Anjos Da Noite escrita por Murillo França


Capítulo 18
Todos tem a Luz


Notas iniciais do capítulo

A Bordo de um Navio, os defensores da noite se preparam pra uma de suas maiores batalhas. Os Gárgulas não se rendem!



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POV Clara

–Precisamos agir – disse Dirian se levantando.

–Dirian, tem mais um detalhe – comecei me aproximando dela – ela não estava como humana, nem como pedra, ela continuou gárgula.

–Mas isso é contra a natureza! – argumentou ela, claramente assustada.

–Eu sei – começou Diana – Olhei no livro das sombras, um feitiço assim pode ser feito, mas tem consequências altas!

–Sabe o que mais ela planeja? – perguntou Golin, ele estava revoltado com tudo aquilo, tentava manter a calma, mas eu o conhecia suficiente pra saber a luta interna que ele vivia.

–O Feitiço que elas precisam terá que ser feito em uma noite de lua cheia, e hoje é noite de lua cheia... – respondeu Diana.

–Temos que... –começou Dirian, mas eu a interrompi.

–Dirian, pare, não vai conseguir encostar nelas até a noite! – argumentei.

–Elas estarão vulneráveis durante o encantamento, terão que estar ao ar livre! – comentou Sr. Figueira.

–E o senhor... – começou Diana – Não vai se importar de ficar preso não é?

–Minha jovem Wicca, sou inútil – admitiu Sr. Figueira num tom de zombaria, e aparentemente com pena de si mesmo – literalmente, geralmente a velhice apenas aumenta a sabedoria e ajuda a magia, mas eu tenho problemas musculares e na coluna, vou ser inútil lançando feitiços de combate, ficarei aqui com feitiços de proteção de “ninguém entra ninguém sai” até que a vida de todos no navio não dependa de mim. – terminou e se sentou numa poltrona olhando pros pés.

–Não se menospreze, ainda é poderoso, é um mago não é? – perguntei me sentando no braço da poltrona e colocando o braço no ombro dele. Pra tentar consola-lo.

–Porque sou amigo do Merlin – comentou ele se levantando – e ele fez os bruxos me reconhecerem como mago... mas você sabe não sabe? Um mago é um bruxo muito poderoso, que se eleva a esse cargo, ou um bruxo nascido da união de um feiticeiro com um bruxo que consequentemente é muito poderoso e se eleva... ou é um novo nome pra os mágicos egípcios mas isso não vem ao caso, o que importa, é que eu não me encaixo em nenhum dos três perfis.

–Mas o Merlin é um dos seres mais justos que conheço! – comentou Diana – Mesmo ele sendo eu amigo, ele não faria nada assim a toa! Você sabe disso.

–O conhece? – perguntou ele.

–Sim, ele brincava comigo quando eu era pequena, agora que me elevei, acho que ele sabia o meu potencial... – comentou ela. Eu a vi com asas e com aquela roupa estranha, agora ela estava normal, mas qualquer um nota a diferença.

–Ele sempre identificou a luz – comentou Figueira.

–Ele viu em você também! – comentou Diana.

–Mesmo assim, hoje com a vida de todos em perigo, talvez não seja uma boa hora pra ver minha luz! – comentou o velho bruxo.

Nós nos preparamos da melhor forma possível. Eu fui acorrentada... mas isso é detalhe eu consigo me livrar das algemas, mas isso conto depois. O Golin vestiu sua tanga de batalha habitual e prendeu espadas, e adagas de pratas. Dirian se vestiu com seu top azul, e uma saia da mesma cor. Diana simplesmente se transformou. Hum, e eu consegui um grampo de cabelo que ficou escondido na minha mão fechada, e vai ser útil.

–Espero que entenda porque te acorrentamos! – comentou Golin com o tom que se usa quando fala com uma criança.

–Entendo! – respondi com tédio.

–Por isso vai ter que ficar aqui! – terminou ele.

–Sabe que essas correntes não vão me segurar não sabe? – perguntei.

–Por isso a Diana vai colocar um feitiço de nada entra nada sai! – respondeu Golin.

Olhei seriamente pra ele. Por favor, isso não iria me segurar, e esse feitiço... ele me trancará aqui com um bruxo que tem a autoestima quase restaurada, quando eu restaurar por completo, se eu forçar mais um pouco, terei um mago ao meu lado!

A noite chegou. Golin e Dirian começaram a se contorcer de dor. A transformação de gárgula pra humano vem como uma dádiva. Rápida, e sem dor. A transformação de humano em vampiro por outro lado... Bem... É muito dolorosa. As asas vermelhas com fundo negro de morcego surgiram em ambos, os aspectos felinos e pelos vermelhos, e aquela grossa cauda reptiliana.

Será que meu filho vai ser vermelho também? Afinal a Dirian é a copia do pai, só muda o sexo e alguns poucos aspectos. Mas a cor, e os animais que estão misturados nos DNA’s são os mesmos. Marlon despertou rugindo como um gárgula, pelos azuis, asas de morcego totalmente negras, rosto com alguns aspectos lupinos pelo foucinho mais elevado. Tinha o corpo forte e definido (aliais dou um milhão de reais pra quem me mostrar um gárgula que não seja forte e não tenha os músculos definidos), mas estava mais magro do que da ultima vez que o vi.

–Dirian! – exclamou.

–Não temos tempo – respondeu ela pegando o antídoto – Diana já testou, é verdade, extrato de bezoar, vai te curar!

Ele pegou o tubo da mão dela e bebeu o liquido negro. Sua aparência melhorou muito. Parece até que ele brilhava mais.

–Dirian! – exclamou abraçando-a.

Ela o abraçou com a mesma intensidade. Os dois se separaram e se olharam, ela ia sair dos braços dele mais ele a segurou e disse:

–Eu não voltei pelo casamento, voltei, porque não parei de pensar em você Dirian!

–Marlon, eu tenho namorado – respondeu ela se afastando – Por favor, vamos deixar isso pra lá, temos uma batalha pra lutar.

–Estou as ordens – respondeu ele soltando totalmente ela e se voltando pra Golin. – O que devo fazer?

–Você e Dirian cuidam dos vampiros, são muitos, e devem estar poderosos – ordenou ele, Diana, eu vou distrair Cecília e a Margarete, e você tenta salvar o Valentin enquanto isso.

–Vou tentar um feitiço de ocultamento! – garantiu Diana.

–Sr. Figueira, se a... Quando a Clara escapar, lance um feitiço nela pra imobiliza-la. – mandou Golin, se eu tivesse com os braços soltos eu bateria nele.

–Prontos? – perguntou Dirian.

–Então vamos! – completou Golin quando todos inclusive eu concordamos.

Assim que eles saíram, Diana completou o feitiço, e fechou as portas, estávamos presos. Três minutos foi o tempo que eu levei pra destrancar o primeiro cadeado, mais dois minutos pro segundo, e o terceiro foi rápido, um minuto e meio. As correntes caíram no chão e eu me levantei da cadeira.

–Bem que disseram que essas correntes não iam te segurar! – comentou o Sr. Figueira.

–Dirian não foi a única com uma madrasta má! – comentei pra explicar – Acabei aprendendo alguns truques.

–Duvido que consiga sair! Diana é muito poderosa, enquanto ela viver, o encanto não se quebrará.

–Mas você pode não pode? – perguntei.

–Claro que não. – Respondeu com desdém.

–Um bruxo talvez não possa desfazer um feitiço de um Wiccano, mas um mago sim! – argumentei.

–E se eu desfizer? Vai arriscar sua vida e do seu filho? – perguntou.

–Não, vou salvar minha enteada, meu amigo, minha amiga, meu marido, e meu filho! – respondi determinada.

–Não sei se posso quebrar esse encanto. – admitiu ele – E não sei as consequências de quebra-lo!

As portas se abriram com um estalo e dois homens pálidos apareceram. Os vampiros empurraram o ar com toda a força possível. Não conseguiram entrar e nem conseguirão... ou talvez sim!

–Mas pode fazer uma troca? – perguntei.

–Acho que posso, o Merlin uma vez treinou isso comigo.... acho que ele é vidente – comentou Sr. Figueira sorrindo pra mim. – Exchange – gritou ele agitando a varinha.

Uma luz me segou e quando dei por mim nós dois estávamos fora, e eles dentro. Exchange significa troca em latim... Agradeci e nós dois corremos... caminhamos rápido já que ele não sabe correr direito por causa da idade, até os andares de cima.

Quando chegamos vimos a batalha, tinha mais vampiros que eu imaginava, Dirian e Marlon pareciam que sabiam lidar muito bem com eles. Vampiros voam e gárgula planam, mas como Dirian e Marlon pareciam se dominar no ar melhor que vampiros? Nunca vou saber isso. Figueira levantou a varinha e eu não ouvir o que ele disse, mas uma luz amarela tomou conta de tudo muito rápido e muito intensa. Dirian virou humana por um momento e Marlon virou pedra. Mas voltaram ao normal antes de caírem no chão.

–Raios do sol super intensos, mataram os vampiros, e recarregaram as energias de ambos! – comentou Figueira.

–Olhem! – Dirian apontou.

Golin estava lutando no ar contra Cecília. Dava pra ver que ela estava fraca, foi a falta do sol recarregando as energias dela. Mas ela lutava com fúria no coração. procurei Valentin e o vi amarrado num altar. Diana e Margarete lutavam por ele.

–Dirian salve o Valentin enquanto Diana cuida da Margarete! – mandei.

Minha enteada pulou na direção de Valentin. Cecília viu e atacou as asas de Golin derrubando-o no ar, e atacou Dirian. Dirian não conseguiu fazer nada pra se salvar, e Cecília a agarrou pelo pescoço e a prendeu contra a parede.

–Você é patética – rosnou em voz alta – Eu lembro de você pequena, antes de sua mãe morrer, gárgulas nascem inteligentes, você sabe, e você já assistia televisão com sua mãe. Um filme que era sua cara. Cinderella de 1997, com uma negra atuando – disse com desdém – Tem uma fala que serve exatamente pra você, quando a madrasta diz: “Você é comum Cinderella, sua mãe era comum e você também é comum. Pode até lavar o rosto e colocar um vestindo lindo, mas você vai continuar comum.” Você é pior, pode colocar uma roupa de couro, prender seu cabelo, afiar as garras, mas vei ser uma gárgula patética e comum como sua mãe! E Seu pai, assim como o da Cinderella, é um fraco que encheu sua cabeça com essas besteiras de que sonhos se realizam.

–Eu... eu... – gaguejou Dirian – Eu não sou comum. Ninguém é comum – Dirian fincou seus pés na parede e depois segurou o pescoço de Cecília – Mas você é uma patética mal amada que não reconhece o potencial de ninguém. – Dirian agora a ergueu com uma única mão – Pois se reconhecesse madrasta, teria me matado, antes mesmo que eu saísse do meu ovo!

Dirian Rugiu e jogou Cecília pra longe. A gárgula má bateu a cabeça e desmaiou. Quando Dirian ia voar pra pegar Valentin Margarete lançou um raio verde na direção dela e ela caiu imóvel no chão. O raio verde me era familiar, o desespero tomou conta de mim. Achei que era a maldição da morte e Gritei:

–NÃÃÃÃÃO!!! SUA VACAAAAAAA!

Corri na direção dela com ódio, mas antes que pudesse chegar perto:

–Minha barriga AAAAAAAARRRRRRR!

Gritei, mas não foi de dor. Estava brilhando. Um raio azul saiu dela e atingiu em cheio Margarete lançando-a no ar. Foi meu bebe, ele a atirou.

Uma luz azul surgiu no ar, e uma mulher pálida, de cabelos negros, usando um top e uma saia azul escura surgiu. Era uma Wicca, tinha asas iguais as de Diana.

–Dama da Noite! – exclamou Diana fazendo uma reverencia.


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Notas finais do capítulo

:P Reta final, sem Spoillers! ;)
Dois amigos meus questionaram o porque está na reta final. Uma explicação geral? As próximas aventuras deles serão em 2011, e isso vai ser no ano da historia do meu livro, quando eles aparecem. Mas não se preocupem, a historia dos Gárgulas ainda vai render muito mais!
Até a próxima noite!



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