You Belong With Me escrita por SeriesFanatic


Capítulo 27
Mellontikós


Notas iniciais do capítulo

Mellontikós = "futuro" em Grego



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O clima no Argo II era tenso, tenso ATÉ DEMAIS. Leo estava começando a ficar impaciente enquanto Jason tentava distraí-lo; a hiperatividade de Leo estava atacando.

– Fique quieto Valdez! Você está me dando nos nervos! – exclamou Octavian.

– Ótimo! Arrumei uma utilidade para o Leo. – Reyna zombou.

Leo mexia as pernas sem parar ou ficava andando pelo navio, com Jason o acompanhando para que ele não fizesse nenhuma besteira. Sobre as ordens de Annabeth, Piper estava tentando convencer o treinador Hedge a não sair por aí metendo o taco de baseball na cara de Octavian (apesar de que todos iam amar se Hedge fizesse isso). Hazel e Frank conversavam algo sério pela cara deles, Percy não sabia o que era, mas parecia ser assunto de vida ou morte. Octavian para varear, estava criticando tudo e discutia com Annabeth, enquanto Percy conversava com Reyna sobre o Acampamento Júpiter.

– Ei Reyna... É verdade que tem bebês filhos de meios-sangues e idosos no acampamento de vocês? – ele perguntou curioso.

– Ah... sim. – Reyna respondeu não vendo a relevância da pergunta.

– Como isso é possível?

Reyna sabia que Percy era meio lesado, mas aquela pergunta pareceu idiota demais até pro nível dele.

– Se fazendo sexo. É assim que nascem a maior parte dos seres vivos. – ela respondeu como se estivesse falando com uma criança.

– Eu sei disso. – Percy falou sentindo-se insultado. – Mas eu quis dizer... como é que os idosos sobreviveram e... bebês... de... meios-sangues...

– Não entendi onde você quer chegar.

– É que... os semideuses Gregos... nós não vivemos muito mais do que os vinte anos e os poucos que chegam a fase adulta são filhos dos deuses menores, que atraem menos monstros e por isso, bem... podem ter uma vida mais ou menos normal no mundo exterior, mas nunca chegam a velhice. E bebês filhos de meios-sangue...

Reyna analisou o rosto de Percy e se lembrou do Acampamento Meio-Sangue, de fato, só tinham semideuses ali. Diferentemente do Júpiter, o CHB parecia apenas um acampamento americano de treinamento, como se os Gregos dissessem: “treine bem muito para morrer pelas mãos de um monstro no seu aniversário de vinte anos.” Bem ao estilo Esparta. Percy não estava sendo lesado, ele apenas não via um futuro para si e Annabeth e Reyna entendeu por que.

– No Acampamento Júpiter nós temos Nova Roma. É uma reconstrução da antiga Roma, só que em tamanho menor. Lá, gerações e mais gerações de semideuses vivem, trabalham e estudam, tem uma vida normal. Depois de cumprir seu tempo na Legião, você pode ir para o mundo mortal ou morar em Nova Roma, fazer faculdade, se formar e ter uma vida pacta dentro do acampamento. – disse Reyna. – Lá somos uma família.

As palavras de Reyna soavam como músicas nos ouvidos de Percy e olhe que ele já tinha ouvido as Nove Musas cantando ao vivo e a cores no Olimpo. Ele olhou de relance para Annabeth, que segurava uma espada em mãos, impaciente com Octavian. Ela ficava tão linda quando estava com raiva ou prestes a entrar em uma luta. Então Leo apareceu e deu as coordenadas, pela cara de cansaço de Jason, eles devem ter andado por todo o navio. Hazel e Frank ainda estavam imersos em sua conversa séria e nem deram atenção a Leo. Piper e o treinador Hedge apareceram para ouvir os cálculos de Valdez; segundo ele, chegariam ao Acampamento Júpiter em um dia se o vento ajudasse e Jason garantiu que o vento ia ajudar.

Todos comeram no deck superior com o vento fazendo seu trabalho e deixando todos com frio. Por mais que quisessem que Leo acendesse uma fogueira, era melhor se manterem firmes aos cobertores e casacos, vai que sem querer o barco pegava fogo. Jason era o único que ia sobreviver. Depois do jantar, o treinador Hedge insistiu em contar histórias de terror, mas nenhuma das histórias dele sobre esgotos no mar (essa só assustou Percy) ou incêndios propositais nas florestas causaram medo. Já as de Hazel... Reyna, Octavian e Jason se seguraram para não demonstrar o medo, mas era meio óbvio que eles estavam assustados. Até Frank se assustou. Hazel levava jeito com histórias de fantasmas, tanto que Leo se encolheu e Piper só parou de tremer quando Jason a abraçou.

Percy não queria mais ouvir nada que lhe desse calafrio e entrou no navio. Ele estava tendo bons pensamentos e ideias maravilhosas em sua mente. Não podia deixar que as histórias de zumbis de Hazel lhe tirasse a concentração. Annabeth o seguiu querendo saber se estava tudo bem, mas ela não precisou de resposta. Só de ver o lindo sorriso no rosto de Percy, a forma como ele sorriu ao vê-la... tudo isso fez o dia de Annabeth valer a pena, Percy estava tão feliz que a deixou feliz.

– Hazel já terminou de recitar Drácula 2.0... isso se quiser voltar lá pra cima! – ela riu.

– Ah... ok... – ele falou tentando arrumar coragem. – Mas... hum... eu não saí de lá por medo.

– Hum, hum... sei. – ela sorriu.

– Ei, eu não sou tão covarde assim! – ele exclamou.

Ela caminhou até ele e o abraçou de leve.

– Claro que não! Você enfrentou o ladrão de raios, o mar de monstros, sobreviveu à maldição do titã... – ela tocou na mecha cinza de seu cabelo e na dele. – Lutou bravamente na batalha do labirinto e ainda achou o último Olimpiano... isso é muita bravura. – ela disse num tom de deboche.

– Eu não teria conseguido nada disso se não fosse por você. – ele falou sério.

– Não é verdade, Percy e você sabe disso. Além do mais, eu não me lembro de ter te ajudado a explodir o Monte Santa Elena ou de estar presente quando você, Grover e Thalia tiveram que aturar as Caçadoras atrás de Ártemis... – ela disse com falsa modéstia.

– Eu só fiz isso por você. Afrodite estava certa, eu só fui nessa missão por sua causa. Eu só explodi o Monte Santa Helena para te salvar. – ele disse sério.

Então Annabeth notou que ele não estava brincando da mesma forma que ela. Seu coração queria pular para fora do peito e ela esperava que Percy tivesse algum senso sobre romance para não fazer a mesma besteira que Chris fez com Clarisse. Se fosse para pedí-la em casamento, era para ser em um lugar especial e com um anel. E não no estábulo do Argo II.

– Tudo bem? – ele perguntou a ver a expressão de espanto dela.

– Você vai me pedir em casamento? – ela disparou sem conter sua hiperatividade.

– O que? Não! – mentiu. – Quer dizer... eventualmente... eu... vou... sim...

Annabeth não sabia se pulava de alegria, se o beijava ou se o socava. NUM ESTÁBULO DE UM NAVIO VOADOR??? Até Polifermo teria feito algo mais romântico.

– Por Afrodite... – Percy engasgou. – Você não está tornando isso fácil...

Ele suava frio, estava pálido e parecia que ia vomitar e Annabeth estava da mesma forma.

– Tava bom o jantar né?! – ela disse sem pensar.

– Uma delícia! Juníper se superou! – ele disse aliviado.

Se o clima no deck superior entre Gregos e Romanos estava tenso, a tensão sexual entre eles estava pior. Se bem que pessoas com dezoito anos podem se casar, mas Annabeth não sabia se era isso que ela queria. Só sabia que queria passar o resto da sua curta vida de semideusa com seu Cabeça de Alga e Percy sentia o mesmo. Não iria perder sua Sabidinha de novo.

– Reyna... ah... me falou do Acampamento Júpiter – ele reuniu coragem. – Lá, há Nova Roma, uma cidade onde se pode estudar, trabalhar e... construir uma família.

Annabeth estava tão vermelha quanto sangue, igual à Percy.

– Uma família... – ela disse a palavra como se fosse um sonho a muito esquecido.

– É... – ele desviou o olhar. – Viver uma vida normal... ir para a faculdade... sabe... sair para passear com nosso cachorro enquanto você escolhe o nome do nosso filho, com Apolo abençoando o dia e Ártemis a noite... ensinar o pequeno Percy Júnior a andar, a pequena Annabethzinha a não cair da bicicleta... sabe... coisas de gente normal... – ele precisou de toda a coragem existente no mundo para dizer essas frases.

E tudo que Annabeth conseguiu dizer foi “oh”. Eles podiam ser melhores amigos há anos, estarem namorando há meses e terem enfrentado situações extremamente letais, fora o fato de que ambos salvaram a vida um do outro várias vezes... mas ainda assim, ele sentia que conhecia tão pouco dela. Mas sabia o que sentia e isso, nem Hera seria capaz de mudar. Percy se amaldiçoou eternamente por sonhar tão alto e ao mesmo tempo tão normal. E fato de ter dito “nossos” filhos fez com que ele já se sentisse pai. De quem, ele não sabia. Tyson talvez. Não... Nico, definitivamente Nico. Enquanto ele desejava voltar no tempo e retirar tudo o que disse, Annabeth quebrou o clima tenso:

– Percy... eu NUNCA sobre hipótese alguma colocaria o nome dos nossos filhos de Percy Júnior e Annabethzinha. – ela falou séria, mas segurando o riso.

Ele levantou a cabeça. Ela dissera NOSSOS FILHOS. O coração dele parecia fogos de artifício.

– Ainda bem, por que eu sou péssimo com nomes! – ele conseguiu sorrir aliviado.

– Se tivermos uma menina, se chamará Bianca. E se for um menino...

– Lucas. – ele interrompeu.

– Desde quando você ler mentes? – ela brincou.

– Não precisa ler mentes para dar ao meu filho o nome do Herói do Olimpo. – ele disse sem jeito.

Annabeth corou.

– Bianca Silena Zöe Chase Jackson e Lucas Charles Frederick Chase Jackson. – disse Percy.

– Poxa vida, você É mesmo péssimo com nomes. – ela zombou.

– Não tenho benção de Apolo tá legal! Criatividade não é comigo! – ele resmungou.

– Obrigada por incluir o nome do meu pai. – ela sorriu. – Mas Lucas Charles Frederick Chase Jackson é um nome horrível!

– Tem razão! – ele riu. – É melhor deixar pra quanto você estiver grávida!

– É melhor deixar para alguns anos pro futuro, Cabeça de Alga. – ela riu. – Por enquanto só pretendo devolver os Romanos em segurança, evitar que Hedge cause a Segunda Guerra Civil e voltar para o acampamento. Se essa Nova Roma for do jeito que Reyna disse... posso bolar um projeto e criar Nova Atenas dentro dos limites do acampamento, mas precisaremos de uma reunião com Conselho Olimpiano Grego para isso.

– Nova Atenas? Por que não dar o nome da cidade de Poseidon? – ele zombou em referência a briga de Poseidon e Atena para ver quem seria o patrono da cidade.

– Não me provoque! – ela respondeu segurando o riso.

– Fala sério Annabeth, você AMA quando eu te provoco! – ele deu um sorriso safado.

Eles começaram a se beijar, primeiramente leve e aos risos, depois foram aumentando a intensidade. Mas o sono falou mais alto e eles dormiram abraçados. No Olimpo, Nico conversava com Zeus.

– Tem certeza disso criança? – o senhor dos céus perguntou.

– Sim senhor. Infelizmente eu estou seguro. Se não confia em mim, pode perguntar as harpias do acampamento, elas confirmarão a mesma história. – Nico disse sério.

Zeus coçou a barba e fez um sinal com a mão, Nico não sabia o que era, mas tinha certeza de que o deus chamou alguém e numa mensagem importante.

– Apolo lhe deu mesmo o sangue de górgona? – Zeus perguntou enquanto esperava a pessoa chegar.

– Não a mim, deu a Rachel Dare e disse a ela que me entregasse. – Nico disse.

Zeus assentiu com a cabeça e então um homem atlético de cabelos loiros encaracolados e olhos lindos, que Nico não conseguiu dizer qual cor eram, entrou. Ele usava uma coroa de louros de ouro que ficava estranha em seu cabelo louro natural, túnica romana roxa e segurava uma lira. Atrás dele vinha uma mulher de cabelos castanhos presos numa trança com fios de ouro, usava um vestido romano cinza e segurava um arco, com um cervo aos seus pés. Aqueles NÃO eram Ártemis e Apolo, mas ainda assim Nico se abaixou em sinal de reverência.

– Chamou? – disse Febo.

– Sim. Acompanhem esse filho de Hades até o Acampamento Júpiter. – disse Zeus.

– Um Grego em solo Romano? – Diana franziu a testa.

– É uma ordem. – Zeus disse sério.

Diana e Febo eram rígidos, frios. Pareciam com Apolo e Ártemis, só que não passavam o tempo todo brigando. Na verdade, parecia que eles nem se falavam. O cervo aos pés da deusa não parecia feliz em estar no Olimpo.

– Se o que Nico di Angelo diz é verdade, e eu creio que seja, então Hera está usando um de seus filhos para começar uma guerra entre Romanos e Gregos. – disse Zeus.

Febo assentiu sério. Nico estava com medo de Febo. Apolo era brincalhão, convidava todo mundo para praticar arco e flecha na carruagem do sol e viva fazendo haicai. Febo lhe dava medo. Assim como Apolo, ele era o deus mais bonito de todos (parte masculina tá gente), só que sua expressão era séria o tempo todo. Diana também assustava Nico. Ártemis era séria e lembrava Atena em algumas ocasiões, já Diana tinha o rosto mais calmo, porém com uma expressão que fazia Nico se questionar se sua vida valia a pena. Isso só porque ele era homem. Mas ainda assim, Diana parecia mais alegre e relaxada que Febo. Nico desejou secretamente ouvir os haicas de Apolo pela primeira vez na vida. Aqueles gêmeos os assustavam.

– Hera retirou as memórias dos pretores e do áugure e os mandou para solo Grego juntamente com dois meios-sangues Romanos que não sabiam nem que eram meios-sangues. Frank Zhang, filho de Marte e Hazel Levesque, filha de Plutão. – disse Zeus aos “filhos”. – Esses dois estão juntamente com os pretores e o áugure no barco... qual é mesmo o nome?

– Argo II. – Nico respondeu.

– Argo II a caminho do Acampamento Júpiter com Perseus Jackson, filho de Netuno. Leo Valdez, filho de Vulcano. Piper McLean, filha de Vênus e Annabeth Chase, filha de Minerva. – Zeus disse a última frase com nojo.

Nico notou que os gêmeos fizeram a mesma expressão quando o pai falou de Annabeth. Minerva é uma deusa virgem, assim como Atena. Porém a versão Grega tinha filhos que saiam de seu cérebro (ao menos era o que Nico imaginava) e a Romana não. Diana pareceu sentir-se ofendida.

– Vão para o acampamento e avisem aos pretores substitutos da situação. Digam que é ordem direta de Júpiter. Ninguém deve atacar os Gregos até que eu diga o contrário e quem me desobedecer, será punido por Marte e Mercúrio. – disse Zeus.

Os gêmeos assentiram. Nico imaginou que numa situação normal, Hermes não ia ferir ninguém, mas ele não conhecia Mercúrio para poder afirmar algo. Ele voltou a desejar ouvir os haicais, já que Diana e Febo não pareciam nem um pouco interessados em questionar o pai, mesmo que fosse a versão Grega do pai. Normalmente, Apolo começaria a recitar algo e Ártemis rebateria com argumentos inteligentes, mas aqueles dois pareciam capachos e não deuses.

– Levem o menino com vocês. Digam a verdade, ele não é filho de Plutão e sim de Hades. Expliquem a situação e digam que Pax e Júpiter estão EXIGINDO paz. E se algum lares ou outro deus ousar a questionar as ordens... – um brilho maligno surgiu nos olhos do deus. – Irá se ver com Netuno, Plutão, Ceres e eu.

Nico não sabia como Deméter, Hades, Zeus e Poseidon poderiam trabalhar bem juntos, mas achou melhor não discutir. Os gêmeos assentiram e saíram do lugar e Zeus apontou para que Nico seguisse o cervo de Diana. O rapaz esperava que Rachel tivesse tido sucesso na parte dela do plano e que Quíron e Sr. D acreditassem nela. Do contrário, os Gregos estariam perdidos.


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