Os dias se arrastavam sem a presença dele na minha vida, ele não tentou falar comigo ou vir atrás de mim. O fim do nosso relacionamento estava estampado em todas as revistas de fofocas possíveis do Reino Unido e também estava estampado o quanto ele estava aproveitando a solteirice

– Bella você precisa sair – Emmett repetia pela milionésima vez na última semana.

– Mas eu saio Emm

– Você entendeu Swan, ir ao hospital não conta – me encarou sério.

– Bella, pare de ficar aqui sofrendo enquanto ele sai e se diverte, aprenda a viver sem ele – Emmett me puxou para um abraço.

O choro que eu tentava segurar desde o começo da conversa, saiu sem permissão alguma causando espasmos no meu corpo e Emmett apertava seus braços cada vez mais ao meu redor.

– Tem razão – comecei limpando as lágrimas – Preciso aproveitar minha vida.

– É assim que se fala – Emmett sorriu mostrando suas covinhas.

Emmett parecia ter ganhado um prêmio! Já havia algumas semanas que todos eles tentavam trazer “a velha Bella” de volta e nenhum deles conseguia, mas depois de escutar Emmett falando por uma hora, finalmente percebi que não havia por que ficar em casa chorando, enquanto ele aparecia em todas as revistas curtindo a vida e me fazendo pensar se algum dia realmente o conheci.

– Isabella Swan se dirija a ala da emergência – a voz de Susan me anunciou.

Caminhei calmamente já que não haviam me solicitado com emergência, quando cheguei à sala que havia sido requisitada estaquei, era ele, desmaiado e com uma cara de bêbado, mas era ele.

– Me desculpa senhorita Swan, sei que isso é desconfortável, mas esse homem não aceita que outra pessoa cuide da alteza – John, meu “guia” durante a residência, anunciou.

Encarei Billy que apenas sorriu sem graça, balancei a cabeça levemente e comecei todos os procedimentos necessários para que esse desmaio por excesso de álcool não se tornasse algo pior, quando percebi que ele começava a acordar.

– Não diga que fui eu que o atendi – pedi antes de sair, mas ainda ouvir aquela voz.

Sentei na primeira cadeira que encontrei, procurei meu iPhone no jaleco e disquei o número da minha irmã.

– Alô – a voz de sono de Alice me fez perceber que ainda era 02h00min da manhã.

– Eu acabei de vê-lo Alice – murmurei com a voz embargada.

– Ver quem?... Ah Meu Deus, você viu o Edward?

– Aham, ele acabou de chegar bêbado e desmaiado aqui no hospital. Alice, ele está tão diferente – suspirei me sentindo fracassada.

– Ele escolheu isso Bella – sua voz firme me fez despertar.

– Preciso ir Alice – desliguei o celular sem querer continuar aquela conversa.

Logo fui chamada na ala da pediatria e ocupei minha cabeça com outras coisas que não fosse a voz rouca, os cabelos desgrenhados, a cara de cansaço, os olhos esmeraldas, tudo aquilo que já havia sido meu. Uma garotinha de olhos azul como o oceano chorava de dor pela perna quebrada.

– Oi docinho, qual seu nome? – tentei chamar sua atenção para que John a examinasse.

– Jullie – fungou enquanto a voz infantil preenchia meus ouvidos.

– O meu é Bella, vou ajudar aquele cara ali – apontei para John – a curar sua perninha.

– Bella? Igual a Bela e a Fera? – sua inocência me encantou e quis enchê-la de beijos.

– Acha que eu pareço uma princesa? – sorri sem perceber o significado por trás da minha pergunta.

– Aham, devia namorar com um príncipe – e aquela resposta foi como um soco no estômago, mas precisei forçar um sorriso.

– Vou atrás de um – fingi um sorriso.

John anunciou que já tinha terminado com o gesso, me despedi rapidamente da Jullie e fui até a sala dos médicos., peguei minha bolsa e suspirei aliviada de imaginar que poderia dormir depois de uma madrugada inteira acordada*.
Cheguei ao apartamento vazio e lembrei que era sexta-feira e normalmente estaria esperando por ele, então a imagem de mais cedo preencheu minha mente, um Edward bêbado como eu nunca havia visto!
Embaixo do chuveiro permiti que as lágrimas descessem e se misturassem com a água que escorria pelo meu corpo.

– Chega Isabella - afirmei para mim mesma - Ele não merece suas lágrimas, está na hora de viver sua vida.

Coloquei meu pijama e me permiti cair nas profundezas do meu subconsciente.

O irritante toque do meu celular estrondeava pelo quarto, me despertando.

– Alô?

– Isabella Marie Swan, pare agora o que está fazendo e se arrume, você vai sair com a gente - o tom mandão da Alice me despertou.

Já estava me preparando para negar o pedido, quando lembrei que havia prometido para Emmett que iria voltar a ser quem eu era antes de todo o drama que me rondava.

– Encontro vocês no pub daqui uma hora – avisei e desliguei o celular.

Imediatamente comecei a me arrumar, separei uma blusa de tecido fino bege com gola preta, jeans escuro, um salto nude e peguei minha Céline*. Minha maquiagem era simples, mais voltada para o natural da minha pele, pouca base, pó, rímel, blush e um batom nude. Analisei meu reflexo e sorri satisfeita, havia um tempo que não me sentia tão bela.

– Quem é você? – Emmett ironizou quando me sentei à mesa.

– Quer conhecer? – brinquei e todos explodiram em uma gargalhada.

– Então, você voltou a ser você? – Rosalie perguntou cautelosa.

– Espero que sim – sorri espontaneamente, coisa que não fazia há quase duas semanas.

– Ah, é tão bom vê-la parecendo gente – Alice quicou na cadeira.

– É bom me sentir como gente.

– Estava com saudade pequena – Jasper comentou olhando nos meus olhos.

Pedimos nossa primeira rodada da noite, a bebida descia queimando pela minha garganta, mas nunca havia apreciado tanto aquela sensação. Encarei os meus quatro melhores amigos que durante dias fizeram o possível e impossível para me fazerem feliz de novo, mau eles sabiam, que apenas a presença deles já me deixava feliz.