You Belong With Me escrita por SeriesFanatic


Capítulo 11
Separações




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/381503/chapter/11

Annabeth e Clarisse concordaram pela primeira vez em muito tempo e por incrível que pareça, Percy deu suporte, assim como Nico, o que deixou Thalia sem opções. Cinco semideuses por aí já é perigoso, piorou três deles sendo filhos de Zeus, Hades e Poseidon. Agora, doze semideuses? Thalia achou que seriam atacados e mortos antes mesmo de chegarem ao pé do Monte Diablo. Dois filhos de Zeus, um de Poseidon, dois de Hades, uma de Ares, um de Apolo, uma de Atena, uma de Afrodite e Leo, Reyna e Frank que não foram reclamados. Ela não sabia se a pior parte era Jason, Leo, Piper e Reyna sem armas para matarem monstros ou se era o fato de Reyna, Leo e Frank não terem sido reclamados, já que os três já haviam passado da idade de serem reconhecidos. Milagrosamente conseguiram caber todos dentro da limusine do pai de Piper e foram até o pé do monte sem problema algum.

Annabeth parou para pensar no que o coitado do motorista estava pensando, no que ele havia visto ou se já havia telefonado para o pai de Piper dizendo que a filha dele era louca e tinha amigos mais doidos ainda que podem andar de avião sem pagar passagem. A escalada foi até fácil, considerando o fato de que fazia um ano que ela não treinava na parede de larva e Jason conseguiu até planar um pouco e chegou no topo primeiro, mas não havia nada lá, só uma vista linda e ar rarefeito.

– Tem certeza mesmo de que seu pai falou o nome do lugar certo? – Clarisse perguntou a Thalia.

– Tenho. – exclamou ela.

Percy conseguia ver o mar, o que fez com que ele se sentisse melhor. Numa emergência, era só provocar um terremoto e torcer para que Hera não o matasse quando ele chegasse a Ogígia.

– Beleza e agora o que? – disse Leo.

– Não faço ideia. – respondeu Thalia.

– Vai ver que ele se confundiu?! – disse Hazel com compadecida.

– Não. – exclamou Jason. – Se nosso pai disse que é aqui então é porque É aqui.

Annabeth franziu o cenho, isso não era muito grego da parte dele. Não questionar um deus? Jason era o oposto de Percy.

– Tá legal Pikachu, então me explica cadê o covil do mal? – zombou Clarisse. – Porque honestamente eu não tô vendo nada além da vista pra cidade.

– É... gente...? – chamou Annabeth.

Mas ninguém prestou atenção, já que Clarisse e Jason começaram uma briga verbal, ele não gostou do apelido e ela não gostava de ser contrariada. Thalia pensou em dá choque nos dois, mas não ia surtir efeito no irmão. Nico e Leo terminaram conversando sobre Mitomagia e Piper tentou, juntamente com Reyna, Hazel e Frank, acabar com a discussão. Octavian para varear não estava fazendo nada de útil. Percy então parou de admirar o mar quando Annabeth chamou pela segunda vez, havia urgência na voz dela. Quando ele se virou, viu TRÊS leucrotas rosnando do outro lado do topo, com baba caindo por suas bocas. Anaklumos já estava em mão e Percy ao lado de Annabeth, como nos velhos tempos.

– Acha que vão sessar a briga se a gente gritar por socorro? – sugeriu Percy.

– Ah... não sei. – respondeu ela pegando a espada.

– Então vale apena tentar. – disse Percy. – SOCORRO! – gritou.

Os demais pararam o que estavam fazendo e viram os bichos. Percy pode ouvir Jason engolindo em seco de medo, apesar de ele ter uma expressão do tipo: Oi eu sou Johnny Bravo e você está assistindo a Cartoon Network!

– Octavian, você disse que tinha como matá-los! – lembrou Frank.

– Agora diz aí como! – disse Hazel.

– Ei, só porque TEM como eles serem mortos, não quer dizer que eu saiba! – disse Octavian.

– Chamo reforços? – Nico perguntou a Thalia.

Annabeth não sabia por que todos sempre se referiam a Thalia como líder, ela era uma Caçadora, não campista. Apesar de que a profecia falou que ela, Clarisse e Nico iam contra a vontade dos deuses e pediriam ajuda a Percy e Annabeth, mas hora nenhuma foi definido um líder e pelo que ela conhecia da amiga, Thalia não estava muito confortável liderando essa missão, principalmente com a quantidade de novatos que surgiu.

– É melhor não, Nico. Precisaremos de você descansado. – respondeu Annabeth.

Pelo canto do olho ela viu o menino assenti com a cabeça. Como havia funcionado na última vez, valia à tentativa, então Annabeth caminhou até ficar a uns 10 metros dos monstros, mostrando a adaga. O menor deles recuou, bateu com a pata no chão com força e um alçapão se abriu para o monstro entrar. Os outros dois recuaram, mas não fugiram. A cada passo que Annabeth dava, ela notou que o rosto dos monstros, assim como suas peles, estava queimados com cicatrizes horríveis e com algumas partes deformadas. Se o fogo grego podia matar leucrotas, então era preciso de algo maior e mais concentrado do que o que Thalia e Luke fizeram com a ajuda do tal Hal Green.

– Annabeth. – Percy chamou.

Ela continuou andando, adaga em uma mão e espada na outra. Os monstros pararam de recuar e mostraram os dentes finos. Foi uma fração de segundo, mas Annabeth se lembra do que aconteceu. O da direita voou para cima dela, que se jogou no chão, com a espada para cima, fazendo espetinho de leucrota. Enquanto o monstro urrava de dor, ela conseguiu sair de baixo dele, sendo puxada por Hazel e Reyna. O da esquerda atacou, Frank deve ter atirado umas 15 flechas assim como Thalia, mas não bastou para deter o monstro. Percy e Nico atacaram em conjunto. Havia ficado definido que Hazel protegeria Piper, Leo, Reyna e Jason, caso não fosse necessária sua ajuda na luta. Mas Jason pegou a espata da mão dela e partiu pra cima do monstro, empurrando Nico que quase caiu monte abaixo.

Se não ele não tivesse se agarrado a perna de Leo, provavelmente teria caído e ia ser uma morte horrível. Leo quase que foi junto, mas conseguiu se segurar em uma raiz morta, enquanto Piper, Frank e Hazel tentavam ajudá-los a subirem. Jason ignorou Percy e as ordens da irmã e foi atacando o monstro, o jogo de luta dele era horrível, como Annabeth analisou. Pés muito no chão, havia postura e ele abria muito espaço para que alguém atacasse junto, como se, apesar do trabalho individual, ele estivesse esperando uma equipe. Mas Percy estava atordoado demais para se meter na luta. Reyna e Annabeth se entreolharam e houve um entendimento mutuo e silencioso.

Annabeth deu a adaga para Reyna e conseguiu tirar a espada do leucrota. Não me pergunte como, ela deu uma de Rei Arthur e pronto. Ou do Superman, que seja. Parecia que elas lutaram juntas durante toda a vida, as duas atacaram ao mesmo tempo os flancos do animal que Jason duelava, aparentemente, Reyna notou o jogo de pés de Jason e as aberturas que ele dava aos demais da mesma forma que Annabeth. Percy então atacou por trás do bicho, pulando em suas costas e enfiando Contracorrente na coluna espinhal dele, que caiu desmaiado. O segundo leucrota que miava de dor, fez o mesmo que o primeiro e foi para o alçapão.

– Você é boa com estratégias. – Annabeth disse à Reyna.

– Obrigada, você também. – Reyna respondeu ofegante.

– Grace! – Nico gritou. – Dá próxima vez que for querer aparecer, certifique-se que eu não estou no caminho!

Jason olhou para Thalia esperando alguma resposta dela, mas a menina apenas assentiu, como se Nico estivesse certo.

– Você não estava se dando bem, ia terminar morto, eu salvei sua vida. – Jason disse sereno.

– Salvou minha vida? Você me empurrou precipício a baixo! Só porque VOCÊ pode voar não quer dizer que as outras pessoas possam também! – Nico disse com raiva.

– Tá legal! Parou com a briga! – disse Piper. – Temos coisas mais importantes para resolver.

– Hazel, acha que consegue abrir aquele alçapão? – Nico perguntou a irmã.

– Creio que sim. – respondeu ela.

– Hazel é boa em relação a qualquer coisa que esteja no subsolo. – Frank explicou.

Annabeth notou que a menina corou quando ele disse isso. Não tardou para a porta estar aberta. Eles se viram em uma gruta com seis túneis, o chão era mármore branco, mas as paredes eram iguais a do Labirinto de Dédalo, tão incertas e multáveis que fez um calafrio percorrer os corpos de Clarisse, Percy e Annabeth.

– Não estou com um bom pressentimento. – disse Clarisse.

– Pois é, nem eu! Por favor, digam que Hefesto e os Lestrigões não estão aqui! – Percy disse com uma cara assustada.

– Vocês tem medo do subsolo? – Leo riu.

Clarisse se voltou para ele com uma expressão de raiva no rosto. Só Percy e Annabeth, daquele grupo, sabiam realmente pelo que ela havia passado. Nico podia até ter uma ideia, mas ele não tinha tanto medo do subsolo quanto os outros três. A memória de Chris enlouquecido no porão da Casa Grande veio à mente de Percy, que segurou a mão de Annabeth por instinto.

– Escuta aqui moleque, você deveria dar graças aos deuses por não sentir medo de labirintos da mesma forma que nós. E deveria agradecer a Dédalo por ele ter destruído o Labirinto para que MAIS NINGUÉM possa saber o pavor que é estar dentro daquele lugar tenebroso. – Clarisse disse séria.

Leo correu o olhar para Nico, que confirmou com a cabeça. Os outros não sabiam, mas Nico não era exatamente fã do Labirinto e assim como Clarisse, ele ficou extremamente feliz com a destruição do local.

– Desculpa. – disse Leo sem jeito.

– O que aconteceu? – perguntou Piper usando seu charme para acalmar Clarisse.

Nico, Annabeth, Clarisse e Percy trocaram olhares, quando a filha de Ares assentiu com a cabeça, eles explicaram sobre a Batalha do Labirinto.

– Perdemos alguns amigos na guerra. Além dos meses de ansiedade e medo no acampamento. – disse Clarisse. – Foi a primeira vez que eu vi Sr. D compadecido... na hora que ele curou o Chris... espero que Castor não me atormente por isso, mas... de certa forma... eu fiquei agradecida pela morte dele.

– Foi horrível, no mínimo. Vimos o deus Pã morrer, eu tive de matar um irmão biruta e teve aquela esfinge sem noção! Fora a oficina de Dédalo explodindo e a gente voando dali! HOJE eu consigo rir do fato de Rachel ter “derrotando” Cronos, à forma dela, com uma escova de cabelo. Mas sei lá... aquele lugar me deu medo no primeiro momento que eu entrei e olhe que eu nem sabia onde estava naquela primeira vez. – disse Percy sério.

– É. – concordou Annabeth. – Eu nunca fiquei tão feliz em ver sua espada brilhar no escuro. E de seguir uma aranha.

– Eu daria tudo pra ter visto isso. – Thalia disse tentando quebrar o clima doloroso.

– Lamento. – disse Leo sincero para Clarisse. – Eu não sabia.

– Isso não importa mais, Chris está são e salvo e com a saúde mental perfeita. – disse Clarisse.

– Dessa parte eu duvido, afinal ele te pediu em casamento! – Nico brincou.

Frank achou que Clarisse fosse matar Nico, mas ela apenas deu um soco de leve no braço dele. Apesar de todos ali serem completamente diferentes, eles eram bons amigos. Thalia era rebelde, Clarisse uma valentona, Nico era um lobo solitário, Annabeth era a nerd com super alto controle de si e Percy o lesado brincalhão. Apesar de tantas diferenças, eles eram bons amigos e isso meio que deu esperança a Frank, ele já tinha certeza de que o Acampamento Meio-Sangue era sua casa antes mesmo de ir chegar lá.

– Agora temos um impasse. – disse Annabeth. – Seis portar e doze e nós.

Todos se entreolharam.

– Teremos que nos dividir – complementou Reyna.

– Ah... acha mesmo que é uma boa ideia? – perguntou Percy. – Da última vez que nos dividimos... eu explodi um vulcão, Annabeth quase teve um troço com aquela aranha de metal e ficamos sem ver Tyson e Grover por três semanas. Sem contar que você quase matou a Rachel só pelo fato dela respirar.

Annabeth bufou. Por um momento ele parecia seu Cabeça de Alga lesado de sempre. Talvez houvesse esperança.

– Não há outra opção. – Reyna respondeu por Annabeth.

– Reyna está certa. Temos que nos dividir. – disse Annabeth.

Naturalmente, os seis que sabiam lutar e tinham armas deveriam ir com os seis que não sabiam lutar ou não tinham armas. Mas a divisão ficou o seguinte: Jason e Thalia (porque só ela tinha paciência para o jeito certinho demais do menino), Piper e Clarisse (já que Piper era a única que conseguia acalmar Clarisse em questões de segundos), Leo e Nico (que formavam uma boa dupla), Frank e Hazel (Annabeth fez questão que eles ficassem juntos, não precisava ser filha de Afrodite para saber que eles tinham uma queda um pelo outro), Reyna e Octavian (ambos protestaram até o último segundo) e Percy e Annabeth.

– Todos estão com dracmas para comunicação? – lembrou Annabeth.

– Sim. – responderam os demais.

– Ótimo, agora é o seguinte, se conseguirem dormir, tentem manter contato com as demais duplas. Se alguém achar o tal moleque é pra matar, sem dó nem piedade. Vinte um semideuses bebês e crianças foram mortos por causa desse meio-sangue, não tenham piedade. – disse Clarisse. – Mas se puderem esperar até que Piper e eu cheguemos... eu ficarei agradecida, pois quero torturar esse miserável antes de matá-lo lenta e dolorosamente.

– Ah... – Leo disse sem entender nada, mas preferiu ficar calado.

– Pois bem, boa sorte e esperamos ver vocês em breve. – disse Thalia.

Todos assentiram e caminharam por seus túneis. Apesar de serem túneis, boa parte tinha fechos de luz e água pingando (o que dava para criar um arco-íris), era quase como se tudo ali fosse projetado para que eles mantivessem contato, o que deixou Annabeth intrigada. Quando passaram, a parede atrás deles se fechou, não havia mais como voltar. Pela lógica de Annabeth, se chegassem ao centro eles achariam uma saída, então era importante que todos achassem o centro do labirinto. Ela não tinha realmente certeza se era um labirinto ou não, mas inconscientemente ela sabia que era um labirinto. Na verdade, desde que se encontrou com Sally, os pensamentos de Annabeth estavam mais claros, estratégicos e até mesmo mais inteligentes (se é que tem como a filha da sabedoria ser mais inteligente do que já é né, mas fazer o que).

Ela se lembrava claramente da “sogra” se espantando ao vê-la naquela tarde na varanda do apartamento além de dizer que Rachel também iria notar o que ela notou. A única coisa que Rachel e Sally tinham em comum fora o amor por Percy, era a clarividência. Sally viu algo ao redor de Annabeth e Rachel provavelmente irá ver com mais clareza. E pela forma como Octavian analisava a loira, tentando descobrir se ela era amiga ou inimiga, Annabeth meio que teve uma ideia do que era. Uma benção. Não podia ser de Hera, porque a última coisa que Hera ia lhe dar era benção e Afrodite só parecia determinada a convencê-la a seduzir Percy, nada mais que isso. Então... de quem era a benção?

Isso realmente não importava, já que ela tinha pego Percy como dupla. Dessa vez ele não usava armadura para ela usar o artefato como uma desculpa e dizer: sua armadura está torta; e com isso distrair seus sentimentos a mil por hora. Talvez os conselhos de Afrodite não fossem TÃO RUINS assim, mas se for para seduzir Percy Jackson, ela não faria da forma que disse a deusa sugeriu, faria do jeito dela!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!