Aprendendo a Amar escrita por Cahxx


Capítulo 14
Esse Mundo é doido!


Notas iniciais do capítulo

Capítulo seguido. Correndo contra o tempo!

Espero que gostem! xx



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/382461/chapter/14

– O que está dizendo?

– Você não me ama, Gray. Só está com a cabeça lotada de coisas... Você tem um casamento se aproximando e uma noiva que te ama mais que tudo. Precisa se concentrar nisso.

– Mas eu não a amo! Eu amo você!

– Para! Para de falar isso! Chega!

– Mas é verdade! Lucy... Eu... Fica comigo...

– Não! – a menina começou a chacoalhar a cabeça desesperada – Chega Gray! Eu quero ir embora!

– Lucy! – ele envolveu sua cabeça com as mãos, encarou seus grandes olhos assustados e beijou seus lábios. A menina parou de se debater e pareceu relaxar. Gray sentiu seus lábios doces, tinham sabor de... morango. A cena de Lucy comendo a doce fruta lhe veio à cabeça e isso lhe excitou. Ele tentou aprofundar mais o beijo, tocando sua língua, mas nesse momento a garota se afastou com força.

– Por que fez isso?!

– Eu... Não...

– Chega Gray. Quero ir embora. Agora!

O pequeno barco voltou à doca. Lucy permanecera calada e de cabeça virada. Desceram na guarita e a menina saiu andando as pressas. Gray a alcançou e segurou seu braço:

– Lucy! Espera!

– O que? – ela virou-se zangada, o olhar fuzilador – O que você ainda tem pra me falar?

– Qual o seu problema?!

– Meu problema? Nenhum! A não ser o fato de um homem casado estar tentando me agarrar!

– Eu NÃO sou um homem casado!

– É Gray! Você é! Você pode não gostar da ideia, pode não gostar de assumir compromissos sérios, e pode gostar de trair noivas, mas você é comprometido! E eu não me aproximo de homens assim!

– Você quer que eu termine meu noivado?! É isso?! Se é isso eu termino agora!

– Deixa de ser ridículo! Isso não é óbvio?!

– É! Eu só não achava que iria ser preciso!

– O que?! – Lucy indignou-se.

– Merda! Não foi isso que eu quis dizer!

– Chega. Não se aproxime mais de mim – e Lucy saiu andando apressada a frente.

– Argh!

Gray esfregou a cabeça bagunçando os cabelos, arrancou o anel de noivado de suas mãos e ameaçou jogá-lo do lago. Mas sabia que não podia fazer isso. Sentiu-se fraco, covarde, canalha... Tornou a passar a mão pelos cabelos e virou-se para ir embora. Todas as pessoas da rua lhe encaravam assustadas.

– O que estão olhando?!

Afrouxou a gravata e saiu pisando forte no chão.

XxxxXxxxX

Lucy subia o elevador da Empresa tentando esconder o rosto choroso. Seu dia estava um lixo. Sua vida estava um lixo. Perdera a melhor amiga por um mal entendido, estava prestes a perder sua imagem no emprego, beijara um homem comprometido, e a única pessoa que fizera seu coração arder lhe era proibida.

– Inferno! – ela gritou saindo do elevador e fazendo Lisanna se sobressaltar. Entrou em sua sala batendo a porta com tudo. Todos os gerentes haviam desaparecido. Mas alguém a esperava lá.

– Dia difícil? – a pessoa lhe perguntou.

– Nada que eu não possa resolver.

– Pode me contar... Você sabe que sempre pode me contar tudo...

– Sim... Felizmente eu sei, Erza.


As duas sentaram-se e Lucy começou a narrar seu longo dia. Erza também explicou-se sobre sua revolta a respeito de Jellal, alegando que não queria vê-lo nem pintado de ouro. Lucy compreendeu e disse que sentia-se assim também, a respeito de Gray.

– Por que homens são tão idiotas?! – Lucy perguntou revoltada.

– Porque somos difíceis... – Erza respondeu. Lucy sorriu fracamente para ela. Não havia motivos para Erza pedir desculpas. Não mais. Porque entre melhores amigos, brigas são fraternas.

XxxxXxxxX

Lucy: http://images.bymk.com.br/Sets/Set-56241-500.jpg?v=633808512000000000

Erza: http://manequim.abril.com.br/imagem/moda/reportagem/600_moda-roupa-jantar-formal-corpo-ampulheta.jpg

O dia do jantar chegou. Erza havia decidido ir por Lucy, mas alegando que não daria nem boa noite para Jellal. Juntas foram até o restaurante marcado e já na frente Laxus e Jellal aguardavam. Ambos de terno, um claro e o outro escuro.

– Não sei se vou conseguir, Lu...

– Viu como é bom ser torturada?

– Tá, tá! Mas não saia de perto de mim!

Juntas saíram do carro que logo foi levado pelo manobrista. Laxus recebeu-as com um grande sorriso e cumprimentou-as cordialmente. Jellal beijou a mão das duas com um seco “boa noite”.

– Boa noite. – Erza respondeu igualmente seca.

– Está linda, Lucy – o loiro elogiou.

Entraram no lugar que parecia cheio. Lucy cochichou algo sobre o “boa noite” de Erza e riu. Sentaram-se no centro, pediram bebidas e esperaram por Gray e Juvia.

– Está uma bela noite – Laxus comentou – A natureza está a nosso favor, Lucy.

– Saberemos no final da noite – a menina brincou.

– Afinal, viemos falar de negócios? – Jellal perguntou irritado. Sua voz era extremamente grave e parecia impaciente.

– Tem toda razão. Vamos comentar o caderno de esportes da semana.

Lucy riu. Jellal revirou os olhos. E Erza decidiu passar o tempo lendo o menu. Laxus começou a contar sobre uma nova banda de New Wave que conhecera num pub e Lucy animou-se. Poucos minutos depois, um imponente casal entrou no estabelecimento, arrancando olhares de todos os presentes.

Gray chamara atenção vestido todo de preto, mas não mais que Juvia, em um elegante vestido verde. Algumas pessoas aproximaram-se para cumprimenta-los.

– Não sabia que essa era a festa de casamento deles – brincou Laxus. Lucy forçou um riso e Erza a olhou com pena: começava a sentir raiva do amigo. O casal finalmente alcançou a mesa e sentaram-se.

– Lu-sama! Como está linda! Erza também!

– Não mais que você, Juvia – Lucy comentou. Ela fez esforço para não olhar para Gray, mas de canto percebeu que ele também lhe ignorava.

– Fico feliz que tenha aceitado o convite, Gray – Laxus agradeceu – Será uma excelente noite. Ainda mais por ter tão bela companhia... – e ele sorriu para Lucy – Se me derem licença, vou falar com o Chefe. É amigo de meu pai. Irei lhe pedir as cortesias da casa.

O rapaz saiu acenando para alguns conhecidos:

– Também já volto – a voz grossa de Jellal soou grave enquanto ele saía.

– Lu-sama! – Juvia exclamou – Não sabia que estava de caso com o Dreyer! Nem pro Gray me contar esses babados! Por que não me contou?

O rapaz deu de ombros:

– Também não sabia que a senhorita Heartfilia tinha casos – e ele sorriu brincando com o saleiro da mesa. Lucy sentiu seu rosto arder e Erza teve vontade de socar o amigo.

– Vou ao toalete – a ruiva disse levantando-se.

– Ah, Juvia também vai! Gray-sama não me deixou terminar a maquiagem!

Lucy preocupou-se por ficar sozinha na mesa com Gray. Por sorte estavam bem longe um do outro. Ficaram longos minutos em silêncio enquanto o moreno virava dois copos de uísque.

– Gray Fullbuster? – uma mulher de longos e ondulados cabelos castanhos estava parada de frente para Gray. Usava um vestido longo dourado e tinha a pele incrivelmente bronzeada.

“Meu Deus, ela parece a Beyonce” – Lucy pensou.

– Cana! – Gray levantou-se sorridente – Quanto tempo! – e ele beijou sua mão.

– Eu que o diga.

– Quando chegou na cidade?

– Faz uns dois dias. Fazia tempo que queria ligar parar te encontrar, mas não consegui. Você sumiu, hein!

– Pois é. Estou noivo – e ele mostrou a aliança. A mulher sorriu sem jeito.

– Ah... É uma pena mesmo... Senti sua falta.

– Mas podemos marcar de sair um dia desses!

– Seria magnífico.

Lucy ouvia tudo de canto e estava surpresa. Aquela mulher estava dando em cima de Gray? E eles tiveram um caso? Quem seria ela?

– Nos vemos por aí.

– Claro – e ele tomou sua mão e beijou por um longo tempo. Ela saiu sorridente. Gray voltou a sentar-se animado.

– Hum... Amiga sua? – Lucy perguntou como quem não quer nada.

– Achei que não quisesse mais falar comigo.

Lucy calou-se e voltou a encarar a mesa. Gray a observou:

– É mais que uma amiga – e ele ajeitou a gola da camisa, abrindo alguns botões – Se é que me entende... – e ele sorriu.

A loirinha sentiu sua garganta apertar, mas se esforçou para demonstrar indiferença.


Juvia terminou de se maquiar e saiu do banheiro. Erza permaneceu encarando seu próprio reflexo. Como iria lidar com Jellal? Pensava em inúmeras maneiras de permanecer confortável perto do rapaz. Respirou fundo e saiu do toalete. Foi quando deu de cara com uma Juvia sorridente, alisando a camisa de um rapaz de cabelos castanhos.

Erza assustou-se. Não era a primeira vez que se deparava com a azulada cometendo tais atos. Uma ideia voltou a sua cabeça: a primeira vez que havia visto tal cena, havia tido a ideia de usar isso a seu favor para dedurar Juvia e aproximar Lucy e Gray. Mas agora que isso tornava a acontecer, a trama tornara-se fixa em sua mente.

Saiu do banheiro como se não tivesse visto nada e a garota mal percebeu. Voltou a mesa, sendo seguida por Laxus e Jellal, que logo sentaram-se.

– Vi você falando com aquela bela moça, Gray – o loiro comentou.

– É, ela é bela mesmo – o rapaz concordou rindo. Lucy se remexeu na cadeira e Erza começou a entender tudo – Também acha, Jellal? – Gray perguntou e piscou para Erza. A ruiva não estava acreditando no que o amigo estava fazendo. Aquele não era Gray.

– Mulheres morenas não fazem meu tipo – ele respondeu secamente.

– Hum – Laxus começou – pesquisas científicas mostram que os homens costumam se apaixonar por mulheres de raça diferente. E ela é uma bela mulata!

Lucy foi sentindo seu rosto esquentar e Erza lhe olhou de canto: não estava gostando do rumo que o jantar tomava.

– É, eu acho que é verdade – Gray disse terminando de virar mais um copo – Vejam a Lucy, por exemplo: ela é muito branca, parece uma fantasma, coitada. Muita gente pode acha-la bonita, mas eu particularmente não vejo muita graça. Já a Erza sim, ela sim é uma mulher que chama atenção.

Todos o olharam surpresos, até mesmo Jellal. Erza não entendia porque Gray estava fazendo aquilo. Juvia finalmente voltou para a mesa, sorridente. Degustaram o jantar que estava sendo servido: algumas iguarias, nada pesado. Ao término, Laxus propôs que dessem uma caminhada pela noite.

– É bom mesmo a gente andar porque eu acho que tô muito bêbado – Gray exclamou sorridente, enquanto trazia consigo a garrafa de uísque. Laxus pareceu ficar sem graça com o comportamento do rapaz.

– Bem, vamos indo – ele disse puxando o grupo. Erza aproximou-se de Gray.

– O que diabos você tem?! – ela perguntou aos cochichos.

– Eu? Eu não tenho nada – ele falava alto e com a voz torta – Quem tem é a Juvia! Juvia tem pernas lindas! Um brinde as pernas de Juvia! – e ele entornou a garrafa enquanto a noiva ria.

– Chega Gray! É melhor parar de dizer bobagens ou terá que ir embora!

– Embora? Eu não posso ir embora! Eu sou importante aqui – e ele abraçou Erza, quase tombando em cima dela – Eu vou fechar negócios – e ele cochichou pra ela, arregalando os olhos como se contasse um segredo.

– Já deu! Você vai pra casa agora. Anda, vou dirigir seu carro.

– É! Vamos embora Juvia, porque hoje vai ter! – ele gritou.

A ruiva tentou carrega-lo:

– Deixa que eu te ajudo – Jellal se aproximou pegando o braço de Gray e apoiando em seu ombro. Erza pensou em encará-lo, agradecê-lo, ou dizer qualquer coisa. Mas decidiu ficar calada.

– Lucy, pode levar meu carro?

– Claro!

– Laxus leva o meu. Vamos deixa-los na casa dele.

– Não, Gray-sama não pode aparecer assim. Dona Ur vai ficar zangada – a azulada explicou.

– Então vamos leva-lo para minha casa – Erza decidiu.


A ruiva dirigia enquanto Jellal revirava os olhos para Gray que foi no banco de trás dizendo besteiras.

– Vê se pode... A galáxia gira ao redor do Sol à uma velocidade de 300 quilômetros por segundos e NÓS, seres humanos, precisamos encontrar um amor mesmo sabendo que todos nós vamos morrer algum dia. Isso não é doido, doido, doido?

– É sim, Gray-sama! – Juvia exclamava admirada com a inteligência do noivo.

– Vou te dizer uma coisa Juvia – ele falava torto – Esse Mundo é doido.


Chegaram ao apartamento de Erza. http://1.bp.blogspot.com/-ayTmVN7lccc/T3XKnb6myqI/AAAAAAAAAfE/9ZKVyAAVNC0/s1600/P1000534.JPG

Deitaram Gray no quarto de hóspedes e este apagou num segundo. Juvia deitou ao seu lado como um cachorrinho fiel.

– Ela é muito contraditória – Erza comentou observando.

– Como? – Jellal perguntou não entendendo.

– Você não vai querer saber... Aceita um chá?

– Sim, por favor.

Erza preparou a bebida que tomaram enquanto conversavam rindo. Lembraram-se dos antigos amigos de infância e das travessuras que aprontavam.

– Ai, ai... – a ruiva ria.

Jellal parou de rir e a encarou:

– Você está linda Erza...

– Não diga bobagens...

– Senti sua falta.

Ela levantou os olhos brilhantes. O homem sorriu:

– Jellal... Eu...

– Por favor, não diga mais nada.

Ele a puxou para um beijo apaixonado que acabou levando-os para o quarto da ruiva. Erza sentiu seu mundo voltar.

XxxxxxXxxxxxX


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? *-* xx