About Sirius Black escrita por Ster


Capítulo 24
Durante - 5º


Notas iniciais do capítulo

Sem mais delongas.



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THE BIGGEST FEAR OF SIRIUS

ABRIL

HOGWARTS





Após três noites seguidas com os Marotos, eu estava morto de cansaço.

Exausto o suficiente para querer matar duas garotas que simplesmente não me deixavam em paz de jeito nenhum. Se já não bastasse minhas notas em Adivinhação estarem indo por água abaixo com aquelas lições idiotas, eu tinha que ouvir as reclamações que eram sempre as mesmas:

– Eu odeio a Marlene!

– Eu odeio a Hestia!

E minha vida se resumia a isso. Marlene simplesmente não gostou de Hestia, dizia que pessoas que tinham nacionalidade latina como ela, eram muito vulgares. Não gostava do cabelo dela e nem do jeito que ela falava “Six”, e só faltava surtar quando Hestia não descascava as maçãs antes de comê-las. Do outro lado da arena, minha namorada, ao contrário de minha melhor amiga, não a odiava totalmente. Queria ser amiga dos meus amigos, aprender a gostar deles também, todos a aceitaram, menos Marlene. Hestia tentava, tentava e tentava de novo, e diante de tantas tentativas frustradas, ela simplesmente explodia e dizia que Marlene tem um riso extremamente irritante, que devia lixar as unhas e odiava quando ela ficava fazendo palhaçadas para todos rirem. Eu ouvia pacientemente e até concordava com as duas, que eram duas chatas do caramba. Eram noites frustrantes na sala comunal com Marlene olhando-me estranho, com sorrisinhos curiosos:

– Vocês decidiram namorar muito rápido, né? Tem certeza que está feliz com ela? Porque... Puxa, ela escuta umas músicas em espanhol. Não dá pra entender nada! Ela é tão... Vulgar!

Já na Sala Precisa...

– Eu juro por Deus que eu faço de tudo praquela garota me aceitar, mas ela simplesmente me odeia sem eu ter feito nada! Me deixa falando sozinha, me exclui das conversas e fica voltando velhas aventuras de você e seus amigos só pra eu me sentir excluída! – ela dava um longo suspiro e então explodia de raiva. – Você acredita que ela olhou o anel que você me deu e disse: “Ah, pequenos diamantes, é bom assim, deixa sua mão menos masculina” Puta que pariu, eu juro que por pouco eu não avanço nela!

Mas eu estava imerso demais observando o teto, tentando não ouvir as reclamações dela sobre Marlene ou tentando esquecer as reclamação da mesma sobre Hestia. Eu estava muito mais preocupado com as notícias que estavam saindo no Profeta Diário, mais de sete aurores mortos em menos de uma semana. Minha coruja, minha linda Daenerys, sobrevoou o Salão Principal e deixou em minhas mãos mais uma carta de Andrômeda, me convidando para passar o próximo Natal com ela. Junto, vinha mais uma foto de minha sobrinha. Se eu olhasse bem para a criança sorridente em uma escada, rodeada de brinquedos e bichos de pelúcia, eu conseguiria ver os olhos desafiadores de Bella, mas ao mesmo tempo uma doçura incontestável e engraçada de Ted. A boca de Andy, os cachos dela também, o nariz empinado de Narcisa, e nenhum vestígio meu naquela pequena sapeca. Talvez quando eu conhece-la eu possa ver algo de mim nela.

– Awwwn, que princesa. – sorriu Hestia, olhando a foto comigo. – Quem é?

– É a sobrinha/prima dele, Dora, pensei que soubesse. – respondeu Marlene, com um sorrisinho falso. Ela detestava quando Hestia sentava-se na mesa da Grifinória, achava um insulto.

– Não querida, ao contrário de você, não sei de tudo da vida do meu namorado. – retrucou Hestia, mordendo a maçã com casca, e sorrindo para Marlene, que tinha a boca trêmula. James olhava tudo aquilo com uma excitação doentia, adorava quando elas se estranhavam. Ao contrário de mim.

– Fiquei sabendo que aquela menina da sua casa, a sapatona, tentou se matar. Verdade? – perguntou Emmeline, curiosa. Hestia olhou-a com reprovação.

– Ela não é sapatona.

– Parece um homem. É muito estranho. – riu James.

– Só porque ela tem cabelo curto? Bem, eu estou em cortar o meu também. – comentou Alice, ao lado de Pedro.

– Como ela tentou se matar? Com veneno? – questionou James.

– Não sei, só encontramos ela desmaiada na sala comunal. – respondeu Hestia. – Ela não fala com ninguém que não seja o irmão dela.

– O irmão dela também é muito gay. – riu Pedro.

– Olha ela lá. – disse Remo. Com o uniforme da corvinal, três tamanhos maiores que o tamanho dela, Amelia Bones entrou no Salão Principal para tomar seu café da manhã. Ela tinha um corte de cabelo extremamente masculino estava sempre com cara de quem odeia todo mundo. Continuei comendo minha torta e o assunto tomou outras proporções. Hestia terminou sua maçã e beijou meu ombro sob o suéter, envolvendo seus braços em meu pescoço e sorrindo. Acabei me rendendo e virando-me para ela, beijando-a ali mesmo. James soltou um “que delícia” e eu não conseguia entender as outras reações com aquela boca sob a minha, só sei que alguém soltou os talheres com força sob o prato.

Fazia um frio doentio quando James e eu andávamos pelo segundo andar, sem nada de muito bom para fazer, com o mapa na mão, pensando seriamente em sair para tomar umas cervejas no Três Vassouras. Mas o destino nos amava quando colocou Severo Seboso Snape bem naquele corredor, na hora certa. Nenhum monitor a vista, era a oportunidade ideal par James matar sua saudade de Ranhoso.

– Olha só quem está aqui... – sorriu James, cruzando os braços. – Meu velho amigo Ranhoso, quanto tempo! Como vai seu tratamento de feiura?

Quando Snape tentou passar, eu entrei na frente, dando-lhe um sorriso torto.

– Acho que não, Seboso. – sorri para ele. Ranhoso deu um longo suspirou e tirou a varinha para fora da capa, apontando para James e eu, que levantou as mãos.

– Ahhh não, vai me atacar, Sev? Sendo que eu não fiz nada pra você? Acho que a Evans não vai ficar feliz em saber disso, hm?

– Sai da minha frente. – o ódio em sua voz a fazia tremular e excitava James.

– Só se você pedir com educação. – retrucou James.

– Por favor, me deem licença. – mas Pontas estava longe de terminar sua tortura. Balançou a cabeça negativamente.

– De joelhos. – ordenou. Mas tudo que Snape fez foi apontar sua varinha bem na cara de James, que gargalhou. – Você sempre foi assim ou aperfeiçoou com o tempo? Quantas vezes você vai precisar ser humilhado para ver que eu sou melhor que você?

James já tinha sua varinha posicionada. Afastei-me para ser um duelo justo. As vezes era tedioso ver somente James humilhar Snape, então dessa vez eu torci para que o Ranhoso pelo menos conseguisse atingi-lo.

E dito e feito.

Foi emocionante quando um choque da varinha de Snape parou no ar com o escudo de James. James gargalhou e com isso, lançou diversas azarações na direção de Ranhoso, que tentava a todo custo reverter os feitiços para atingir James

Levicorpus! – gritou Ranhoso, e James fora erguido no ar pelo tornozelo. Gargalhei, aplaudindo, aquilo estava muito divertido mesmo.

Liberacorpus. – cancelou James. – Aresto Momentum!

Nice one, James. – gargalhei, orgulhoso.

E recomeçou. Era lindo ver jatos de luzes vermelhas saírem da varinha de James em direção dos jatos verdes de Snape, que se esforçava para segurar os fortes feitiços de James. Ele era muito bom em azarar os outros.

– Você duela como uma menininha. – gargalhou James, inclinando-se para frente quando um de seus feitiços bateu tão forte em Snape que ele até deslizou caído pelo chão. Foi em questão de segundos quando Snape simplesmente sacudiu a varinha em direção de James, em um grito raivoso, disse:

Sectumsempra! – E a gargalhada de James congelou no tempo, o feitiço o atingiu bem no ombro e parecia brincadeira quando o tão conhecido sorriso de James Potter se desfez e seu corpo desabou no chão como se fosse feito de pano. Esperei que ele se levantasse, mas entre as vestes de James, o sangue começava a brotar em uma velocidade assustadora. Corri até James, que tentava falar entre as lágrimas que brotavam de seus olhos castanhos.

– O QUE VOCÊ FEZ, CARALHO! – urrei para Snape, que olhava James tão apavorado quanto eu. O piso começou a encharcar-se de sangue, inclusive minhas vestes, o desespero tomou conta de mim enquanto eu tentava todo o tipo de feitiços sobre ele, mas nada dava certo. James tremia descontroladamente, tentando manter a calma. Snape passou correndo por nós, indo embora.

– SEU COVARDE! – berrei ao vê-lo virar o corredor. James pegou minha mão com força, meu Deus, se você existe, por favor... Me ajude. – AJUDA! ALGUÉM NOS AJUDE!

Tentei não ficar desesperado ao ver rios e rios de sangue ao meu redor e a cada segundo que se passava, James mais pálido. Ele respirava com dificuldade e ainda tentava falar, olhando-me desesperado. Eu comecei a chorar, tamanho desespero que tinha tomado conta de mim. Era só uma brincadeira, como tomou aquela direção? Como James fora vencido, uma vez que éramos invencíveis? É assim, então? Meu irmão iria morrer desse jeito? Não... Como eu vou viver sem James?

– Vulnera... Sanentur... – sua voz era apenas um fiapo, ele balançava a minha mão da varinha com leveza. – Vulnera...

– O quê?

– Vulnera... Sanentur...

– Meu Deus! – gritou Marlene, assustada. Remo correu em nossa direção, molhando-se de sangue, começou a fazer os mesmos feitiços que eu, mas nada fechava aqueles ferimentos terríveis que Snape fizera, os olhos dele estavam começando a se fechar, abrir com menos frequência. Era agora, ele ia morrer. James iria morrer e me deixar ali sozinho... Ele ia me deixar...

– Vulnera Sanentur. – eu disse, com a varinha apontada para seu torso. Nada aconteceu.

– O que está acontecendo aqui... – Lilian Evans apareceu, e ao ver uma poça de sangue e o choro alto de Marlene e James quase morto, desequilibrou-se toda, tendo que se segurar na parede. Respirei fundo e concentrei-me.

– Vulnera Sanentur. – eu disse, e dessa vez, uma boa quantia de sangue voltou para dentro de James, já desmaiado. – Vulnera Sanentur...

Lily ajoelhou-se na poça de sangue, olhando James, tão pálida quanto ele.

– Vulnera Sanentur... – sussurrou Remo, me ajudando. Seu rosto estava molhado. – Vulnera Sanentur...

– Vulnera Sanentur – era vergonhoso estar chorando. Estar tão vulnerável. Mais vergonhoso ainda era ter que ver aquilo para perceber o quanto aquele garoto era importante na minha vida. O quão doido eu ficaria sem ele enchendo o saco. Era vergonhoso saber que ele era tão importante a ponto de eu querer morrer com ele só de pensar na possibilidade de ficar sem ele um dia. – Vulnera Sanentur.





– Sirius, você precisa comer. – Hestia apertou meus ombros. Era a vigésima vez que aparecia na Ala Hospitalar, tentando me convencer a comer algo ou ir dormir, mas eu tinha que ficar ali e saber se James queria ou não que eu dissesse quem quase o matou.

O conhecendo bem, provavelmente ele se jogaria da janela se todos soubessem que ele foi quase morto por Snape.

Ao redor de sua cama, tinham tantos presentes que quase não dava pra acha-lo entre eles. Cartas de garotas, chocolates, flores, tudo que se pode imaginar. Ele recebia tanta visita que Madame Pomfrey só faltava enlouquecer. Eram garotas de todas as idades, sempre chorosas. Até mesmo Lily Evans apareceu por lá, ficou uma hora inteirinha, fitando James, pela primeira vez na vida, imóvel. E ficou lá em silêncio, sem dizer uma palavra. E depois foi embora. Marlene chorou durante toda a visita, como se James tivesse morrido e nós estávamos velando seu corpo morto. Remo e Pedro ficavam tão imóveis quanto nós, assustados, nem dormindo James era tão silenciosamente imóvel. Madame Pomfrey disse que prefere não acordá-lo agora, pois está muito fraco por ter perco tanto sangue, era melhor dormir enquanto se recupera. Hestia abraçou-me e beijou o topo da minha cabeça, carinhosa. Beijei suas mãos, suspirando.

– Quem fez isso com ele, Sirius? – ela perguntou, assim como todos.

– Não sei. – e essa era minha resposta.

Mais uma longa semana se passou até Madame Pomfrey finalmente parar de dar poções para James, para deixa-lo acordar. Remo disse que se ajoelhou diante de Evans e implorou para que ela fosse ver James, porque isso o faria muito feliz. E lá estávamos nós, Marlene, eu, Hestia, Emmeline, Remo, Dorcas, Pedro, Alice, Frank e Lílian, meio tímida entre todos nós. Esperamos quase o dia inteiro para aquele preguiçoso acordasse, tanto que nossa animação até passou e começamos a jogar 21 bruxos em cima de suas pernas.

– Grindelwald está com a Hestia. – sorriu James, com a voz rouca. Nós o olhamos, e todo o peso em minhas costas simplesmente se desfez no ar quando ele sorriu para mim. Aproximei-me, e nem notei que eles deixaram eu fazer isso sozinho. James parecia que ia chorar, mas tudo que ele fez foi sorrir... Como eu senti falta daquilo. Ele ergueu a mão para mim e eu bati, ele segurou e me puxou para um abraço e as lágrimas em meus olhos queimaram, mas eu impedi que elas saíssem.

– Um lindo casal. – sorriu Lily Evans. James e eu nos desgrudamos e ele sentou-se na cama, sorrindo para ela. Era incrível vê-lo sorrir. Ele pegou a mão dela e beijou.

– Obrigada. – ele disse, e Evans assentiu, ficando vermelha.

– Fico feliz que esteja bem... Eu... Eu vou indo agora. – e saiu, sem olhar para trás. Remo deu um risinho e James abriu os braços para ele. Remo o abraçou com força.

– Nunca mais faça isso. – pediu ele, com embargada.

– Awnnnnnn. – sorriu Emmeline, ao ver Remo passar a mão nos olhos rapidamente, vermelho. Dorcas recuou, dando espaço para Emms abraça-lo. Pedro também abraçou James, que bagunçou seu cabelo. Em seguida foi Marlene, que acabou chorando novamente. Nem eu sabia que ela gostava tanto assim de James, a ponto de chorar por ele. James gargalhou ao ouvi-la chorar, a embalando carinhosamente. Todos calmos, contamos a James as novidades e tudo mais. Ele queria saber detalhadamente de Lílian chorou mesmo quando o viu machucado, era mentira, ela não chorou, mas ele merecia um agradinho.

Quando Madame Pomfrey expulsou todos, eu pude ficar mais uns minutinhos com James. Nos fitamos sérios.

– Você contou pra alguém? – ele quis saber.

– Não, falei que já te encontrei daquele jeito. Mas eu deveria, isso faria ele ser expulso. – James estalou a língua, desviando o olhar.

– Vou matar aquele covarde do inferno. – ele disse. – O que ele fez depois de quase me matar?

– Fugiu, que mais ele sabe fazer além disso?

– Não consigo acreditar que eu ia morrer nas mãos de Snape, ninguém merece.

– Relaxa. A gente faz pior. – sorri para ele, maliciosamente. James compreendeu meu olhar a gargalhou.

– Clássico. – riu ele. Tomei liberdade de perguntar o que eu queria saber faz tempo.

– Como você sabia o feitiço para reverter a situação? – perguntei.

– Aquele feitiço foi inventado por Snape. Estava no livro de Poções, na última página tinha um mini glossário, eu arranquei e peguei para mim antes de colocar no armário dele. – James olhou-me, com um meio sorriso. – Foi feito pra mim. Estava lá: Sectumsempra, para inimigos. Ele pensou com bastante carinho em mim ao inventar.

Esperei James pegar no sono novamente e girei minha varinha nas mãos, pensativo.

Olhei-o, afundado no mundos dos sonhos e simplesmente disse o que eu deveria ter dito assim que ele abriu aqueles olhos.

– Eu senti sua falta. – levantei-me e empurrei a cadeira para seu lugar, enfiando as mãos no bolso antes de sair da enfermaria, rezando.

Para que eu nunca chegue a conhecer a dor de perder James.


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Notas finais do capítulo

GENTE DO CÉU PARA TUDO AGORAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!Eu tinha acabado de escrever uma cena muito importante e na mesma hora minha amiga/leitora pediu pra eu liberar um quote da Marlene pra ela fazer HOMENAGI PRAZAMIGA, e cara, ela me deu a coisa mais linda do mundo! Esse quote é do Sirius sobre a Marlene, que é praticamente minha declação de amor pra ela né, sejamos sinceros hahahahahaha Tá aqui: https://lh4.googleusercontent.com/-3L6XPK3mS00/Uf56RttrdNI/AAAAAAAAAi4/exT7OHV8OVE/w700-h529-no/marlenequote.jpgEle fala isso no peúltimo capítulo do sexto ano então AGUARDEEEEEEEEEEEEEMMMMM. E já tem um puta spoiler (sô mto burra hahahaahha) a Marlene vira batedora da Grifinória viu gente. Ai Gabizinha, muito obrigada sério vc é a Gasparzinha mais linda do mundo!Eu ia liberar o quote dos números primos, mas era muito profundo para a imagem que ela tava fazendo. WHATEVER, VAMOS AO CAPÍTULO PORFAVORE?Eu peço perdão por não ter vergonha na cara em escrever um capítulo desses, gente eu vou pro inferno hahahahahahahahaha COITADO DO SIRIUS MEU DEUS, podem me xingar, eu mereço. Ah mas, tomara que ele nunca conheça essa dor né galeros.MMMMUUUUUAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA I killed James Potter, I killed James Potter...BEIJÃÃÃÃÃÃO ♥