glicose. Por sorte não viu ninguém conhecido dentro da lanchonete, isso deu de certa forma um alivio, e dava carta branca para ela comer o que desejava e quanto quisesse sem ser notada. Kagome acabou comendo 2 hambúrgueres, 1 garrafa de 1 litros de um refrigerante de laranja, batatas fritas e pra finalizar uma banana Split. Depois desse “pequeno” almoço ela começou a se sentir muito melhor, recuperando todas as energias. Havia acabado de pedir a conta quando o celular começou a tocar... O toque da chamada era muito diferente do habitual, nunca tinha escutado aquela musica antes, precisou olhar no mesmo para identificar quem era que ligava. Era Sesshoumaru, isso fez Kagome escorregar e quase cair o celular no chão, de tão nervosa que ficou. O que havia acontecido para ele ligar assim de repente? Algo coisa acontecerá com Rin? Noticias do seu divorcio? Não sabia o que pensar, apenas sabia que devia atender a ligação e tentar demonstrar estar o mais calma possível...

– Alô?! - falou Kagome ao atender - Quem fala?

– Sabe muito bem que é... - respondeu Sesshoumaru rispidamente - Onde você está?

– Onde eu estou? - indagou Kagome olhando para os lados, tendo uma sensação estranha de estar sendo observada. Mas ela tentou abafar o barulho da lanchonete, falando mais perto do celular - Estou em casa, no meu quarto, deitada na cama, escutando musica.

– Sério? - indagou Sesshoumaru ainda numa tonalidade sinistra - Está deitada há essa hora? Está doente?

– Não! Eu estou lendo um livro. - respondeu Kagome ficando nervosa – É muito interessante, eu peguei da sua biblioteca e...

– Já almoçou? – indagou ele, a interrompendo

– Sim, jaken me deu uns sanduíches tropicais e um suco, 100% natural. - respondeu Kagome

– Interessante... - respondeu Sesshoumaru - Olha, eu estou indo pra casa agora. O advogado de Inuyasha entrou em contato com o seu, deixando por escrito algumas propostas que você deve dar uma olhada, ele avisou que está disposto a negociar os detalhes do divorcio, além da divisão de bens. Quando chegar eu lhe mostro o acordo e lhe explico... chego em 20 minutos.

– Ok, vejo daqui a pouco. - respondeu Kagome contente e desligou o telefone. Olhou para o relógio na parede da lanchonete, tinha menos de 20 minutos pra sumir dalí! Ela foi até o caixa, pagou pelo lanche e saiu praticamente correndo para pegar o carro e ir para casa antes que Sesshoumaru chegasse, e aparentar estar fazendo o que lhe dissera. Parecia que nada que havia planejado aquele dia tinha dado certo... E se Sesshoumaru descobrisse que ela havia mentido, e pior, saído de casa sozinha, "cabeças iriam rolar".

Kagome não conseguiu contar ao certo quantos sinais de trânsito ela desrespeitou, ou quantas pessoas ela quase atropelou, enquanto ‘voava’ com o carro para casa. A única coisa que importava era chegar antes dele.

–--x---

Ao chegar em casa, Kagome estacionou o carro na garagem e correu pra dentro da casa... Escutou o ronco do motor do carro que Sesshoumaru, ele devia estar chegando naquele exato momento. Ela subiu quase voando as escadas, indo diretamente para o quarto, abriu o guarda-roupa e começou a se trocar apressadamente. Tinha que e livrar do cheiro da rua, ou ele perceberia...

– Onde você estava? - indagou Sesshoumaru, que estava sentado perto da varanda do quarto, numa cadeira a sua espera. Kagome gelou... Ao olhar para trás, o viu e percebeu a encrenca que se metera. Sesshoumaru estava ali sentado, com o semblante sério, usando roupas mais informais, seus cabelos estavam amarrados e nas mãos havia um livro... O livro que ela dissera que estava lendo na cama. Quando olhou de relance para cama, viu que parte dela estava amarrotada, ele estivera ali quando ligou para ela, e havia deixado um envelope de cor parda sobre a cama. Ele a tinha pegado no flagra...

– Eu não sabia que... – começou a falar Kagome, tentando colar alguma desculpa

–Perguntei onde você estava. Me responda. – ordenou Sesshoumaru, desta vez num tom mais frio. Aquilo era um sinal claro de sua raiva e que queria a verdade, e a conseguiria de uma forma ou de outra.

– Eu sai... - respondeu Kagome, tentando pensar no que podia contar e o que não deveria.

– Isso é óbvio... - respondeu Sesshoumaru se levantando da cadeira, indo em direção a Kagome - Porque jaken não foi com você?

– Queria ir sozinha...

– Por quê? - indagou ele, já de frente para ela - O que mais está escondendo de mim?

– nada, eu apenas...

– Eu posso muito bem a fazer falar a verdade ou obter minhas respostas de outra maneira, mas estou lhe dando a chance se ser sincera e contar a verdade. - comentou Sesshoumaru a interrompendo - Porque mentiu pra mim dizendo que estava aqui? Onde realmente estava e com quem? Quantas vezes isso já ocorreu?

– Não se preocupe com isso, eu não o farei mais. - respondeu Kagome dando um passo para trás, tentando se afastar daquele olhar frio e determinado de Sesshoumaru - Eu só...

– Onde estava? -indagou Sesshoumaru, lhe agarrando pelo braço, a impedindo de se afastar dele

– Eu... Eu estava... Eu fui com....

– Quem é ele? - indagou Sesshoumaru mais rispidamente – O que estavam fazendo?

– Foi mais de uma vez... - respondeu Kagome tentando responder a todas aquelas perguntas ao mesmo tempo, mas seu cérebro parecia estar em branco...

– O que significa exatamente "mais de uma vez" ? – indagou ele, apertando um pouco mais o braço dela, sem perceber – Quero a verdade Kagome.

– Eu saí pra procurar emprego... - respondeu Kagome abaixando a cabeça. Estava assustada com que estava acontecendo e lutou contra a vontade de vomitar, em meio ao pânico. - Eu saí essa manhã sozinha pra procurar emprego, enquanto jaken levava Rin para a escola, mas não passei em nenhuma das entrevistas por causa do meu nome de casada... Por isso eu disse que não aconteceria novamente. Não tenho como arranjar emprego com meu nome sem que o empregador morra de medo... Foi só isso que fiz até agora. Foi uma decisão impulsiva, Jaken não tem culpa de nada.

– Porque escondeu isso de mim?

– Não escondi exatamente, você não tomou café-da-manhã com a gente então não tive oportunidade de conversar a respeito. - respondeu Kagome evasivamente

– Você tem meu celular, podia ter ligado. – indagou Sesshoumaru, com os olhos começando a ficar vermelhos – Ou vai me dizer que esqueceu como se usa um celular?

– Achei melhor não ligar, pois já havia te incomodado a noite anterior e achei que estava muito ocupado com o trabalho para eu te atrapalhar com algo tão insignificante como isso. - respondeu Kagome apreensiva - Gomenasai Sesshoumaru, prometo que não voltara a acontecer...

– Acha que eu vou acreditar no que diz? Que não vai se repetir?

– É a verdade! - falou Kagome firmemente, e o olhou nos olhos – Por causa dessa droga de nome que...

– Se queria tanto um emprego porque não o pediu diretamente mim? - indagou Sesshoumaru parecendo ter se acalmado

– Que?! – indagou Kagome, ficando confusa

– Disse que posso lhe dar um emprego. – explicou Sesshoumaru - Demiti minha secretária e preciso de alguém de confiança no cargo.

– Não posso ficar dependendo da família Taisho para sempre. - respondeu Kagome - Quando me divorciar de Inuyasha eu não serei mais parte dessa família...

– Eu já lhe disse uma vez, mesmo se divorciando daquele idiota, você continuara parte da família. - respondeu Sesshoumaru – Nada, nem ninguém, poderão tirar isso de você. É uma Taisho e deve ser respeitada como tal.

– Não posso depender ou me esconder atrás de você para sempre, Sesshoumaru. - respondeu Kagome dando um suspiro pesaroso - Tenho que sair da sombra dos Taisho e procurar o meu lugar.

– Pra que tanta pressa? - indagou Sesshoumaru - Preocupe-se apenas com o que tem que resolver agora, tudo vai se resolver mais cedo o mais tarde. Até que isso ocorra, poderá continuar morando comigo e Rin.

– E Jaken também? - indagou Kagome, preocupada caso ele tenha perdido o emprego – Ele também vai continuar por aqui?

– Nenhum exorcista conseguiria tira-lo daqui. - respondeu Sesshoumaru dando um leve sorriso - Vá descansar, você está pálida. Conversaremos depois.

– Pera Ê! A gente não ia brigar ou coisa parecida? - indagou ela mais calma, com certo humor – Não vai mais me interrogar nem nada?

– Não quero que tenha medo de mim, apenas que obedeça as minhas ordens. - respondeu Sesshoumaru colocando a mão no rosto dela – Você parece estar cansada com a caminhada que deu e com as entrevistas de emprego, vá dormir. Conversaremos sobre seu trabalho depois.

– Sesshoumaru... – chamou Kagome, sem saber exatamente o que dizer. Queria perguntar como ele sabia que tinha caminhado tanto, mas desistiu. Era melhor deixar o assunto pra lá, ou acabaria virando um interrogatório aquela conversa. Se aproximou da cama e pegou o envelope que ele lhe trouxera. – Obrigada por trazer o envelope pra mim.

Sesshoumaru apenas olhou pra seu rosto, inclinando levemente a cabeça, logo em seguida saio do quarto. Tinha que ficar sozinho e pensar no que estava fazendo. Ultimamente havia ficado muito possessivo em relação a Kagome... E sabia muito bem que não era o instinto protetor que estava falando mais alto agora. Algo estava diferente...

–--x---

Sesshoumaru foi até seu escritório, que ficava na biblioteca de sua mansão, e se trancou lá dentro. Tinha que pensar no tudo que estava acontecendo ultimamente em sua casa, principalmente com ele. Desde o dia que começou a conhecer realmente Kagome, sua vida nunca mais foi a mesma... Ele ainda lembrava-se com exatidão como começaram a ficar, de certa forma, amigos.

[flash back] 

A quase 3 anos atrás, numa noite fria de outono, Sesshoumaru tinha ido ao restaurante, numa evento com os executivos de sua empresa, na qual estavam comemorando por terem ganhado um concurso da cidade, eles seriam responsáveis pela reestruturação e reforma arquitetônica e paisagismo de três templos mais antigos e belos do país. No entanto a única coisa que ele fazia naquela festa era beber seu uísque e ignorar por completo todos os a sua volta, em especial as mulheres que estavam praticamente se oferecendo a ele. Tinha nojo de mulheres assim, estavam totalmente bêbadas e ainda tinham a audácia de tentar o seduzir com aquele cheiro repugnante, misturado com um horrível de perfume que mais lhe parecia essência de gambá. Saiu do restaurante no auge da comemoração, antes que sua dor de cabeça começasse a aumentar e ele perdesse a paciência e matasse alguém... Mandou ao “guardado de carros” que lhe trouxessem o seu carro para ele finalmente pudesse sair daquele lugar infernal.

Depois de pegar o carro, Sesshoumaru resolveu dar uma volta antes de ir para casa. Se voltasse pra casa, irritado como estava, provavelmente acabaria matando Jaken, novamente, e isso poderia traumatizar Rin ou pior, a fazer abrir a “matraquinha de asneiras” e começar a chorar por horas e horas sem fim.

Havia parado num sinal de transito, e ficou observando as pessoas passando na faixa de pedestre. Entre elas havia uma mulher que lhe chamou atenção, ela estava vestida de jeans e jaqueta de aviador, com o capuz na cabeça. Ela andava apressada, quase correndo, parecia estar fugindo de algo ou alguém... Mas o que mais chamou a atenção de Sesshoumaru foi o cheiro que exalava daquela mulher. Era-lhe muito familiar. Seu instinto lhe disse que devia ir atrás dela. Estacionou o carro perto dali e seguiu-a a pé, mas em uma distancia segura, afinal não queria que o visse.

Ela parecia estar perdida em si mesma, pois não estava prestando atenção aonde ia... apenas continuava andando. Sesshoumaru percebeu que nem se andasse ao lado dela, a mesma o perceberia. No entanto continuou a vigiar, diminuindo aos poucos a distancia entre eles, foi nesse momento que sentiu o cheiro de lágrimas dela. Aquele cheiro era inconfundível, pois sentira aquele mesmo cheiro uma única vez, que foi no casamento de seu meio-irmão. Aquela que estava chorando era provavelmente Kagome, sua cunhada... Mas porque ela chorava? O que a assustou, ou magoou, a ponto de fazê-las vagar pelas ruas, a essas horas da noite sem ninguém para protegê-la? Onde diabo estava Inuyasha que não estava protegendo a sua fêmea/esposa?

Antes mesmo de conseguir pensar em uma resposta plausível, viu Kagome esbarrar em um homem. Ela se voltou para ele e se desculpou e tentou voltar a sua caminhada, mas o homem não aceitou, agarrando o capuz dela e o puxou com força, fazendo com que o capuz saísse de sua cabeça, soltando os longos cabelos castanhos escuros dela. Ao ver aquilo, aquele homem continuou segurando-a, impedindo de fugir. Pelo jeito o homem estava terrivelmente bêbado, mas havia percebido que Kagome estava chorando.

– Que foi queridinha, seu namorado lhe abandonou? - indagou o bêbado com a voz meio arrastada, agarrando o braço de Kagome, puxando em direção de seu peito - Não se preocupe amorzinho, eu irei te consolar essa noite...

– Me solte, por favor! - pedia Kagome puxando o braço, tentando se livrar dele

– Não precisa ter medo, amor... Eu vou cuidar muito bem de você, nem vai sentir a falta dele. - respondeu ele, tentando a beijar. Nesse momento Kagome reagiu lhe dando soco no queixo o bêbado, e tentou sair correndo. Mas o homem agarrou seu cabelo - Sua vagabunda encrenqueira, eu vou lhe ensinar uma lição!

– Solte-a! - ordenou Sesshoumaru agarrando a mão do homem, o forçando a soltar o cabelo de Kagome, caso contraria lhe quebraria. Kagome acabou se desequilibrando e caindo no chão, sentada, olhando para o que estava acontecendo, mas não emitiu mais nenhum som...

– Seu idiota, sabe com quem está falando?! - gritou bêbado, massageando o braço dolorido, que ficara as marcas no formato da mão de Sesshoumaru

– Sei, com um cadáver se não sumir agora. - respondeu Sesshoumaru manifestando seu poder yokai. Foi então que o bêbado ficou branco de medo pelo que viu e saiu correndo, se atirando no meio da rua, fugindo desesperado, de Sesshoumaru. Poderia se escutar o cara gritando de medo, freadas bruscas, pessoas buzinando e reclamando do idiota que estava se atirando na frente dos carros...

Em seguida, a atenção de Sesshoumaru se voltou a mulher no chão, quando começou a escutar soluços compulsivos, típico som de pessoa que chorou demais. Quando olhou para Kagome viu que ela estava muito assustada, pálida e continuava a chorar... Mas o olhar dela estava vazio, como se tivessem lhe roubado sua alma ou aquele espirito “positivista” que sempre tinha, e de certa forma o irritava. Nesse momento, sem perceber, ele acabou estendendo a mão para ajudá-la a se levantar - Você está bem, Kagome?

Ela não lhe respondeu, no entanto segurou sua mão e permitiu que ele a levantasse. Sesshoumaru resolveu a deixar em paz, afinal não era de sua conta nada o que ela fazia ali, e começou a andar de volta para onde tinha deixado o carro, no entanto Kagome se apressou em segui-lo. Ela entrou no carro com ele, sentando no banco do carona do lado dele, mas não falou nada. Realmente ela parecia mais com um bichinho assustado... A questão era saber por que desse comportamento.

– Quer que eu te leve pra sua casa? - indagou Sesshoumaru, mas Kagome apenas negou com a cabeça - Aonde quer ir então?

– Qualquer lugar... - respondeu Kagome num fio de voz - Tudo, menos voltar pra lá...

– Qualquer lugar? - indagou Sesshoumaru

– Sim... - respondeu ela – Qualquer lugar bem longe daqui...

Sesshoumaru dirigiu para fora da cidade, a levando para um hotel rústico, pois não podia a levar para sua casa, e ela muito menos queria ir para casa dela. Se tentasse a levar para um hotel na cidade, seria reconhecido facilmente e não lhe restava duvidas que no dia seguinte estaria estampado no jornal alguma história absurda com relação a eles.

Depois de estacionar e pegar a chave na recepção, Sesshoumaru levou Kagome para o quarto que acabara de reservar para eles. Nele havia uma cama de casal, uma poltrona reclinável, televisão, um banheiro e um minibar. Ao entrarem no quarto, Sesshoumaru foi diretamente até o minibar e serviu uma bebida mais forte que tinha ali para ambos, entregando um dos copos para Kagome.

– Apenas beba, vai se sentir melhor. - mandou Sesshoumaru, e para seu espanto ela o bebeu sem questionar. Fora engraçado ver que ela bebeu tudo de uma vez e começou a tossir... a bebida era forte demais para ela, mas pelo menos trouxe um pouco de cor ao rosto dela.

– O-obrigada... - respondeu Kagome lhe entregando o copo vazio, depois ficou olhando para cama - Posso me deitar?

– Vá... - respondeu ele levando o copo dela e o colocou na mesinha do minibar. Depois foi se sentar na poltrona, ainda segurando sua bebida, girando o liquido dentro do copo. Sabia que devia ir embora e a deixar ali sozinha, mas algo lhe dizia que não seria seguro a deixar no estado emocional que se encontrava.

Kagome tirou os sapatos e se deitou na cama, se cobrindo com o cobertor até o queixo, ficando em silencio. No entanto Sesshoumaru não puxou conversa. Não iria a forçar a falar ou lhe explicar nada... se ela fizesse, era porque queria. Enquanto aguardava, ele ficava olhando a bebida transparente dentro do copo...

– Não vai me perguntar nada? - indagou Kagome depois de um tempo

– Não. - respondeu sesshoumaru, bebericando sua bebida

– Porque não?

– Não é minha conta, nem do meu interesse, à vida é sua. - respondeu ele - Faça o que desejar fazer, você é adulta suficiente para decidir... No entanto não é seguro andar por essas ruas, sozinha, a essa hora da noite. Você nem percebeu que estava em perigo...

– Qualquer lugar é mais seguro que minha casa. - respondeu Kagome

– Porque? - indagou Sesshoumaru sério - O que houve?

– Eu e Inuyasha brigamos, ele cancelou nossa viagem de comemoração de nosso casamento... Disse que tinha um trabalho mais importante para fazer no exterior, que dependia exclusivamente dele. - respondeu Kagome - Eu pedi pra me levar junto, que não iria o atrapalhar, mas ele não me deixou. Disse que eu estava sendo ridícula...

– Vocês tem quase 2 anos de casados, ainda leva tempo pra se acostumarem a vida a dois. Vai ver que ele precisa de espaço... - comentou Sesshoumaru não dando muita importância sobre o assunto. Afinal, na sua opinião, espaço era o que não faltava onde devia estar o cérebro de Inuyasha...

– Você quer dizer vida a três... - respondeu Kagome dando um sorriso triste

– Está grávida? - indagou Sesshoumaru inquieto

– Quem dera a terceira pessoa fosse um filho... - respondeu Kagome - Eu sei que Inuyasha mentiu pra mim, ele sempre mente. Eu sei que está com ela... com Kykio.

– Como tem certeza disso? - indagou Sesshoumaru

– Porque foi à própria Kykio que me informou.... - e começou a chorar novamente - Vão usar a viajem que eu planejei com ele, para ficarem juntos... Como eu e ela somos parecidas, ninguém desconfiara... Eu liguei para o hotel agora pouco para confirmar, parece que "eu" estou lá com meu marido.

– Canalha bastardo. - falou Sesshoumaru entre os dentes, quase quebrando o copo na sua mão - O que aquele imbecil pensa estar fazendo?!

– Está manchando o nome da família Taisho... - respondeu Kagome, falando o que achava que Sesshoumaru falaria naquele momento

– Você sabe que não é apenas isso que ele está manchando... - falou ele a repreendendo

– O que pior do que manchar o nome da família Taisho? - indagou Kagome olhando para ele

– Machucar alguém que ele nunca mereceu ter. - respondeu Sesshoumaru a olhando nos olhos – Você, Kagome... ele nunca lhe mereceu.

Naquele momento ela desabou em lágrimas, num choro quase compulsivo, cobrindo o rosto com as mãos. Ver aquilo fez Sesshoumaru fazer algo que nunca pensou em fazer na vida, consolar uma mulher chorona. Ele se levantou da poltrona e se sentou perto dela, na cama, e colocou a mão na cabeça dela, acariciando seus cabelos... Não sabia ao certo o que fazer para fazê-la parar de chorar, mas sabia que se incomodava extremamente a ver assim, tão frágil.

Em poucos minutos depois ela estava abraçada a ele, sentados na cama, e ela continuava a chorar. A única coisa que Sesshoumaru fazia era lhe oferecer o ombro, e acariciar sua cabeça e as costas dela... Era uma reação meio que instintiva... Uma vez fizera isso com Rin, quando tivera pesadelos com lembranças meio fragmentadas de sua família. Mas com Kagome era um pouco diferente, aprecia que ela evocava um instinto protetor dele muito mais forte...

Kagome acabou molhando a camisa dele com suas lagrimas, mas isso não o importou muito. Quando ele tentou se levantar, ela o impediu, se agarrando ao blazer dele. Sesshoumaru teve de segurar nas mãos dela para fazê-la lhe soltar, depois colocou o blazer na poltrona e se deitou ao lado dela naquela cama, por cima dos lençóis. De imediato ela se aninhou no ombro dele, lutando contra as lagrimas e os soluços que faziam o corpo todo dela tremer. Ele permitiu que ela ficasse encostada nele, até passou o braço ao redor dela, colocando a mão pelas costas dela. Ele não se lembrava se alguma vez na vida fizera isso por alguém, ou permitido que se aproximasse tanto dele, mas isso parecia ser o certo agora, até natural, quando estava com aquela mulher. Ironia, nunca se importou com ninguém, mas por alguma razão estranha, ele se importava com ela...

Quase 2 horas mais tarde, Kagome finalmente parou de chorar, mas não se afastou de Sesshoumaru... Ele sabia que ela queria se sentir protegida e ele não a afastou. Fora meio difícil, mas eles acabaram dormindo naquela cama, com ela abraçada a ele. Esse tipo de encontro aconteceu várias vezes durante 6 meses, na qual a intimidade deles aumentava a cada encontro, até uma fatídica noite... a noite que ficaram realmente juntos.

Sesshoumaru estava se sentindo meio inquieto, incomodado, pressentindo que algo ruim iria acontecer. Seu instinto lhe dizia que deveria sair... ele acabou saindo do trabalho 1 hora mais cedo do trabalho, e foi diretamente aquele hotel que sempre se encontrava com Kagome. Ao chegar lá, nem precisou passar pela recepção, sentiu o cheiro dela e foi diretamente para o quarto... chegando a porta, ele sentiu o cheiro de sangue. Ele precisou quebrar a maçaneta da porta para entrar, seguindo o cheiro de sangue, parou no banheiro.... Kagome nua, aparentando estar tomando banho, mas havia uma poça de sangue descendo pelo ralo, ela tinha cortado um dos pulsos e estava prestes a cortar o outro. Sesshoumaru não pensou duas vezes, entrou no box do chuveiro, arrancando a lamina das mãos de Kagome e segurando o pulso ferido com toda a força, para estancar o sangue, e a empurrando contra os ladrilhos da parede.... com a água do chuveiro molhando a ambos.

– O que pensa que está fazendo? – rosnou Sesshoumaru, irado

– Eu não aguento mais... – respondeu kagome, voltando a chorar – Hoje foi o pior... Inuyasha comprou uma casa completa pra ela... encontrei documentos e as faturas de tudo. Uma casa!

– E o suicídio resolve o que? – indagou Sesshoumaru – Você morre, ela fica com tudo...

– Eu não suporto mais essa dor que ele me causa! – respondeu Kagome – Eu tenho que matar esse amor cego e inútil... mas não consigo. Essa é a única maneira! Quero mata-lo!

– E se eu o matar, por você? – indagou Sesshoumaru, inclinando o rosto, ficando milímetros do dela

– Que?!

– Eu posso matar o Inuyasha. – respondeu Sesshoumaru – Posso fazer você esquecer completamente dele.

– Como?

Sesshoumaru não lhe respondeu, simplesmente se inclinou e a beijou. Mas não fez isso apenas por fazer, e sim para transferir mais rapidamente sua energia sinistra para estancar parte do ferimento dela. Por forte, o ferimento não foi tão profundo. Quando percebeu que Kagome estava ficando sem folego, interrompeu o beijo, pegando o pulso ferido e o lambeu... o corte se fechou por completo, deixando apenas uma marca avermelhada.

– Nunca mais faça isso, entendeu? – Falou sesshoumaru, apertando o pulso dela

– Vo-você está todo molhado. – falou Kagome quase sem folego, olhando pra ele – Vai estragar sua roupa... é melhor tirar...

– Tire-a pra mim. – falou Sesshoumaru

Fora meio surreal o que aconteceu aquela noite, naquele quarto de hotel. Ele não soube dizer quantas vezes eles acabaram fazendo sexo aquela noite, mas se lembrava que depois daquilo ela começou a mudar. Fora a primeira noite que Kagome traiu Inuyasha, ou melhor, começou a se libertar dele...

Depois disso veio a necessidade de se verem com maior frequência, e ambos sabiam que não era somente por causa de Inuyasha ou qualquer outro motivo. Então começaram a se esquematizar sobre seus encontros, e desde então Kagome parecia um pouco mais forte e feliz cada vez que se encontravam naquele ‘secreto mundo’ deles. E o mais absurdo que Sesshoumaru começava a sentir o mesmo... Desejava estar perto dela e a proteger, pois Inuyasha só a feria e provavelmente a mataria. Não poderia dizer se era certo ou errado o que eles faziam, mas a única coisa que importava era não a deixar sozinha a chorar por alguém que não merecia suas lágrimas...

[fim do flash back]

De repente todo aquelas lembranças desapareceram com o barulho de alguém batendo na porta, era Jaken avisando sobre o jantar. Isso fez com que Sesshoumaru olhasse para o relógio, era um pouco mais das 21:00h, já era muito tarde. Porque sempre que pensava em Kagome, e tudo que isso envolvia, ele acabava perdendo a noção do tempo? Porque parecia estar se tornando cada vez mais possessivo em relação a ela? Era melhor parar com isso antes que ficasse mais sério e fora de controle. Tinha que a afastar de si... Já tinha feito o que lhe prometera “matar seu amor cego”. Mas aquela emoção estranha de que ela agora lhe pertencia, não lhe agradava nem um pouco. Precisava pensar no que tudo aquilo estava se transformando, e principalmente, como fazer tudo aquilo acabar.

–--x---

Passa-se uma semana desde aquele incidente da procura de emprego e com Sesshoumaru, mas desde então tudo havia voltado a normalidade, de certa forma. A única diferença era que agora Kagome tinha um emprego, era a secretária particular de Sesshoumaru. No entanto para não despertar suspeitas ou qualquer outra coisa, Kagome estava usando o sobrenome de solteira, de sua mãe, pouca maquiagem, cabelo rigorosamente preso e óculos e vinha para o trabalho com um carro popular. No começo achou que não enganaria ninguém, no entanto ficou espantada por ninguém associar sua imagem a "esposa de Inuyasha". Ela fizera amizade com as secretárias dos outros setores, na qual se reunião e conversavam muito na hora do almoço... E seus temas favoritos eram os caras mais bonitos do escritório. Sesshoumaru sempre era citado, não só pela beleza, mas por ser sempre justo e franco com seus empregados. Era meio engraçado, mas parecia que estava num ‘fã clube’ de Sesshoumaru.

Para ela era maravilhoso trabalhar para ele, pois nunca o tinha visto aquela faceta dele, o profissional. Entretanto aquele ar de profissional, frio e distante, não estava se limitando apenas no escritório... Kagome estranhou a mudança repentina do ‘relacionamento amigável’, mas achou que era devido agora estar trabalhando para ele, e não podia mais ter certas liberdades com ele.

Isso foi o que ela pensou até aquela manhã quando apareceu aquela yokai... Tinha olhos vermelhos, brincos de esmeralda com formato redondo, cabelos escuros e orelhas pontudas e estava vestida com uma minissaia, camisa de seda decotada em um "v" e um blazer de cor vinho... De cara Kagome não gostou dela, mas tentou a tratar como fazia sempre com os outros clientes. Mas aquela yokai fora grossa com Kagome, e foi entrando diretamente na sala de Sesshoumaru sem autorização, apesar de Kagome tentar a impedir.

– Desculpe, Sr. Sesshoumaru, eu tentei a impedir mas... – falou kagome, logo após a Yokai invadir a sala dele

– É “Sr. Taisho” pra você, eu não lhe autorizei me chamar pelo nome. Agora nos deixe a sós e feche a porta. - foi à única resposta que Sesshoumaru deu para Kagome quando viu aquela yokai entrar. Kagome obedeceu, mas sentiu como se alguém tivesse apertado seu coração... Teve vontade de chorar, mas não o fez. Poucos minutos depois Sesshoumaru voltou a chamar pelo telefone. Ao entrar na sala, viu aquela yokai sentada na mesa, com as pernas cruzadas ao lado dele, parecendo extremamente à vontade com ele. - Está com minha agenda?

– Sim Sr. Taisho. - respondeu Kagome com a agenda na mão, a abrindo no dia. Estava segurando a caneta na outra mão, no entanto sua mão estava tremula... lutando pra não chorar ali mesmo. - O Senhor tem uma reunião daqui a ...

– Cancele tudo que estiver marcado para essa tarde. - respondeu Sesshoumaru a interrompendo - Depois de fazer isso, está dispensada por hoje.

Kagome ficou parada no meio da sala, olhando para aquela yokai... Não conseguia de concentrar o suficiente para escrever a ordem. Sua mente estava num turbilhão de pensamentos...

– Ma-mais alguma coisa? - indagou Kagome se controlando ao máximo

– Não, pode ir. - respondeu Sesshoumaru voltando a prestar atenção nos papeis a sua frente. Kagome pode ver o sorriso que aquela yokai deu a ver seu nervosismo, parecia adorar vê-La nervosa assim. Quando Kagome estava saindo da sala, fechando a porta, conseguiu escutá-los conversando.

– Afinal, quem é aquela mulher Sesshoumaru? - indagou a yokai com uma voz sedutora


– Não é ninguém Kagura. - respondeu Sesshoumaru – Ninguém significante pra nós dois.


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