About Sirius Black escrita por Ster


Capítulo 49
Depois - 1978


Notas iniciais do capítulo

Helou.Esse é o penúltimo capítulo e lá vamos nós. Quero muito chegar logo no meu novo capítulo favorito. Lá embaixo conversamos.



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EMMELINE'S TIME

1978

Ninguém entendeu muito bem como aconteceu.

Remo era o único que realmente sentia o que James estava sentindo afinal.Ele sabia o que era perder a família.Mas diferente de James, Remo perdeu apenas a mãe. Mas James perdeu tudo de uma vez só. Abotoei meu terno em silêncio observando James com a cara fechada para todo mundo. Ele ia surtar, eu o conhecia tão bem que até me assustava com a compatibilidade entre nós dois. Não iria demorar... A questão era quem seria a vítima.

Dorea e Charlus foram assassinados.

Eu estava com raiva e destruído. Eu sentia um enorme buraco em meu estomago, uma irritação constante sem o menor motivo como se cada ser vivo estivesse errado. Tivesse culpa por termos que enterrar os pais de James. Os Potter foram a única família real que eu já tive. Ele me abrigaram, me trataram e criaram como um filho. E eu devia tanto a eles... Tanto... Se estava difícil para mim, eu não queria saber para James.

As pessoas pareciam com medo de tocá-lo, com medo de fazer qualquer coisa, mas pedir desculpas.Ele parecia muito imerso em si mesmo, quieto... E quando James está quieto, é porque coisas ruins acontecerão. Pontas não consegue abafar as coisas para si mesmo, ele explode, não consegue suportar.

– Há algo que você precisa? – Lily disse, sua voz pequena.James era um homem agora, e provavelmente nunca será um menino novamente.

– Eu preciso que todas essas pessoas vazem daqui. – retrucou.Sua voz era leve, mas seus olhos estavam sérios.

Não me atrevi a dizer nada.Eu nem sequer conseguia olhar para ele direito, eu também estava com medo no fim das contas.

– Você não tem que falar com todos. – Lily disse em tom tranqüilizador.Ela pousou o copo sobre uma mesa próxima e tocou o braço de James.Corajosa, pensei comigo mesmo. Apesar que James não iria explodir com Lily.

– Eles vieram para isso. Tenho que agradecer. –suspirou.Sua voz parecia mais profunda, ou talvez fosse apenas o tom sombrio de suas palavras.

– Eles vão entender. – Lily disse intencionalmente, seus dedos ainda apertando em antebraço de James, os olhos ainda gentis.James desviou seu toque bruscamente e levantou-se em um pulo, empurrando todos para fora de seu caminho. Me senti na obrigação de ir atrás dele, impedi-lo de cometer alguma loucura. O segui até fora da casa, o chamando, mas ele insistia em me ignorar.

– James! – eu mal consegui ver quando ele se virou bruscamente e enfiou o punho na minha boca. Foi com uma intensidade tão grande que eu tropecei para trás e cai no chão. Minha vista até embaçou com a dor. – Ah...

– Eu... Me perdoe, Almofadinhas. – ele agarrou meu sobretudo e puxou-me para cima, abraçando-me com força. E em segundo ele estava chorando feito um bebezinho. – Eles... Eles vão voltar, né?

Era estranho saber que eu não veria mais os olhos extremamente azuis de Dorea e nem os concelhos realmente úteis de Charlus. Se eu tivesse aceitado o convite e ficado para dormir naquele domingo, nada disso estaria acontecido. ossa casa, talvez Charlus tivesse conseguido se salvar já que ela estaria conosco. Se, se, se... Horas inteiras de pensamentos que não poderiam salvá-los. Tudo que podíamos fazer era a cada noite antes de dormirmos, mentimos a nós mesmos com uma desesperada esperança que, ao amanhecer, tudo será verdade. Que eles ainda estarão lá.

– Eu sinto muito, Pontas. Mas eles não vão voltar. – “ÓCULOS, JAMES!”, a autora verdadeira dessa frase nunca mais a pronunciaria. Garoto mimado, vivia reclamando, debochando e brigando com a mãe, mas qualquer coisinha ia correndo para seus braços. Charlus, apesar de falar pouco, era quem ajudava James em tudo. O gosto do sangue ainda impregnava minha boca quando eu não consegui segurar as lágrimas. E era irônico, pois após o enterro em diante...

James nunca mais esqueceu seus óculos.

DOIS MESES DEPOIS

– Porra, Emmeline, calma aí.

– Eu só limpando o local, seu estúpido.

– ISSO DÓÓÓÓÓI CARAMBAAAAAAAAAAAAAA! – berrei quando ela enfiou álcool no machucado. As batalhas estavam ficando cada vez mais frequentes e sinceramente eu já estava farto de voltar todo ferrado. Daqui a pouco eu vou ficar tão feio quanto Moody, apesar das minhas cicatrizes de guerra fazerem um sucesso absurdo com as mulheres. Emmeline ainda estava se recuperando da batalha da sede, que danificou e muito seu pulso, ela ainda não tinha recuperado todos os movimentos.

Suspirei, exasperado com Emms reaplicado o gel na queimadura. A minha pele empolada era apenas crua e vermelha, não mais sangue ou descamação da pele.Emmeline passava com cuidado e atenção, mas quando eu berrava ela perdia a paciência e fazia força para que machucasse mesmo. Tanto James quanto eu quebramos muitos ossos e tivemos que ficar semanas no St.Mungus vegetando feito legumes.

Dumbledore tinha ido ver todos nós no hospital, e até ria um pouco ao ver minha tentativas de descolar um encontro com a enfermeira Lílian Evans. Dumbledore estava cansado e preocupado, e trabalhando em colocar todas as peças juntas, mas acima de tudo, sob a superfície, o diretor estava com raiva.

Eu nunca tinha visto ele com raiva.Nunca soube que ele tinha a capacidade de ter raiva.Mesmo quando James e eu tinhamos quebrado três vitrais - cada um mais de 500 anos de idade - ao disparar fogos de artifício em um corredor, Dumbledore tinha um sorriso confuso e um brilho por trás dos óculos de meia-lua, que afirmou claramente que ele estava secretamente se divertindo.E lá estava ele, furioso.

– Pronto.

– Graças a Deus! – bufei. Emmeline fechou o remédio e suspirou, colocando as mãos na cintura fina. – O quê?

– Você vai me deixar.

– Hã?

– Já não era meu, mas agora vai deixar de verdade.

– Por que está falando isso? – Ela girou os olhos e me ignorou. Seus cachos cor de meu estavam mais escuros e ela não estava sorrindo quando deitou-se no meu colo.

– Você vai tomar o lugar de Kingsley por um tempo, não é?

– É rápido. Três semanas no máximo... Vou caçar acampamentos na Irlanda e na Escócia e depois vou traçar toda Avalon e Cumbria, conversar com algumas pessoas.

– Por que James não vai no seu lugar? – ela parecia com raiva.

– Por que ele vai casar... E aquele lance com os pais dele, sei lá, é muita coisa pra ele.

– Quanto tempo você vai ficar fora?

– Eu estarei em casa para o Natal, Dumbledore prometeu. – A mulher de olhos azuis apertou os lábios em uma linha fina.Examinei-a com calma, mas Emmeline parecia estar tomando a notícia surpreendentemente bem.

– Olha... Eu não gosto de você, mas... Eu... Eu não quero ir ao seu enterro então tome cuidado.

Acabei rindo quando ela fez cara de descaso. Inclinei-me para lhe dar um beijo e agradeci mentalmente por ela não ter morrido. Não que eu goste dela...

Mas eu também não queria ir a seu enterro.

NATAL

James é muito complicado de ser compreendido.

Ele é gentil, educado, engraçado, simpático e talentoso. Mas quando ele sentia observado, ele ficava arrogante e exibido, tendo a necessidade de esfregar na cara de todos o quão poderoso ele é, Pontas não conseguia dispensar uma plateia, ele amava aplausos, atenção, adorava ser adorado. Então ele quase chorou de emoção quando recebeu um convite para jogar pelo Puddlemere United. James surtou e quase saiu voando em sua “nuvem de ego” igual Lily dizia.

Não conseguia parar de falar do time, dos amigos que fariam, o quão talentoso tem que ser para poder jogar naquele time e blá blá blá. Papo de James. Estávamos reunidos na sala da nova casa dos Potter. James meio que enlouqueceu após a morte dos pais e vendeu sua antiga casa, comprando uma apenas para ele e Lily, ainda em Godric Hollow’s. Era grande e vitoriana, muito bonita mesmo. Ele começou a tentar pentear o cabelo e se segurava para não fazer as caretas que sempre faz.

– Eu estou com medo dele. – sussurrou Lily na cozinha, enquanto eu a assistia cuidar da maldita torta de pêssego que seria uma guerra pra comer, já que a casa estava cheia. – Ele enlouqueceu!

– O que ele está fazendo?

– Fica vagando pela casa... Em forma animaga. – gargalhei tão alto que Lily até deu um pulo. – Não tem graça!

– Tem sim, porra. Imagina um veado perambulando sua casa. Esse Pontas... – ri mais ainda ao ver Lílian fechar a cara. – Relaxa, vai passar.

– Espero.

– Pode aguardar. – sai da cozinha e fui para a sala de estar quase explodindo de gente. Aquilo me lembrava meu último natal na Casa dos Black, onde a Ordem atacou os Comensais. Não sei porque, mas me dava vontade de rir. Kingsley, Frank e Alice, Fabian e Gideon, Remo, Dorcas, Pedro e Emmeline, é claro, e alguns outros.Ali estavam todos os membros mais jovens da Ordem, todos os outros tinham famílias para ir na véspera de Natal.Maridos e esposas, filhos e filhas.Estes jovens bruxas e bruxos realmente só tinham um ao outro.

Pedro estava estranho demais. Ansioso, ria com menos facilidade e não aguentava olhar a cara de James por mais de um minuto. Nem a minha. Na última Lua Cheia, onde todos nos reunimos novamente, ele participou muito pouco e não voltou no dia seguinte, deixando apenas nós três. Estavamos desconfiando seriamente de que ele estava sendo ameaçando ou seguido e estava com medo de contar.

O jantar tinha tanta variedade que eu senti vontade de chorar. Agradeci por ter sobrado torta o suficiente e quando eu estava no quarto copo de uísque pensei seriamente em seguir a carreira de Adivinhação, afinal, eu acertei a porcaria da carta na frase “James estará casado com uma mulher muito bonita, e ela fará seus almoços de domingo”.

Um patrono invadiu a sala após o jantar, era um texugo grande demais, parecia estar passando por processo de transformação. Acontecia, assim como o patrono de Dorcas também havia virado um lobo, igual ao de Remo.

– Lene! – gritou Lily, sorridente ao ver o patrono.

– Feliz Natal! Perdão não ter comparecido, mas eu vou estar aí para o Ano-Novo! – a voz dela fazia eco, mas pelas minhas lembranças desbotadas, já não era aguda e doce, era mais madura, autoritária... Voz que só mãe sabe fazer.

– McKinnon faria muito bem a Ordem. – comentou a Professor McGonagall. – Ela daria uma auror excepcional, Moody, precisa conhece-la.

Quem liga? Porra. Sai do ambiente, um pouco exaltado. Tranquei-me no quarto de hóspedes e sentei-me na cama, ouvindo meus batimentos acelerados. Ela está voltando... Daqui há uma semana ela estaria de volta... Ela está voltando... Será que irá me abraçar quando me ver? Como será que ela está agora? Mais velha ou ainda tem o brilho infantil que sempre teve? Droga... Estava tudo tão bem sem ela! Eu queria Marlene bem longe de mim, o mais longe possível, eu estou muito bem sem ela. Eu nunca estive tão bem... Ai caralho, quem eu estou enganando? Estou péssimo, quero minha melhor amiga de volta!

A porta se abriu e Emmeline me flagrou desesperado como eu estava. Ela trancou a porta novamente com a varinha e sentou-se ao meu lado.

– Tudo bem?

– Não sei. – respondi, ainda sentindo o nó na minha garganta.

– Olhe... Eu entendo esse sentimento, ok? Melhor do que você talvez. E ele dói muito, em lugares que você nem tinha ideia de que existia dentro de você. E não importa quando cortes de cabelo você faça, ou se você é a mais bonita ou não, você ainda vai para sua cama a noite e vai pensar em cada detalhe, procurando onde é que deu tudo errado. – ela estava falando de Remo, e não para mim. Mas preferi deixa-la desabafar. – E então você sofre como um desgraçado e... Acaba. Você encontra uma pessoa que te faça se sentir útil novamente, e os pequenos pedaços que foram roubados de você voltam. E todo o tempo que você desperdiçou começam a desaparecer.

– Emms...

Colei meus lábios no de Emmeline e assim que fechei os olhos, minhas lágrimas caíram. Rapidamente eu a deitei na cama e fui rápido em tirar suas roupas enquanto ela fazia o mesmo comigo. Os dois sempre brigavam incansavelmente para ver quem ficaria por cima, e naquela noite não seria diferente. Rolamos a cama inteira, cada hora um por cima. Encaixei-me entre os quadris de Emmeline e é tudo tão confuso e intenso com Emms, que eu mal consigo ver o que estou fazendo. Nós dois éramos impacientes demais para beijinhos e carícias. Era uma confusão de tapas, gritos e costas arranhadas. Nós dois na cama nunca dava certo, pois os dois queriam mandar e desmandar.

Finalmente cansamos de fazer algo direito e simplesmente ficamos deitados, um fitando o outro em silêncio absoluto.

– Nós transamos na cama de Lily e James. – constatei ao ver a foto do casal na cabeceira, jurei que era o quarto de hóspedes. Emmeline começou a gargalhar.

– Eu sei! – riu ela, engasgando-se de tanto rir.

E eu rolei a cama novamente, afundando em seus braços e beijos.


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Notas finais do capítulo

TEEEEEEEEEEEEEM um capítulo especial, bem longo e inovador, é quase um bônus. O primeiro capítulo de 1980 traz várias pessoas da morte hahahahahahaPIPER IS BACK!É um capítulo inspirado no de Grey's Anatomy, um capítulo chamado What If, que mostra o que aconteceria se Sirius tivesse tomado outras decisões. Por exemplo, nesse capítulo, Voldemort não é um completo psicopata, James, Pedro e Sirius são melhores amigos, mas não são de Remo, o que muda muita coisa. Sirius e Marlene também não são amigos e todo mundo vive em Godric Hollow's. Eu amo esse capítulo, amo de paixão apaixonada, amo ♥E quero muito que vocês leiam, porque ele lembra muito o epílogo da fanfic.Falei demais, nos vemos no proximo capítulo.MUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH ♥