Revenge Of Lorien escrita por Sammy Martell


Capítulo 12
Capítulo Doze


Notas iniciais do capítulo

Demorei, eu sei e não tenho bons motivos. Mas eu quero dizer que eu amei escrever esse capítulo e gostei muito dele, o que é raro, então espero que vocês gostem também.



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O tempo se passou, Scott e Malcolm começaram a ter seus treinos particulares e a se afastar de mim, em duas semanas nada era o mesmo aqui. Eu praticamente treinava sozinha, meu legado de precognição não se manifestava há séculos e tudo começou a desabar, mas eu acreditava que tudo voltaria ao normal até alguns dias atrás.

Naquela manhã Malcolm entrou no meu quarto dizendo que queria falar comigo, eu achei que talvez ele pudesse me ajudar a entender o meu legado ou talvez só quisesse passar mais tempo comigo, infelizmente não era bem isso que ele queria. Depois de hesitar bastante em falar, Malcolm logo soltou as palavras que fizeram o meu mundo, já em queda livre, se quebrar. "Vou levar Scott para acampar", eu não precisei de nenhum um minuto para entender que não fazia parte desses planos e isso me atingiu em cheio. Malcolm tentou se desculpar pelo resto da semana até o dia em que os dois iriam, mas não foi o bastante. Ele é meu Cepan, meu guardião e não podia me abandonar.

Eu saio do chuveiro bufando enquanto amarro a toalha em volta do meu corpo e secando meu cabelo com outra toalha enquanto me encaminho para o closet. Sem que hoje os dois partirão e nesse momento devem estar checando suas coisas para irem embora. Tenho que admitir: estou com ciúmes. Toda minha vida com Malcolm se resumiu a treinar e ficar presa no apartamento, mas com Scott, Malcolm sente-se confortável para levá-lo à qualquer lugar.

Após um tempo me lamentando no closet eu saio completamente vestida e vou até a sala de estar onde os dois idiotas estão, como eu previ, checando suas coisas. Quando me vêem ambos sorriem.

– Bom dia! – exclama Scott com aquele sorriso idiota que não engana ninguém.

Eu não respondo apenas me jogo sobre eles abraçando-os com força. Os dois parecem surpresos quando o faço, mas não hesitam em retribuir o abraço.

– Tomem cuidado, ok? Prometam que vão voltar domingo. – peço.

Malcolm revira os olhos.

– Nós vamos voltar domingo. – ele diz.

Me viro para ele, encarando-o nos olhos.

– Prometa.

– Eu prometo. – ele finalmente fala e beija minha testa me abraçando mais uma vez.

Os dois colocam as malas dentro do elevador e entram, acenando para mim enquanto as portas se fecham e a sensação de vazio me atinge. É como se eu acabasse de mandá-los para a guerra.

Balanço a cabeça espantando a ideia e decido fazer um chocolate quente.

Quando pronto, levo a caneca com o conteúdo para o escritório de Malcolm onde me sento em sua cadeira e observo as telas inferiores onde ele observa as notícias da internet. Uma delas me chama atenção: "CORPO É ACHADO EM LOCAL DE EXPLOSÃO", a imagem do corpo está logo abaixo do título e quando a vejo, tenho um déjà vu, obrigo-me a piscar várias vezes e balançar minha cabeça tentando acreditar que não é real, mas é negar as evidências na frente dos meus olhos: o corpo está ali, tenho que enfrentar o fato de que meu pesadelo é real.

Me levanto virando-me para trás não aguentando mais olhar para o corpo sujo e destruído pela explosão. Se eu sei quem é? Claro que sei, aquele é o Cepan de Número Cinco, mas não é possível, como pode ter acontecido? Bem obviamente, após Número Cinco ter fugido, os mogs explodiram o local em uma tentativa falha de matá-lo.

A curiosidade é mais forte do que o enjoo repentino, por isso volto-me para a tela e procuro saber de onde é a notícia. "Inglaterra", é isso, é para lá que precisamos ir. Neste momento é importante que eu avise para Malcolm que achei um lugar onde poderemos achar um Garde, mas eu lembro: estou sozinha em casa, ele saiu com Scott.

Jogo meu cabelo para trás com a mão frustrada. Eu acabo de encontrar algo útil e não posso compartilhar com ninguém. Me jogo na cadeira e bufo, odeio quando me sinto útil e inútil ao mesmo tempo.

Passo alguns minutos procurando por mais imagens do local, há apenas uma além daquela. É o beco onde o corpo foi encontrado, ninguém está por perto a não ser a polícia, até que noto dois borrões escondidos nas ruínas dos prédios que explodiram. A imagem não tem uma boa qualidade, mas consigo ver que são pessoas. Um dos borrões é preto e o outro vermelho, algo que não julgo relevante no momento.

Talvez não possa fazer nada agora a não ser esperar por Malcolm e Scott.

É, vai ser um longo fim de semana.

***

Eu havia decidido ver um filme, mas depois de um tempo vendo-o eu adormeci no sofá e não acordei por um bom tempo. Até agora.

Sou acordada por uma batida na porta.

BANG!

Jogo o cobertor sobre minhas pernas para o lado, ficando alerta.

BANG!

Lentamente começo a me sentar no sofá, mantendo os olhos na porta.

BANG!

Na terceira batida já estou de pé, os olhos arregalados e os pés procurando por meus sapatos.

BANG!

A porta começa a ceder e eu começo a me preocupar, seja lá o que for lá fora está tentando entrar e vai sair bem sucedido. Finalmente consigo calçar meus sapatos e começo a recuar.

BANG!

Minhas costas batem na parede atingindo o interruptor da luz, me sinto feliz por estar no escuro, talvez tenha tempo de fugir. E nesse momento eu ouço novamente.

BANG!

A porta se quebra e voa em minha direção, não penso duas vezes, por instinto, ativo meu legado de Intangibilidade passando direto pela porta. Quando me concentro nos invasores eu percebo finalmente que tudo fazia sentido: os mogs, quem mais poderia ser?

Ao me verem eles não hesitam em atirar, me resta sair correndo, me desviando dos tiros que posso, mas os mogs são mais rápidos do que eu poderia pensar ou eu estou muito assustada para correr. Um deles sorri deixando amostra seus dentes podres enquanto me segura pelo pescoços em dificuldades, tirando meus pés do chão. Nesse momento eu me arrependo de não ser gorda ou forte, esta é minha grande desvantagem: eu sou pequena, portanto não sou forte ou pesada, o que facilita para qualquer um que me ataque.

– Eu achava que Gardes fossem mais rápidos. – ele diz rindo.

Então uma ideia me ocorre. Talvez, apenas talvez, eles também tenham um ponto fraco que todo homem tem e não será uma coisa agradável.

– Eu achava que mogs fossem mais lerdos. – digo chutando-o naquela parte.

Ele se contrai de dor e eu sorrio enquanto ele me larga muito ocupado com sua própria dor, meu plano havia dado certo. Chuto seu nariz e ele cai para trás, agarro sua arma e atiro nele, o que é o bastante para chamar atenção de seus "amiguinhos".

O feixe de luz os chama atenção para mim e obviamente eles atiram no último lugar que viram, essa é minha vantagem: não podem me ver, no entanto isso se prova uma mentira: esses mogs me vêem, pois a luz do corredor entra no ambiente e as luzes da cidade também não ajudam muito. Posso ser só uma silhueta, mas eles podem me ver mesmo assim.

Me resta correr, correr o mais rápido possível para o primeiro lugar na minha mente: o escritório de Malcolm. Ao chegar, me tranco e coloco o máximo de móveis que consigo empurrar na frente da porta, impedindo-os de entrar.

Pego o telefone que está em cima da escrivaninha e disco o número de Malcolm com os dedos trêmulos.

– Harley? Harley o que houve? – sua voz está preocupada, ele sabe que algo aconteceu, caso contrário não estaria ligando.

Me preparo para responder quando...

BANG!

– Harley o que foi isso? – ele aumenta seu tom.

– Ma-ma-Malcolm, me ajude, por favor, eles estão aqui os mogs estão aqui –. eu chamo-o quase chorando, eu posso sentir as lágrimas se formando nos meus olhos.

BANG!

Sei que não vai demorar até que a porta se quebre também, eles podem entrar a qualquer minuto.

– Harley, vai ficar tudo bem, já estamos voltando, se mantenha viva, ok? Eu prometo que já estamos chegando. Lembre-se, gaveta superior da esquerda.

Junto forças para me levantar enquanto desligo o telefone e o jogo pela janela, quebrando o vidro. Eu sei o que Malcolm quer que eu faça: ele quer que eu apague todo o seu trabalho, todas as informações que coletou, mas quer que eu tenha uma cópia de tudo.

Abro a gaveta de escrivaninha onde ele guarda uma corrente com um pen drive pendurado nela. Coloco o pen drive no computador e mando que faça backup de todos os documentos nos computadores. O terror se espalha por meu corpo quando vejo que irá demorar cinco minutos para salvar todos os documentos, eu não tenho cinco minutos!

BANG!

Os móveis começam a se mexer, eu me viro, os olhos arregalados cheios de terror, sabendo o que acontecerá. Me coloco na frente do computador, protegendo-o contra qualquer coisa.

BANG!

Os móveis caem e a porta cede mais um pouco.

BANG! BANG! BANG!

Não ouço a última batida, apenas consigo ver a porta se quebrando e a poeira se espalhando para todo lado enquanto o trio de mogs que me perseguia entra no quarto.

Fecho meus olhos entendendo uma coisa: é o meu fim.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Eu fico feliz que vocês estejam animados com a próxima temporada, eu vou admitir que eu também estou, porque eu juro que eu pretendo fazer uma temporada melhor do que essa.

QUASE SPOILER





Eu pretendo fazer 4 POVs, os dois dessa história, um do Scott e um de uma outra Garde.



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