Always escrita por CKS


Capítulo 2
Capítulo 2




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Naquela noite Kagome chorou por toda a sua vida de casada, toda a tristeza que ela tinha engolido para si até agora finalmente saiu. Todo o peso de culpa, vergonha e até medo haviam saído de seus ombros. Chorou toda a dor de um coração quebrado, por seus sonhos que morreram, por um amor que nunca foi correspondido... chorou até não restar mais lagrimas. Graças a kami-sama que Sesshoumaru estava ali com ela, ou talvez tivesse dado um fim trágico ao seu casamento ridículo e consequentemente a sua vida.

Como Sesshoumaru prometera, não fizeram nada além de conversar. Ele realmente cumpria cada promessa que fazia e era mais do que digno de sua confiança... Em quando Kagome se queixava e chorava no ombro dele, chorando mais que um recém nascido, ele a escutava e passava a mão sobre as costas e cabelos dela... Kagome não se lembrava se alguma vez na vida fora consolada dessa maneira por um yokai ou homem. Realmente Sesshoumaru era alguém muito importante na sua vida, ele era uma mistura de amigo, amante, conselheiro e guardião. Tinha certeza que ele cumpriria a promessa de ajudar a ter uma vida novamente... Isso fez Kagome pensar, sem Inuyasha em sua vida ela poderia sobreviver, mas sem o apoio de Sesshoumaru talvez não.

- O que está pensado Kagome? - indagou Sesshoumaru ao perceber que o choro dela estava diminuindo e aparentava ter se acalmado a crise de soluços que vieram com o choro.

- De que você tem razão. - respondeu Kagome, com a cabeça encostada no ombro dele - Meu casamento acabou há muito tempo, mas eu não estava tendo coragem de admitir ou acabar logo com esse martírio. Realmente é hora de seguir em frente... Chega de sofrimento.

- Mas o seu casamento não foi o tempo todo assim, foi? - indagou ele calmamente - Eu ainda me lembro do dia de seu casamento, você parecia tão feliz... Inuyasha também aparentava estar.

- Realmente eu estava feliz, amava muito Inuyasha a achava que poderia perdoar tudo que ele fez, pois escolheu a mim para se casar, não Kykio. Achei que ele mudaria, por mim... que iria me amar... - respondeu Kagome, numa voz desprovida de emoção - Como eu era ingênua. Ele me traiu na nossa lua-de-mel...

- Como soube disso? - indagou Sesshoumaru irritado, até então achava só ele sabia desse fato.

- As ligações que ele fazia de madrugada e às vezes quando eu tomava banho. - respondeu Kagome - Posso parecer burra, mas eu entendo da diferença de fuso horário do Havaí para o Japão. Ele sempre ligava pra ela num horário conveniente daqui... Além disso, quando fomos pagar a conta, num momento de distração dele eu pedi para o atendente me dar a lista de ligações feitas pelo meu quarto. Guardei-a na minha bolsa e deixei lá... Não tive coragem de averiguar naquela hora e confirmar que a lua-de-mel no romântico e paradisíaco Havaí tinha sido apenas uma ilusão.

- Porque? - indagou ele, dando um leve suspiro - O amava demais para saber a verdade?

- Acho que foi mais por prepotência ou talvez orgulho próprio. - comentou Kagome - Ele podia falar com Kykio, mas agora me pertencia. Eu comparava a situação, entre p resumo de apenas poder telefonar para ela com estar comigo, ter casado e fazer amor comigo, e achava que ganhava dela. Na minha mente era questão de tempo ele a esquecer de vez e amar somente a mim.

- Realmente era muito ingênua. - respondeu Sesshoumaru - Mas é típico da idade, você era jovem demais. Quantos anos... 15 ou 16 anos?

- Eu tinha 16 anos quando casei com ele. - respondeu Kagome

- Era praticamente uma criança. - comentou Sesshoumaru - Se não me engano agora tem 21 anos, não é?

- Sim... Dei 5 anos de minha vida lutando sozinha por esse casamento. - respondeu Kagome - Não vou lutar mais por algo que não vale a pena. É inútil nadar contra a maré...

- Está decidida então. - comentou Sesshoumaru a afastando um pouco, queria confirmar a resposta a fazendo a olhar em seus olhos

- Sim! - respondeu Kagome firmemente - Quero dar um fim nisso.

- Muito bem, tomarei todas às providencias legais amanhã mesmo. - respondeu Sesshoumaru - Falarei com meu mordomo Jaken para arrumar um quarto pra você na minha mansão, você ira morar comigo e Rin até que tudo esteja resolvido.

- Não, não quero e nem posso pensar em te incomodar. Principalmente por causa de Rin, ela não irá entender a situação. - comentou Kagome apreensiva

- Estou zelando por sua segurança Kagome. - respondeu Sesshoumaru sério - Sou o chefe da família Taisho agora, devo cuidar disso. Você fará parte da família Inu no Taisho mesmo quando se divorciar de Inuyasha. Você estará a salvo morando conosco.

- Acho que irei causar mais problemas pra vocês. - comentou Kagome dando um suspiro pesado

- Estou acostumado a lidar com Inuyasha, além disso, Rin ira adorar ter você por perto. - respondeu Sesshoumaru usando a lógica

- E Jaken? - indagou Kagome - Acho que seu mordomo não vai gostar que eu...

- Ele é pago para trabalhar, não para dar opinião sobre minhas decisões. - respondeu Sesshoumaru - Não deve se preocupar com a opinião dos outros, apenas confie em mim.

- Eu confio... - respondeu Kagome lhe beijando no rosto e o abraçando um pouco mais forte - Arigato gozaimasu Sesshoumaru-sama.

- Kagome... Se continuar a me abraçar assim, creio que não poderei cumprir a promessa de apenas ficarmos conversando na cama. - comentou Sesshoumaru seriamente. Mas o mais estranho foi que Kagome ficou com vergonha ao mesmo tempo em que começou a rir enquanto o olhava

- Se há algo que eu realmente admiro em você Sesshoumaru, é que nunca muda. - falou ela enquanto continuava abraçada nele, e ria. - Eu sabia que ia falar isso...

- Durma Kagome. - falou Sesshoumaru a fazendo encostar a cabeça novamente em seu ombro - Amanhã você dará o primeiro passo para sua nova vida, terá que ter forças para o que vai enfrentar.

- Com seu apoio o que eu não enfrentaria? - comentou Kagome em quanto se alinhava confortavelmente a ele - Vai ficar aqui comigo essa noite?

- Não pretendo ser contorcionista e dormir naquela poltrona. - respondeu Sesshoumaru, indicando a poltrona que havia perto da mesa - Tenho trabalho amanhã e tenho que dormir bem, assim como você. Dividirei a cama contigo... Vamos apenas descansar Kagome, boa noite.

- Boa noite Sesshoumaru-sama. - falou Kagome enquanto adormecia abraçada a ele. Sempre fora assim, bastava ele falar para ela dormir e ela o fazia quase automaticamente. Não por causa da ordem, mas pelo fato dela só conseguia relaxar e dormir totalmente com ele por perto, em casa Kagome nunca conseguia dormir uma noite inteira... Mas com Sesshoumaru, ela sentia protegida de tudo e todos... Ele representava a segurança e conforto para tudo que a afligia. Se pudesse, viveria naquele quarto para sempre, sentindo seus braços a envolverem...

Nada no mundo poderia ser comparado a ter ele consigo... O que não daria para que isso durasse para sempre... Estaria se apaixonando por ele ou era apenas uma emoção do momento que acabaria quando todo aquele tormento acabasse?

---x---

A respiração de Kagome agora estava calma, da mesma forma que as batidas do coração dela estavam num ritmo mais lento. Verdadeiramente ela estava dormindo. Sesshoumaru, com cuidado, a afastou de si e colocou a cabeça dela sobre o travesseiro e aninhou os lençóis até o ombro dela. Ela parecia ser mais uma meninona do que uma mulher quando dormia, seu rosto era tão sereno. Um dos passatempos dele, fora o sexo, era olhá-La dormir. Era meio que divertido a ficar observando, às vezes ela falava, outras fazia caretas, se mexia muito... Mas o que mais irritava é vê-La chorar em quanto dormia. Podia ver claramente os sentimentos dela quando isso acontecia, a feição de extrema dor, angustia, magoa dela o deixava muito irritado. Como Inuyasha conseguia dormir sabendo que machucava alguém com a natureza tão delicada como a dela? Realmente seu irmão nunca mereceu o amor dela...

Para Sesshoumaru, Kagome era o tipo de mulher que nunca devia chorar... Quando a conheceu ele a achou muito infantil e idiota, pois parecia amar ou talvez adorar Inuyasha e tudo girava ao redor dele. Ela o perdoava tudo que fazia, se esforçava para o agradar em qualquer circunstância e se culpava caso algo estivesse errado, sendo claro que o erro era de Inuyasha. No dia de seu casamento ela parecia muito feliz com aquele vestido cheio de rendas e babados... Ela estava se parecendo com o bolo de seu próprio casamento o tanto que estava enfeitada. Kagome lhe lembrava uma criança no dia de seu aniversário, transbordava felicidade, falava com todos os convidados irradiava a todos o seu encanto... Em quanto Inuyasha falava com kykio em particular, numa sala no hotel onde se fazia a recepção do casamento. Essa foi essa a primeira vez que Sesshoumaru a viu chorar...

Ele tinha entrado para procurar Rin e escutou o barulho de choro meio sufocado e sentiu o cheiro de lágrimas pelo saguão. Elas o guiaram a sala onde os presentes dos noivos estavam sendo posto, num canto da sala ele a encontrou, estava meio que de costas para a porta encostada no braço do sofá, chorando quase silencioso, se não fosse pelos soluços. Era como ver de uma rosa, antes bela e cheia de vida, murchando...

- Arrependida do casamento? - perguntou Sesshoumaru naquela época, entrando na sala - Pode ser anulado agora mesmo se quiser. Ainda dá tempo.

- Não.. E... É só emoção. - falou Kagome dando uma desculpa esfarrapada, limpando as próprias lágrimas com as mãos e sorriu para ele. Aquele sorriso era distinto do que ela brindava os seus convidados na recepção...

- Que eu saiba a noiva chora durante a cerimônia, não depois. - comentou Sesshoumaru se aproximando dela, lhe dando um lenço. - Você a viu, não foi?

- É... - respondeu Kagome enxugando as lágrimas - Como não veria, ela parece ter vindo para um funeral, vestida toda de preto... Inuyasha está com ela agora, numa outra sala.

- É por isso que está tão triste a ponto chorar desse jeito? - indagou Sesshoumaru calmamente olhando as lágrimas que insistiam em escorrer pelo rosto de Kagome, sem qualquer controle.

- Não são lágrimas de tristeza Sesshoumaru. - comentou Kagome ficando séria repentinamente, olhando diretamente nos olhos. - Eu estou chorando de raiva... Não, minto. É de puro ódio...

Aquela resposta surpreendeu Sesshoumaru, apesar dela estar séria, a expressão do rosto dela estava de certa forma muito interessante, tentadora... Aquela mulher encantadora e infantil na frente dos convidados seria a mesma com expressão demoníaca a sua frente? Realmente aquela mulher era muito intrigante para ele... Uma hora sua expressão era de "mulher apaixonada que encontrou seu príncipe encantado", depois lhe mostra um lado totalmente frio e demoníaco, que somente uma mulher ferida é capaz de mostrar. Aquela expressão facial, o olhar incrivelmente expressivo lhe pareceu muito sexy. Apesar de não gostar de mulheres do tipo que era Kagome, a parte oculta (ou seja, a fria) o atraiu.

- Acho melhor eu voltar para o salão antes que sintam minha falta... afinal eu sou a noiva. - comentou Kagome lhe entregando o lenço

- É melhor ir ajeitar sua maquiagem antes de sair daqui. - comentou Sesshoumaru colocando a mão no rosto dela - Está parecendo uma vela derretida.

Ao falar aquilo Kagome riu, seu sorriso foi extremamente sincero dessa vez. Seu rosto se transformou novamente, voltando aquela expressão gentil de sempre.

- Você tem toda razão. - respondeu Kagome se afastando dele, olhando de relance o espelho que havia naquela sala. Depois seguiu indo para a porta. - Obrigada Sesshoumaru.

- Pelo que? - indagou Sesshoumaru - Só falei a verdade.

- Exatamente por isso. - respondeu Kagome saindo, indo para o banheiro feminino.

Sesshoumaru voltou para a festa e ficou aguardando a volta de Kagome, e quando o fez, ela aparentava nunca ter chorado. Estava radiante como sempre, sorria e conversava com todos... Quando Inuyasha voltou e ficou com ela, ela se comportou de uma forma digna de um Oscar por atuação. Ela se mostrava feliz com o marido, o abraçava e ria com graça. No entanto, o brilho do olhar dela deixou bem claro para Sesshoumaru o quanto aquilo lhe custava. Realmente Kagome era uma mulher muito mais forte e intrigante do que imaginava que seria... Tal constatação o deixou curioso sobre qual seria a verdadeira face daquela mulher, a doce e gentil ou a frieza demoníaca que ela tanto tentava ocultar.

- Sesshoumaru... - chamou Kagome enquanto dormia, isso o fez voltar a realidade e sorrir. Ele se levantou da cama e tirou o blazer e a camisa e as pendurou na poltrona, depois tirou os sapatos e as meias e voltou a se deitar ao lado dela, que se aninhou quase automaticamente a ele, com a cabeça sobre o ombro dele e a mão em seu peito. Ela sempre dormia assim com ele, sempre buscando seu conforto, sua proteção, seu calor...

- Ele nunca mais porá as mãos em você. - falou Sesshoumaru escorregava os dedos em sua face, achando um mecha de cabelo errante e logo depois a ajeitava para trás da orelha de Kagome - Nunca mais...

---x---

Na manhã seguinte Kagome se sentia em muito feliz, parecia que todos os problemas da sua vida tinham sumido enquanto ela se aventurava no mundo dos sonhos. Na qual  era o tipo de Sonho que ela não desejava jamais acordar, nele ela e Sesshoumaru estavam juntos fazendo um piquenique na temporada do desabrochar das Sakuras, ficaram debaixo da árvore exuberante que estava prestes a desabrochar. Rin estava com eles, e ela ria e falava muito, enquanto Sesshoumaru cuidava da cesta de comida e estendia a toalha de piquenique no chão, no entanto o que chamou mais atenção no sonho de Kagome foi o bebê que estava nos braços dela. Devia ter uns 3 meses, mas era grandinho e gordinho... Esse bebê parecia ser um menino, pois estava vestido com roupa azul escura e sorria muito para ela. No sonho, Kagome perguntou de quem era aquela criança e Sesshoumaru apenas sorriu, e pegou o bebê de seus braços... De repente tudo ficou escuro, como se ela tivesse caído ou sendo sugada para um buraco. Ainda via Sesshoumaru sorrindo e a olhando, mas estava cada vez mais distante. Ela ainda chamou por ele para saber de quem era a criança, mas não houve resposta.

Mal acordou ela percebeu que Sesshoumaru não estava ao lado dela. Isso há assustou, fazendo-a se sentar imediatamente na cama, tentando averiguar que Sesshoumaru estivera ali com ela, rezando para que não tivesse sido apenas a sua imaginação. Viu Sesshoumaru apenas vestindo um roupão, os cabelos dele estavam molhados, provavelmente tinha acabado de sair do banho e a olhava intrigado.

- O que foi? - indagou Sesshoumaru se sentando na cama - Teve um pesadelo?

- Não... - respondeu Kagome

- Mesmo? Não costumo escutar você me chamar em quanto dorme, em uma forma desesperada. Pude escuta-la no banho... - comentou Sesshoumaru - Você gritou de uma forma muito diferente que estou acostumado a escutar, sua voz estava muito estranha. Tem certeza que não era um pesadelo?

- Diferente como? - indagou Kagome inquieta, tentando mudar de assunto - Não costumo gritar seu nome...

- Há momentos que o grita, o faz principalmente quando fazemos sexo, esse é o momento que mais grita meu nome.  - comentou Sesshoumaru tranquilamente, e Kagome ficou mais vermelha que uma pimenta ao escutar aquilo. Ele tinha razão sobre isso, mas não tinha porque falar isso na cara dela?!

- Eu não estava tendo um sonho erótico! - protestou Kagome

- Eu sei, a tonalidade de sua voz não me indicou isso, parecia mais desespero. - respondeu Sesshoumaru - Tem certeza que não estava tendo um pesadelo?

- Não foi um pesadelo... Foi apenas um sonho estranho, no final. - comentou Kagome - Não vamos dar importância, era apenas um sonho mesmo.

- Ok. É melhor você ir tomar um banho em quanto eu peço o nosso café-da-manhã. -comentou Sesshoumaru se levantando da cama. Não iria a obrigar a contar com o que sonhara... Se fosse importante ela o contaria mais tarde.

- Mas eu tomei banho ontem a noite. - comentou Kagome se espreguiçando na cama

- Seu corpo exala meu cheiro. - respondeu Sesshoumaru sem olhar para ela - Mesmo que não tenhamos feito nada além de dormir na mesma cama, se formos procurar um advogado hoje, e ele pode acabar especulando coisas sobre nosso envolvimento e eu não estou afim de matar ninguém por se meter em assuntos que não lhe dizem respeito.

- Sempre objetivo, não é? - comentou Kagome sorrindo em quanto se levantava da cama, indo para o banheiro para tomar banho. Após tomar uma ducha rápida, encontrou a bolsa de viagem no banheiro... ele havia trazido para lá, facilitando seu trabalho de se vestir. Quando Kagome voltou para o quarto Sesshoumaru já estava vestido e sentado à mesa tomando um café e indicou para que se sentasse a sua frente. O café-da-manhã havia ovos fritos com bacon, torradas e suco de laranja... Tecnicamente era o mesmo que sempre pediam. No entanto Kagome fez uma careta ao sentir o cheiro do bacon... E o colocou de lado, comendo apenas a torrada, o ovo frito e tomando suco de laranja.

- Está doente? - indagou Sesshoumaru, intrigado pelo comportamento

- Não, só enjoada. - comentou Kagome - É o cheiro do bacon, parece estar bom, mas não vou comer. Quer?

- Claro. - respondeu Sesshoumaru. Kagome cortou o bacon, o garfou e tentou dar na boca dele, na forma de "aviãozinho".

- Creio que sou adulto o suficiente para comer sozinho sem necessidade disso Kagome. - comentou Sesshoumaru meio incomodado

- Me deixa ser feliz... - falou Kagome controlando o riso em quanto o servia mais uma fez com o bacon de seu prato. Realmente aquela cena que estavam fazendo parecia familiar... Mas aquela rotina deles sempre fez Kagome ficar feliz, e Sesshoumaru agora sorria e às vezes até ficava com o rosto levemente corado. Nunca conseguira saber se era vergonha, irritação ou talvez ele começasse a gostar daquele tratamento “ridículo de aviãozinho”... Podia reclamar, mas não fazia nada para impedi-la.

- Você quer ir comigo no advogado ou quer ir sozinha? - indagou Sesshoumaru após acabarem de tomar o café-da-manhã

- Prefiro ir com você. - respondeu Kagome de imediato - Estou um pouco nervosa em relação a isso.

- Quer esperar um tempo para ter certeza? - indagou Sesshoumaru sério, percebendo apreensão na voz dela

- Não, se eu o fizer acabarei fraquejando e dando mais uma chance para Inuyasha e eu não posso esperar mais. - respondeu ela - Eu quero ser feliz, não posso mais esperar. Minha felicidade depende apenas de mim... Não vou a confiar mais a ninguém.

- Muito bem, iremos juntos ao advogado - respondeu Sesshoumaru se levantando da cadeira, após terminar de tomar seu dejejum - Não irei para o trabalho essa manhã, passarei com você, lhe ajudando a tratar desse assunto.

- Muito obrigada. - respondeu Kagome, aliviada - Eu não sei como o compensar pela ajuda...

- Não agradeça. - respondeu Sesshoumaru indo colocar o blazer de seu terno – Pelo menos não o faça agora, quando acabar tudo isso terá a oportunidade.

- Ok! -respondeu Kagome ficando mais calma. Realmente era melhor um passo de cada vez ou não daria certo, e ela teria de tomar uma atitude em relação à Inuyasha, ele não poderia suspeitar nada...

---x---

Eram 10 da manhã quando o telefone da casa de Sango e Miroku começou a tocar. Sango ainda estava descansando por causa da noite anterior do baile, Miroku já estava no trabalho há muito tempo. Como de costume, uma das empregadas trouxe o telefone para Sango atender...

- Alô?! - falou Sango ainda sonolenta e um pouco irritada por ter sido acordada – É melhor que seja importante caso contrário....

- Oi Sango, desculpa te acordar. - falou Inuyasha, do outro lado da linha - Eu pedi pra falar com a Kagome, mas a empregada disse que ela não estava ai. Ela não voltou pra casa ontem a noite e...

- Sim, Kagome está aqui comigo. - respondeu Sango protegendo automaticamente a amiga. Depois cobraria Kagome a verdade com todos os detalhes. - Ela deve estar dando uma caminhada pelo jardim do prédio. A gente levantou meio cedo, mas eu voltei a dormir... Sabe como é esse negócio de grávida, uma bomba relógio.

- Espero que esteja melhor agora Sango. - comentou Inuyasha preocupado - Soube por Miroku que não estava passando muito bem.

- Estou muito melhor agora, obrigada por ligar e se preocupar. - falou Sango sorrindo enquanto pensava onde Kagome estaria, definitivamente ela dormiu fora aquela noite, e suas suspeitas que não fora sozinha. Sua amiga estava carente... Quem fora o felizardo de a consolar? - Quer que eu diga pra ela te ligar depois?

- Não, tudo bem. - respondeu Inuyasha - Acho melhor ela ficar um tempo com você e lhe ajudar. Sabe, como um treinamento pra quando ela ficar grávida...

- Entendo o que quer dizer, estar grávida não é fácil. - falou Sango quase não se controlando mais de tão feliz que estava. Em sua mente, Sango tinha quase certeza que Kagome tinha traído Inuyasha aquela noite... Seria um homem ou um yokai do baile anterior? Havia um estrangeiro, lindo de olhos azuis que não parava de olhar para Kagome, mas também tinha aquele amigo yokai aventureiro que a observava de longe... Só se lembrava que o nome começava com "K" e criava lobos.

- Sango? Sango, está me escutando? - indagava Inuyasha enquanto Sango divagava sobre possíveis caras que poderiam ter passado a noite com Kagome, a “consolando”.

- Desculpe Inuyasha, eu me distrai. - falou Sango voltando a realidade - O que dizia?

- Bom, eu estava me despedindo, tenho que ir trabalhar agora. Descanse bastante e se cuide Sango, avise Kagome que nos vemos a noite em casa. - falou Inuyasha e depois desligou o telefone. Sango saiu da cama, colocou o roupão e saiu do quarto super feliz... Aquele fora "A notícia". E estava muito curiosa para saber mais sobre o assunto.

- A senhora está muito sorridente, o telefonema foi algo bom? - indagou a empregada

- Foi ótimo. - respondeu Sango indo para a sala, tomar seu café-da-manhã.

---x---

Aquela manhã, Kagome e Sesshoumaru passaram no escritório de advocacia de uma conhecida dele. Não que eles fossem amigos, já que era natural yokais gato e cachorro serem inimigos quase mortais, mas não haveria ninguém melhor para conseguir um divorcio rápido contra um yokai cachorro do que ela. Sesshoumaru havia pensado em contratar o irmão dela, mas visto que ele parecia meio lerdo para aquele processo, resolveu encaminhar para ela mesmo.

- Deixe-me ver se entendi. - falou a advogada, yokai gato - A senhora quer se divorciar do seu marido rapidamente, sem ter aquele tempo de espera obrigatório para tentar uma reconciliação, estou certa?

- Sim. - respondeu Kagome calmamente

- E você não ira contestar perde-La Sesshoumaru? - indagou a yokai olhando para ele – Vai deixa-la ir?

- Ele não é meu marido. - respondeu Kagome dando um leve sorriso, afinal eram nulas as possibilidades de alguém pedir divorcio de Sesshoumaru, era muito mais fácil o contrário.

- Entendo... - falou a advogada dando um sorriso enigmático para Kagome, no entanto Sesshoumaru percebeu o que ele queria insinuar e se irritou.

- Limite-se a fazer apenas o seu trabalho. - falou ele a olhando seriamente nos olhos, fazendo sua energia sinistra se chocar com a dela, deixando claro que não estava afim de brincadeiras ou intromissões desnecessárias.

- Claro. - respondeu a advogada percebendo a mancada que dera. Era mais seguro guardar seus palpites para si, do que provocar a ira de um dos empresários mais influentes do país. - Esse processo será resolvido rapidamente, já que você tem provas que seu marido a traia há muito tempo. Irei começar o processo agora mesmo.

- Obrigada. - falou Kagome começando a se levantar, mas a advogada fez um gesto para que Kagome voltasse a se sentar

- Entretanto quero lhe pedir duas coisas. A primeira não conte para ele que quer o divorcio e haja normalmente; segundo quero que saia da sua casa o mais breve possível. - pediu a advogada

- Porque me diz isso? - indagou Kagome curiosa, pois Sesshoumaru havia lhe falado praticamente a mesma coisa antes, mas não lhe explicou o motivo.

- Yokais machos não aceitam o divorcio de uma forma tão passiva como os humanos. - respondeu a advogada yokai - Ele pode tentar persuadi-La a trancar o processo ou ainda usar de violência para não perder você ou seus bens. Por isso que é bom não falar nada pra ele agora, e quando ele tiver recebido o processo você esteja longe do alcance dele.

- Ok! - respondeu Kagome parecendo assustada com a possibilidade de Inuyasha fazer isso. - Obrigado pela explicação e por cuidar desse processo pra mim.

- O prazer meu, acredite. - respondeu a yokai sorrindo amigavelmente para Kagome. Realmente a rivalidade de yokais gato e cachorro iria continuar eternamente, e a possibilidade de se enfrentarem em um processo ou tribunal a alegrava e muito aquela yokai.

Após saírem do escritório, Sesshoumaru foi para o trabalho e ofereceu carona para Kagome, mas ela preferiu ir de taxi para a casa.

Chegando lá, percebeu que não havia ninguém além dos empregados... Inuyasha devia estar no trabalho agora. Kagome se encarregou pessoalmente de colocar para lavar a sua roupa da noite anterior, tirando o cheiro de Sesshoumaru de seu pijama. Depois foi para seu quarto, diretamente para o computador e começou a passar o escâner em todas as provas de infidelidade de Inuyasha que ela tinha, que começavam desde a lua-de-mel até hoje, as mandando para a advogada. As originais ela iria levar consigo e guardar num lugar mais seguro do que em casa. Quando tinha acabado de enviar a ultima prova, seu celular começou a tocar. Pelo toque musical da chamada, Kagome já sabia de quem se tratava aquele telefonema.

- Bom dia Sango, como se sente está manhã? - indagou Kagome ainda concentrada no computador, tentando apagar os registros

- Estou bem, queria lhe convidar para almoçar comigo. - falou Sango controlando o impulso de fazer mais perguntas para Kagome. - Poderia almoçar comigo? É chato comer sozinha...

- Tecnicamente não está sozinha, pois seu filho está com você. - comentou Kagome, a provocando

- Kagome!!!

- Certo, eu entendi. Irei me trocar e logo estarei ai... - respondeu Kagome guardando as provas de infidelidade do marido na pasta, foi então que pensou. - Sango, eu poderia te pedir para guardar algo na sua casa? É só uma pasta...

- Claro, desde que você venha logo. - comentou Sango animadamente – E venha rápido, pois estou morrendo de fome! Não quero que meu bebe nasça desnutrido, com a sua demora!

- Ok, estarei ai em 30 minutos, até! - falou Kagome desligando o telefone. Terminando de Apagar todos os arquivos enviados de seu computador antes de desligá-lo. Tinha que ser bastante cuidadosa a partir de agora, para não levantar quaisquer suspeitas de Inuyasha.

---x---

- Pode me contar com quem passou a noite? - indagou Sango no meio da refeição, fazendo Kagome se engasgar com a comida e começar a tossir violentamente. - Calma, era só uma pergunta. Não precisa se assustar... Se quiser não precisa...

- Não estou assustada. - respondeu Kagome, após tomar um copo de água para aliviar um pouco a garganta - Só não esperava que perguntasse isso. Como sabe que não dormi em casa?

- Inuyasha ligou pra mim atrás de você. - respondeu sango calmamente, mas quando viu o semblante de Kagome meio assustado, logo complementou - Não se preocupe, eu disse que você estava aqui comigo.

- Obrigada... - respondeu Kagome pousando o copo na mesa, parecendo pensativa

- Quer me contar o que houve? - indagou Sango

- Eu dormi num hotelzinho longe de casa... - respondeu Kagome pensando no poderia realmente contar para amiga – Precisa desse tempo pra mim...

- Posso saber com quem dormiu? - indagou Sango - Foi com o estrangeiro da festa ou com aquele yokai bonito de cabelos longos?

- Yokai?! - indagou Kagome meio na defensiva, tinha certeza que ninguém sabia do caso que ela tinha com Sesshoumaru. Mas não se lembrava de nenhum conhecido que se adequasse a descrição “bonito de cabelos longos”, além dele.

- Aquele de cabelos longos, olhos muito bonitos... Eu sempre esqueço o nome dele. - falou sango. Kagome começou a se desesperar, de quem Sango estava falando?  único yokai que ela achava bonito, ou melhor, maravilhoso que tinha olhos bonitos e cabelos longos que vinha em sua mente era o Sesshoumaru... será que sua amiga suspeitava de algo? Se sim, quem mais poderia estar pensando dessa maneira?

- Não sei de quem fala... - falou Kagome, tentando disfarçar seu desespero

- Ele tem o cabelo preto... Vive com ele preso num rabo-de-cavalo. - falou Sango – Tem olhos azuis, cria lobos...

- A... o Kouga. - falou Kagome aliviada, seu segredo ainda estava a salvo. - Não, não estava com ele. Eu estava sozinha no hotel, pensando no que aconteceu ontem à noite e tudo mais...

- Pela sua cara, parece que é muito sério. - comentou Sango –  decidiu alguma coisa?

- Sim é, irei me divorciar de Inuyasha. - respondeu Kagome - Eu fui procurar um advogado hoje mesmo, e já entrei com o processo.

- Que bom Kagome, estou tão feliz por você! – falou Sango, dando um pulo da cadeira e foi abraçar sua amiga – Quer dizer, não estou feliz pelo que aconteceu mas pela sua decisão de.... HAAA! Você entendeu o que eu queria dizer!

- Acho que sim... – comentou Kagome rindo da confusão da amiga

-  Porque não me chamou pra ir junto, eu poderia te indicar um advogado ótimo. - falou Sango meio chateada - Mas acho que está fazendo a sua maneira, não é?

- É... - comentou Kagome - Minha advogada falou que entrará em processo agora mesmo, e me mandou me comportar normalmente com Inuyasha, mas que eu saísse de casa o mais rápido possível, antes dele ser notificado. Motivos de segurança...

- Você poderia vir para cá, seria muito bem-vinda! - propôs Sango

- Não posso. - respondeu Kagome - Não quero colocar vocês numa situação delicada como essa, mas não se preocupe, pois já tenho um lugar mais do que seguro para ir.

- Vai embora pro estrangeiro?! - indagou Sango assustada

- Não... - respondeu Kagome - Apenas irei morar em outro lugar, mas ainda será nesse país.

- E onde é esse lugar? - indagou Sango preocupada

- Acho melhor você não saber agora. - comentou Kagome - Você está grávida e não pode se assustar, além disso yokais caninos sabem quando alguém mente através da audição e cheiro. Creio que as primeiras pessoas que ele irá procurar, serão vocês. Quanto menos vocês souberem, melhor será pra todos nós.

- Entendo... - comentou Sango voltando a se sentar na sua cadeira, se acalmando um pouco – Vai haver mais mudanças, fora essa?

- Irei trocar de celular também, mas irei continuar ter contato com vocês em breve. - falou Kagome pegando na mão de Sango - Não se preocupe com nada, estarei bem.

- Por favor, se acontecer algo, qualquer coisa, ligue imediatamente pra mim! Sabe que sempre pode contar com a gente. - falou Sango em nome dela e de Miroku - Estaremos do seu lado...

- Claro. - respondeu Kagome alegremente - Agora deixemos de papo furado e vamos continuar a almoçar antes que a comida esfrie.

- Boa ideia, sabe a sobremesa de hoje é uma torta de morango que...

O resto daquele dia, Kagome ficou na casa de Sango a ajudando a arrumar o quarto do bebê, incluindo na decoração e as roupinhas. Conversaram e riram muito, imaginando as cenas que viriam após a chegada do bebê.

Mais tarde Miroku chegou do trabalho, e Kagome lhe pediu para esconder a pasta que trouxera de todos, incluindo de Sango, caso ela o visse poderia acabar fazendo o bebê nascer mais cedo pelo sustou ou raiva. Miroku entendeu bem a situação e reforçou a promessa que Sango dissera sobre poder contar com eles a qualquer hora.

Kagome ficou com eles até a hora do jantar, adiando ao máximo à volta pra casa. Mas quando viu que não podia mais adiar, ligou para Sesshoumaru, o avisando. Aquela seria uma noite normal, ou pelo menos era assim que ela devia se comportar perante Inuyasha. Necessitava de toda calma possível para conseguir se concentrar e enganar Inuyasha.

Chegando em casa, Kagome notou que algo estava estranho. Os empregados já tinha se recolhido, alguns até ido embora sobrando apenas a cozinheira o chofer e o mordomo. Entretanto o mordomo estava segurando 2 ternos em quanto subia as escadas e o carro de Inuyasha estava estacionado na entrada. O que estaria acontecendo? A curiosidade a fez subir e ir diretamente para o quarto de Inuyasha, que estava uma bagunça, com roupas espalhadas por todo o lugar e uma mala de viagem estava sobre a cama dele.

- Oi Kagome! - falou Inuyasha saindo do banheiro, com um pequeno estojo onde guardava seus objetos higiênicos pessoais - Se divertiu na casa de Sango hoje?

- Muito. - respondeu Kagome olhando para a mala sobre a cama - O que houve? Porque a mala?

- Vou viajar a negócios. - respondeu Inuyasha naturalmente se aproximando de Kagome, dando um leve beijo nos lábios dela. Com muito esforço Kagome não virou o rosto na hora... Tinha que aparentar ser a mesma mulher que ele estava acostumado. - Irei ficar fora uns 4 ou 5 dias no máximo.

- Entendo... - comentou Kagome - Viagem é meio repentina, não é?

- Não tanto... - falou Inuyasha indo até a mala, para guardar seu estojo. Contudo Kagome percebeu que ele estava lhe escondendo algo, pois toda vez que mentia sua orelha direita se mexia um pouco e ele evitava falar a olhando nos olhos. - Se eu pudesse te levar, acredite, eu o faria. Mas não acho que vá se divertir muito ficando trancada num hotel, e não acho seguro você ficar passeando pelas ruas, principalmente sozinha. E eu ficarei trancado no escritório resolvendo problemas...

- Eu compreendo Inuyasha. - respondeu Kagome docemente, no entanto já estava pensando que aquela seria a oportunidade perfeita para ela ir embora daquela casa e ir morar com Sesshoumaru e Rin sem ter a interferência de Inuyasha ou qualquer aviso da parte dos empregados. Tinha que planejar cuidadosamente o que iria fazer...  

- Quer que eu te traga uma lembrancinha? - indagou Inuyasha ainda de costas para ela, fechando a mala - O que quer de presente? Pode pedir o que quiser.

- Desde que volte pra casa com segurança, pra mim é o bastante. - respondeu Kagome, tentando aparentar mais sincera e inocente possível.

- Meu amor, eu sei que deve ser chato ficar sozinha aqui, todos esses dias. - comentou Inuyasha se aproximando de Kagome, a abraçando pela cintura - Mas irei a compensar de alguma forma, prometo. Que tal ficar na casa de Sango esses dias? Acho que ela ficaria feliz com isso...

- Boa ideia, talvez eu o faça. - respondeu Kagome colocando os braços nos ombros de Inuyasha - Tem mesmo que ir, não pode mandar mais ninguém em seu lugar?

- Não, só pode ser eu. - respondeu Inuyasha  de imediato, nervoso - Eu preferia ficar em casa com você, mas não posso.

- É, eu sei... - comentou Kagome se afastando dele, desfazendo o abraço - Vai me deixar o telefone pra te ligar, não é?

- Acho que não vou ter tempo pra ligar, a negociação vai ser meio puxada. - respondeu Inuyasha pegando a mala - Mas não se preocupe, quando acabar, voltarei pra você o mais rápido possível.

- Não, pode demorar o quanto quiser, afinal eu sei o quanto seu trabalho é importante... – comentou Kagome quase sarcasticamente - Não tenha pressa pra resolver tudo, eu estarei bem. Se preocupe apenas com seu trabalho, ok?

- As vezes acho que não mereço uma mulher como você. - respondeu Inuyasha dando-lhe um beijo no rosto - Te telefono quando der tempo.

- Claro... - respondeu Kagome sorrindo, tentando controlar a vontade de correr para o banheiro e lavar o rosto e escovar os dente, passar água sanitária ou qualquer outro produto de limpeza pesada onde ele lhe tocara, numa tentativa de se sentir limpa do contato dele.

Kagome desceu e acompanhou Inuyasha até o carro, esperou ele colocar a mala do carro. Era meio que tradicional ele ser meio romântico com ela na hora de suas famosas "viagens pela empresa". Desta vez não foi diferente do habitual, Inuyasha a abraçou e beijou como se fosse verdadeiramente um marido apaixonado por sua esposa e que lamentasse se separar dela. Aquele fingimento dava nojo em Kagome, mas como ela sabia que desta vez seria sem sombra de duvidas a ultima vez que ela teria de fazer isso, resolveu que iria fazer diferente. Correspondeu ardentemente o beijo de Inuyasha, de uma forma tão sensual que Inuyasha pareceu ficar confuso se deveria viajar ou ficar com ela em casa e continuar aquele beijo no quarto.

- Agora pode ir. - falou Kagome o olhando nos olhos – Tenha uma boa viagem!

- Obrigado... - falou Inuyasha ainda meio atordoado ao entrar no carro - Kagome, quando eu voltar, vamos continuar onde paramos hoje, ok?

Kagome não lhe respondeu, apenas sorriu. Inuyasha deu a partida no carro e foi embora, e ela ficou o olhando ir. Realmente, essa seria a ultima vez... hora de colocar os seus planos em pratica. Quando voltou para dentro de casa, chamou o mordomo para o escritório e disse que eles e os demais empregados na casa que estavam dispensados de seus afazeres até a chegada de Inuyasha.

- Não vai se sentir sozinha Kagome-sama? - indagou o mordomo preocupado

- Não se preocupe, saberei ocupar meu tempo. - respondeu Kagome sorrindo docemente para ele - Encare isso como umas pequenas férias ou gratificação por serviços prestados. Isso é uma ordem, aproveite esses dias de descanso do trabalho.

- Se a senhora insiste. - comentou o mordomo sorrindo, agradecido pela sua generosidade - Sabe, minha filha vai se casar daqui a 3 dias e eu achava que não poderia nem ir para o casamento dela... Estava com receio de pedir dispensa do trabalho...

- Que isso, você deve ir para o casamento de sua filha sim! - respondeu Kagome sorridente - Não se preocupe com nada, apenas viva esse momento com sua família. Eu sou uma mulher adulta, posso sobreviver sozinha por alguns dias.

- Sim senhora, e muito obrigado Kagome-sama! - falou o mordomo saindo do escritório, indo para a cozinha e começou a informar os empregados sobre as ordens de Kagome. Em menos de 3 horas todos os empregados já sabiam sobre a dispensa, e os que "moravam" lá estavam fazendo as malas a indo para casa de parentes e amigos. Por volta das 23:20h a mansão ficou vazia, restando apenas Kagome nela. Sem perder mais tempo, Kagome subiu para o quarto e começou a guardar todas suas coisas em suas malas e nas caixas que conseguiu encontrar. Iria levar tudo que podia, que era seu, daquela casa. Começou a andar pela casa, catando seus pertences e os guardando. Eram 3 da madrugada quando acabou de arrumar todos seus pertences... Foi até a garagem, e com dificuldade conseguiu colocar todas as suas coisas no seu carro... Quase não conseguia entrar no carro com tanta coisa que tinha colocado ali dentro. Depois de averiguar se não tinha esquecido nada, Kagome trancou a casa e voltou para o carro e o ligou, abriu o portão pelo controle remoto e partiu daquela casa. Fugiu daquela prisão que um dia achou que era seu lar... Agora aquela casa representava o passado dela. Aquele lugar era onde a velha Kagome havia morrido, junto com seu amor cego pelo marido... A partir de agora nascia à nova Kagome, muito mais forte e esperta que antes. Desta vez, daria o troco... dessa vez iria ser feliz!


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