You Belong With Me escrita por SeriesFanatic


Capítulo 5
Atlântida




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Enquanto Annabeth e Nico conversavam no cais, Thalia e Clarisse faziam compras e Tyson brincava com os peixes pôneis; Dylan nadava o mais rápido que podia em direção ao reino de seu pai, alguns peixes de vez em quando paravam para indicar a direção, mas somente uma tartaruga é que deu a informação precisa. Dylan se perguntava se ia achar a Fenda do Biquíni, com Bob Esponja e companhia ou Aquaman dos quadrinhos, mas estava mais preocupado em como seria seu pai, porque depois que viu os filmes “Poseidon” e “Titanic”, o menino passou a temer o mar. Descobrir que O Poseidon era real meio que lhe deu mais medo, mas ao descobrir que era filho do deus, ele ficou mais calmo, pois não tinha como morrer afogado. Mas ainda assim estava nervoso por finalmente conhecer o pai.

– UAU! – exclamou ao ver Atlântida. – ISSO É IGUAL AO FILME DA ARIEL!

Atlântida era uma cidade feita de corais verde, da mesma cor dos olhos dele e de Percy. Era imensa, mas Dylan conseguia ver um palácio de corais que brilhava quando o sol batia, não como o chalé sete, brilhava de um jeito lindo e diferente. Ele nadou e achou seres humanoides ou parecidos com peixes nas ruas da cidade. Os mais parecidos com os humanos eram iguais a sereias, com o corpo humano e caudas coloridas e muito estranhas. Todos olhavam para o menino franzindo o cenho, Dylan achou que fosse por causa de sua camiseta, que tinha escrito POSEIDON É DEMAIS. Ou ao fato dele ter uma bolha de ar envolvendo a cabeça, mas continuou nadando até o palácio, achou que ia ter que lutar, mas os guardas fizeram até reverência. Então ele chegou à sala do trono, havia dois idênticos que eram duas conchas gigantes, o trono maior tinha um porta tridente, porém não havia ninguém.

– Pai? – o menino chamou. – Ah... Poseidon?

– Ele não está aqui. – respondeu uma voz feminina.

Dylan se virou e viu uma mulher linda, linda MESMO. Cabelos ruivos meio castanho ou castanho meio ruivo (ele não sabia dizer) presos em uma trança enfeitado com pérolas e da cintura para baixo tinha uma cauda de peixe cor verde escuro, usava um biquíni humano para cobrir os seios. Ela tinha um sorriso de desdém.

– Deixe-me adivinhar... Dylan Arthur Morrison, o caçula. – a mulher disse se sentando no trono menor.

– Como você sabe meu nome? – ele perguntou tirando a espada da bainha.

– Acalme-se moleque, não vou lutar. – ela revirou os olhos.

– Ainda não respondeu minha pergunta, como sabe meu nome? – bradou.

– É tão lesado quanto o mais velho. Sou sua madrasta, seu idiota. – a nereida falou.

– Anfitrite. – Dylan disse engolindo em seco.

Ela deu um sorriso forçado.

– Onde está meu pai? – ele perguntou sem muita coragem.

– Foi se divertir com Hermes, ele faz isso de vez em quando. Está me irritando com essa história de “posso ter mais filhos”. – ela lançou um olhar mortífero para Dylan. – Não sou ciumenta como Hera, mas não quer dizer que eu goste de você, moleque.

– Como é que você não gosta de mim se você nem me conhece?!

– Realmente você é mesmo mais idiota que o Jackson. – ela sorriu. – Não é questão de conhecer ou não, seu imbecil. Você é filho do meu marido com outra, isso ME OBRIGA a não gostar de você.

– Isso sim é que é ser idiota.

Anfitrite fez um tridente surgir em suas mãos e lançou contra o menino, que o imprensou na parede de coral, Dylan se debatia e tentava tirar o objeto amarelo de corais de seu pescoço, mas não conseguiu, o negócio era pesado e estava começando a machucar.

– NUNCA me ofenda filhote do mar! ME OUVIU? Estou nesse planeta a mais tempo do que você e sou imortal! Então seja inteligente e não compre briga comigo, semideus. – disse com raiva.

Ela saiu do trono, segurando uma adaga de corais brancos e tentou enfiar na barriga do menino, mas uma correnteza impediu que a mão dela prosseguisse. Anfitrite virou e arregalou os olhos e Dylan quase que deu um grito. Ali estava Poseidon, ele tinha uma cauda de sereia igual a da esposa, mas o verde era mais escuro, usava uma camisa de algas que lembravam uma armadura grega, enquanto segurava seu tridente na mão esquerda. Ele era parecido com Percy e Dylan notou que também se via no rosto do pai, tinha a mesma testa e bochecha que o deus do mar, assim como os olhos. Poseidon tinha o mesmo cabelo negro de Percy, mas ele puxou os cabelos loiros da mãe.

– Anfitrite deixe-me a sós com o garoto. – Poseidon pediu, sério.

Ela franziu a testa e nadou para longe, Poseidon puxou o tridente do pescoço do filho e lhe deu um pouco de ambrósia que tinha no bolso da camisa de algas vermelhas. Dylan achou que ele estava parecendo uma sereia de natal, por causa da combinação verde da calda e da camisa vermelha.

– Obrigado. – o menino disse passando as mãos no pescoço.

– Lamento por isso, sua madrasta é meio...

– Meio? Seja lá o que o senhor fosse dizer, ela não é meio! Ela É total!

Poseidon deu um sorriso fraco, ele estava cansado e isso era evidente, ser o deus do mar não deveria ser algo fácil.

– Espero que não tenha tido problema para chegar aqui. – disse se sentando no trono.

– Só acho que o senhor podia botar umas placas de sinalização sabe, por precaução. Semáforos para os cardumes também seria uma boa ideia. – ele sorriu.

Poseidon conseguiu melhorar o sorriso.

– Como você está Dylan?

– Levando... minha mãe estar morta, meu pai nunca me visitou e meu padrasto é um fdp. Mas fora isso tô ÓTIMO! – disse sarcástico.

– Seu padrasto é meu filho? – Poseidon franziu a testa.

– Hein?

– FDP, filho de Poseidon.

– Ah... não... foi no sentido de palavrão mesmo.

– Ah sim, perdão. Nunca diga isso a Atena, mas você e seus irmãos são lerdos porque é hereditário mesmo. – ele sorriu como se fosse uma piada interna.

– Ah... tá legal... – Dylan disse sem jeito. – Er... onde é que tá o Percy?

O sorriso feliz que estava se formando no rosto de Poseidon se desfez, Dylan notou a mudança da corrente, o deus fez com que alguma parte do mar atlântico ficasse agitada e muito.

– Seu irmão... está numa fase difícil, garoto... Percy está meio rebelde. – disse ele com um olhar triste.

– Olha pai, é sério, eu amei quando o Tyson disse que o senhor queria a gente aqui, é sério. Mas... precisamos impedir esse leucrota.

– Acho nobre de sua parte, menino. Mas não há nada que seu irmão possa fazer.

– Não é verdade! – exclamou. – Pai, a Rachel fez uma profecia ano passado e ela dizia que o Mar e a Sabedoria teriam que lutar juntos para derrotar o monstro temível.

– Essas foram as palavras exatas?

– Bem... não... mas isso não vem ao caso! Ártemis disse para Hermes, que disse para Quíron que disse para o Conselho dos Líderes dos Chalés... na verdade eu nem sei se esse é o nome... mas enfim, Zeus irá mandar Ares atrás do leucrota para matá-lo, mas precisam de semideuses para seguirem o monstro e descobrirem quem o está controlando.

– Dylan, eu sei disso. Toda vez que surge uma profecia Hermes ou Íris mandam notícias.

– Então pai! O Percy precisa ir conosco! Annabeth já está com Nico e Tyson no porto esperando ele. Depois disso Tyson e eu voltamos para o acampamento e estarei disposto a aturar qualquer punição que Quíron e Sr. D acharem necessária, mas precisam do Percy!

Poseidon fitou o garoto, a semelhança dele com Percy quando menor era impressionante, se não fosse pelos cabelos loiros, Dylan seria exatamente igual a Percy aos 13.

– Criança, não há somente um filho de Atena da mesma forma que não há somente um filho meu. Você pode ser o filho do mar a qual a profecia se refere.

– Não sou eu, pai! É o Percy!

– O que te faz ter tanta certeza assim?

– Não sei, mas TEM QUE ser ele, pai! Do contrário... – a voz dele fraquejou.

– Do contrário o que?

– Ele e Annabeth nunca ficarão juntos.

Poseidon ficou calado e fitou pelas janelas (buracos na verdade, espaços com colunas) a cidade ao redor do palácio. Dylan tinha uma quedinha por Annabeth, ainda mais depois da mensagem de Íris e depois de ver como ela estava mais linda ainda, mas ele admirava muito o irmão e meio que shippava os dois. Com certeza um cara legal como ele (estilo Leo Valdez) iria arrumar alguém da mesma idade e Percabeth precisava da ajuda dos amigos.

– Seu irmão... ele está... se ele vir aquela menina... – ele fez uma pausa, como se houvesse um nó em sua garganta. – eu temo pela vida dela.

Dylan franziu o cenho. Poseidon temendo pela vida de uma filha de Atena? Da última vez que ele checou era Junho e não 1º de Abril.

– Qual é pai, deixa de drama.

– Eu estou falando sério. – disse Poseidon, realmente sério.

Isso espantou o semideus. Que Tártaros havia acontecido com Percy? Ele nunca feriria Annabeth!

– Pai, a profecia também diz que a Pomba irá presenteá-los! Eles podem fazer as pazes! – o menino disse otimista.

– Garoto... as profecias quase nunca são o que pensamos. A Pomba pode não ser Afrodite, pode ser um filho ou filha dela. Ou pode só ser alguém com o nome Pomba.

– Ninguém em sã consciência colocaria o nome de sua filha de Pomba.

– Pelo visto você nunca comeu Flor de Lótus... mas a questão é que as profecias nunca são algo bom; raras as exceções. E Delfos nunca fala de amor, isso é com Eros ou Afrodite. Lamento lhe decepcionar, mas não há futuro para aqueles dois.

Havia melancolia no rosto do deus, quase como se ele quisesse acreditar nas palavras do filho, na esperança dele de que Percy e Annabeth fossem ficar juntos. Foi quando Dylan notou que Poseidon TAMBÉM shippava Percabeth.

“Poxa, qual é o problema de Hera e Atena hein?! Eles são perfeitos juntos! É impossível não shippar!” Dylan pensou.

– A profecia pode não ser sobre amor pai, mas tenho certeza de uma coisa: Thalia, Clarisse e Nico são as piores pessoas do mundo em relação a romance! Primeiro porque Thalia é uma virgem eterna e Nico... bem, eu já beijei mais meninas que ele, mas isso não vem ao caso... porém eu tenho certeza de que farão com que esses dois voltem a ser como antes! – ele disse firme.

Poseidon admirou o modo como o filho falou, tão seguro e forte, como o mar numa tempestade.

– Pegue esse corredor a sua direita, conte treze portas do lado esquerdo, é o quarto de Percy. – o deus disse dando um suspiro. – Boa sorte em conseguir fazer com que ele vá com você.

– Valeu pai! – o menino sorriu.

Dylan nadou até o quarto e quase teve um troço quando abriu à porta de corais, Percy versão sereia estava sentado na cama lendo um livro. Cena normal não é? Acho que não! A calda dele era azul claro (obviamente), Percy ainda usava o colar de cotas do acampamento, mas não usava nenhuma camisa, exibindo o peitoral sarado. Mais sarado do que Dylan se lembrava, ele deve ter malhado muito nos últimos dez meses. Os cabelos negros flutuavam com a água, assim como as páginas feitas de alga do livro que ele lia. O quarto era largo, feito de recifes verdes e o no teto tinham estrelas do mar vermelhas penduradas, tinha um guarda roupa também de recifes encrustado da parede, ao lado da janela; também havia uma mesa de estudos com livros de algas e a janela mostrava toda Atlântida.

– Ouriço?! – Percy exclamou abaixando o livro.

– Jacob Black versão Pequena Sereia! E aí?! – Dylan brincou.

– O que faz aqui?

Dylan notou algo de errado não só na voz de Percy, mas também no rosto. Deveria fazer meses que ele não dormia, pois tinha olheiras ao redor de seus olhos, o que fez com que ele ficasse parecido com Nico. Havia algumas cicatrizes em seu torço, assim como nos braços e havia algo... algo no jeito dele, o menino não sabia explicar o que, mas havia algo que deixava Percy muito diferente do Percy Jackson que ele conheceu. Sofrido talvez? Muitas noites chorando? Possivelmente. Havia dor naquele rosto e isso, ele não estava nem um pouco acostumado em ver no rosto do irmão.

– Ah... vim pedir sua ajuda.

– Pra que? – Percy disse rabugento.

– Tem um leucrota...

– É eu sei. As nereidas que você e os demais mandaram me contaram tudo.

– Tá tudo bem Percy?

– Meu nome é Perseus.

– Tá tudo ok, Perseus?

– Por que não estaria? E você perdeu seu tempo vindo aqui, não vou ajudar.

– Por que não?

– Duh! Não tô a fim de morrer!

– Mas Percy! São crianças e bebês que estão morrendo!

– Não tenho anda haver com isso. Meios-sangues morrem todo dia. É normal.

Dylan queria chutar alguma coisa, mas tudo no quarto era feito de coral ou recifes. Tirando a cama de Percy que era uma esponja verde escuro em forma de O e com um lençol de algas azul escuro.

– São nossa família Per... Perseus.

– E daí?

– Daí? Como assim? Isso não basta?! – exclamou.

– Er... não.

– Qual é cara! Você é o herói do Olimpo! O herói do Acampamento Meio-Sangue! Não pode deixar que semideuses inocentes morram!

– Está errado.

– Hein?

– Eu não sou o herói do Olimpo. Sabe quem foram os heróis do Olimpo? Castor! Silena! Charlie! Bianca! Michael! Lee! Ethan! Zöe Doce-Amarga! Luke Castlellan! Eles foram heróis!

– Só porque você sobreviveu à batalha do labirinto e a guerra contra Cronos não quer dizer que você não seja um herói!

Percy segurava lágrimas em seus olhos.

– Minha prima, Dylan, minha prima morreu porque eu não fui capaz de deter um gigante de ferro! NOSSA PRIMA SACRIFICOU SUA VIDA POR MIM! – gritou.

– E como você retribui isso a ela, hein? Virando uma sereia macho e tomando esteroides? Qual é Percy! Bianca morreu para que você pudesse salvar Ártemis e Annabeth! Luke morreu para que o Olimpo não caísse! E você tá se lamentando ao invés de fazer algo? Ao invés de fazer como eles e lutar para salvar os demais?!

Percy não segurou mais as lágrimas. Estava se sentindo como Briareu quando Tyson o encontrou naquela prisão.

– Faça jus à vida de seus amigos, a vida dos verdadeiros heróis do Olimpo, Perseus Jackson! Salve a futura geração de semideuses! – exclamou. – O que Tártaros aconteceu com você? Onde está sua confiança que eu tanto almejava? Cadê meu irmão? O corajoso filho de Poseidon que sustentou o céu?!

Percy encarou a própria cauda, ele não tinha confiança, sentia-se um lixo e sua alto-estima estava idêntica aos filhos de Ártemis: inexistente.

“Ei Ouriço, conseguiu alguma coisa?” Tyson disse em algum lugar na sua mente.

“Ele tá sem alto-estima! O que Hades aconteceu com ele?” respondeu.

“Percy tá assim mesmo, só treina e ler, quase não come ou dorme. Está em depressão.”

“Tem de haver algo que possamos fazer!”

“Lamento, não sei de nada. Mas boa sorte.”

“Valeu grandão.”

Dylan ficou encarando o irmão que ele tanto idolatrava. Passou-se mais ou menos meia hora e ele já estava ficando com fome quando Percy finalmente disse:

– É melhor arrumar roupas para mim, Ouriço. As minhas roupas de algas não devem ficar legais fora d’água. – Percy disse com um fraco sorriso.

– Obrigado Zeus! – Dylan abriu um largo sorriso. – Mas Percy... er... antes... você tem que saber de uma coisa...

– Que Annabeth estará lá? É, eu sei.

– Como?

– Ouvi você conversando com papai e eu ouvi também quando Íris contou da profecia para ele.

– Você tá muito filho de Hermes pro meu gosto, Perseus. – brincou.

Percy conseguiu forçar um sorriso.

– Vamos?

– Não iremos nos despedir do papai?

– Deixa de ser criança, Ouriço. – Percy disse nadando para fora do castelo pela janela.

Por um breve momento, quando disse aquilo, Dylan viu o irmão que tanto idolatrava de novo. Audacioso, nobre e pronto para a próxima aventura. Mas Clarisse desfez as ilusões que Dylan tinha de Percy durante o último ano letivo, ele sabia que o irmão era nobre, mas não era muito fã de briga (como os filhos de Ares). Os irmãos nadaram o mais rápido que podiam; até Dylan se cansar e Percy pedir ajuda para um golfinho que passava por eles. Em cerca de quarenta e cinco minutos, Percy avistou os hipocampos e Tyson brincando debaixo d'água. Ele NÃO QUERIA ver Annabeth nem que Midas a transforma-se em ouro (feel like Piper McLean), mas não podia recuar.


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Notas finais do capítulo

Antes que me chamem de poser: EU NÃO LEMBRO NADA DO REINO DE POSEIDON DOS LIVROS! Então tomei liberdade artística.