Um breve trecho do futuro

Olhar todos aqueles álbuns jogados no chão novamente foi irritante o filho já estava testando sua paciência. Ele juntou todos os álbuns e os amontoou na grande poltrona preta no canto da sala. Olhou a casa vazia, a esposa deveria estar em mais um dos compromissos exigidos pelo emprego e os filhos deitados conversando no quarto do filho mais velho, estava na hora de subir e ver como estava aquele quarto. Bateu na porta e encontrou os três folhando um outro álbum de fotos que não tinha se dado conta de estar faltando.

– Deveriam ter juntado os álbuns – repreendeu o homem mais velho – sabem como a mãe de vocês ficaria irritada se visse todos aqueles álbuns de fotos importante jogados no chão.

– Desculpe papai – disse sua filha mais nova, a única ruiva por ali além da mãe.

– Pode nos contar de novo como foram os anos em Hogwarts? – questionou o filho do meio ansioso – James vai semana que vem para lá e queremos saber as aventuras que perderemos.

– Serão poucas Albus – tranquilizou o Potter mais velho – viveremos aventuras juntos, os três Potter.

– Querem ouvir todos os anos? Ou desde o começo? – perguntou Harry já sabendo a resposta dos filhos.

– Desde o começo – disseram os três em uníssono.

– Foram anos interessantes, no começo eu estava apenas muito nervoso para ir ao castelo e o avô de vocês sempre foi tão confiante que eu ficaria na Gryffindor e a avó de vocês tão orgulhosa por eu finalmente ter me tornado um homenzinho... – Harry sentou-se na poltrona que tinha perto da janela com seu álbum de fotos do primeiro ano – talvez eu não conhecesse os tios de vocês e nem casaria com a mãe de vocês, mas aconteceu e isso se deve a uma longa história.

– Comece de uma vez papai – interrompeu James Sirius impaciente passando as mãos pelos cabelos como o avô.

– Tudo começou com a traição de Peter Pettigrew, ele tinha traído meus pais e eles nem desconfiavam disso, talvez no fundo não quisessem pensar que isso poderia acontecer, porém no último momento ele se arrependeu e deu a própria vida por minha mãe, meus pais como vocês sabem estava inconsciente com Almofadinhas na sala e mesmo com a armadilha que Dumbledore e ele armaram ainda teve perdas terríveis como a morte de todos os McKinnon, talvez fosse para ser assim ou talvez Voldemort não soubesse o que fazer com toda a dor que sentia.

– Das horcruxes? – indagou Lily Luna se arrumando no carpete que insistia em deixa-la desconfortável.

– Sim, naquela época só faltava duas horcruxes – a cobra do próprio Lord das Trevas e um diário que misteriosamente foi colocado com nas coisas de sua mãe de vocês no primeiro ano dela. – narrou Harry relembrando os dias do passado.

– E como foi no castelo papai? – questionou James Sirius

– Com quatro das seis horcruxes destruídas Voldemort não tinha mais um corpo próprio e dividia com meu professor das artes das trevas com quem eu e o tio de vocês conseguimos impedir de pegar a famosa...

– Pedra Filosofal – disseram os três filho em uníssono.

– Sim, ajudei Mione a enfrentar um trasgo logo no primeiro ano e ouvi um bom sermão da avó de vocês e vários pontos retirados da minha casa – suspirou o moreno passando as mãos pelos cabelos negros como a noite – não foi um ano excelente, mas conheci Ron no trem e dividimos doces na primeira viagem para o castelo e depois uma grande amizade ao longo dos anos e Mione foi a irmã que não tive, mas não contem isso para o tio de vocês ele ficaria enciumado.

– Talvez meu primeiro ano seja como o seu segundo ou terceiro – comentou James Sirius.

– Espero que não filho, não quero que você vá parar em uma câmera secreta tentando salvar a irmã do melhor amigo ou enfrente dementadores para perder o medo que repentinamente criou deles. – Harry disse cortando a ideia que seus anos foram realmente sem encrenca no castelo. – Escute filho, meu primeiro ano fui salvo pela morte do melhor amigo do meu pai e pelo estado que sua avó quase ficou, quase perdemos ela e não quero que isso aconteça com você, minha história até o quinto ano foi fácil, mas depois de descobrir que de algum modo ainda me tornei uma horcrux naquela noite que o feitiço de morte ricocheteou foi algo como perder o chão...

– Mas... – começou Albus a argumentou, mas logo se calou.

– Meu primeiro ano não foi perfeito, porém conheci amigos para toda a vida, meu segundo ano foi árduo e só com muita ajuda consegui descobrir que a a carcaça de basilisco naquela câmera era minha salvação, ainda nem sei como Voldemort voltou para assombrar sua mãe pelo diário, mas nem ela e nem eu queremos descobrir como a força das trevas funciona e o nosso terceiro ano então... Seus tios e eu nos metemos muitas confusões para nos livrar do Snape e de não deixar ninguém descobrir que Aluado era um lobisomem.

– Mas deu tudo certo no final – comentou Lily Luna

– Quando? – Harry perguntou todas as vezes que os Marauders o ajudaram, todas as vezes que interferiram e como quase perdeu a mãe antes de completar um ano de idade e ela ter o filho mais novo e seu único irmão – Escutem, o ano de vocês envolverá apenas confusões normais. Eu fugi de trasgos, fiz acontecer a destruição da pedra filosofal, destruí uma câmera secreta e descobri que falava com cobras, por minha causa o avô de vocês e o melhor amigo perder o emprego, fui inscrito em um torneio que quase custou minha vida e custou vários sermões da avó de vocês e muitos comentários desnecessários e meu professor da arte das trevas foi um comensal da morte que cortou a própria mão para um bruxo corrompido por poder. – desabafou Harry transtornado.

– Ele teve o que mereceu! – disse um senhor de cabelos brancos entrando no quarto do filho mais velho dos Potter – Chamei várias vezes, mas ninguém me escutou e agora entendo o porquê.

– Vovô! – James Sirius gritou se levantando em um pulo – Amanhã irei ao Beco Diagonal para comprar o que falta para ir ao castelo.

– Nada de vassouras – repreendeu Harry.

– Você também queria levar a sua no primeiro ano, me lembro muito bem. – James Potter defendeu o neto mais velho que sorriu abertamente com o argumento de defesa do avô – Que tal meus três netos irem pegar algo para o velho avô comer?

– Dessa vez eu servirei – Albus disse correndo para a cozinha.

– Obrigado papai – agradeceu Harry levantando-se da poltrona que estivera nas últimas duas horas.

– Meu filho, – começou James – sei que seus anos no castelo não foram perfeitos, porém foram felizes. Se arrepende de algo?

– Só de ter fugido no último ano que nem um maluco – comentou o Potter mais novo.

– Sei que Bartolomeu o assustou contudo você só tinha 14 anos quando o outro garoto foi morto no torneio e apenas 15 quando sofreu nas mãos daquela preconceituosa da Umbrigde, porém sua mãe estava lá para defende-lo e eu também e nunca deixei de ter orgulho de você ou de seu irmão, vocês nos trouxeram anos felizes – argumentou o homem mais velho que se cansou rapidamente após o longo discurso – Almofadinhas virá aqui amanhã à noite e Aluado trará Teddy para o jantar também, queríamos leva-lo a lugar diferente o garoto perguntou pela mãe de novo e você melhor que ninguém sabe como essa situação é complicada.

– Sei – concordou Harry angustiado, a mãe tinha passado muito tempo lutando pela vida em um hospital trouxa em um longo coma vegetativo e foram os quatro piores anos da vida dela, porém foi com muito custo e com muitas consultas ao St. Mungos que a ruiva superou toda aquela situação, situação que se repetia com Teddy que tinha perdido a mãe na Segunda Guerra Bruxa.

Seu pai tinha razão, seus anos em Hogwarts não foram perfeito, contudo ele conheceu Rony e Hermione e viveram grandes confusões e aventuras juntos. Nocautearam um trasgo, destruíram uma câmera lendária de mil anos, protegeram um professor, lutaram pelas vidas em um torneio épico e na fuga contra o próprio Voldemort quando ele veio atrás de seu sangue para renascer junto com a mão de Bartolomeu Crouch Jr. Aquele nojento que mereceu ter a mão cortada e a alma sugada e ainda tem a lunática da Umbrigde que graças a várias denúncias enfim foi parar em Askaban – talvez Merlin tenha o escutado muito naquele ano em Hogwarts. Foram anos onde enfrentou muitas coisas e teve muita ajuda dos amigos do pai e da mãe que ainda estava um pouco frágil naqueles anos, mas temperamental como sempre. Perdeu Dumbledore quando Snape o matou a seu pedido, não quis entender na hora, mas chegou a hora que aquilo foi necessário, o velho diretor tinha evitado a morte há vários anos – consequências de destruir as horcruxes – coisas que Sirius não tinha descoberto até o próprio Harry ter 16 anos.

Era estranho se lembrar quando ele e os amigos fugiram para matar a cobra, a mãe tinha quase enlouquecido quando estavam todos naquele casamento recebendo a notícia da morte do Ministro da Magia e no outro seu filho mais velho e os dois amigos saíam atrás de uma cobra que com certeza não saia do encalço do bruxo maldoso, talvez tê-los enganado para ir até o castelo e ter a ajuda de Neville para matar aquela última horcrux tenha sido uma das coisas mais difíceis a se fazer, mas os fez. Todas aquelas coisas.

– Sente falta dos meus anos em Hogwarts ou de Rhys? – questionou Harry antes de ver o pai sair do quarto do filho mais velho.

– Com certeza! – declarou James sorridente – sua confusões me faziam sentir vivo, saber que meu legado continuava e saber que você teria grandes aventuras para contar aos meus netos me deixava orgulhoso.

– Vivi tantas confusões que acho que o orgulho não seria a primeira palavra que você descreveria à mim neste momento – comentou Harry sentando-se ao lado de seu pai.

– Escute meu filho, você viveu sua vida. Teve muitos altos e muitos baixos, – é assim que sua mãe vive dizendo – mas o que quero dizer é que sua vida é apenas sua e ninguém pode contar suas aventuras por você. Você teve as três relíquias da morte – meu filho – você enfrentou duas vezes a morte e ganhou. Você, meu filho, tem muito pelo que se angustiar, mas muito mais pelo que ser feliz. Sua mãe se salvou da morte, você teve um irmão, tem amigos de verdade e ganhou uma outra família que tenho orgulho de fazer parte também. – Discursou o Potter mais velho.

– Sabe que não foi bem assim – disse Harry lembrando de todos seus problemas.

– Foi exatamente assim para mim, sua mãe e até mesmo para o Almofadinhas – brincou James – talvez você se arrependa de algumas coisas, mas como seria nossa vida sem arrependimentos, sem momentos que nos tiram o folego?

– Talvez não seja viver – concluiu Harry antes de ver os três filhos trazendo uma grande bandeja com chá e biscoitos de chocolate – Agora quero ver você tomar todo esse chá sem devolver para a xicara, vai ser algo que vou adorar assistir.

– Sente e aprenda garoto. – James disse antes de sorrir para o filho mais velho.