POV Valentin.

Eu corri tentando alcançar minha namorada louca.como ela pode pensar aquilo de mim? Eu a pedir de vista, e resolvi voltar pro quarto pra esperar, infelizmente não podia rastrea-la mentalmente pois eu a ensinei como bloquear invasões mentais. Oclumência. Por que eu ensinei isso pra ela?

Diana me encontrou na entrada do meu quarto, disse que estava sentindo algo diferente, alguma perturbação no navio, então eu senti também, mas no meu caso veio muito mais forte,algo começou a acontecer naquele exato momento. Uma perseguição.

Dirian.

Dirian.

Dirian.

O nome dela soou na minha mente, ela estava em perigo. Puxei Diana e corremos pelos corredores a procura de Golin.

POV Golin.

Eu e Clara estávamos tendo uma noite muito boa, apesar de tudo. De uma certa maneira foi bom termos vindo,a final, fora eu ter me transformado na frente do navio todo como se eu fosse uma aberração de circo, o cruzeiro estava sendo muito agradável.

Assistimos alguns musicais e algumas peças, numa delas eu vi minha filha sentada com Valentin, mas resolvi não perturbá-los, eles saíram enquanto todos aplaudiam, deviam ter ido pra algum canto isolado do navio... ela já é grandinha, mas sempre vai ser uma filhote pra mim, por isso resolvi não pensar no que eles foram fazer pra não arrancar a cabeça de Valentin.

Uma hora depois, eu e Clara estávamos nadando a noite na piscina, eu não gostei muito daquilo, a piscina a noite tinha bruxos, feiticeiros, ok, mas alem de mim só tinham dois gárgulas americanos, alem dela uma humana normal, e o resto, a grande maioria ali, eram vampiros. Eles tinham um trato de não machucar os humanos do navio, mas ela e a outra eram as únicas sem poderes, eu sabia que devia ficar atento. Quando sair da piscina com ela, vi Valentin e uma humana de cabelos brancos correndo até agente, ele disse que tinha algo errado, e nesse minuto, ouvi o grito.

-DIRIAN! – exclamei.

-Que foi? – perguntou Clara.

-Eu a ouvi! – respondi.

-Onde ela está? – perguntou Valentin.

-Não sei, quero que entre na mente de todos na ala inferior do navio até localizar a visão do rosto dela, depois o ataque mentalmente, e me leve até lá. – mandei.

-Ela está em perigo? – perguntou Clara.

-Sim, se fosse efeito da minha super audição, eles teriam ouvido – respondi apontando pros gárgulas e pros vampiros na piscina – foi muito mais do que isso.

-Eu tenho um feitiço, o elo entre o pai e uma filha é muito forte, e nada pode quebrar. – começou a garota negra de cabelos brancos – Se concentre nela e deixe que eu faço o resto.

O rosto da minha filha veio a minha mente, e eu me concentrei nele, somente naquele rosto que eu tanto amo. Dez segundos depois, eu estava correndo em alta velocidade seguindo apenas um extinto animal e primitivo. Eu queria apenas protegê-la. Soquei um vampiro e chutei outro enquanto carregava minha filha desmaiada pra longe deles. Ao olhar pra trás vi que matei os dois que ataquei, e sem querer nocauteei o outro. Eles não iam ficar motos por muito tempo, e o outro logo iria despertar.

-Pai, pode me soltar! – exclamou Dirian quando estávamos distantes deles e bem perto do corredor dos quartos.

-Vou avisar a Valentin que você está bem e onde estamos pra ele chamar Clara! – respondi. – Porque aqueles morcegos te atacaram?

-Eu ouvi uma conversa deles, e não era nada legal! – respondeu ela me contando exatamente o que ouviu.

-Não fale pra Clara, os primeiros meses da gravidez são os mais tensos, quando ela chegar aqui, diga que eles simplesmente te seguiram, porque ouviram dizer que o sangue de gárgula era afrodisíaco. Seremos só eu, você e o Valentin nesse caso, entendeu? – perguntei.

-Pode deixar pai, pai, como me achou? – perguntei.

-Eu ouvi seu chamado, e uma amiga do Valentin fez um feitiço pra que eu sentisse você, quando dei por mim, estava correndo! – respondi.

-É uma de cabelos brancos? – perguntou Dirian.

-Ela mesma – respondi.

-Acha que eles tem alguma coisa?

-Dirian, obvio que não, Valentin é louco por você! Não se esqueça disso! – respondi.

-Ele não ficou com ciúmes quando eu ficava conversando com o Marlon... – comentou ela, mas se arrependeu logo em seguida.

-Ele devia ter ficado? – perguntei. Marlon era um gárgula americano que passou uns dias com o nosso clã, uns dois anos mais velho que ela, e eles se deram bem logo de inicio.

-Não... claro que não. – respondeu – Bem... Talvez sim...

-Então é isso, basicamente você sentiu algo pelo Marlon, ignorou e foi fiel, mas o Valentin não percebeu, você o viu com outra, e quando ele o levou pra assistir a pequena sereia, sua autoestima abaixou, e achou que ele tinha perdido o interesse em você!

-Como sabe da pequena sereia? – perguntou.

-Vi os dois, parecia que estavam bem, mas agora sei que não estava – respondi – Você e eu, somos uma família, eu sempre vou te entender, mesmo nos momentos que você achei que não, só precisa vim falar comigo, entendeu? – perguntei.

POV Clara.

-Somos um só coração – falei alisando a minha barriga.

O quão estranho estava sendo tudo aquilo, meu pai apareceu semanas antes do meu casamento, eu estava grávida sentindo cada batimento, sentindo toda a formação física do meu filho, e Golin achou a filha, não por um feitiço, mas pelo elo paterno que ele tem com ela. Tudo está conectado, e isso é muito estranho. Não sei o porque, mas sei que tem algo estranho. Estava caminhando pra o quarto com o Valentin, e a tal de Diana ao meu lado, quando senti algo, me virei e vi o Sr. Trindade. Mandei os dois irem na frente e fui falar com ele.

-Tem algo estranho acontecendo – comentei.

-Sim, de fato – respondeu – Diria e Golin vão tentar esconder isso de você, afinal você está grávida.

-O que devo fazer? – perguntei.

-Agir normalmente, e investigar por conta própria, como sempre! – respondeu ele.

Entrei na suíte, e o melhor que o Golin pode inventar era que o sangue de gárgulas eram afrodisíacos. Tou grávida, e não retardada. Mas resolvi fingir acreditar, e sair pra investigar com Diana, era estranho, eu nem a conhecia, mas precisava de um bruxo,e Valentin nãoiria me apoiar, já essa Diana, ela não sabia de nada e também queria descobrir.

-Como sabe que é mentira? – perguntei.

-Eu sei quando as pessoas mentem – respondeu – Temos que ser rápidas e achar os vampiros que Golin nocauteou.

-Ok, e bem, obrigada por vim comigo, sabe como fechar sua mente? – perguntei.

-Sim, e você? – respondeu.

-Não, preciso, meu crucifixo me protege de qualquer coisa...

Diana me segurou antes de virarmos o corredor, e eu entendi o porque, Golin Dirian e Valentin tinham chegado primeiro.

-Porque querem afundar o navio? – perguntou Valentin.

-Nunca vamos dizer! – respondeu um dos vampiros.

-Mas acabou de pensar! – respondeu Valentin – Temos que achar o caçador que os contratou, esse idiota não sabe quem foi, e o caçador, bem, ele tem um plano pra escapar do navio, afunda-lo, e matar a todos, principalmente um bruxo que eles não sabem quem é, e a você. O líder dos gárgulas!

Senti uma pontada no coração, alguém estava tramando pra matar o Golin. Ok, os caçadores fazem isso o tempo todo, mas dessa vez eles iriam afundar um navio inteiro pra isso. Eu tinha que descobrir quem estava tramando isso, e rápido, antes que seja tarde demais.

-Clara, a sua barriga! – exclamou Diana apontando pra minha barriga.

Olhei pra baixo, e vi que eu estava sangrando, minha barriga estava sangrando.