Aprendendo a Amar escrita por Cahxx


Capítulo 12
Aulas de direção


Notas iniciais do capítulo

Capítulo seguido. Críticas? Sugestões?

Aceito de tudo u.u

xx



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– Com licença... – Gray abriu a porta de Lucy no momento em que a menina estava de quatro no chão, tentando alcançar sua caneta – Lucy?

A garota deu um pulo assustada, batendo com a cabeça na mesa:

– Ai! – ela se levantou esfregando a testa – Que susto você me deu!

– Você está bem?

– Sim... Mas o que veio fazer aqui?

– Ah, nada... – Gray deu de ombros – Só estou sentindo que hoje você terá uma surpresa agradável.

Lucy o olhou desconfiada:

– O que está aprontando?

– Eu?! Nada! Por que estaria?

– Está sim...! Te conheço!

– Não Lucy... Você não me conhece... Você não tem ideia do que eu sou capaz de fazer...

A menina arregalou os olhos pra ele.

“Não! Droga! Espera! Não foi isso que o pai dela me ensinou... Como era mesmo? Ah sim!”.

– Lu? – Gildarts enfiou a cabeça porta adentro.

– Pai! – Lucy exclamou correndo até o homem e dando-lhe um forte abraço – O que o senhor faz aqui?

– Gray não contou? – e Lucy olhou para o garoto.

– Contou o que?

– Vim aqui para leva-la as compras! – Gildarts exclamou.

– Compras? – a menina sorriu – E vamos comprar o que?

– Seu carro, oras!

O sorriso de Lucy desapareceu:

– Ah pai, essa história de novo não!

– Ora Lucy, e você vai continuar dependendo das pessoas para ir aos lugares? Você... Que sempre quis mostrar o quanto era independente... Desde pequenininha... e mal tem seu próprio carro!

A loira sentiu-se ofendida:

– Vamos Lu... – Gray disse suavemente, fazendo a menina o encarar surpresa – Vem com a gente – e ele mordeu o lábio inferior, sorrindo.

Lucy sentiu suas pernas fraquejarem e teve que se apoiar em sua mesa:

– Tá... Eu vou... Mas com uma condição! – e recuperou os sentidos – Eu irei ajudar a pagar!


O trio partiu na hora do almoço, no carro de Gildarts. Gray ia na frente rindo e conversando com o homem, como se fossem velhos amigos. A cena deixou Lucy confusa, surpresa e então feliz. Chegaram à concessionária e foram recebidos por um animado vendedor:

– Senhor Gildarts! Que prazer em vê-lo! O que veio comprar hoje?

– Hoje será pra minha filha.

– Ah... Com todo respeito senhor, mas é uma moça maravilhosa...

Lucy não gostou muito do comentário e Gray muito menos:

– E este é Gray.

– Ah! Você deve ser o genro! Peço perdão... Não quis ofender sua garota.

– Não... Ela não é minha garota.

– Ah, claro... Perdoe-me... Sua namorada...

– Também não...

– Noiva? Ficante? Prima? É o que então?

– São amigos, Eduardo, amigos! Agora vamos que estou com pressa – Gildarts ordenou e o homem correu atrás.

Lucy e Gray permaneceram um ao lado do outro, constrangidos. Olharam-se por um momento:

– Sujeito doido – Gray caçoou.

– É... doido – Lucy riu sem jeito.

– Você e eu... Até parece... – e ele riu.

Lucy parou de sorrir e baixou o olhar:

– É...

E ela saiu na frente. Gray fechou os olhos e sentiu vontade de se jogar de uma ponte: novamente falara besteiras.

– O que acha desse Lu? – o pai perguntava analisando um Porshe.

– Ah... É bonito... Mas acho que já sei qual eu quero...

– É? Qual?

– Aquele Toyota Prius.

– O carro de fresquinhos? – Gildarts perguntou.

– Não é de fresquinhos, pai! É ecologicamente correto! Eu só aceito ele!

– Diga a ela Gray que é um carro de fresquinhos...

O rapaz ficou meio perdido e então concordou:

– É... Poluir é bom às vezes...

Lucy o olhou incrédula:

– N-não foi isso que eu quis dizer! – Gray exclamou. É, decididamente não estava dando certo. Decidiu que dali pra frente ficaria calado.


A compra foi encerrada e Lucy já saiu com o carro. Ela de fato havia perdido a prática e só conseguia ir pra frente e frear bruscamente.

– Não se preocupe, Lu. Gray concordou em ajuda-la a treinar!

– O que? Eu não preciso de treino! Eu sei dirigir!

– Deixa de ser orgulhosa! Papai vai pra casa e você fica aí com o Gray. Cuida da minha filha, rapaz!

– Pode deixar. Agora vamos Lucy... Seu pai realmente me pediu pra ajuda-la e eu não quero decepciona-lo.

– Então está fazendo isso só por ele? – Lucy perguntou deitando a cabeça no volante.

– Sim. Ele confia em mim.

A menina pareceu perder a paciência:

– Agora ponha o cinto aqui e comece a...

– Eu sei fazer isso Gray! Não preciso de ajuda! – ela resmungou ríspida.

– Ok! Entendi. Se acha que não precisa de ajuda então vou voltar ao trabalho – e o rapaz já estava saindo do carro.

– Ok, ok... – Lucy suspirou – Eu aceito sua ajuda...

O moreno virou-se sorrindo para ela:

– Então terá que pedir...

Lucy pensou em contestar, mas já havia desistido de brigar. Revirou os olhos e fez um biquinho infantil com olhinhos de pidona:

– Me ajuda por favor...

– Por favor...? – Gray pareceu se divertir com a cena.

– Por favorzinho...

Ele riu:

– Certo então. Vamos ver no que isso dá. Mas com uma condição: daqui pra frente, tudo que você for me pedir, terá que fazer essa cara.

– Ah, nem pensar!

– Bem, nesse caso... – ele ameaçou sair. No mesmo instante Lucy fez o biquinho, deu a partida e disparou com o carro cantando pneu – Cuidado Lucy!!! – ela freou com tudo no meio da rua.

Os dois se olharam ofegantes e assustados:

– Vamos com mais calma dessa vez.


Gray passou a tarde ensinando-a com paciência e cuidado. Não podia negar que havia se divertido. No final do dia, Lucy já sabia dirigir melhor do que seu pai. Pararam no estacionamento da Fairy Tail, onde Gray iria pegar seu carro.

– Eu queria agradecer Gray... Realmente você foi muito paciente comigo.

– Que nada... Você aprende rápido...

Ambos ficaram um tempo em silêncio, encarando o painel:

– Então tá... – disseram juntos e riram nervosos. Então se esticaram para se despedirem um do outro, e sem querer seus narizes se encontraram.

Os dois permaneceram colados nariz com nariz. O silêncio se instalou no carro. Suas respirações tornaram-se altas e podiam ser ouvidas por ambos. Gray olhou para os lábios de Lucy; eram rosados e convidativos. Estavam entreabertos, como se implorassem para serem tomados.

O rapaz se aproximou para toca-los, mas Lucy recuou rapidamente e passou a encarar o volante. Gray sentiu-se envergonhado:

“Será que ela se ofendeu? Droga Gray... Idiota”.

– A-a gente... se vê amanhã...

– É... – Lucy concordou. O rapaz saiu. Ela esperou que ele se afastasse e enfiou a cabeça no volante do carro, sentindo seu coração arder.

Em um Audi TT a alguns metros dali, um rapaz de cabelos morenos tentava controlar a própria respiração.

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Lucy começou a ir para o trabalho com seu novo carro. Estava adorando-o. Já havia pendurado um sapinho no retrovisor e espalhado vários outros bichinhos pelo veículo. Chegou na Empresa animada e assim foi até sua sala.

– Bom dia, Lisanna! Alguma novidade?

– Ah sim. A senhorita tem visita hoje... Estão esperando na sua sala.

– Visita? Quem é dessa vez...?

– A senhorita irá descobrir assim que entrar.

Lucy ficou preocupada com o tom de voz da jovem secretária. Entrou em sua sala apreensiva e deu de cara com dois homens: um era Gray, o outro era um rapaz alto, corpulento, de cabelos loiros arrepiados e olhos vivamente azuis.

– Pois não? – ela perguntou desconfiada.

– Ah, deve ser Lucy Heartfilia – o rapaz loiro andou em sua direção e beijou sua mão – É um prazer conhece-la.

– Desculpe, mas... Quem é você?

– Ah sim, claro. Peço desculpas por isso. Sou Laxus Drayer. Filho de Mystogan.

– Ah, desculpe, não sabia que Mystogan tinha filhos!

– É, ele é um homem cheio de mistérios.

– Ah que devo a honra de sua visita, senhor Drayer?

– Laxus. Me chame de Laxus, por favor. Meu pai precisou fazer uma viagem de negócios e me pediu para ficar em seu lugar. Normalmente eu trabalho como co-presidente da Crime Sociere, mas aceitei passar um tempo no lugar do meu pai. E devo admitir que estou surpreso com o condicionamento desta Empresa.

– Que bom! Fico feliz que tenha gostado da nossa organização.

– Não foi bem da organização que gostei. Foi mais da “administração” de vocês. Pra falar a verdade, da SUA administração.

– Oh... Eu não entendi...

– Bem, as mudanças que você trouxe a Empresa fizeram com que suas características subissem aos olhos de inúmeras corporações que passaram a se interessar em comprar ações da Fairy Tail.

Lucy foi sentando-se em seu sofá, parecendo começar a entender:

– Uma dessas corporações é a Crime Sociere, comandara por mim e Jellal Fernandes. Meu presidente está realmente interessado em sua Empresa e gostaria de marcar um encontro para debatermos uma possível união.

A jovem presidente encarou Gray que até então permanecera calado, imerso em pensamentos:

– Eu não sei o que dizer, Laxus. Fico imensamente feliz com a sugestão, mas a decisão não depende apenas de mim. Eu preciso conversar com o senhor Fullbuster e medir bem as opções.

– Entendo perfeitamente. Bem, a partir de hoje assumirei o departamento do meu pai, então qualquer coisa é só me chamar. Sei que tomará a decisão certa, Lucy – o rapaz tornou a beijar sua mão e saiu da sala. A garota permaneceu encarando o chão por um tempo e então ergueu os olhos para Gray.

– Precisamos conversar.

O rapaz concordou:

– Podemos almoçar juntos hoje e vemos isso direito.

– Sim, pode ser.

– Vou indo então. Qualquer coisa estarei na minha sala.

Lucy estranhou Gray sair tão rápido, mas lhe deu razão. Ela mesma não se sentia tão a vontade perto do rapaz, depois do que ocorrera no dia anterior. Sentou em sua mesa e começou a trabalhar.

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Lucy esperava Gray aparecer em sua sala para descerem juntos, mas começou a achar que o rapaz descera fazia tempo. Estava prestes a entrar no escritório do moreno quando ele abriu a porta e deram de cara um com o outro:

– Desculpe! Achei que já tivesse descido! – Lucy desculpou-se.

– Eu pensei o mesmo. Estava esperando que me chamasse até agora...

– Então iria esperar a vida inteira porque eu também estava te esperando.

Lucy riu sem jeito, mas Gray permanecera sério, fitando o chão:

– Está tudo bem? – ela perguntou preocupada.

– É, sim... É só que... Lucy, sobre ontem...

A menina temia que Gray viesse a comentar o caso:

– Tudo bem Gray, não precisa comentar nada. Foi apenas um mal entendido.

– Mal entendido?

– É! Sei que não foi sua intenção fazer aquilo. Vamos apenas esquecer isso...

O moreno concordou com a cabeça, meio decepcionado:

– Vamos? – Lucy perguntou sorrindo.


Chegaram ao restaurante e foram recebidos por um sorridente Alfred:

– Mesa para dois.

– Ah, eu sabia! – o senhor deu um soco no ar.

– Não Alfred, não é o que está pensando.

O garçom se conformou e levou ambos a uma mesa no centro do restaurante. Fizeram seus pedidos e se acomodaram:

– Bem, por onde começamos? – Gray perguntou.

– Pela sua opinião a respeito de tudo isso. Eu fiquei bastante animada com a ideia de unirmos a Fairy Tail à maior Empresa da cidade.

– Bem, se você está de acordo por mim tudo bem.

– O que? Não! Gray, você precisa opinar. Eu quero saber sua opinião.

– Pra que?

– Oras, você e tão dono da Fairy Tail quanto eu sou. Só iremos tomar medidas se ambos aceitarem.

– Não é o que tem acontecido ultimamente... Todos te amam! Todos te aceitam! Todos querem sua opinião! Pra que saber de mim?!

Lucy encarou o rapaz e então riu:

– Gray, você está com ciúme?

– Ciúme? De que?!

– Ora, de mim! Digo: da empresa! Parece que você está incomodado com o fato de não ser muito “querido” pelos empregados.

O rapaz cruzou os braços e virou a cara:

– Meu Deus Gray... Você é uma graça – Lucy comentou rindo. O rapaz virou o rosto na velocidade da luz.

– Eu sou?

Lucy se tocou do que dissera e calou-se:

– É o que?

– Uma graça?

– Quem disse isso?

– Você!

– Eu? Eu não disse nada.

– Disse sim.

– Disse não.

– Disse sim! – Gray começou a rir – Meu Deus, Lucy Heartfilia me acha uma graça! Essa vai pra minha rede social! – e ele começou a bater palmas. A garota estava prestes a reclamar quando os pedidos chegaram.


Eles começaram a comer e sem perceber acabaram mudando de assunto:

– O que sabe sobre o Laxus? – Lucy perguntou curiosa.

– Que foi agora, está interessada nele?!

– Claro que não, eu só queria saber mais sobre o homem que está dirigindo nossa gerência! Ora, e se tivesse? Algum problema?

– Nenhum – o rapaz ergueu as mãos, rendido.

– Então diga o que sabe sobre ele.

– Não muita coisa... Só que não nos damos muito bem desde a adolescência. Nunca fui com a cara dele...

– Por quê? – Lucy riu. Gray deu de ombros:

– Brigávamos muito. O Jellal é outro que não me dou bem.

Lucy congelou no mesmo instante. Só então notara.

– Lucy? Algum problema?

– Ah meu Deus! Jellal!

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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? *-* xx