About Sirius Black escrita por Ster


Capítulo 2
Antes - 1º


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem.



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A KIND OF BEGINNING

1º ANO

HOGWARTS




– Black, Sirius.

Era incrível eu não estar nervoso, tudo bem, talvez um pouco uma vez que James, Remo e Pedro já foram chamados e colocados na Grifinória. Minhas esperanças foram pro espaço, afinal, eu cairia na Sonserina mesmo que eu não quisesse. Seria obrigado a andar com aquele bando de urubu o resto da minha vida, que inferno, que castigooooooo!

Continuei caminhando lentamente até o banquinho, totalmente desanimado, odeio essa vida e esse chapéu. Odeio essa mulher velha que colocou ele na minha cabeça e os acenos felizes da minha suposta família na mesa da Sonserina, principalmente Bartô acenando freneticamente em um espaço vazio ao seu lado, ninguém merece, tomar chuva de saliva a vida toda, o que foi que eu fiz? Eu saí da barriga da minha mãe chutando a cruz, não pode ser!

– Mais um Black com a cabeça cheia de pensamentos... Mas esse é o primeiro, não posso negar, tem algo diferente. – Ao mesmo tempo que o sorriso de Bella, pela primeira vez na vida direcionado á mim, se desfez, o Chapéu Seletor berrou em alto em bom som – GRIFINÓRIA!

O esboço do rosto desesperado dos meus familiares e a forma como eu fui aplaudido pela mesa da Grifinória foi uma vitória. Imitei o sorriso retardado de Bartô, colocando a língua para fora e acenei para eles. Narcisa parecia estar passando mal, sendo abanada por Lucius. Corri para a mesa da Grifinória, sentando-me ao entre James e Remo. A garota ruiva mal-humorada também caiu na nossa casa, mas nada tinha importância, nem consegui prestar atenção no resto da seleção, James e eu não conseguíamos calar a boca.

O banquete, Merlin, foi O MELHOR DA MINHA VIDA DE ONZE ANOS! Eu nunca, jamais comi e ri ao mesmo tempo, talvez quando Bella contou que tinha sido socada, mas não foi legal porque apanhou dela depois. Enquanto mastigava sua torta de caqui, virou-se para a mesa da Sonserina e acenou para Bellatrix, que achou seu olhar rapidamente e quase pegou fogo de raiva. Ali ele estava protegido, se batesse nele, ele poderia bater nela também, uma vez que tinha varinha para ameaça-la também.

E o monitor, melhor, a deliciosíssima monitora era ninguém menos que a famosa Molly Pewett. Dei meu melhor sorriso para ela quando passei. É, ela é muito mais bonita ao vivo em cores com aquele cabelão ruivo e os dentes da frente separados. Só não gostei de seu namorado Artur. Nenhuma das primas respondia minhas perguntas sobre Hogwarts, então eu tive que esperar anos para saber como era e.... Puxa vida, como valeu a pena. Os quadros, igual os lá de casa, não calavam a boca e as escadas se moviam enquanto andávamos, simplesmente adivinhavam para onde estávamos indo. Eu nem pude me sentir cansado finalmente chegamos à nosso casulo especial, segundo James. Haviam fantasmas nos rodeando, eu nunca tinha visto um de perto. Pensei seriamente no que poderia oferecer à eles para que perturbassem minhas primas, digo Ciça e Bella, pois Andy não merece.

Molly disse “Bolas festivas” e eu e James nos entreolhamos maliciosos. Eu realmente tinha gostado dele, garotos da nossa idade não se interessam por garotas, mas isso é uma arte que eu e ele pelo jeito viemos praticando há muito. Eu com minhas primas, e ele não sei e nem me interessa. Só sei que quando o quadro da Mulher Gorda abriu-se revelou realmente um casulo. Era redondo, vermelho e dourado, cheiro de poltronas e com cara de sala. Puxa, pensei que seria mais refinado, estou acostumado com luxo. A linda Molly apontou para o quarto do garotos e das garotas, um de frente para o outro.

– Ei, gatinha. – sorriu James para a garota ruiva que estava perturbando no trem. Ela nem se deu o trabalho de olhar, já tinha gravado a voz elétrica, debochada e muuuuito risonha de James. Olhei para ela, também rindo. Molly estava falando alguma coisa sem a menor importância mas a garota parecia atenta. – Gatinha! Ow, gatinha! Ruiva, ow! Ruivinha, olha aqui! Ow gatinha, não me ignora!

– Desculpe, eu não sou a sua gatinha! – ela virou-se com uma face homicida. James segurou a gargalhada. Cacete, esse garoto era pior do que eu!

– Não? Bem, isso quem decide sou eu. Me diz seu nome e eu te deixo em paz.

– Cala a boca, James. Desculpe por ele. – lamentou-se Remo à gatinha de James.

– Ah qual é, só quero desfazer a má impressão que deixamos lá no trem uma vez que agora somos da mesma família, certo? Me diz seu nome vai, vou ficar sabendo de qualquer jeito.

A garota revirou os olhos.

– Olha, diga o nome logo pra ele calar a boca, nem eu aguento mais. – supliquei, ao ouvir a gargalhada de James cortar o discurso de Molly. Ela olhou para nós rapidamente e continuou falando. A garota olhou-nos. Pela primeira vez pareceu realmente nos olhar. Eu, charmoso como sou com meu cachos, James com aquele rosto brincalhão e os óculos sempre escorregando pelo nariz pontudo, Remo e sua aparência exausta e tranquila demais e Pedro, as vezes receoso, as vezes risonho.

– Pra você, é Evans. – ela disse, olhando seriamente para James. Depois sorriu amigavelmente para Remo. – Mas você pode me chamar de Lily.

– Quê? – indagou James, chocado. Levou um belo chute, não pude deixar de zoá-lo. Finalmente Molly calou a boca e nos mandou para os dormitórios. James pareceu não ligar com o fora de Lily, até começou a caçoar Remo, dizendo que mesmo com aquela cara de morto-vivo conseguiu uma paquerinha. E pareceu brincadeira quando vimos que o quarto seria eu, James, Remo e Pedro.

E quando abaixei-me para pegar meu pijama e vi minhas iniciais com o brasão da Grifinória e de Hogwarts, consegui ouvir dali o berro de minha mãe ao ler a carta de Bella falando em que casa eu tinha caído. Não pude deixar de sorrir.

As férias seriam maravilhosas.




– Eu adoraria ver o que tem nesse terceiro andar. O diretor fez tanto alarde, deve ter sei lá, um gigante? – comentou James na primeira aula da manhã.

– Mal chegou e já quer ser expulso? – questionei.

– Se o diretor disse que não se deve ir lá, é porque ele esconde alguma coisa. – replicou o quatro olhos. Sirius sorriu para ele, entendendo. Remo já tinha sacado nossos olhares e abaixou seu livro de Poções.

– Nem pensem nisso! – ele disse.

– Remo, volte pro seu livro. – sorri, rodopiando pelo corredor, eles riram da minha gracinha até eu bater em algo duro como uma parede. Virei-me com raiva e dei no pé na mesma hora, mas a desgraçada conseguiu ser mais rápida e tratou de agarrar minha orelha direita. – ME SOLTA, VACA!

– Não acredito, me chamou de vaca, Rodolfo! – gritou Bellatrix, quase me erguendo do chão. Seu namoradinho idiota apenas ria ao seu lado. – O que você fez hein? Sabotou o Chapéu? Sua escória, o que vai ser do nosso nome agora que você o manchou.

– AHHHHHH, ME SOLTAAAAAAAAAAAA! – berrei. Enfiei a mão no bolso e segurei firme minha varinha, enfiando na testa de Bella. Eu não sabia nenhum feitiço, mas sairia gritando qualquer coisa até ela sair voando para longe dele.

– Ahhhhhhhahahahaha, então quer me desafiar, é? – ela também pegou sua varinha. Era um pedaço de pau todo encurvado, nem podia ser chamado de varinha. Ela encostou na minha testa e ficamos assim por um bom tempo, nos matando com olhares.

– Black! – uma garota gritou. Era Molly. O crachá de monitor chefe brilhava em seu peito enquanto ela corria até nós. – Solte ele agora!

– Não se mete sua sangue ruim nojenta! – cuspiu Bella, arregalando os olhos. Pronto, agora ela iria tirar a máscara de bonitinha pra diaba que eu convivia em casa. – Isso é assunto de família.

– CINCO PONTO A MENOS PARA A SONSERINA! – Molly gritou e Bella quase furou minha testa com a varinha, prestes a soltar minha orelha, o outro infeliz apareceu.

– Cinco pontos a menos para a Grifinória. – sorriu Lucius Malfoy, também com o crachá. – Seu aluno está ameaçando minha aluna.

A gargalhada de Bella ocupou o corredor vazio.

– Chega, eu vou chamar um superior se você não soltá-lo. – disse Molly. Sua boca estava trêmula e suas orelhas vermelhas, quase fundindo-se com seu cabelo. Bella pareceu reconsiderar e soltou-me de vez, mas continuamos com as varinhas erguidas um para o outro, queixo erguido, olhar cheio de ódio. – Vamos, vão, saiam daqui, estão atrasados para a aula!

Mal notei que os garotos ainda estavam ali. James parecia chocado, assim como Remo e Pedro. Lentamente, abaixei minha varinha e peguei minha mochila que caiu no chão com a sacudida que Bella havia me dado. Continuamos andando pelo corredor enquanto ouvíamos a briga de Molly e Bellatrix se extendendo. Assim que chegamos aos pés da masmorra que dava na sala de poções, James gargalhou.

– Uau, quem era aquela garota? Até eu fiquei com medo!

– Minha prima Bellatrix, infelizmente. Eu convivi com aquela coisa onze anos da minha vida e foi assim a vida toda. – eu ainda estava emburrado enquanto subíamos as escadas. Ali eu não deixaria ele colocar as mãos em mim nem ferrando.

– Ela sempre foi assim? Tipo, sério? – perguntou Pedro com sua voz esganiçada.

– Nem queira saber, amigo. – abrimos a porta da sala o professor já estava explicando algo. Ele virou-se para nós, tentava fazer cara de bravo, mas fracassou. James fez uma cara de inocente que até eu fiquei com pena.

– Professor, nos perdoe, nós nos perdemos nesse enorme castelo. – e em seguida o professor sorriu.

– Ah, entrem logo, vamos! Tudo bem se perder, esse castelo é realmente enorme. – o lugar era quente e acolhedor com vários cheiros diferentes. Bem iluminado e lotada de alunos da Grifinória e Sonserina. James, um bom safado mal acabado, deu um tapasso na cabeça do tal de Severo ao passar por ele sentado ao lado de Lily Evans. – A propósito eu sou o professor Horácio Slughorn, e vou ensinar Poções à vocês. Às garotas posso ensinar uma Poção do Amor, aos garotos uma bela Poção da Sorte e no final do quinto ano uma boa Poção de Renovação após os N.O.M’s, hãn? – e balançou a barrigona gorda ao rir.

Tivemos que ficar em dupla, mas por via das dúvidas sobre a suposta inteligência de James, preferi ficar com Remo que era inteligente. Ele me mandava picar as coisas enquanto lia o livro e mexia do jeito correto. Segundo o livro, estava indo bem a poção até. Mas Remo não levou tantos elogios quanto Lily e Ranhoso. Ao fim da nossa primeira aula, na confusão de sair da sala, James e eu saímos empurrando todo mundo. Puxamos Remo pelo pulso e de repente ele caiu no chão, assim, como uma Mandrágora recém nascida. James e eu nos viramos e vimos o pezinho do Ranhoso bem confuso ali entre as pernas de Remo e seus risinhos maldosos. Ajudei-o a se levantar enquanto James fazia o trabalho.

– Vem aqui, vamos ver se é engraçado tropeçar. – James avançou em cima do Ranhoso e ainda fizeram o favor de cair em cima de mim e Remo. O coitado do Lupin deu um gemido de cansaço e empurrou nós três, levantando-se sozinho e começando a recolher seus livros. Lily começou a falar sem parar para que parássemos, mas francamente eu não estava fazendo nada, só me levantei, limpei minhas vestes e fiquei confortável o suficiente para vê-los brigando. Hilário.

Ranhoso parecia uma menininha burra que mal conseguia se mexer diante de James que lhe dava vários tapas na cabeça e socos no estomago, mas assim, de repente, Ranhoso ganhou força o suficiente para tirar uma varinha da casa do cacete e uma explosão verde jogou James do outro lado do corredor.

– SEVERO, O QUE VOCÊ FEZ! – gritou Lily. Meu coração tremeu, que nem quando minhas primas vinham lentamente até mim para me bater. Mas dessa vez o medo era diferente. Corri todo o longo corredor atrás de James, encolhido no fundo. Virei-o rapidamente e ele deu um sorrisinho sacana.

– Mas que seboso filho da mãe. – e eu ri pela primeira vez desde que ele fora parar do outro lado do corredor.

– E você voou que nem uma Nimbus 1000! – sorri, ajudando-o a se levantar. James levantou-se com minha ajuda. – Pronto?

– Cara, que pergunta é essa! – James e eu retiramos a varinha de nossos bolsos e apontamos para Ranhoso. E meu caro amigo: Foi naquele momento que nos tornamos uma lenda.

A escola inteira já tinha ouvido falar de James Potter, Sirius Black, Remo Lupin e Pedro Prettigrew. As cartas que eu recebia de mamãe eram jogadas na fogueira da lareira da sala comunal e Bellatrix nunca mais tocou-me, o que era inacreditável. Em menos de um mês, James e eu conhecíamos metade do castelo com a palma da mão, mas só conseguíamos arranjar tempo para explorá-la a noite o que trouxe problemas: Monitores e o velho Filch. A múmia simplesmente adivinhava onde estávamos e vinha mancando feito um doido com aquela gata asquerosa miando.

– Chega, precisamos tomar uma atitude, cansei de lavar as escadas! – resmunguei, jogando-me na poltrona da sala comunal após a última detenção de três semanas por Filch ter pego eu e James no terceiro andar.

– É, mas o que? – perguntou James, também exausto. – Não dá pra adivinhar quando ele vai chegar e nem pra correr mais rápido... AH NÃO, COMO EU ESQUECI? – James saiu correndo na velocidade da luz para o quarto. Remo levantou seus olhos do livro que lia e vincou a testa de curiosidade. James voltou carregando um cobertor horrendo.

– Que isso? – perguntei. Pedro olhou a capa, curioso.

– Isso, meu amigo, é o nosso futuro nessa escola. – James cobriu-se com o cobertor e simplesmente sumiu. Meus olhos arregalaram e Pedro deu um grito. Até Remo sorriu, impressionado.

– Cara, onde você arranjou isso?

– É original, meu pai me deu de presente. Ele disse que seria útil. – Sorriu James, descobrindo apenas a cabeça. Nós três preenchemos a sala vazia de gargalhadas com a cabeça de James flutuando no ar.

– Não se esqueça de beijar seu pai por mim quando vê-lo. – sorri, levantando-me. – Vamos estreia-la.

Não é nada difícil achar Seboso Snape em Hogwarts. Ou ele estava na biblioteca ou no jardim enfiado em algum livro com ou sem Lily. Pedro, Remo e eu nos aproximamos. Até ele ficou ansioso para ver aquilo, normalmente ele não estava saindo muito conosco pois estava ficando doente, mas era uma ocasião especial.

Olhei para a cabeleira negra e oleosa de Snape e esperei que ele me olhasse. James estava ao meu lado, coberto pela capa. Sorri para ele.

– Bom dia, Ranhoso. Digo, Snape.

– O que você quer? – ele já foi se levantando e colocando a mão no bolso. Levantei as mãos.

– Calma aí, rapaz. Viemos em paz. Nós quatro queremos nos desculpar. – Snape vincou as sobrancelhas, olhando nós três. – James está muito arrependido.

– Não tenho tempo pra suas brincadeiras! – ele disse, pronto para nos empurrar e ir embora.

– Não é brincadeira, né James?

– É, cara. – Só com a voz do além de James já fez Snape quase bater a cabeça no galho mais alto da árvore. Prendi o riso.

– James, faça as honras. – pedi. E então James descobriu a cabeça e sorriu para Snape, que passou de pálido para transparente. Seus olhos quase pularam pra fora e suas pernas tremiam. James nem conseguiu seguir com o plano, começou a gargalhar. Aliás, todos nós riamos, era hilário sua cabeça flutuando no ar e Snape quase infartando. Remo curvou-se todo, tentando recuperar o ar quando Ranhoso saiu correndo. James descobriu-se e continuou a rir conosco. Encostamos na árvore ainda rindo.

– Essa foi ótima, Sirius. Parabéns. – elogiou Pedro.

– Eu tenho meus momentos. – sorri e ergui a mão para James e depois envolvi o ombro de James com um braço e o de Remo com o outro, Remo e James retribuíram e Pedro também, ao lado de Remo.

E saímos andando.


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Notas finais do capítulo

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