Anjos Da Noite escrita por Murillo França


Capítulo 2
Aquela que não esquece.


Notas iniciais do capítulo

O sol começa a se por lentamente, e quando a escuridão toma conta, as estatuas de gárgulas começam a se quebrar, o que era pedra agora era escama, pelo, pele, pena, e variando. Os cem gárgulas rugem quase como trovão quando despertam de seu sono. Mas quem notaria isso no Rio de janeiro, mesmo o barulho sendo grande, a cidade maravilhosa consegue abafa-lo.



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POV Golin

Despertei pronto pra ação que me aguardava naquele dia, sair sozinho para planar sobre a cidade. A medida que a noite passava, mais uma vez eu observava meu irmãos agindo, e naquela noite eu achei que seria inútil. Mas não foi assim. Me aproximei de um hospital publico e vi na hora em que duas pessoas pularam pela janela de um dos quartos.

Uma delas pulou, a outra estava sendo puxada, eu agitei minhas asas e planei para tentar salvá-las, mas o espanto daquela cena me parou, pois o humano que puxava o outro humano, ganhou asas enormes e de morcegos, sua pele ficou cinza, e ele voou ao invés de cair. Não era um humano, nem um gárgula, era um vampiro.

–Deixe a humana em paz! – ameaço depois que o alcanço – você tem um hospital bem ali, pode ter o sangue que quiser!

–Não se meta comigo gárgula! – respondeu o vampiro, agora ele havia assumido a verdadeira forma dele, pele completamente cinza, e face de morcego, com garras nas mãos e nos pés – ela não consegue esquecer, então vai morrer!

–Me solta seu monstro! – gritou a mulher.

–Com prazer! – respondeu o vampiro antes de larga-la.

Eu tentei planar pra pegá-la, mas ele veio pra cima de mim, eu não tinha tempo pra lutar com ele, então furei as asas dele e nós dois caímos juntos. A medica que ele soltou gritava cada vez mais alto, eu conseguir pegá-la e abrir minhas asas planando de volta pro alto, deixei-a no terraço do hospital pra que pudesse resolver meu outro problema.

Ele tentava me morder, mas os dentes daquele vampiro idiota nunca penetrariam minha pele. Me separei dele e enfiei minha calda em seu peito, quando a tirei arranquei o coração dele. Não fazemos justiça com as próprias mãos quando o ser em questão tem alma, mas aquele vampiro não tinha alma, se tivesse não tentaria matar aquele humana. Plano até o telhado onde eu a deixei, ela estava um pouco assustada, pude sentir o cheiro de medo:

–Está tudo bem – eu disse – Não vou te machucar!

–Quem é você? – ela me perguntou. Ela era uma linda humana, uma mulher alta, com pele bronzeada, longos cabelos castanhos, quase negros, olhos castanhos, com um jaleco de medica, escrito: “Dr. Clara”.

–Meu nome é Golin, eu sou um gárgula! – respondi – Não machuco humanos.

–Meu nome é Clara. – disse ela – porque ele tentou me matar? – perguntou.

–Já passou – respondi, sempre carreguei comigo um frasco com o gás de amnésia, esse gás apagaria toda a memória mágica do humano, eu o tirei e espirrei um pouco nela.

–Isso de novo? – perguntou ela.


POV Clara.

Não trabalho no necrotério, mas minha melhor amiga, sim, e não pude deixar de notar aqueles corpos, seis pessoas, três homens e três mulheres, jovens, e com os mesmos ferimentos, como algo assim não foi divulgado? Toda essa confusão na minha vida só começou porque eu era a única que notava, ferimentos estranhos, todos haviam sido perfurados cinco vezes, e ao ligar os pontos se formava um pentagrama.

Eu só havia comentado isso com uma pessoa, um delegado, ele me mandou esquecer aquilo porque era assunto da policia. Como eu insistir no assunto, ele tentou espirrar um gás na minha cara, depois eu descobrir que aquilo era gás de amnésia, mas no dia eu só achei que eu estava com cheiro do hospital e ele havia se incomodado.

Na noite em que tudo ocorreu, eu estava examinando um paciente, era um caso simples de pneumonia, nem precisei de muitos exames pra ver aquilo. Depois que acabei com ele, um homem alto, pálido, extremamente bonito entrou, que estranho, como aqui é um hospital publico deveria demorar mais pra deixarem ele entrar, ele usava um terno preto, e óculos escuros, sendo noite eu achei que ele devia estar com conjuntivite.

–É conjuntivite? – perguntei.

–Sim, olhe nos meus olhos! – pediu ele retirando os óculos.

Eu me aproximei dele e segurei em seu rosto pra olha-lo nos olhos. Nunca havia visto olhos tão vermelhos assim, eles não estavam avermelhados, a íris do olho estava vermelha. Eu me afasto e olho pra ele, seus dentes agora estavam pontudos, ele tinha presas.

–Calma – pede ele – só quero que olhe nos meus olhos, esqueça tudo que você viu, esqueça aqueles ferimentos nos corpos, esqueça as mortes estranha, e se esqueça de mim

–Não posso simplesmente esquecer isso! – respondo.

Ele ficou surpreso, e seus olhos ficaram ainda mais vermelhos. O medo tomou conta de mim, e eu tentei correr, mas ele me segurou e me puxou para a janela, achei que eu iria morrer.


POV Golin.

Eu entendi o que o vampiro quis dizer, ela não esquecia, ela me contou tudo que aconteceu, dos corpos, do delegado, e do que o vampiro tentou fazer, eu pedir pra ela me levar até os corpos, descansei minhas asas fazendo-a cair em meus ombros elas ficaram como se fossem um manto, assim seria mais fácil eu transitar pelo hospital.


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Notas finais do capítulo

Porque ela não esquece? e o que tem de tão importantes naqueles corpos?



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