You Belong With Me escrita por SeriesFanatic


Capítulo 4
Ajudinha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/381503/chapter/4

Rachel acordou com uma luz muito forte no rosto. Achou que estava ficando doida ou que haviam arrancando a cortina de veludo que era a porta da gruta. Ela se espreguiçou um pouco antes de tomar coragem para abrir os olhos e então viu uma sombra. Era um homem com toda certeza, ela levou a mão para a mesa de cabeceira e pegou o objeto mais próximo para se defender... sua escova de dentes.

– Calma! – ele se alarmou, levantando os braços em redenção.

– Apolo?! – Rachel disse o identificando pela voz.

– Bom dia Delfos! – o deus sorriu.

Rachel se ajeitou melhor na cama, com a visão já normalizada. O deus do sol parecia aquelas estrelas de cinema, era belíssimo e com um sorriso perfeito. Rachel achava Apolo mais bonito que Afrodite, mas também ela nunca foi de admirar ou notar beleza em seres que não fossem do sexo masculino. Na verdade, Rachel nunca deu muita atenção à beleza plastificada da deusa do amor.

– Ah... o que faz aqui? – ela perguntou cobrindo o busto com o lençol.

– Calma, não é o que você está pensando. – ele disse sério.

– Hello, você é tarado! Então é o que eu estou pensando! E é melhor dar o fora ou vou começar a gritar! – ameaçou.

– A luz que lhe acordou fui eu mudando da forma divina para a humana, eu cheguei não tem nem um minuto. Acalme-se.

Rachel notou algo de errado. A voz dele estava pesada, séria. Ele não era assim. Quando não estava irritando Ártemis, estava chamando semideuses para treinarem tiro ao alvo no carro do sol sobrevoando os Estados Unidos.

– O que aconteceu?

– Justin de'Medici. Não resistiu aos ferimentos. – Apolo disse triste.

Justin era um moleque chato do chalé sete, tinha uns quinze anos e era uma peste. Vivia desviando os raios do sol para bater no rosto de todo mundo, já fez muitos campistas caírem dos pégasos, ninguém o suportava. Ele era mais legal que Drew (não é algo muito difícil), porém era extremamente irritante e Sunny odiava o irmão.

– Sinto muito.

– Já dei um jeito no resto dos meus filhos e estou indo ajudar os demais chalés, mas antes precisava falar com você. – disse cabisbaixo.

– Então diga.

– Não sou idiota senhorita Dare, Quíron muito menos. Ele sabe que você, a minha irmã rebelde, a minha sobrinha esquentadinha e meu priminho emo estão querendo fugir e matar o leucrota com a ajuda do Jackson e da Palas. – Apolo disse encarando o teto da gruta.

– Palas quem?

– Annabeth.

– Ah... então o senhor veio aqui para nos impedir? Porque, honestamente, Sr. D não mete tanto medo assim e você muito menos.

– Não Rachel. – ele deu um fraco sorriso. – Não vim aqui para impedir. Pelo contrário.

– Achei que Zeus tivesse selado o acampamento para que não nos machucássemos.

– De veras, mas não porque meu pai é bonzinho. Minha irmã Ártemis está certa, tem alguém controlando o leucrota e Zeus, assim como Ártemis, Atena e Hermes, acha que é alguém que quer destronar os deuses.

– E você sabe que tem alguém controlando o leucrota como...?

– Sou o patrono dele. – Apolo deu de ombros.

– Valeu por criar algo que não pode ser morto, Sherlock! – Rachel exclamou.

– Os leucrotas podem ser mortos, mas se esse for, vocês perderão a pista de quem o controla.

Rachel analisou o rosto triste do deus, ele conseguia sorrir, mas estava evidente que era um sorriso com dor. Será que havia algum deus capaz de sentir amor por seus filhos?

– Quer ir logo ao ponto, eu tô apertada para ir ao banheiro. – mentiu.

– Ah certo, perdão. Diga aos meninos que Delfos apareceu no seu sonho e diga o que eu irei lhe dizer.

– Por que eu não posso simplesmente dizer que você veio aqui?

– Thalia... ela e Luke não são exatamente meus fãs. Com essa história do leucrota, aí é que ela deve estar me odiando mesmo.

– Geralmente os semideuses têm excelentes motivos para odiarem os deuses.

– Eu sei. Mas só diga que descobriu isso em um sonho, ok? É o seguinte. Eles irão atrás do casalzinho OTP do Olimpo e depois irão seguir o leucrota até quem o controla, daí é só mandar uma mensagem de Íris e Ares irá destruir o animal, Zeus se encarregará da tal pessoa.

– E se for um monstro? E se for Gaia ou algum Titã? – disse Rachel.

– Você vê além, menina. Isso é bom. Principalmente para quem é um Oráculo. – ele forçou um sorriso melhor. – Mas não é, seja lá quem está controlando o leucrota é humano. Ou um semideus. Eu posso sentir.

Rachel encarou os próprios pés, mesmo eles estando cobertos pelo lençol.

– Só isso, senhor do sol? – ela perguntou levantando o rosto.

Ele tirou um frasco de plástico do bolso da camisa xadrez vermelha e a entregou. Era quente.

– O que é isso?

– Algo que se Zeus souber que eu lhe entreguei... digamos que minha punição será pior que a de Dionísio aqui no acampamento.

– Terá que ser mais específico que isso.

– Dê a Nico, ele sabe o que é. Diga para usar quando ele perder todas as esperanças, quando não houver mais alternativa. – ele disse se levantando.

– Nico ficará bem não é?

– Posso ver o futuro criança, mas não sou as Parcas. – ele disse saindo da gruta.

Rachel demorou um tempo encarando o frasco. Era do tamanho daquelas amostras grátis de perfume, só que feito de plástico e o líquido era roxo. Depois de uns dois minutos segurando, o que quer que fosse aquilo, queimou a mão de Rachel superficialmente. Ela enrolou num pano e colocou no bolso do short. Seguiu com a manhã normalmente assim como os demais. Dylan não apareceu no café, o que fez os campistas estranharem a falta de meios-sangues na mesa de Poseidon. Depois do almoço, os amigos se reuniram na praia e Rachel fez o que Apolo pediu, disse que Delfos apareceu em um sonho e deu o frasco a Nico.

– O que é isso? – Júniper perguntou.

– É... é melhor vocês não saberem. – ele disse guardando o frasco na mochila. – Valeu Rachel.

– Agradeça a múmia que matou a sua mãe. – Rachel achou que ia sair engraçado.

Nico encolheu os ombros e Rachel pediu desculpas por ter falado sem pensar.

– Beleza, cadê o Tyson com os peixes pônei? – disse Thalia encarando o mar.

– Ali! – Clarisse apontou.

Tyson estava acenando ao horizonte com mais três cavalos marinhos e Arco-Íris. Os meninos se despediram de Rachel, Grover e Júniper. Clarisse e Chris deram um beijo tão demorado que até os cavalos marinhos acharam estranho. Os meios-sangues montaram nos animais e partiram rumo à Nova Iorque. O último verso da profecia incomodava Chris: “Pelas mãos do filho do ladrão um irá partir”. Ninguém do chalé onze sabia da “missão” dos meninos, o que fazia dele O filho do ladrão, já que era o único que sabia do plano. E Chris não conseguia suportar a ideia de que provavelmente mataria alguém. No Olimpo, Annabeth leu todos os livros possíveis que falavam do leucrota, pesquisou na internet e nada. Não havia como matar o animal, mas o que mais lhe afligia era o fato de Thalia e Luke nunca terem mencionado o monstro antes.

– Confusão... adoro isso! – disse uma voz conhecida.

– Se for para me irritar é melhor dá o fora! – Annabeth respondeu com raiva.

– Você fica tão bonitinha quando tá com raiva! – o deus provocou.

– É, já me disseram isso. – ela disse focando a atenção no livro. – O que você quer?

– Afrodite me mandou aqui.

– Isso não é novidade. É a terceira vez essa semana que você vem falar comigo e hoje é terça-feira.

Ela virou para encarar o deus, era um menino lindo, olhos azuis como o céu, cabelos negros encaracolados, usava uma frauda e tinha asas nas costas. As bochechas eram coradas e tinha uma expressão traquina no rosto.

– Sabe o que eu vim falar não sabe? – perguntou com uma vozinha de anjo.

– Vai pro Tártaro, Eros. E diga a sua mãe que eu estou farta dela. – exclamou.

– Mentiras e mais mentiras... diga-me Palas... sente-se excluída? Infeliz? Com saudade do acampamento? Ora vamos! Eu sei que sim! Você odeia esse lugar, só continua aqui porque não quer fazer desfeita a sua mãezinha querida. Mas você odeia aqui! Sente que falta um pedaço imenso do seu coração. – Eros disse voando pelo quarto.

– Quem te disse isso? Vê se cresce! – Annabeth provocou.

Ele pousou no colo dela, era do tamanho de uma criança de três anos, só que uma criança de três anos MUITO FOFA! Filho da deusa da beleza, né.

– Dá o fora Eros, é sério. Eu estou ocupada. Não quero a sua ajuda e nem a da sua mãe.

– Mentirosa! – cantarolou.

– Olha, pela milionésima vez... eu não vou fazer o que Afrodite quer.

– Você nem é Caçadora de Ártemis... então pode! – ele sorriu malicioso.

– Não, não posso. Não vou me humilhar.

– Ai Palas, por favor, deixe seu ego em paz! Dê uma chance pro seu coração!

– Dá o fora daqui, cupido!

– Aí tu me ofende!

– EROS! FORA!

Ele virou névoa com a ordem dela. Depois que completou um mês da estadia de Annabeth no Olimpo, Afrodite ou Eros apareciam quase que todo dia para “tentar ajudá-la” como eles diziam. “Peça desculpas ao Percy! Implore para tê-lo de volta” coisas do gênero. Ela não ia pedir desculpas ao Percy por tê-lo largado, apesar de que seu coração dizia para fazer isso, mas seu cérebro dizia não. E ela tinha a mais absoluta certeza de que Percy estava muito feliz com Calipso no acampamento. Apesar de que de vez em quando tinha recaídas e ficava pensando nele o dia inteiro. Annabeth realmente queria vê-lo, tentar reconquistá-lo, mas sempre que Eros ou Afrodite apareciam incentivando o que seu coração queria, ela ficava com raiva.

Caminhou pelas nuvens que eram meio que seu “jardim particular” e ficou encarando o Central Park, ao longe viu uns cavalos marinhos brincando no mar, o que a deixou com mais raiva. Annabeth achava que só Ares ou Nêmesis tinham o poder de deixar os semideuses com raiva quando perto de algum, ela estranhou na primeira vez que Eros e Afrodite a fizeram se sentir assim. Enquanto estava tentando se acalmar, o Olimpo estremeceu e o céu ficou cinza, raios caíram em Nova Iorque. Zeus estava com raiva de algo. Pela experiência dela, quando Zeus jogava uma tempestade na cidade, era melhor sair de perto das nuvens, então foi até o local da reunião do Conselho. Não ia encontrar deus nenhum ali, mas não tinha outra ideia. Quando chegou, quase que teve um troço quando viu Zeus em seu trono, com Thalia, Clarisse e Nico de cabeças baixas ouvindo reclamações do senhor do céu.

– Mas pai... – disse Thalia.

– MAS PAI NADA, THALIA GRACE! EU FUI BEM CLARO! VOCÊS DEVEM FICAR NO ACAMPAMENTO! LÁ ESTARÃO PROTEGIDOS! – Zeus exclamou.

– E desde quando os Olimpianos ligam para a proteção dos semideuses?! – Nico disse sarcástico, ele era muito parecido com Hades.

– Olhe como fala moleque! Seu pai pode ser meu irmão mais velho, mas não quer dizer que eu tenha alguma afeição por você. – Zeus disse brabo.

– Não ligo para isso, titio. Viemos aqui para buscar Annabeth e não iremos voltar para o acampamento! – Nico ironizou.

– É! Podemos matar o leucrota! – Clarisse o apoiou firmemente.

– Ah é? – Zeus riu. – Como?

– Rachel teve uma profecia ano passado e dizia que Percy e Annabeth conseguirão matar o monstro. – Nico deu seu sorriso cadavérico de sempre.

– Er... não foi bem assim... – Thalia sussurrou.

– Detalhes Thalia. – disse Clarisse. – Precisamos de Annabeth!

– Crianças, usem o cérebro, o único lugar seguro para vocês e as Caçadoras é o acampamento. – disse Zeus.

– Não estamos nem aí para isso, pai. – Thalia exclamou. – Não vamos deixar que mais meios-sangues indefesos morram!

– Sabemos que o leucrota está sendo controlado por um semideus, podemos seguir o monstro e dá um jeito no traíra. – disse Clarisse.

Zeus deu um sorriso disfarçadamente, pareceu gostar da ideia dos meninos.

– Como sabem disso? – o deus perguntou.

– Delfos contou a Rachel num sonho. – Nico falou.

– Apolo... aquele miserável... nunca consegue dar um jeito nesse Oráculo... bem, nunca pensei que ia dizer isso, principalmente porque os planos do Apolo são horríveis, mas até que é uma boa ideia. – disse Zeus.

– Então podemos levar Annabeth conosco? – Thalia disse com um sorriso infantil pra ver se convencia o pai.

Zeus analisou os semideuses, Clarisse tinha uma expressão do tipo: VAMOS MUTILAR O LEUCROTA! EU SOU MELHOR QUE NORMAN BATES E HANNIBAL LECTER JUNTOS! Enquanto Nico estava sério, encarando o deus dos deuses. Thalia fazia biquinho pra ver se convencia o pai.

– Tá legal. Mas se Ártemis perguntar, eu nem vi vocês! – ele respondeu.

– Papai, o senhor tem medo da lady Ártemis? – Thalia perguntou surpresa.

– Não! Mas ela sabe me irritar mais do que Afrodite e Hera juntas e eu não estou a fim de ser irritado. – ele parecia estar mentindo. – Agora se Atena vier reclamar comigo, eu digo que a culpa foi de vocês.

– O senhor tem medo de Atena? – Clarisse segurou o riso.

– Atena é uma inimiga horrível. Se não acredita em mim, minha neta, pergunte a seu tio avô Poseidon. – disse Zeus.

Os três se entreolharam e Annabeth viu que era hora de aparecer em cena. Thalia correu para abraçá-la, assim como Clarisse. Ela ficou feliz de estar novamente com os amigos, mas ficou meio receosa quanto à história de lutar novamente com Percy.

– Senti tanto sua falta. – Thalia disse feliz.

– Eu também. – Annabeth confessou. – De todos vocês.

– O acampamento não foi mais o mesmo sem você sabidinha. – Clarisse sorriu.

– É Palas agora. – disse Annabeth a corrigiu.

– Que seja. – Clarisse zombou.

– Ei. – disse Nico.

– Rei dos fantasmas! Você está mais alto! – ela sorriu e o abraçou.

– Boa sorte com a missão crianças e Thalia, se precisar de ajuda é só chamar. Creio que irá precisar logo, logo. Porque na hora que Jackson encontrar com Palas... – Zeus disse segurando o riso.

– Ah qual é pai! São Percy e Annabeth! Né possível que eu vá precisar de ajuda divina para separar uma briga dos dois! – Thalia brincou.

Zeus apenas riu e os quatro foram até o quarto de Annabeth. Ela arrumou a mochila enquanto as meninas contavam as novidades, deixando de fora tudo relacionado a Percy Jackson. Nico ficou admirando a vista.

– Pronto. – ela disse.

– Vai de túnica? – Nico perguntou.

– É, por quê? – Annabeth deu de ombros..

– Annabeth... não creio que a Névoa vá interferir nas suas roupas. – disse Thalia. – Ainda vão te ver como uma autêntica cidadã da Grécia Antiga.

– Não tenho roupas comuns. – admitiu Annabeth.

– Tá legal, Nico, você vai com Annabeth até o porto e encontra Tyson e os cavalos marinhos. Thalia e eu vamos comprar alguma coisa para ela. – disse Clarisse.

– Por que eu não posso ir junto? – Annabeth franziu o cenho.

– Para desfilar por Nova Iorque parecendo uma viajante do tempo...? Não! Vão direto ao porto, menos chance de alguém te ver. – disse Clarisse.

– Seu tamanho ainda é o mesmo né? Dois a menos que o meu? – perguntou Thalia.

– Acho que sim. – Annabeth deu de ombros.

– Pois bem, então vamos! – disse Clarisse.

– Ei Annabeth, o que é isso? – Nico chamou.

Havia um colar na cama dela, ouro puro, com um pingente em forma de coruja, que abria e tinha como colocar uma foto.

– Minha mãe que me deu. É um colar porta foto. – Annabeth falou, pegando e colocando o objeto no bolso da mochila.

– Você tirou uma foto com Atena? – Clarisse se espantou.

– Não! – ela riu. – Mamãe mandou tem dois dias, Héstia veio entregar. Ainda não sei que foto eu colocarei.

– Tá legal, querem deixar o sentimentalismo para depois que tivermos impedido esse semideus filho de uma pê... que tá matando os bebês?! – Clarisse exclamou.

– Vamos. – disse Thalia.

Descer foi a parte fácil, chegar ao porto também. Difícil foi Thalia e Clarisse irem fazer compras. Se é hilário de imaginar, é mais hilário ainda de ver. As duas queriam comprar roupas num estilo rock ou punk para Annabeth, que estava conversando tranquilamente com Tyson e Nico. Thalia insistiu em tentar comprar algo que fosse do estilo da loira, mas Clarisse reclamava dizendo que o estilo de Annabeth não era legal. Depois de uns pequenos choques em Clarisse (com ameaças de morte vindo como resposta), Thalia a convenceu de levar roupas que “faziam o gosto de Annabeth”. No porto, Tyson ficou contando as brincadeiras que fazia com Dylan nos fins de semana que ia para o acampamento e de como estava indo a vida dos campistas.

Nico contou que Hades lhe fez uma oferta, ir morar e trabalhar com ele, o menino estava tentado em aceitar, mas não poderia ir ver os amigos. Contou que Connor, Chris e Travis aceitaram trabalhar com Hermes nos correios e que iam começar em setembro. Clarisse havia contado que ia tentar virar detetive da NYPD, ir atrás dos caras maus e bater muito neles. Ares com toda certeza irá ficar orgulhoso! Nick, o irmão de Annabeth, e Sunny tiraram uma “lua de mel” pelo Caribe, pagos pelo pai dele que é milionário e rival do pai da Rachel no mercado. Todos tinham seguido com suas vidas. Ela notou o esforço de Tyson e Nico em não tocar no nome de Percy, o que de certa forma era bom, mas a deixou apreensiva.

– Então... como é a vida no Olimpo? – Nico perguntou.

– Tirando o drama de Zeus de vez em quando é legal. – sorriu Annabeth, torcendo para que um raio não caísse em sua cabeça. – Então... acha mesmo que Bianca e Luke reencarnaram?

– Acho... sei lá. Tem uma parte de mim que quer que eles tenham encarnado sabe, viver uma nova vida, recomeçar. Mas a outra parte... deixa meu coração apertado. – confidenciou.

Annabeth não sabia o que responder. Nico brincava com uma pedra no cais enquanto Tyson estava no mar brincando de cambalhotas com os cavalos marinhos. A mochila do ciclope estava perto dos pés de Annabeth, entreaberta com um mapa quase caindo no mar. Ela pegou antes que caísse e começou a estudá-lo, enquanto Nico continuou brincando.

– Ei Nico, esse mapa é o que eu estou pensando? – Annabeth disse completamente focada em pensamentos.

– Hã? Ah é! Thalia achou que fosse uma boa ideia marcar todas as mortes. – ele disse ao ver o mapa.

– Hum... – Annabeth disse pensativa.

– Hum o que? Que foi?

– Há um padrão. Veja. São todas cidades do norte dos EUA, mesmo sendo costeiras, são todas cidades ao norte.

– E daí?

– Hermes alguma vez mencionou os pais das crianças e dos bebês mortos? – Annabeth perguntou analisando mais ainda o mapa.

– Não. Só disse que um foi dele, era uma menina, tinha uns três anos e se chamava Maya, Quíron não deu muita importância aos pais ou mães Olimpianos dos mortos.

– Acha que você consegue descobrir?

– São crianças e bebês, Annabeth; alguns não sabem nem falar quanto mais dizer quem são seus pais ou mães Olimpianos.

– Consegue ou não?

– Consigo! Mas por quê?

– Acho que não é só um semideus. Tem dedo de um deus por trás disso.

– Hein?

– Eu lembro de uma vez ter passado pela porta do quarto de Zeus e...

– Zeus tem um quarto?

– Posso continuar? Obrigada. E tinha um mapa holográfico, ficava mudando e coisa e tal, deve ter algo haver com os muitos trabalhos de um deus, mas deixando essa parte de lado... tinha uns pontos fixos em cor cinza e eram exatamente nos mesmos locais que a maioria desses.

– Não entendi.

– É HERA! Hera deve tá controlando esse semideus, ou prometeu algo a ele. Dos 17 mortos, 10 são filhos de Zeus. Ou acha que é coincidência dez mortos serem os dez pontos fixos no mapa do deus dos deuses?

– Faz sentido. E os outros sete?

– Para que ninguém note o padrão. Mata um filho de Hermes aqui, outro de Nike ali, ah mate aquele de Íris também só para confundir. Isso é Hera, Nico. Tenho certeza.

– A profecia de Rachel dizia algo sobre o fim da vingança do pavão. – ele lembrou. – Depois dizia que o Mar e a Sabedoria serão presenteados pela Pomba.

– É Hera, Nico. Pode apostar, tem o dedo da deusa das vacas nessa história.

Nico deu um sorriso de triunfo, finalmente alguma coisa fazia sentido.

– Sabe, você é dez! Se não fosse por você, NUNCA teríamos notado esse padrão. Ou que é a Hera. – Nico sorriu.

– Obrigada. – ela corou.

– Agora só falta Percy chegar e as meninas voltarem. – Nico sorriu mostrando sua espada. – Para irmos fazer da rainha das vacas um belo e saboroso hambúrguer!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada a Leila di Angelo Valdez e a Ana Tonhetta que recomendaram Forever & Always