Aprendendo a Amar escrita por Cahxx


Capítulo 2
Um longo dia...




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Lucy sala: http://www.portalangels.com/espaco-mulher/wp-content/uploads/2012/06/464539-Home-office-na-sala-como-montar.jpg;

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Gray sala: http://gifyts.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/07/BLOG-ESCRITORIO-ADVOCACIA.jpg

– Bom dia, Lisanna – Lucy cumprimentou sua secretária que não era sua, pois ela a dividia com Gray – O senhor Fullbuster já chegou?

– Sim, senhorita Heartfilia. Ele sempre chega as sete em ponto!

– As sete? Não é muito cedo não?

A menina deu de ombros. Lisanna era estagiária na empresa e tinha apenas 18 anos. Seus cabelos curtinhos e albinos contrastavam com seus pequenos olhos azuis e seus óculos vermelhos. Ela sempre costumava usar um colete vermelho todo florido por cima da camisa social branca.

– Como a senhorita se sente em seu primeiro dia oficial como presidente?

– Ah Lisanna, estou tão animada! Não vejo a hora de por a mão na massa e poder colocar em prática todas as ideias que tenho desde a faculdade!

– É bom a senhorita estar disposta mesmo – e com um sorriso jovial a menina empurrou uma pilha gigantesca de papéis em direção a Lucy. O sorriso da garota se apagou instantaneamente.

– O que é tudo isso?!

– Projetos para serem aprovados, contratos, currículos, etc, etc.

Lucy pegou a pilha e quase derruba tudo no chão se não fosse por uma mão ajuda-la a segurar. Ela ergueu os olhos e viu que era Gray:

– Obrigada.

– Não tem de que... Quer ajuda pra levar até sua mesa?

– Não, não precisa – ela pensou em dizer alguma coisa, agradecer pela carona, mas mudou de ideia – Tenha um bom dia, senhor Fullbuster.

E saiu empurrando sua porta com a cintura. Depositou tudo na mesma e assoprou uma mecha da franja que caía em seus olhos:

– Por onde começar?


Cerca de dez folhas já haviam sido finalizadas. O difícil era ler tudo e decidir se aquilo era viável ou não para a empresa. Lucy começou a reparar que havia muita coisa inútil no meio de tudo aquilo e muita coisa sem sentido algum:

– Contrato de terceirização com uma indústria de rosquinhas? Por que diabos iríamos precisar dos serviços de uma indústria de rosquinhas? E esse balancete? O saldo final é de duzentos e sessenta e seis mil, mas isso não bate com nenhum razonete... É melhor ver se o Gray sabe disso...

Ela se levantou e foi bater na porta. Lucy não soube explicar o porquê, mas deu meia volta e se dirigiu a um grande espelho que havia perto do sofá. Ela olhou seu reflexo; não estava muito diferente do dia anterior: usava uma camisa preta com as mangas até os cotovelos e uma saia cinza listrada. Pelo menos passara um rímel nos olhos que ficara meio torto devido a falta de prática. Mas ainda sim parecia uma garota sem graça e comum, não uma PRESIDENTE.

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Ajeitou os cabelos rapidamente e se dirigiu a porta. Deu duas leves batidas até ouvir a voz de Gray:

– Entre!

– Com licença senhor Fullbuster, mas o senhor reparou... – e ela parou de falar ao erguer a cabeça. Gray estava sentado em sua gigante cadeira preta, atrás de uma gigante mesa de mogno marrom com uma mulher de cabelos azulados sentada em cima da mesa – Ah, me desculpe... Não sabia que estava ocupado.

Gray pareceu dizer algo, mas a mulher o interrompeu:

– Sim, e ele está muitíssimo ocupado! Quem é você por acaso? A nova secretária? Pois trate de se vestir melhor garota, porque parece uma pobre coitada com essa saia meia boca.

Lucy olhou para sua própria saia e sentiu suas orelhas esquentarem e ficarem da cor de pimenta:

– Eu n-não...

– Esta é Lucy Heartfilia, Juvia – Gray disse impaciente, já acostumado às impertinências da noiva – a presidente desta empresa.

– E se veste assim? – Juvia debochou. Lucy que esperava um pedido de desculpas sentiu seu rosto esquentar mais ainda. Já não se lembrava mais do porquê estava ali e não queria lembrar-se.

– Eu volto outra hora... – e foi fechando a porta.

– Espere! – Gray a chamou – Pode falar. Juvia pode esperar.

– Não senhor Fullbuster... Não é nada importante – e fechou a porta. Lucy teve que se encostar a parede para recuperar o ar. Caiu em sua cadeira e fechou os olhos. Lisanne tinha razão: será um longo dia.

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– Eu não entendo! Não foi assim que os professores nos ensinaram a se vestir em uma empresa?!! – Lucy desabafava jogada na mesa do restaurante enquanto Erza e Natsu a consolavam.

– Se você for uma administradora qualquer, sim. Mas você é a PRESIDENTE Lucy! Você deveria se vestir como Miranda Priestly!

– Eu não sou como essas garotas que só ligam pra própria aparência!

– Mas Lucy, não se trata apenas de se vestir pra ficar bonita. É também uma questão de respeito... – foi Natsu quem falou.

– Exato! Se as pessoas te virem vestida de qualquer jeito, vão achar que você é uma pessoa de qualquer jeito, e vão te tratar e te respeitar de qualquer jeito.

– Tá! Ok, ok! Eu aceito começar a me arrumar... Mas vou precisar de ajuda.

– Ah querida, isso ninguém duvida! Esse final de semana vamos passar o dia inteiro nessa missão!

Lucy olhou de canto pra Erza, com uma expressão meio descrente, mas torcendo pra dar certo. Não iria aguentar ser tratada daquela forma outra vez.

– Quer dizer então que você odiou a Juvia?

– Eu não disse isso! – Lucy indignou-se – Só me magoei com o que ela disse.

– Deixa de ser santinha Lucy, ninguém vai te julgar por isso! O que você achou dela?

– Uma tremenda vadia! – e a menina botou pra fora – Sentada daquela forma indecente na mesa do presidente da empresa! E a roupa dela! Meu cinto é maior que a saia dela!

Erza riu:

– É isso aí garota! Relaxa que você não é a única que odeia ela. Todas as mulheres da empresa falam mal dela, só não posso dizer o mesmo dos homens – e lançou um olhar significativo pra Natsu.

– A gente também não gosta dela, Erza.

– Não? – as duas perguntaram.

– Não! Nós gostamos de mulheres bonitas! Vadias nós odiamos! Ser sexy é beeem diferente de ser vulgar. Eu particularmente prefiro as mais tímidas... – e sem querer ele olhou para uma menina que estava algumas mesas dali e Lucy reconheceu ser Lisanne. Ela e Erza se olharam e sorriram.


Lucy voltou a mergulhar na pilha de papéis. Quanto mais lia, mais assustada ficava. Havia algo muito errado naqueles documentos. Decidida a descobrir sozinha o que poderia ser, ela embarcou na tarefa arduamente e nem reparou que anoitecera.

Duas batidas na porta anunciava que alguém estava ali:

– Pode entrar!

Lucy esperava que fosse Erza, Natsu ou Lisanna, e ficou bastante surpresa com a “inesperada visita”:

– Boa noite, senhorita Heartfilia... – era um rapaz de cabelos amendoados bastante arrepiados. Usava um terno escuro com uma gravata vermelha. Na mão esquerda havia diversos anéis.

– Pois não?

O rapaz se aproximou sorrindo de forma estranha. Lucy não sabia por que, mas não se sentiu nada confortável perto daquele sujeito.

– Gostaria de pedir desculpas pela minha falta de cortesia... Onde já se viu isso, não aparecer para cumprimentar nossa belíssima nova presidente... – e ele empurrou os óculos com o indicador, jogando a atenção de Lucy para seus olhos verdes.

– Ah, magina! – Lucy sentiu-se mais desconfortável ainda. Por algum motivo não estava gostando da presença do rapaz. Começou a pensar em inúmeras maneiras de tirá-lo dali o mais rápido possível.

– Sou Loki – e ele estendeu a mão – Gerente de Produção.

– Ah, então você fica com a parte mais legal, em minha opinião – e Lucy sorriu nervosa.

– É, você acha isso? – e o rapaz sorriu de forma galanteadora, o que fez Lucy perceber que dissera uma grande bobagem – Ah, então... – ele foi dando meia volta ao redor da mesa – Se você quiser um dia... Eu posso... Sei lá... Te mostrar o que eu faço – e ele já estava a um palmo de distância da garota.

– Ah não será preciso! – e ela começou a ajeitar os papéis em sua mesa desajeitadamente – Eu estudei muito sobre gerência! Sei tudo que você pode imaginar!

– Só que ninguém faz como eu faço – num segundo Loki passou o braço pela cintura de Lucy e a apertou contra si.

– Mas o que está fazendo! Solte-me!

– Eu bem que queria poder fazer isso... – e ele riu.

– Loki! – uma voz grave e fria ecoou pela sala. Ambos olharam e viram Gray parado na porta – Solte à senhorita Heartfilia.

Loki soltou-a e ergueu os braços em sinal de rendição. Obviamente um ato sarcástico:

– O-obrigada... – Lucy respondeu baixinho enquanto ajeitava a roupa. Gray olhou pra ela:

– Só vim avisa-la que estão fechando o prédio, caso não a tenham avisado sobre os horários.

Lucy sentiu-se ofendida com o jeito grosso e rude de Gray dirigir-lhe a palavra, como se ela fosse uma tapada que não sabe a hora de ir embora:

– Eu sei os horários, senhor Fullbuster, mas hoje vou passar a noite aqui. Tenho muito trabalho a fazer.

Gray olhou para o monte de papeis que estavam jogados na mesa e então olhou para Loki:

– Ah, entendi. Desculpe atrapalhá-los.

Lucy percebeu que o rapaz entendera errado e se desesperou; não queria que ninguém achasse que ela era uma vadia e muito menos que estava se “atracando” com aquele sujeito impertinente:

– Ora! Não é nada disso!

– Tudo bem, não precisa me explicar sobre sua vida pessoal, senhorita Heartfilia. Tenham uma boa noite.

E fechou a porta. Lucy sentiu sua raiva subir até os cabelos:

– Ora seu... Tarado! É melhor sair da minha frente agora ou... ou... Será demitido imediatamente! – ela pensou em todas as coisas que poderia fazer como presidente e essa parecia a pior. Apontou em direção à porta e fuzilou Loki com o olhar.

– Ok... Já entendi... Estou saindo vossa excelência... – e ele fez uma leve reverência, novamente de forma sarcástica, o que só fez a raiva de Lucy aumentar. Ao ouvir a porta ser fechada, a garota correu e trancou-a. Suspirou pesadamente sentindo sua cabeça latejar: ser presidente nunca fora tão difícil. Lisanna estava certa: fora um longo dia.

Ela voltou a sentar-se em sua mesa. Não estava planejando passar a noite ali, mas também não poderia deixar Gray pensar que era uma idiota. Lucy sentiu-se cansada; era seu primeiro dia e já não aguentava mais.

“Eu só tenho 23 anos! Não tenho capacidade ainda pra ser presidente! Onde meus pais estavam com a cabeça?”.


Precisava se distrair com alguma coisa, até que o sono chegasse. Ela jamais teria coragem de dormir sozinha num lugar desses se não fosse o fato de ter vigias 24h em todos os andares. Começou a revirar os papéis e a pensar que deveria providenciar uma televisão naquele lugar. Já deveria ser quase dez horas quando a presidente adormeceu em cima dos papéis.

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Notas finais do capítulo

Comentários...? *-*