Agora Kagome estava definitivamente enrascada, como poderia o deixar ver os exames dela se esses exames eram especificamente de pré-natal? O pior, ele entenderia os exames que ela lhe desse de qualquer maneira. Não poderia falsificar o documento porque tecnicamente era um crime... Agora não tinha mais jeito, teria de contar. Ela bem que desejavam mais tempo... Mas não poderia.

Tentou voltar a trabalhar, mas não conseguiu. Estava tão nervosa que nem conseguia mais ler os documentos que tinha que digitar... parecia que as letras tinham criado vida e saído do papel, e dançavam a sua frente. Droga, porque isso tinha que acontecer justo agora?! Ela tinha que pensar... E pensar muito. Amanhã ela contaria a verdade, definitivamente amanhã, mas hoje... Ela iria tentar aproveitar esse ultimo dia de paz. Kagome começou sentir como se ela estivesse prestes a entrar num tornado... E não tinha certeza que sairia viva. Tinha medo da reação de todos ao souberem, principalmente de Sesshoumaru, afinal ele em que cuidava e a protegia até agora... Esse tratamento mudaria quando soubesse da novidade? Ter escondido isso até dele provavelmente a colocaria em problemas ainda maiores.  Certamente não gostaria de estar por perto quando se ele ficasse irritado... E realmente ele tinha dado motivos para isso. Passaram-se duas horas, mas ela nem percebeu...

- Srta. Higurashi? - chamou a voz pela terceira vez pelo interfone, mas ela não conseguiu escutar. Sua mente estava muito distante daquela sala, e sinceramente gostaria que se corpo também estivesse bem longe dali... Quem sabe num país tropical? Seria bom pegar um sol e poderia ajudar o bebê, ter uma alimentação mais natural, saudável e ainda...

- Kagome? - a chamou, mas desta vez com uma voz mais firme.

- Sesshoumaru? - gritou Kagome, dando um pulo da cadeira.

- Estava tão distraída a ponto de não me ouviu chamar pelo interfone? - indagou Sesshoumaru em frente a mesa dela - Alguma coisa errada?

- Não... Só uma dor de cabeça... A sua dor de cabeça deve ser contagiosa... - respondeu Kagome colocando a mão na testa, estava tento tontura por causa da rapidez que se levantou. Teve de se encostar-se à mesa pra não acabar caindo.

- Entendo... Agora apresse-se, nos vamos embora. - falou ele indo pegar o jaqueta de seu terninho.

- Não precisa, vai passar logo. - respondeu Kagome otimista – Não é nada de tão grave a ponto de...

- Não é por isso que vamos embora. - respondeu Sesshoumaru, a interrompendo - Você não vai sair com Inuyasha essa noite e jantar com ele?

- Sim... - respondeu ela quase sussurrando, respirando fundo. Tinha esquecido esse “pequeno” detalhe do jantar com seu “ex-marido”.

- Tem que preparar para isso, por isso vamos mais cedo hoje. - respondeu ele sem demonstrar que se importava - Mas, se não está se sentindo bem posso mandar alguém falar com Inuyasha e cancelar o jantar.

- Não, tudo bem. Isso já é algo inevitável. - respondeu Kagome, meio arrependida de ter concordado com aquele jantar – Mas não precisamos sair mais cedo... Não preciso me produzir tanto para sair com ele, é um jantar informal. Não vou precisar de nada sofisticado ou...

- Vamos sair agora e procurar uma roupa para você sair. - respondeu ele sério, a interrompendo novamente, lhe entregando o terninho e a bolsa

- Pra que? Eu tenho roupas em casa e...

- Informal ou não, quero que esteja deslumbrante está noite. Quero mostrar a esse bastardo o que realmente perdeu. Agora vamos logo! - respondeu Sesshoumaru irritado, querendo ou não ele a faria obedecer. Sem poder de escolha, Kagome colocou o terninho, desligou o computador e saiu com ele.

Alguns minutos mais tarde, Sesshoumaru estacionava o carro na frente de uma butique de grife. Kagome não queria entrar, mas ele a puxou pela mão e a obrigou a sair do carro e entrar na loja. O local era lindo, tinha roupas de todo o tipo, lindas e elegantes, dignas de estrelas das estrelas de cinema, mas nunca pensara em usar algo do tipo... Tinham acabado de chegar, quando alguém veio em sua direção, gritando.

- Sesshoumaru-sama! - gritou a pessoa que vinha os recepcionar. Aparentava ser um homem, vestido com um terno roxo claro e ainda um cachecol de seda branco, mas o rosto estava maquiado de uma forma meio forte, chamativa e até meio feminina e prendia os cabelos com presilhas muito bonitas, na qual jurava que eram joias de verdade e... ele estava usando bacon cor de vinho?! - Que honra o rever, o que nos trás sua visita?

- Estou procurando uma roupa. - respondeu Sesshoumaru

- Chegaram uns ternos MARAVILHOSOS, que eu tenho certeza que vai ADORAR. São FABULOSOS e deixarão numa pinta de machão e um visual super sexy! - falou o homem numa voz afeminada - Se você o vestir, não vai haver uma fêmea da face da terra que não vai virar o rosto e olhar pra você.

- Já fazem isso sem o auxílio da roupa. - respondeu Sesshoumaru indiferente ao comentário - Mas eu não vim pra comprar roupa pra mim, e sim para ela.

- Ela? - indagou ele, olhando Sesshoumaru, que ainda segurava a mão de Kagome, impedindo-a de fugir da loja. - Algum evento especial?

- Jantar informal. - respondeu Sesshoumaru

- E com quem seria? - indagou ele ainda

- Não é da sua conta. - respondeu Sesshoumaru imediatamente, lhe dando um olhar gelado - Apenas fala seu serviço.

- Não precisa dizer o nome da pessoa, querido, basta me falar que grau de intimidade ela tem com o seu encontro. - tentou explicar ele

- Meu ex-marido. - respondeu Kagome receosa

- Bom, podemos pensar em algo simples e...

- A quero deslumbrante. - interrompeu Sesshoumaru - Acha que consegue fazer isso?

- Se eu não conseguir, mudarei meu nome e profissão. - respondeu ele pegando a mão de Kagome, a puxando - Vamos querida, temos muito trabalho pra fazer aqui.

- Mas... Mas...Sesshoumaru?! – falou Kagome, quase pedindo socorro.

- Estarei na sala de esperas. - respondeu Sesshoumaru caminhando para a área VIP da loja, sentando na poltrona perto sala do provador, iria avaliar as roupas antes de comprar.

Kagome foi literalmente arrastada pela loja por aquele homem afeminado. Ele a levou para o provador e mandou tirar o terninho, ela obedeceu. Mas antes que pudesse fazer outra coisa, ele se aproximou dela e desabotoou sua camisa, tentando a tirar.

- O que pensar que está fazendo? - reagiu Kagome o empurrando e fechando a camisa, tentando se proteger

- Analisando seu corpo... - respondeu ele, sem dar muita importância ao constrangimento dela - Não tem porque ter medo de mim querida, sou totalmente gay. Acho que você ficaria melhor de vestido... A propósito, qual é seu nome querida?

- Kagome... - respondeu ela

- Meu nome é Jakotsu, sou o melhor estilista do Japão, e serei sua fada madrinha esta noite. - comentou ele saindo do provador - Vou lhe transformar numa princesa!  Vai ficar MA-RA-VI-LHO-SA! Confie em mim, sei o que estou fazendo!

- Kami-sama, por favor, me ajude a não sair daqui feito um carro alegórico de escola de samba. - falou Kagome quando aguardava a volta de Jakotsu, por alguma razão tinha medo do que ele escolheria para ela... Bom, Sesshoumaru iria avariar, então se não gostasse poderia dizer não mais facilmente.

Depois de 30 minutos, Jakotsu chegou com uma pilha de vestidos nos braços. E obrigou Kagome a experimentar todos os vestidos e mostrar, ou melhor desfilar para Sesshoumaru que a aguardava pacientemente.

- O que acha deste, Sesshoumaru-sama? - indagou Jakotsu animado - É um lindo vestido preto, com renda branca na bainha e um lindo decote que...

- Ela parece um abajur monocromático. - respondeu Sesshoumaru sério. A cara de Jakotsu fez na hora foi terrivelmente hilária, por pouco ela não conseguiu se controlar e gargalhar, mas felizmente se conteve e fingiu tossir e conseguiu disfarçar um leve riso. – Vista outro, esse está descartado.

Kagome voltou a entrar no provador, trocando de vestido e voltou para mostrá-lo a Sesshoumaru.

- E esse? - indagou Jakotsu, recuperado do choque, comentando o vestido - O corte é em estilo chinês, é lindo, valoriza o corpo dela, principalmente as pernas, e tem um tom de vermelho maravilhoso com detalhes em dourado que...

- Ela parece um cosplay. - respondeu Sesshoumaru – Creio que fui claro que ela vai ter um jantar informal, com o ex-marido, não num evento de otakus. Outro!

- E esse aqui, é um lindo vestido preto com um chapéu e véu de tamanho médio que...

- É um jantar, não um velório.

- Esse é...

- Parece um presente de natal.

- Esse...

- Muito justo, ela não conseguira caminhar num negocio desses.

- E...

- Muito curto, parece até um vestido infantil. A vista como uma mulher, não como alguém com síndrome de Peter Pan.

- ...

- É um ótimo vestido. - respondeu Sesshoumaru avaliando, mas quando Jakotsu estava ficando otimista, Sesshoumaru continuou - Mas ela não vai ser convocada para entregar o Oscar.

- ...

- Listras? - criticou mais uma vez Sesshoumaru - Eu disse que queria era linda, não parecida com uma zebra!

- Jakotsu?! - gritou Kagome, ao vê-lo cair no chão. O desmaio dele parecia até teatral, colocando a mão na testa e caindo quase de joelhos e depois se esticando no chão. Bom, talvez os comentários um pouco críticos de Sesshoumaru, foram demais para a sensibilidade artística de Jakotsu.

- O que houve Kagome? - indagou Sesshoumaru entrando na cabine dela, ao escutar seu grito

- Jakotsu desmaiou... - respondeu Kagome indo se ajoelhar ao lado dele, mas Sesshoumaru segurou seu braço, impedindo-a de se agachar.

- Deixe-o ai. - falou Sesshoumaru - Ele não aceita muito bem criticas e não vai gostar de acordar e ver ao seu lado uma mulher.

- Já aconteceu isso antes? - indagou Kagome

- Comigo, várias vezes... – respondeu Sesshoumaru sem dar muita importância ao fato

- Com... com alguma outra mulher? - indagou Kagome meio incomodada

- Você é a única mulher que eu acompanhei a uma loja... – respondeu Sesshoumaru –Das outras vezes que Jakotsu desmaiou foram comigo, mas os motivos foram diferentes. Uma vez eu vim aqui para comprar umas gravatas e esse idiota acabou escolhendo cuecas de seda pra mim. - respondeu Sesshoumaru, e percebeu Kagome estava prestes e rir, ele a impediu. - Eu vou escolher a roupa adequada pra você, espere no outro provador. Irei chamar os assistentes deles pra o recolher.

- Espera, você não sabe meu numero...

- Está enganada, sei muito bem todas suas medidas. - respondeu Sesshoumaru calmamente saindo atrás de um vestido para ela. Kagome o obedeceu e esperou no outro provador, em 5 minutos Sesshoumaru voltou com um vestido cavado, com a saia a autira um pouco abaixo do joelho, muito bonito. Era branco com rosas vermelhas lindamente pintadas perto da barra, e um leve decote em “v” na gola. Era perfeito para um jantar informal, simples mas bonito. Kagome o experimentou, e realmente aquele vestido a deixara bonita, e ainda valorizava bem seu corpo. Realmente Sesshoumaru tinha um bom olho!

- Estou bonita? - indagou Kagome saindo do provador, mostrando como ficava o vestido nela

- Sim. - respondeu ele - Pode colocar sua roupa normal agora e poderemos ir.

- Não vai comprá-lo? – indagou Kagome, meio decepcionada.

- Eu já comprei. - respondeu Sesshoumaru simplesmente - Dê o vestido para o pessoal da loja que se encarregarão de empacotar junto com os acessórios.

- Acessórios?! – Indagou kagome – Que acessórios?

- Esse vestido tem luvas brancas e uma bolsa que combinam com ele. – respondeu Sesshoumaru, enquanto ela trocava de roupa.

Poucos instantes depois estavam fora da loja, indo pra casa. Kagome recusou firmemente ir ao cabeleireiro e arrumar o cabelo, pois tinha medo que os produtos químicos que colocasse a prejudicasse e consequentemente seu bebê. Tinha sandálias baixas de cor prateada em casa, e seu cabelo podia ser simplesmente preso com uma fita de cor vermelha e ficaria muito bem.

--x--

Em casa, Kagome foi tomar banho e descansar. Quando faltava 1 hora para se encontrar com Inuyasha, ela começou a se arrumar. Estava sentada na penteadeira, terminando de se maquiar quando viu, pelo reflexo do espelho, Sesshoumaru entrar no quarto.

- Como estou? - indagou ela sorrindo animadamente em quanto amarrava os cabelos.

- Quase pronta. - respondeu ele se aproximando dela, tirando do bolso uma caixa. Dentro dela havia uma gargantilha de diamantes, que ele logo colocou no pescoço dela - Agora assim está devidamente pronta.

- É um jantar informal, e eu nunca poderia sair com um... eu não posso aceitar! – falou kagome apressadamente

- Pode sim, e deve o aceitar. - respondeu Sesshoumaru se afastando dela, para olhar melhor o efeito que tinha o colar nela- Eu tinha razão, diamantes ficam muito bem em você. Contratei seu motorista, ele lhe levará para seu jantar. Se houver qualquer indicio de problema, ele lhe trará de volta imediatamente.

- Não precisa tanto assim... - comentou Kagome se levantando do banco, mas Sesshoumaru já havia saído do quarto. Ele não podia contar a verdade para ela. Aquele colar havia um pequeno sinalizador, e na bolsa dela havia outro sinalizador e uma microcâmara... Fora que o motorista era um agente yokai treinado, que iria proteger Kagome quase como a um presidente/rei. Só faltavam atiradores de elite para completar a equipe de segurança dela, mas isso seria demasiadamente exagerado. O agente yokai era suficiente para o serviço. Com tudo devidamente pronto Sesshoumaru foi para o escritório. Por alguma razão estranha, ele sentia que tudo iria mudar essa noite... e que devia estar em alerta.

-x-

Kagome e Inuyasha tinham acabado de chegar ao restaurante, era um lugar meio familiar, no estilo italiano. O local era bastante agradável e a luz era meio fraca, e havia luz de velas na mesa o que dava um ar romântico e discreto. Pena que a companhia estragava totalmente o clima que o restaurante ostentava...

Inuyasha havia escolhido uma mesa perto da janela, o que dava uma vista bonita para o pequeno jardim que se encontrava na entrada do lugar. Ao mesmo tempo facilitava a vida do responsável pela segurança de Kagome, que podia a vigiar sem se expor.

- Você está linda Kagome. - falou Inuyasha, puxando assunto, quando ficaram sozinhos a mesa

- Já me disse isso quando nos encontramos. - respondeu Kagome dando um longo suspiro. Estava começando a se arrepender de ter cedido aquele jantar com ele. - Nunca poderia imaginar que conhecesse um lugar como esse...

- Não conhece muitas coisas de mim Kagome... – respondeu Inuyasha

- Sei as principais a seu respeito! É o suficiente pra mim! - respondeu Kagome séria, e depois começou a olhar ao redor. - Esse restaurante me é familiar...

- Você já veio aqui. - respondeu Inuyasha, tentando puxar o assunto, mas ao perceber que ela não se lembrava, tentou lhe recordar - Você veio aqui com aquelas suas três amigas do colegial uma vez. Era numa semana de festival no templo da sua família. Acho que na época elas lhe arrastaram até aqui pra relaxar um pouco... você estava vestida de sacerdotisa e tinha um cara com vocês...

- Houjo... - falou Kagome se lembrando do acontecimento - Mas eu não me lembro de ter visto você.

- Claro que não veria, eu estava passando pela rua quando a vi entrar. - respondeu Inuyasha – Nós não nos conhecíamos naquela época... Eu acabei entrando na loja para te ver melhor. Achei você tão linda, e depois te segui até o templo e a vi no festival. Comprei até um amuleto da sorte com seu avô...

- Aquilo só dá azar. - respondeu Kagome sorrindo ao se lembrar do avô e seus famosos amuletos

- Eu sei, dei-o para Jaken. - respondeu Inuyasha começando a rir - Mas mudando de assunto, me diz, como está indo a vida?

- Estou bem, a casa de Sesshoumaru é ótima e me sinto feliz ali. - respondeu Kagome - Gosto muito e Rin, Jaken é meio divertido e Sesshoumaru é muito diferente do que imaginava ser.

- Esta se dando bem com Jaken? - indagou Inuyasha surpreso - Nossa, é um grande feito... Normalmente ele irrita a todos.

- Ele é meio temperamental, mas é engraçadinho. - respondeu Kagome, se calando quando o garçom chegou, lhe entregando o menu. Alguns instantes depois ele saiu, com os pedidos anotados. Inuyasha pediu um prato muito pesado, no entanto Kagome pediu apenas uma salada tipo caesar e uma pequena lasanha de frango.

- Está de dieta?- indagou Inuyasha

- Apenas cuidando melhor da minha saúde. - respondeu Kagome

- Está doente? - falou Inuyasha assustado, quase se levantando da cadeira

- Não... - respondeu Kagome - Mas me diz, como anda a vida lá na sua mansão?

- Nossa mansão... – corrigiu Inuyasha, mas antes que Kagome o criticasse, ele continuou - Os empregados sentem muito sua falta.

- Como estão todos? – indagou ela sorrindo, lembrando de todos eles

- Estão bem, com saudades. - respondeu Inuyasha pegando uma caixinha do bolso e colocou na mesa - Tome... isso é pra você.

- Que isso? - indagou Kagome, estranhando

- Isso é seu... - respondeu Inuyasha. Kagome abriu a caixinha. Nela continha o seu anel de noivado, o mesmo que havia jogado em Inuyasha naquele dia que brigaram... Ela fechou a caixa e colocou novamente na mesa. começou a respirar fundo, tentando se acalmar antes de falar com ele. Mas Inuyasha preferiu não lhe dar essa oportunidade para reclamar. - Antes que dê inúmeros motivos de "porque não quer mais o anel", vou lhe dizer sinceramente que esse anel lhe pertence e eu não daria a nenhuma outra mulher nessa Terra se não fosse a você. Ele é e sempre será seu.

- Eu não posso e nem quero levar esse anel pra casa comigo. - respondeu Kagome se irritando

- Pode fazer o que quiser com ele, é seu. - respondeu Inuyasha abrindo a caixinha novamente, olhando o anel. - Sabe, ele me trás boas lembranças... Se lembra quando eu lhe pedi em casamento?

- Não. - respondeu Kagome olhando para os lados, seu “sexto sentido” a alertava algo, e começava a sentir arrepios ali. Era como se algo hostil estivesse se aproximando deles, mas não havia ninguém perto deles...  

- Eu me lembro... - respondeu Inuyasha, a fazendo voltar o olhar para ele - A gente finalmente tinha acabado de terminar o colegial, e estávamos na cerimônia de graduação. Depois da cerimônia eu pedi pra gente se encontrar por trás da escola, e te dei o segundo botão do meu uniforme. Você parecia tão feliz com aquilo que nem notou eu me ajoelhar, só notou quando eu lhe pedi em casamento. E você parecia confusa naquela hora... mas ficou chorando, emocionada e...

- Eu era muito nova para um compromisso desses! - falou Kagome pegando a caixinha do anel da mão dele e a fechou, colocando de volta sobre a mesa, irritada com o que ele a forçara a lembrar. - Vou lhe pedir um favor Inuyasha, posso?

- Claro. - respondeu ele

- Deixe os mortos onde estão... Enterrados! - falou ela, friamente - Posso ter consideração por você, amizade e no máximo afeição. Mas jamais voltaria a amar você como antes... então pare de me fazer lembrar de coisas que eu prefiro esquecer!

- Poderia me amar mais do que antes... – insistiu Inuyasha

- Não, nunca, jamais! As feridas são muito recentes e bastante profundas para fingir que nada acontecer e tentar, ou pensar em dar uma chance pra você. - respondeu ela - Mas sinceramente eu não tenho motivos pra voltar, estou feliz com o que tenho agora. Acho que esse é um momento pra gente pensar individualmente, se realmente nascemos um para o outro ou se é apenas medo do novo ou talvez de descobrir que nunca nos amamos realmente. Tudo pode ter se passado como paixão cega... mas que acabou.

- Eu sei que eu te amo! - respondeu Inuyasha, energicamente – Eu não preciso de tempo pra saber disso! Fomos feitos um pra o outro!

- Não Inuyasha, você ainda tem muito o que pensar. - respondeu Kagome, quando viu o garçom se aproximando e lhes trazendo seu pedido. Ficaram e silencio a mesa, Kagome estar dedicando toda a sua atenção a sua comida, Inuyasha quase não tocou na dele... Ficava olhando-a comer.

- Porque me olha tanto? - indagou Kagome o olhando de relance - Meu rosto está sujo?

- Não. - respondeu Inuyasha - Mas você está diferente... até seu cheiro mudou.

- Deve ser por causa do vestido e maquiagem. - comentou ela evasivamente – Enquanto ao cheiro, estou usando um perfume novo.

- Não é isso... - comentou Inuyasha - Há algo diferente no seu rosto, no seu olhar... alguma coisa está diferente em você.

- Não fiz plástica alguma e nem estou usando lentes de contato. - comentou ela

- Deixa de ser evasiva, sabe do que me refiro. Conheço muito bem esse olhar... - falou ele, mas num tom estranho - É o mesmo olhar na qual me olhava quando éramos tolos e apaixonados... Encontrou um substituto, não foi? Seja sincera comigo, por favor Kagome. Você tem outro?

- Se quer mesmo saber, é mais ou menos isso... - respondeu ela - Apenas tenho um motivo maior agora para acordar toda a manhã, me sentindo feliz e realizada, e isso é algo que só a mim interessa.

- Não entendi. - falou Inuyasha confuso - Afinal eu conheço esse cara que me substituiu ou não?

- Nem você... E tão pouco eu. - respondeu Kagome enigmática, ia continuar a falar quando sentiu novamente aquele arrepio estranho, mas desta vez foi muito mais forte. Algo extremamente hostil a ela estava se aproximando... Kagome ficou olhando para os lados e a viu. Ela estava usando um vestido preto curto e justo no corpo e andando até eles. Todos os homens do lugar a acompanhavam com o olhar. Kagome não tinha duvidas sobre a identidade da mulher que se aproximava da sua mesa...

- Kykio? - falou Inuyasha num tom de espanto e irritação, se levantou tão rápido da cadeira que quase fez virar a mesa.

- Desculpe meu atraso querido, sei que combinamos de nos encontrar mais cedo mas... - falava ela, quando olhou para Kagome, fingiu surpresa - O desculpe, não sabia que havia companhia. Estou atrapalhando algo?

- O que faz aqui Kykio? - indagou Inuyasha nervoso

- Você me convidou pra jantar. - respondeu kykio - Mas parece que não perdeu tempo e convidou "A Outra". Pode me dar licença querida, está no meu lugar.

Kagome ficou olhando para ela por alguns segundos, não sentia raiva dela nem nada, o que era realmente muito estranho, pois sempre fora assim antes. Mas desta vez, não lhe ocorreu absolutamente nada... Quando olhou para Kykio e para o que estava vestindo lembrou-se de Sesshoumaru e o que ele havia dito quando Jakotsu fez a experimentar um vestido parecido com aquele. De repente teve uma enorme vontade de rir da situação... Como era mesmo que Sesshoumaru definira aquele vestido?

- Síndrome de Peter Pan! - falou Kagome relativamente alto, causando um olhar confuso de Kykio, e ainda mais perdido de Inuyasha. Não queria causar um escândalo, nem brigar com Kykio naquele momento, realmente estava muito feliz por não sentir absolutamente nada ao vê-la perto de Inuyasha. Sendo verdade ou não o que ela dizia sobre se encontrar com ele ali, queria voltar logo para casa. - Desculpe, dizia que esse lugar é seu? O que eu estou sentada?

- Sim, é meu! - respondeu Kykio autoritária

- Fique a vontade, é todo seu! - respondeu Kagome, tentando se levantar, Mas Inuyasha segurou seu braço, a impedindo de se afastar

- Se alguém tem que sair daqui é ela, que não foi convidada. - respondeu Inuyasha energicamente

- Esse lugar é meu... - insistiu Kykio, falando mais alto e começou a chamar a atenção dos outros ao redor – É meu por direito!

- Inuyasha, eu não faço questão de ficar aqui. - comentou Kagome, tentando livrar o seu braço da mão possessiva dele – Me solte!

- Se ela quer tanto ficar nesse lugar, pode ficar com a sua cadeira. - comentou Inuyasha, e pegou a bolsa de Kagome e a fez ficar em pé, a puxando para seu lado, passando a mão possessivamente no ombro de Kagome - Aproveite e fique com a minha cadeira também Kykio, Eu e a Kagome estamos indo embora. Aproveite o jantar!

- Espera, você tem que ficar comigo... -falou Kykio nervosa, mas Inuyasha já estava se distanciando da mesa, levando Kagome junto. Kykio ficou sem reação ao ver Inuyasha e Kagome indo embora, entrando num carro logo em seguida, dirigido pelo motorista que já os aguardava na entrada do restaurante. - Maldição, esse canalha vai me pagar!

- Desculpe a intromissão... - falou o garçom, se aproximando de kykio - Mas a senhora vai jantar aqui?

- Não! Não vou mais! - respondeu ela, tentando sair, mas o garçom a pegou pelo braço, impedindo de sair - Me solte! O que pensa que está fazendo?!

- Não vai sair antes de pagar a conta. - respondeu o garçom firmemente

- Como assim? Eu não comi aqui! - falou Kykio irritada

- Mas o senhor Inuyasha disse especificamente que você iria pagar a conta dele e da adorável dama que estava com ele. - respondeu o garçom - Não sairá daqui enquanto não pagar a conta, ou prefere que chamemos a policia?

- Não tenho como pagar, estou sem os meus cartões...

- Não se preocupe... Haverá vários pratos para lavar essa noite. - comentou o garçom a arrastando para a cozinha. Uma das cozinheiras a "ajudou" a colocar o uniforme, a levando até a pia e a forçando a lavar todos os talheres, louças e até panelas sujas daquela noite. Kykio estava uma fera, Inuyasha iria pagar por o que a fez passar!