About Sirius Black escrita por Ster


Capítulo 71
Depois - 1993


Notas iniciais do capítulo

PRAGA, QUE DEMORAAAAAAAAAAAAA!
Eu sei gente, eu sei, lá embaixo eu explico.



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THE PERFECT STORM

1993

POV REMO

Você já sentiu como se conhecesse alguém, acha que sabe de tudo que ele é capaz de fazer e então ele te surpreende?

Eu fiquei fora de Londres por doze longos anos. Estive por todos os lugares, mais especificamente entre os trouxas. Sem nenhum contato familiar por anos. Eu havia acabado de completar trinta e dois anos, mas me sentia com setenta. Eu já havia visto tanta coisa, estava exausto. Todos nós já fizemos coisas que não são motivo de orgulho. Eu entendo isso. Eu sei que ninguém é perfeito. Mas como é que você vive com isso? Como você se levanta todas as manhãs e enfrenta o mundo, sabendo que você poderia ter feito melhor? Que você deveria ter feito melhor? Estar arrependido é o suficiente? Um pedido de desculpas pode realmente curar nossas feridas? Aliviar a nossa dor? Ele pode desfazer o dano que causei? Todas as noites eu me pergunto se teria sido diferente se nós soubéssemos.

Dumbledore chamou-me para lecionar.

Eu como professor, piada. James iria rolar de rir. Eu gostava de sempre pensar no que ele pensaria sobre tudo. Cada comentário. Sádico, mas era uma tática de sobrevivência. Por ter viajado milhas e milhas para conseguir chegar até a estação, eu estava exausto. James perguntaria para que serve minha varinha se não aparato. A questão é: Se eu já gostava de pegar transporte trouxa para observar as pessoas, não me fale sobre andar só para observar. Há dez anos atrás comecei a caminhar por diversão e tenho a impressão de que nunca mais parei.

Eu também tirava fotos.

Foi um conselho de meu pai, poucos anos antes de morrer. Era um jeito de redescobrir a cidade, ver beleza onde não existe. Porque tirar uma foto é observar, e isso é estar e não estar. Estou ali, mas ninguém pode me enxerga. Isso me faz respirar, perceber que o mundo não está concentrado somente em mim e que na verdade sou apenas mais um, em um grande planeta, de um grande sistema, de uma enorme galáxia que como milhares de galáxias do universo.

– Hum... professor? Com licença, professor? – a voz feminina era distante. Era aguda e trêmula, semelhante a de Lily. Mais um sonho? Droga, será que dormi em alguma aula? Não... Eu não sou mais um aluno, agora eu sou o professor. Deve ser algum aluno. Confortável demais até mesmo para me mexer, continuei “adormecido”. Fazia séculos que eu não dormia em algo tão confortável e o cheiro de vagão me enchia de nostalgia. Aquele era a cabine dos Marotos, oficial. Todos os anos, era ali que nos reuníamos depois das férias, foi ali que nasceu o apelido Ranhoso, onde James chorou no colo de suas ruivas, onde Pedro ficou grudado no teto... Pedro... Ainda dói lembrar dele.

– Suponho que ele esteja dormindo. – sussurrou um garoto pouco antes da cabine se fechar. – Digo, ele não morreu, não é?

– Não, está respirando. – sussurrou a garota. Eu devo ter adormecido novamente quando um garoto começou a falar sobre quando um de seus irmãos gêmeos quebrou a vassoura em sua cabeça nas férias de verão, mas fui acordado novamente com a fraca garoa batendo no vidro.

– Professor novo. – meu coração tremulou. Eu conheço essa voz! Será... Não pode ser, é muita coincidência! Claro que sei que darei aulas para ele, mas... Aqui? Já na cabine? Não estou pronto... Não estou! – Que é que você ia dizendo mesmo, Draco?

– Vamos. – murmurou um garoto. Provavelmente o tal Draco. A incerteza me assombrou. Mostro que estou acordado ou continuo imóvel? O que eu diria a ele? Provavelmente não sabe que existo, afinal, não teve nenhum contato bruxo até os onze anos. Que desgraça, James deve estar decepcionado comigo... Mas o que posso fazer? Sou um monstro, não podia dar uma educação digna a seu filho.

– Não vou aturar nenhum desaforo de Draco esse ano. – disse um garoto, tinha a voz esganiçada. – Estou falando sério. Se ele disser uma piadinha sobre minha família, vou agarrar a cabeça dele e...

– Rony! – esganiçou a garota. – Cuidado...

A chuva engrossou, quase abafando a conversa dos garotos. Ele se perguntavam porque estava parando se ainda não estavam em Hogwarts. Estranho... Houve problemas na estrada? O trem parou completamente com um tranco, apagando-se as luzes em seguida. Minha mão escorregou silenciosamente pelo bolso.

– Que é que está acontecendo? – perguntou o garoto chamado Rony.

– Ai! – choramingou a garota. – Rony, isto é meu pé!

– Vocês acham que o trem esganiçou? – James...

– Não sei... – um barulho estranho de pano esfregando vidro se alastrou pela cabine. – Tem uma coisa se mexendo lá fora, acho que está embarcando gente no trem...

As portas da cabine se abriram abruptamente, fazendo alguém cair em seguida, segurando-se em meus pés. Tomei a liberdade de tirar a capa do rosto lentamente, já com a varinha em punho.

– Desculpe... você sabe o que está acontecendo? ... Ai... desculpe...

– Oi, Neville. – disse ele. Seria esse o filho de Frank? Oh Merlin! Quem diria, ele e Neville são amigos! Isso é maravilhoso... É incrível! Número Cinco e Pontas juntos!

– Harry? É você? Que é que está acontecendo?

– Não tenho ideia... senta...

Ouviu-se um gato soltando um longo e dolorido ganido de dor.

– Vou perguntar ao maquinista o que está acontecendo. – disse a garota. Mas o que eles estão fazendo no escuro que não acendem as varinhas, céus! Houve um baque de corpos e dois berros de dor.

– Quem é?

– Quem é?

– Gina?

– Mione?

– Que é que você está fazendo?

– Estava procurando o Rony... – Fiquem quietas! O que é isso se rastejando?

– Entra aqui e senta...

– Aqui não! – disse James depressa. – Eu estou aqui!

– Ai! – disse Neville. Não aguentei.

– Silêncio! – ordenei. Minha voz saiu rouca pelo desuso. O silêncio prevaleceu na cabine após eu ter aberto a boca. Chamei Lumus e evitei iluminar o rosto dos estudantes, temendo ver o fantasma do meu passado. Emmeline disse que eles eram idênticos. Levantei-me lentamente. – Fiquem onde estão.

Mas antes que eu pudesse chegar até a porta, ela foi invadida. O lugar pareceu congelar e tudo era expresso demais, como se respirássemos tijolos tamanha tensão. A garotinha ruiva arfou tremendo diante do Dementador. Mas que inferno estava aquilo fazendo ali? Segurei a azaração em minha varinha e respirei fundo. A Lua não parava de pairar sob minha mente e a infelicidade não me atingia pois eu já a desconhecia há tanto...

– Ninguém está escondendo Sirius Black dentro da capa. Vá. – Falar aquele nome me dava arrepios. O dementador se retirou relutante e a luz voltara. Os olhos da menina Hermione estavam aguados antes que notássemos que alguém havia desmaiado. E eu olhei.

Merlin... Eu estava preso.

Eu podia garantir que tinha exatamente treze anos enquanto observava o garoto desmaiado, hipnotizado. Cada maldito traço, até mesmo as sobrancelhas, eram todas de James. Ele era James. O óculos... Senti vontade de sair correndo. Tudo estava abafado de repente. Seus amigos se ajoelharam para acordá-lo, o que me despertou. Peguei a barra de chocolate que deixaram em cima do banco e comecei a quebra-la, ansioso para vê-lo abrir os olhos.

– Harry! Harry! Você está bem?

– Q... Quê? – segurei minha respiração ao ver os olhos verdes. James estava certo... Ele e Lily juntos iriam em direção da perfeição. Eu de repente queria saber tudo sobre aquele garoto no chão, senti inveja de seus amigos que o conheciam. Teria ele o humor aguçado e espontâneo de James? A inteligência absurda de Lílian? A educação da mãe e a rebeldia do pai? Que combinação perigosa que eu daria tudo para ver o resultado!

– Você está bem? – perguntou o garoto ruivo, que presumi ser Rony.

– Estou. – a voz dele era semelhante. Espontânea como a de James, tranquila como a de Lily. – Que aconteceu? Onde está aquela... aquela coisa? Quem gritou?

– Ninguém gritou. – retrucou Rony, aparentemente nervoso.

– Mas eu ouvi gritos... – Quebrei mais pedaços da barra, assustando os garotos sem querer. Evitei olhá-lo nos olhos quando lhe ofereci um pedaço de chocolate.

– Tome. – ele pegou lentamente. – Coma. Vai fazer você se sentir melhor.

Ele não comeu.

– Que era aquela coisa? – James! Oh, o próprio! Com alguns detalhes diferentes, é claro. O verdadeiro James sequer pegaria o chocolate. Primeiro a pergunta, depois arrancaria o chocolate de minhas mãos.

– Um dementador. – respondi, distribuindo para todos. A garotinha ruiva ainda estava tremendo. – Um dementador de Azkaban.

Todos pareciam apavorados. Provavelmente já tinham ouvido falar dele... A primeira pessoa a fugir de Azkaban. Não me admira, se teve capacidade para enganar todos os amigos por toda uma vida, a prisão era só uma brincadeira. Em pensar que já amei aquele homem...

– Coma – insisti. – Vai lhe fazer bem. Preciso falar com o maquinista, me deem licença...

Dei um último olhada em James antes de fechar a porta, rezando para ser o olhos de James e Lily, para que pudessem ver.

Parabéns, Pontas. Deu certo.

[][][]

Eu me enganei.

Ele era o próprio James, mas a personalidade era totalmente de Lílian. Cada detalhe. E algo me atraia a Harry de uma forma inexplicável. Eu simplesmente queria conhece-lo melhor, mesmo tendo medo do dia que ele descobrisse que eu era um dos melhores amigos de seu pai. E ser um professor... Era melhor do que eu pensei que seria. Eu gostava de determinação de Hermione Granger (Oh, grande Hermione Granger!), do humor de Rony Weasley e claro, eu simplesmente me identificava com Neville, que só precisava de bons amigos, como eu tive. Bem, pelo menos parte deles. Mas Harry... Estavamos criando uma afinidade incrível.

Porém, Harry era um pouco perturbado.

Me desculpe, não quero dizer que ele é louco. Mas ele tinha muitas dúvidas que não eram respondidas e eu... Bem, eu não tinha coragem nem de questioná-las e muito menos responde-las. Ele tinha curiosidade de saber sobre os pais, sobre si mesmo, sobre uma vida que ele nunca realmente chegou a saber, e isso era bem perceptível. Eu lhe falei sobre Lily um dia, e a curiosidade impregnada em seu rosto gritava o quanto ansiou por aquilo. Mas a tristeza e raiva me dominavam quando em uma aula de treinamento (Se eu pudesse assinar sua ficha de autorização para Hogsmeade...) com dementadores, Harry ouviu James e Lílian no Halloween de 1981. Aquilo acabou comigo.

Tive que expulsá-lo da sala para não sufocar.

– Prof. Lupin, se o senhor conheceu meu pai, então deve ter conhecido Sirius Black também. – Meu coração sumia. Minha garganta se trancava e eu queria quebrar tudo. Queria que todos morressem ou que um raio caísse sobre mim. Aquele nome me enojava, me dava náuseas. E saber que ele estava a solta, por aí, a procura de Harry... Só me destruía.

– Que foi que lhe deu essa ideia? – questionei com rispidez.

– Nada... Quero dizer, eu soube que eles eram amigos em Hogwarts... – Pobre Harry...

– É, eu o conheci. Ou pensei que conhecia. É melhor você ir andando, Harry, está ficando tarde. – Eu me perguntava... Sirius matou Piper, Marlene, James, Lily, Dorcas... Matou Dorcas. Quantos futuros ele não destruiu enquanto éramos cegos, acreditando em sua lealdade? Agora não satisfeito queria matar Harry? Ah... Se eu o visse... Oh céus, se eu o visse...

Seria capaz de mata-lo.

Os boatos de que estava em Hogwarts eram fortes. Pessoas estavam apavoradas com a possibilidade, mas Dumbledore agia com uma tranquilidade assustadora. Sirius, o erro de todos nós. Estar em Hogwarts era como estar preso em um sonho antigo que você gosta e ao mesmo tempo odeia. No fim do mês, lá estava eu novamente cambaleando pelos corredores do Salgueiro Lutador. Eu sabia de cabeça todas as passagens secretas e as vezes eu as visitava. Principalmente a do espelho, que no chão ainda tinha uma mancha roxa de quando Pedro deixou cair uma poção no quarto ano, enquanto faziam a poção de animagia. As vezes eu tinha vontade de entrar escondido no quartinho de Filch e procurar o Mapa do Maroto e ficar tentando abri-lo sem o feitiço correto, só para me divertir com as idiotices que escrevíamos aos quinze anos.

– Lupin! – gritou Snape através da lareira. – Quero dar uma palavrinha com você!

Mais uma tortura, Ranhoso? Caminhei tranquilamente até a lareira e joguei o pó de flu, rodopiando a para a escura sala de Severo, onde Harry olhava tudo assustado. Ótimo, Severo desconta o bullying de James em Harry, bem pensado. Limpei minhas vestes de pó e respirei fundo, quase sorrindo.

– Você me chamou, Severo? – perguntei suavemente.

– Claro que chamei! – ralhou. – Acabei de pedir a Potter para esvaziar os bolsos. Ele trazia isto com ele.

Quando Severo apontou para um pergaminho em cima da mesa, eu tive que ter muita força de vontade para não sair gritando e pulando de felicidade. JAMES!, ELE ACHOU, ELE ACHOU NOSSO MAPA! É TÃO SEU FILHO!

– E daí? – questionei dissimuladamente. Estava tão velho... Deve ter mofado na sala de Filch. Ele não era tão amassado em minhas lembranças, James era muito cuidadoso com ele. Mas ali no canto ainda tinha a marca de chocolate de Pedro deixara. A letra infantil de James na capa e o desenho caprichado de Sirius... Meu Deus, que nostalgia.

E então? – insistiu Severo. Droga, será que ele reconheceu? Mas ele só viu uma vez, e ainda assim nem foi direito, James escondeu na hora. – Este pergaminho obviamente está repleto de magia negra. Pelo visto isso é sua especialidade, Lupin. Onde acha que Potter arranjou uma coisa dessas?

Olhei para Harry rapidamente, ele tinha mania de responder a tudo.

– Repleto de magia negra? – quase ri. – É isso mesmo que você acha, Severo? A mim parece apenas um mero pedaço de pergaminho que insulta quem o lê. Infantil, mas com certeza nada perigoso. Imagino que Harry o tenha comprado numa loja de logros e brincadeiras...

– Verdade? – o queixo de Severo trancou. – Você acha que uma loja de logros e brincadeiras podia ter vendido a ele uma coisa dessas? Você não acha que é mais provável que ele tenha obtido diretamente dos fabricantes? – Droga, ele lembra. Também, está gritando na capa e nos autores. Nós nos chamávamos assim entre nós, ele deve ter ouvido diversas vezes.

Fiz minha melhor cara de surpresa e curiosidade.

– Você quer dizer do Sr. Rabicho ou um dos outros? Harry, você conhece algum desses homens?

– Não – respondeu Harry depressa.

– Está vendo, Severo? – a arte de ser dissimulado, uma arte aprendida com James e Sirius por muitos anos. Principalmente Sirius... – A mim parece um produto da Zonko’s.

Rony Weasley adentrou na sala as pressas, correndo para a mesa de Snape.

– Eu... Dei... Isso... a... Harry – disse sufocado. – Comprei... na... Zonko’s... Há... Séculos...

– Bem! – bati palmas, permitindo-me sorrir de felicidade. – Isso parece esclarecer tudo! Severo, vou devolver isso, posso? – agarrei o mapa com o máximo de cautela que habita em mim e guardei nas vestes. – Harry e Rony, venham comigo, preciso dar uma palavra sobrea redação dos vampiros, você nos dá licença, Severo...

Quase empurrei os garotos para o saguão de entrada, em silêncio. Harry parecia apavorado quando virou-se.

– Professor, eu...

– Não quero ouvir explicações. – eu estava irritado porque eu detestava ter que irritar Snape. Ele me detesta e qualquer motivo é sentença. – Por acaso eu sei que este mapa foi confiscado pelo Sr. Filch há muitos anos. É, eu sei que isso é um mapa. – quase sorri para a surpresa dos garotos. – Não quero saber como você o obteve. Estou curioso, no entanto, que não o tenha entregado a alguém responsável. Especialmente depois do que aconteceu na última vez em que um aluno deixou uma informação sobre o castelo largada por aí. E não posso deixar você ficar com o mapa, Harry.

Egoísta, mas....

– Por que Snape achou que eu tinha obtido o mapa dos fabricantes?

– Porque... – Droga... Contou ou não conto? Impossível mentir sobre isso, é mentir para mim mesmo. Nunca vou poder esquecer meu passado. – porque a intenção desses fabricantes de mapas era atrai-lo para fora da escola. Teriam achado isso muitíssimo divertido.¹

– O senhor os conhece? – Harry arregalou os olhos.

– Já nos encontramos. – Se você soubesse que fui eu quem selou esse mapa... Afastei tais pensamentos, olhando James diante de mim – Não espere que eu lhe dê cobertura outra vez, Harry. Não posso fazer você levar Sirius Black a sério. Mas eu teria pensado que o que você ouve quando os dementadores se aproximam teria produzido algum efeito em você. Os seus pais deram a vida para mantê-lo vivo, Harry. É uma retribuição indigente, trocar o sacrifício por uma saca de truques mágicos. – Eu tinha sido muito duro, mas era isso ou deixa-lo sair pulando pelo jardim procurando Sirius, que deve estar muito bem escondido esperando a hora certa. Sai andando em direção de meu escritório, com meu coração acelerando a cada degrau subido. Tranquei a porta rapidamente e sentei-me, acariciando aquele pergaminho.

– Mostre-se. – sussurrei com a varinha.

“O Sr. Aluado está quer saber por que está testando o próprio feitiço de novo”

“O Sr. Pontas acha que concorda com Sr. Aluado e acha você muito psicótico”

“O Sr. Almofadinhas acha que você deveria caçar o que fazer”

“O Sr. Rabicho tem certeza que você sabe como revelar esse mapa”

Eu fiquei assim por horas.

[][][]

IS IT THE SEA? - BONNIE PRINCE BILLY

Eu acho que a parte mais difícil de querer largar o vício é realmente querer largá-lo. Digo isso, porque a gente se vicia por um motivo, certo? Às vezes (muitas vezes), as coisas começam como uma parte normal de sua vida até que uma hora cruza a linha e se torna obsessiva, compulsiva, fora de controle.

O lance sobre o vício é que ele nunca termina bem porque, com o tempo, o que quer que deixava a gente bem pára de fazer nos sentirmos bem e começa a machucar. Ainda assim, dizem que você não larga o vício até chegar no fundo do poço. Mas como saber que você tá lá? Porque não importa o quanto algo nos machuca… às vezes se livrar dele dói mais ainda.

Sirius era minha droga.

Eu nunca fui fã dele. Mas quando eu notei o que ele havia feito, eu também percebi o quanto eu o amava. Eu estava sempre perto dele. Sempre nos sentávamos juntos, era ao seu lado que eu caminhava, era em meu ombro que ele chorava, era minha mão que ele puxava. E o problema... O problema é que ele está impregnado em mim.

Não se pergunte o porquê das pessoas enlouquecerem. Se pergunte por que não enlouquecem. Face a tudo que podemos perder num dia… num instante… se pergunte que diabos é isso… que nos faz manter a razão. Todos os marotos enlouqueceram no final, e ninguém sabe o porquê.

Eu acariciei o mapa naquela noite, lentamente. E o revelei. Observei todo o castelo, cada detalhes de como passar em cada passagem. Mas no Salgueiro Lutador, o nome Potter e Black no mesmo ambiente me parecia algo comum e reconfortante, então eu ignorei Granger e Weasley, e quase fui engolido por Pettigrew.

Potter, Black e Pettigrew.

Está faltando Lupin.

DEPOIS


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Notas finais do capítulo

¹ - Caralho quando eu li isso quase infartei. Eu pensei que eu deixei um furo ferrado na fanfic, porque o Snape por estar se referindo a: Aquele ano que o Sirius quase matou ele, pode ter sido tipo, o Sirius deixou o mapa largado estratégicamente pro Snape seguir o Lupin até o Salgueiro. Mas também tem a interpretação de que o Remo ta falando aquilo pro Harry, tipo, os autores achariam engraçado ele se foder caso o Sirius pegasse ele fora da escola. Vamos ficar com a segunda interpretação kkkkkkkkkk

Sobre a Ninfadora: Ela não se encaixava nesse capítulo, ficou MUITO avulso, tive que tirar, socorro.

Sobre a demora: eu não produzo com presença de pessoas, e como minha namorada acampou a última semana de férias dela aqui, eu não conseguia escrever com ela por perto, simplesmente não consigo!

Sobre os reviews sem resposta: Sou preguiçosa mas respondo, aceita isso.

Sobre o futuro da fanfic: Acho que tem no máximo, uns 20 capítulos pela frente. Isso se não tiver menos, não sei. 1993 vai ser curto, 1994 também, 1995 é longo mas né. E no livro a J.K diz que o Sirius passou toda 93/94 como cachorro MAS AQUI NÃO! Isso é o que ele fala pro Harry, mas o meu Sirius faz o que ele quiser da vida dele e ele não vai ficar tanto tempo como animago, vai ficar com o Remo e a Emmeline, aceitem! Isso sem contar a inclusão dele na Ordem né, conhevamos.

Bem, é isso, espero que vocês tenham gostado, comentem para sua autora ingrata e nos vemos no próximo capítulo.

MUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH