About Sirius Black escrita por Ster


Capítulo 73
Depois - 1993


Notas iniciais do capítulo

Oh céus, essa demora do caralho.



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1993

THE IMPOSSIBLE GIRL

“Caro Sirius,

Na carta anterior você disse que daria um jeito de me visitar. Eu sei que é muito arriscado, mas você realmente vai vir? Eu gostaria muito de vê-lo. Minhas férias estão sendo um tédio, não tem nada para fazer além de assistir Duda reclamar porque acabou o bacon.

Você já foi em alguma Copa de Quadribol?

Rony comentou comigo sobre, e eu fiquei curioso. Eu acho que deve ser parecido com a Copa de Futebol no mundo trouxa... Eu estive pensando, se você tomasse uma poção polissuco, poderíamos ir juntos. Digo, não é uma má ideia. Bem, eu realmente gostaria que viesse me visitar. Espero que esteja tudo bem.

Carinhosamente,

Harry”

– Tão James. – sorriu Emmeline ao terminei de ler a carta. – Você lembra que seu amigo sempre tinha uma solução, não é?

– Com certeza ele falaria da poção polissuco. E eu não que não é uma má ideia.

– É uma péssima ideia, Sirius. – cortou Remo, ajeitando-se no sofá. Chato! – É perigoso, arriscado, muito hipotético....

– Blá, blá, blá... – girei os olhos, virando todo o conhaque. Pessoas certinhas como Remo me irritam profundamente. Eu estava preso há MESES dentro da casa de Emmeline e eu já não aguentava mais ter que passear em quatro patas, fala sério. A questão é que não tinha NADA para fazer e as coisas estavam tensas entre Emmeline e eu. Não sabíamos como agir um com o outro, era uma indecisão enlouquecedora de atos.

Toco ou não toco? Beijo ou não beijo? Sua casa é minúscula, não tem para onde fugir e muito menos dois quartos, o que nos obriga a dormir na mesma cama. E meu amigo, para um homem que transou com mais mulher que Remo a vida toda, ficar doze anos sem um contato feminino só não foi pior porque metade das memórias foram roubadas.

Como dizia Rodolphus para os Dementadores: “Só não te estupro porque não sei onde pegar”.

– Não... Não vai ser perigoso. – sorriu Emmeline lentamente. – Podemos usar um conhecido.

– Que tipo de pessoa aceitaria doar seu DNA para Sirius? – questionou Remo, achando um absurdo. Porém, Emmeline o fitou maliciosamente, e quando eu saquei o que ela estava pensando, também sorri. E Remo passou a mão na testa, parecendo ofegar. – Nem pensem nisso.

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– Argh, Remo é tão estranho! – Primeiro que eu estava mais baixo e curvado, já começou horrível. Minhas novas mãos eram cheias de cicatrizes também. E vestir aquelas roupas esfarrapadas estavam me dando nos nervos.

– Pare de ficar contorcendo a boca e cruzando os olhos, Remo não faz isso! – estrilou Emmeline enquanto andávamos pelo Ministério. Meu estômago estava pegando fogo de excitação. Vários cartazes com meu rosto e ali estava eu, na cara deles, sem que eles pudessem ver. Idiotaaaaaaas! Chupem essa! Para me alegrar um pouco, Emms jurou que acharia um caso para resolvermos, caso contrário procuraríamos possíveis locais onde Pedro poderia estar escondido. Uma nostalgia deliciosa me envolvia enquanto nós subíamos de elevador, andando em direção do departamento de Aurores. E ver aquela porta transparente me enchia de angústia e excitação, como se quando eu abrisse a porta, James e Frank estariam lá, conversando.

Mas não estavam.

– Olho-Tonto. – cumprimentou Emms.

– E aí. – cumprimentei. Emmeline olhou-me de olhos arregalados e eu pigarreei. – Muito boa tarde, Alastor. Como vai?

– Não há tempo para frescura, Lupin, estou procurando um caso para essa imprestável.

– Imprestável não! – corrigiu a garota de cabelo rosa. Ela parecia ter uns dezessete anos e tinha um estilo muito bom, gostei, com certeza comeria se tivesse chance. Isso foi tão eu, o que será que Remo pensaria sobre uma garota que ele achou gostosa? Hmm, essa garota parece ser extremamente inteligente e habilidosa, adoraria aprofundar meus conhecimentos sobre ela. Agora sim entrei no clima. – Oi Remmy.

Oooooooh, agora vai.

– Boa tarde, senhorita... – ela pareceu magoada por eu não lembrar seu nome.

– T...

– Novata! – berrou Moody. – Onde está o relatório que eu pedi? Pare de socializar e vá trabalhar! – A garota olhou Moody com um ódio mortal, assim como eu, e retirou-se da sala, não antes sem dar um lindo sorriso para mim. Emmeline parecia estar extremamente emburrada com o breve flerte que iria rolar, que ciumenta.

– O que tem de bom? – perguntei. Moody girou os dois olhos para mim e eu corrigi a frase quase imediatamente. – Digo, o que temos para hoje, Alastor?

– Você não é um Auror, Lupin, não esqueça. – cortou Moody. O tempo passa, a guerra acaba, o mundo muda, mas Moody continua um filho da puta. – Vance, sua licença acabou há semanas, onde esteve?

– Eu... Minha mãe está muito doente, Olho-Tonto, sabe como é. Tive que cuidar dela. Bem, mas já que estou aqui, será que Remo não pode me acompanhar em algo? – a porta abriu-se novamente com a garota de cabelo cor-de-rosa. Ela tinha muitas sardas e sobrancelhas confusas, sem contar os lindos olhos azuis.

– Aqui está, chato. – ela colocou os papéis em cima da mesa de Moody. – Então, Remmy, de volta a ativa?

– É Remo. – corrigiu Emmeline. – E ele não está de volta a ativa.

Emmeline, será que dá pra você deixar eu responder com a minha nova boca? Ignorei a resposta de Emms e respondi a garota, que olhou Emmeline com raiva.

– Na verdade, eu só vou acompanhar Emms em algum caso.

– Ah... Claro. Bem, eu só queria saber se... Sei lá, algum dia...

– Remo? – chamou Emmeline, cortando a garota novamente. Porra, Emmeline, que inferno! De qualquer jeito, ela não gosta de mim, e sim de Remo, e eu não vou facilitar as coisas para o cara que passou doze anos pensando que eu era um assassino.

– Olha, eu já vou esclarecer tudo agora para você não se iludir: Eu sou gay. Eu amo homens, a fruta que você gosta, eu chupo até o caroço. – a sala ficou muda. Até Moody pareceu parar de respirar. Não peguei pesado, só vou terminar de pisar na vida amorosa de Remo, que já é horrível. – Então querida, se você quiser dar uma passeadinha no shopping, a gente vai. Mas já sabe né, pra falar de homem.

Emmeline fechou os olhos com força, cobrindo o rosto. E a garota parecia prestes a chorar.

– Eu...

– Vamos, Moody, pode ser esse aqui, mesmo, muito obrigada. – Emmeline agarrou meu braço e puxou-me para fora da sala, sem que eu pudesse me despedir. Comecei a rir. A reação deles foi engraçada demais. Moody nem se assustou, será que ele realmente pensa que Remo é gay? Calma... E se ele for? Digo, a única mulher que ele teve algo de verdade foi Dorcas, Emms não conta, foi amor de infância. E se a vida toda ele esteve apaixonado por homens? Então eu acabei de revelar seu segredo mais profundo... Será que Remo é gay? Será que ele já sentiu atração por mim? Espero que sim, porque sou bonito e mereço seu desejo mesmo que eu não vá retribuir.

Você enlouqueceu, Sirius? – indagou Emmeline, no elevador, quase amassando o papel.

– O quê? Foi vingança. – dei de ombros. – Ah, e aqui vai outra. No quinto ano Remo jurou por todas as divindades que jamais te beijaria novamente, então aqui está.

Agarrei a cintura de Emmeline, depositando toda a minha vontade de beijá-la há meses. Parecia que eu estava reaprendendo a beijar, mas foi algo bem momentâneo. Emmeline e eu éramos como aquele velho hábito que você nunca enjoa, talvez essa seja a definição perfeita para nós. Não tive pudores ao tocá-la como antigamente, e ela parecia estar tão louca quanto eu, pois quase arrancou os cabelos de Remo, tamanha a foça que me tocava.

– Com licença. – a voz amarga nos separou rapidamente. – A senhora esqueceu sua bolsa.

A garota de cabelo rosa estava se segurando para não chorar. Nossa, como eu sou terrível. Realmente, tenho que ficar preso em casa, olha a merda que eu fiz em duas horas fora dela. Emmeline estava com as bochechas pegando fogo quando arrancou a bolsa da mão da garota agressivamente. Arrogante até com vergonha, essa é minha Emmeline. Não demorou muito para a garota sair correndo depois de Emms pegar sua bolsa, e eu me senti um traíra. Acabei com a masculinidade de Remo, acabei com sua paquera, e ainda peguei na bunda de Emmeline com suas mãos.

– Sirius, você não reconheceu essa garota? – questionou Emmeline, limpando sua boca de batom, enquanto eu fazia o mesmo.

– Não, quem é? – ela parecia divertida.

– Devia ter perguntando o nome dela. Pergunte a Moody, olhe ele ali. – gritei Olho-Tonto assim que Emmeline terminou de falar. Para não esperarmos o mês todo até ele chegar onde estávamos, fomos andando até ele, que mancava loucamente.

– Qual o nome da sua novata? – indaguei.

– Por que? – retrucou Moody, desconfiado.

– Anda, fala logo! – pressionou Emmeline, arregalando os olhos e sorrindo de um jeito doentio. Eu ficava com medo quando ela fazia isso ao mesmo tempo.

– Minha novata é Ni...

– MOODY! – gritou Kingsley. – LOCALIZAÇÃO DO BLACK!

Emmeline e eu nos entreolhamos lentamente. Emms disse que Dumbledore iria cuidar dos outros, mas não especificou quando... Saímos andando quase correndo até o elevador antes que Moody cheirasse nosso medo. Por horas, eu esqueci a garota de cabelo rosa, assustado demais coma ideia de terem me reconhecido, ou realmente achado minha localização.

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WHAT A FEELING - MON AMOUR

– Por que a aliança? – questionei.

Já havia se passado uma semana desde a poção polissuco. Remo disse que me mataria se tivesse coragem, apesar de não ter se incomodado de eu ter “magoado” a garota de cabelo rosa. Afinal, convenhamos, Remo é idoso demais para a garota, eu sim estou em ótima forma para recebe-la, ah se eu pudesse flertar com ela nesse meu corpo, nem levaria dois minutos.

– Como assim? Não foi um presente? – retrucou Emmeline bruscamente.

– Foi, mas nós não nos casamos. Eu nem sei onde enfiei a minha. – ela simplesmente virou o rosto, parecendo impaciente. Fui um babaca agora, saco. – Desculpe, era melhor na minha cabeça.

– Você está certo. Eu já devia ter aposentado essa aliança há tempos. – ela moveu a aliança lentamente, para tirá-la. Minha vida é cheia de arrependimentos e erros... Eu queria ter dito a Marlene que ela era minha melhor amiga, o quanto ela era importante para mim, e deixei a chance passar. Queria ter dito a Piper que a amava, e ainda amo. A James o quanto eu o amava... Foram chances e chances desperdiçadas, coisas que eu sempre desejei fazer... E nunca o fiz. Eu não deixaria aquilo se repetir. Aquela mulher já foi mãe do meu filho. Eu ia me casar com ela.

E eu a amo.

– Prometa que vai me amar, mesmo quando me odiar. – levantei-me, andando em sua direção, e pegando a aliança que deixara na mesa. Emmeline uniu as sobrancelhas, curiosa. Esperei que ela prometesse, até que ela entendeu o que estava acontecendo. Ela ali, sentada, e eu, ajoelhado. Eu não sou romântica, definitivamente, nunca sequer dei uma rosa a uma namorada... Aquilo era meu máximo. Meu tudo, para Emmeline.

– Eu prometo. Prometa jamais fugir.

– Eu juro solenemente, não importa o que acontecer. Cuidar um do outro mesmo quando formos velhos, feios e enrugados.

– Eu prometo. – riu ela, engolindo o choro. Coloquei sua aliança novamente.

– Juro solenemente. – beijei sua mão brevemente.

– Juro solenemente. – repetiu Emmeline, sorridente. Ela empurrou-me no carpete, subindo em cima de mim para um beijo. E eu juro que foi um dos melhores, mesmo depois de anos juntos. Quando nos desgrudamos, eu estava rezando para que ela tirasse a roupa logo, mas Emmeline parecia prestes a me contar seu segredo mais sujo.

– Lembra da garota do Ministério? A novata do Moody? – ai porra, isso agora? Não dá pra falar disso depois?

– Emms, por favor né? Vamos terminar aqui e depois a gente fala da pirralha.

– Pirralha. Você chamou ela de pirralha. – Emmeline balançou a cabeça como se esperasse que eu terminasse uma frase já terminada. Ela ali, sentada no meu quadril, em contato próximo de algo que não é tocado HÁ MUITO TEMPO, eu não estava com nem um pouco de saco pra brincar de adivinhação.

– Sim, e daí? – rolei os olhos, tentando levantar sua blusa, mas ela não deixava. Inferno.

– Pensa, Sirius. Pirralha. – O QUE ISSO TEM A VER, PELO AMOR DE MERLIN? Porém, o cabelo rosa e as sobrancelhas confusas... Eu chamava uma pessoa assim de pirralha, mas eu não consigo me recordar... – Bigode.

Não... Não pode ser verdade. Congelei. Aquela... Não... Não pode ser! Eu olhei para os peitos dela! Mas... Oh meu DEUS! Quando... Quando isso aconteceu? Ela era uma pirralha!

– Pirralha? – indaguei, ainda assustado. Apavorado, diga-se de passagem.

– Mais conhecida como Ninfadora Tonks. E... Apaixonada por Remo Lupin, e bem. É meio que recíproco. – Arregalei os olhos, quase enfartando. Meu coração apertou e ameaçou parar de bater.

Remo quer colocar seus fluídos nojentos NA MINHA PIRRALHA?

A Segunda Guerra Bruxa está declarada.


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Notas finais do capítulo

Cursinho pré-vestibular é a maldita da demora.

Vai demorar, vai, mas não vai acabar. Provavelmente aos domingos eu vou soltar algo aqui, RELAXEM.

Bem, é isso, COMENTEM e mãos aos céus, a fase sombria "passou".

MUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH