About Sirius Black escrita por Ster


Capítulo 53
Depois - 1979




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THE IMPORTANT DAY

1979

Ela estava bonita com o vestido das madrinhas, um rosa claro e simples, que contrariava a aurea emburrada e respondona de Emmeline. Ela fechou a porta e caminhou até mim, cruzando os braços.

– Se você quer terminar para poder sair com outra mulheres, termine. – começou ela. Sua voz estava rouca.

– Eu não posso. – sorri.

– Claro que pode. É fácil, apenas diga: Emmeline, eu quero terminar. Emmeline, eu não gosto mais de você.

– Emmeline... Eu gosto de você. – toquei suas madeixas onduladas. Emmeline virou o rosto com raiva, e quando voltou, seus olhos estavam aquosos.

– Eu... Amo... Você. Eu amo você. Não vê? Não entende? Eu não posso deixar você, mas você está constantemente me deixando. Não a todo mundo, não a seus amigos, apenas a mim. Você só foge de mim. Então eu te peço, se não consegue ver um futuro onde eu estou inclusa nele... Termine com isso agora, Sirius, porque eu estou dentro... Eu estou envolvida.

– Não... Não agora, eu... Eu preciso garantir que James irá se casar. James precisa de mim. – uma desculpa. Mais uma desculpa, eu estava fugindo como sempre fujo. Ela assentiu lentamente, forçando um sorriso.

– Ok... Melhor irmos então. Vamos nos atrasar.

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– Sobe... Pedro, é pra subir, não para descer, Jesus! – James estava uma pilha de nervos, seu olhar transmitia o desespero sufocado nele por conta do dia em questão. Era o dia. Os três casais iriam se casar naquela data, mas a noiva de um dos casais morreu, então o outro casal decidiu deixar Lily e James em uma reunião só deles. Seria no jardim da casa deles, que foi enfeitada de uma forma... Indescritível. Eram flores pra todos canto e havia um encantamento que as faziam sobrevoar sobre nós como se fosse um teto. O local ainda estava vazio porque James não conseguia arredar o pé dali.

– Está bom aqui? – perguntou Rabicho. Ele andava muito estranho, emagreceu de repente e olheiras profundas rodeavam seus olhos.

– Ótimo... – assentiu James, nervoso. – Nah, não, não, eu quero ir embora. Eu me arrependi, vamos embora!

– Pare com isso, Pontas. – repreendeu Remo, ele estava um pouco quieto demais, provavelmente lembrando que também se casaria hoje.

– É, até parece, você me acordou quatro horas da manhã pra desistir? Você vai casar nem que eu tenha que te forçar a isso! – brinquei, sentando-me em uma das cadeiras. James deu um longo e sofrido gemido, correndo de um lado para o outro.

– Eu vou casar... Vou casar! VOU CASAR! Vou beijar apenas Lily, vou transar apenas com Lily, vou ver só a cara de Lily! Será que eu consigo? Oh meu Deus... E os bebês? E os bebês? Fraldas e vômitos, ai... Eu... Eu estou passando mal, essa gravata está me sufocando...

– James... Você está agindo feito uma garotinha de treze anos. – bufou Remo.

– Eu acho melhor mudarmos a data. Digo, estamos em guerra, não é? Comensais podem invadir meu casamento, podem sim!

– O local está protegido por Dumbledore. – reforçou Pedro. – Nada vai acontecer, relaxe.

– Às vezes... Eu penso no que teria acontecido se Dorcas e eu tivéssimos casado. – começou Remo, lentamente. Sua voz era profunda e pausada, o que significava que ele estava tendo muito controle para não cair no choro.

– Quem é a garotinha de treze anos agora? – debochou James. Remo soltou um sorrisinho magoado.

– Eu amo Dorcas mais do que qualquer coisa. E se você sente a mesma coisa em relação a Lily, e eu sei que sente... Não vai ser difícil. Entendeu? E você está tendo a chance que eu não tive, e se eu fosse você... Não desperdiçaria. – após isso, Remo saiu do jardim, entrando na casa cheia de mulheres. Nós três nos entreolhamos desconfortáveis. Aluado tinha a capacidade de deixar todo mundo sem graça. Lily havia feito os Marotos vestirem um terno que os Beatles usavam, cinza e de corte meio estranho. Estavamos parecendo quatro idiotas, e a única coisa que nos diferenciava eram os pés. Eu com minhas botas de exército, Remo com seu all star, Pedro com seu tênis imundo e James com um sapato social estranho.

– Lily teve uma crise forte. – Marlene correu com seu salto, ofegante. – Quase desmaiou, queria porque queria ir para casa.

– Ela não quer casar? – James parecia indeciso entre uma expressão de choque, tristeza e felicidade.

– Claro que quer, ela só estava assustada, idiota. – Marlene virou-se para mim e me pegou no flagra olhando seu decote violento no vestido vinho. Ela parecia muito mais velha com o cabelo muito bem preso, o batom e as jóias. Uma barulheira reinou dentro da casa e aos poucos os convidados saíram, a Chave do Portal já tinha chegado.

– Marina, querida, Lílian está te chamando. – a irmã da Evans apareceu na janela com seu pescoção, dando um bom olhada em nós.

– É Marlene. MARLENE! – corrigiu McKinnon, correndo em direção da casa novamente.

– Essa coisa é irmã da Lily? De verdade? – gargalhei enquanto os membros da Ordem chegavam e sentavam-se em seus respectivos lugares, assim como alguns ex-alunos de Hogwarts e grande parte dos Potter.

– Ela mesma, Petúnia. Pensa em uma mulher chata. Mas até que eu gosto dela, sempre que ela está por perto, Lílian fica com uma língua afiada... – riu James. Addison Evans apareceu de dentro da casa, correndo na direção de James.

– Você está pronto? Está mesmo? – ela ajeitou as sobrancelhas de James e tentou a todo custo abaixar seu cabelo.

– Sim... Senhora Evans...

– Garoto! – a voz de trovão de Robb Evans invadiu o jardim. O homem marchou na direção de James com uma intensidade que eu senti meu amigo tremer. – Espero que esteja pronto!

– S-s-sim senhor...

– Minha filha é uma rainha e merece tudo de bom. Um homem descente. – esbravejou ele, enquanto a senhora Evans assentia de olhos fechados como se a verdade do marido fosse a coisa mais absoluta do universo.

– Eu sei, senhor. Eu juro solenemente que ela será tratada como tal. – James tentou sorrir, mas ele estava mijando de medo, verdade seja dita. O Senhor Evans o avaliou seriamente e então, um sorriso rápido, nem durou um segundo, nasceu no canto de sua boca.

– Parabéns, garoto. – e virou-se, indo buscar a filha. Addison Evans abraçou James, chorosa, e sentou-se na primeira fileira enquanto todos se ajeitavam. Eu fui com ele para poder entrar no ambiente com o meu par, Emmeline. Pude ver Lily ajeitando seu vestido, com um olhar um pouco desesperado.

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TURN TO STONE - INGRID MICHAELSON

– Pensei que ia fugir. – sorri para ela, que soltou um sorriso trêmulo.

– Um maroto se casando? Até me vesti para ver isso. – Lily respirava fundo, fitando a porta a sua frente com medo. Os padrinhos e madrinhas adentraram no local, pisando no tapete de rosas até o altar. Apertei o ombro de James assim que Emms e eu chegamos ao seu lado. Lene ficou de frente para mim, segurando um lírio e prendendo um riso enquanto eu fazia uma careta atrás da outra para James, que não sabia se ria ou chorava. Remo e Pedro se posicionaram ao meu lado. Quando a melodia mudou para algo mais lento e dramático, todos se viraram para a porta dos fundos da casa.

Lá, uma imagem forte de branco e carmesim, Lílian Evans. Seu pai estava segurando seu braço, muito orgulhoso, olhando os convidados. Ela estava deslumbrante. Seu cabelo acaju estava cacheado e ela estava toda coberta por conta do vestido, já que a renda cobria seus braços e colo. O resto do vestido era bufante e também coberto de rendas. Os lírios vermelhos impediam a todos de ver as mãos trêmulas da Evans.

O olhar pasmo de James fez eu entender o que Remo lhe disse no fim das contas. Ele nunca vai se arrepender. E muito menos Lílian, que parecia tímida pela primeira e última vez na vida. Quando finalmente o senhor Evans entregou Lily a James, o sacerdote disse algumas palavras sagradas que só de ouvir me davam sono. Marlene assistia o casamento com um sorriso bobo no rosto, e revezava entre olhares ansiosos e apaixonados para Cadaroc, que retribuía, sentado na primeira fileira.

Era um pouco estranho pensar naquilo... Mas era como se aquilo só tivesse demorado, mas de um jeito ou de outro... Iria acontecer. James sempre amou Lílian e talvez lá no fundo, ela também sempre o amou.

– Hoje é o dia que minha vida começa. Por toda minha vida eu só uma criança respondona. Mas hoje... Hoje eu estou me tornando um homem, um marido, e daqui há uns anos um pai. Estou me tornando responsável por alguém além de mim, por você. E eu juro solenemente que estarei pronto... Para tudo. Para as possibilidade, dificuldade e felicidade que nosso casamento tem a oferecer... Juntos, não importa o que aconteça. – Lily, que nunca foi uma mulher chorona, acabou derramando algumas lágrimas, mas passavam totalmente despercebidas com as lágrimas exagerada de James, que estava chorando de verdade. – Hoje, Lílian Evans, nossa vida juntos começa. E eu, que esperei por anos... Não vejo a hora.

Após os aplausos, Lily enxugou as lágrimas do marido.

– Merlin... Deus... Buda... Pai... Diante de você eu digo: Eu sou dela e ela é minha, diante deste dia até o fim dos meus dias. – disseram Lily e James em coro, com as mãos dadas. E dito aquilo, laços dourados de uma poderosa magia envolveram as mãos dos dois. E quando Lily assinou seu nome no livro sagrado, e o Potter apareceu ao lado do seu, tornou-se oficial.

Lílian Evans Potter.

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– James, já chega! – já se passaram dois minutos que James estava chorando compulsivamente enquanto assistia Lílian dançar pela pista, encantando os convidados. Certo que ele tinha bebido e tudo mais, só que chorar é passar do limite. – Para de chorar, que inferno!

– É que ela é tão linda, eu a amo tanto... – soluçou. – E agora ela é só minha... Eu sou tão foda!

– Sim, você é. – emendou Pedro, revirando os olhos.

– Vocês lembram? – ele fungou, quase enfiando sua cara na minha. – Vocês lembram dela fugindo de mim? Me respondam, vocês imaginavam? Imaginavam isso aqui? Meu casamento com Lílian Evans. Chupa, sociedade!

– Jesus Cristo... – bufou Remo.

– Com licença, quero dançar com a minha mulher. – James levantou-se enxugando as lágrimas e empurrou um de seus primos para longe, agarrando a cintura de Lily para si. Ela enxugou suas lágrimas e os dois giraram pela pista improvisada, e realmente... Era um lindo casal.

– Pedro, vamos falar com Moody sobre a missão. – chamou Remo, levantando-se com Rabicho. Acabei ficando sozinho na mesa, procurando alguma mulher bonita e solteira que não fosse Emmeline, que estava muito entretida conversando com os irmãos de Dorcas, que só conseguiam olhar seu decote. Eu não gostava muito de casamentos, me davam uma agonia quase doentia. Mas era sempre um prazer ver a noiva, ainda mais se forem bonitas como Lily. Um clique irritante de saltos pararam quando Marlene sentou-se em minha mesa.

– Não vai perguntar como está a busca do seu irmão? – indagou ela, entre um gole e outro de Hidromel.

– Se me interessasse. – retruquei, seco. Ela girou os olhos.

– Sirius, é seu irmão, esqueceu?

– Não, você esqueceu! A partir do momento que meu nome foi queimado na árvore genealógica dos Black...

– Foda-se essa árvore! – alterou-se Marlene. – É uma árvore! Uma tapeçaria idiota! Isso não muda nada, não te faz menos Black ou retira o sangue dos seus pais de você! Será que é tão difícil entender isso? Você é um Black!

Fitei minha taça vazia por alguns segundos.

– Diga isso a eles. – minha voz saiu rouca quando eu me levantei e deixei Marlene na mesa. Fui em direção de Emmeline e sussurrei algumas palavras em seu ouvido, assistindo seu sorriso crescer. Ela se despediu dos irmãos de Dorcas e envolveu seu braço no enquanto adentrávamos no bosque de Godric Hollow’s.

E Marlene observava, com os olhos semicerrados de raiva.

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James e eu estávamos brigando pelo último pedaço do bolo quando Dumbledore chegou.

Vestido com seu traje habitual de mantos escuros e um chapéu pontudo, todos se viraram para olhá-lo.

– Preciso falar com vocês dois imediatamente. – James e eu congelamos e novamente a nostalgia de Hogwarts me envolveu. Lílian também estava rígida ao nosso lado.

– É claro. – James disse, esquecendo-se do bolo e do casamento e até mesmo da bela Lily. Nós nos entreolhamos divertidos e seguimos Dumbledore. Com certeza receberíamos uma missão extra foda.

– Senhora Potter, você está deslumbrante. Vou roubar seu marido apenas por um momento. – disse Dumbledore em tom de desculpa. Saímos da tenda de flores e Remo e Pedro se juntaram a nós, então ele foi direto. – Fabian e Gideon foram atacados. Ambos estão bem. Gideon ficará no St. Mungus por alguns dias, mas os curandeiros dizem que ele não vai ser o mesmo por conta das cicatrizes. Eles descobriram um acampamento de criaturas das trevas que Voldemort havia recrutado. Lobisomens, Trolls, Goblins, e os poucos Dementadores que não estão ligados a Azkaban. Eles foram descobertos durante a tentativa de explorar, um simples erro de sua parte, mas que lhes custou muito caro. Por causa de seus ferimentos não são capazes de continuar sua tarefa...

– Você quer que a gente vá encontrar esse lugar que eles estavam? – os olhos de James brilhavam de excitação. Digo, não mais que o meu. Imagine, ver todos eles juntos... Isso é mágico!

– Eu quero que você e Sirius encontrem mais informações sobre a área circundante. É extremamente perigoso. Eles dobraram sua segurança e medidas defensivas. A única maneira de controlá-la é de cima. Você vai precisar ir de vassoura, é por isso que eu escolhi vocês dois. Sem ofensas, Sr. Lupin, mas eu não me lembro de você ter muita habilidade no ar.

James e eu cruzamos os braços, tentando não rir enquanto Remo assentia.

– Sim senhor, nunca fui habilidoso no ar.

– Muito bem. Agora, eu sei que é o seu casamento James, mas esta informação não pode esperar. Convido você para terminar a recepção tão rapidamente quanto possível. Estarei em Godric aguardando sua chegada. – Dumbledore olhou para a tenda com os bruxos e trouxas presentes e aparatou.

James respirou fundo e me olhou sorridente.

– CARA, ISSO VAI SER MUITO LOUCO! – gargalhou ele.

– Simmm! Podemos ir na minha moto! Imagina... A gente chegando lá na Guzzi... Uau...

– Ei, vocês esqueceram de um detalhe muito importante. – interrompeu Pedro. – Como você vai explicar a Lily que vai abandonar o casamento para uma missão suicida?

– Desse jeito. – sorri, enfiando a mão nos bolsos. – Eu trouxe para o final, mas... Sabe como é.

James sorriu lentamente quando eu joguei as bolinhas de fogos de artificio para o ar. Lílian olhou para o local que estourava de fogos de artificio e entendeu tudo apenas em olhar nossa agitação doentia pelo perigo. Ela parecia extremamente magoada, indecisa entre o medo e a raiva. James tirou seus óculos e sussurrou um “Sinto muito” antes de grudar em mim para aparatarmos.

As desvantagens de casar com um Maroto.


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Notas finais do capítulo

AI GENTE, ACONTECEU ♥
Sem mais delongas,MUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH ♥