Fraca... Era isso que ela era, nada além de uma ninja fraca, inútil, irritante.

“Você não passa de uma garotinha fraca e irritante” – Sasuke, nunca se perdoaria por se enganar tanto com alguém. Como conseguira amar tanto alguém que só a menosprezara? Não era nada além de lixo, lixo repugnante e digno de pena, não merecia o apoio que lhe davam. Não aprendia a lição ele não a queria, e em vez de desistir e seguir em frente escolher apenas ser o cachorrinho despachado que sempre voltava para o dono em busca de algumas migalhas de amor. Como pôde ser tão estupida? Tão desprezível?

“Você é apenas uma garotinha boba, correndo atrás de um cara que nunca prestará atenção em você, enquanto brinca de ser uma ninja. Você é fraca, inútil, sempre foi e sempre será apenas um peso para seu time.” Aquilo doía, doía muito, mas sabia que não era nada além da verdade, Saí teve a coragem de dizer aquilo que todos os outros não diziam por pura pena dela. Não odiava Sai por isso, odiava a si mesma por ser tão tola...

Não merecia o tempo que investiram nela para aprendesse aquilo que todos sabiam que não ia conseguir, ninguém nunca teve a consideração de dizer a verdade a ela, em vez disso deixam que se humilhasse e tentasse outra e outra vez, apenas para provar o quão ridícula era.

Não era nada além de uma menininha tola, fraca, inútil, ridícula... Via sempre seus companheiros pelas costas, nunca conseguiria chegar ao nível deles, muito menos superá-los. Só servia para ser pisada e superada, nada além de motivo de chacota e risos para todos a sua volta. Era apenas um monumento para que todos lembrassem o que não deveriam ser, o que não deveriam fazer. Era nada além de uma piada.

Queria ter sido diferente, queria não ser tão sem graça, tão tímida, tão nada...

Não suportava mais, não conseguia mais aguentar esse fardo, o fardo de não ser nada mais que um fardo para os outros. Esforçava-se ao máximo, mas essa condição a perseguia, como uma sina do destino. Sempre seria coleguinha fraca e boba dos outros. Sempre...

Como isso doía, pesava em seu coração o desgosto que causava aos outros, era sempre com ela que se preocupavam, atrapalhava a todos com a necessidade vergonhosa de ser sempre protegida, não era capaz de se defender sozinha. Um peso, nada mais... Um peso que atrapalhava todos, que sempre ficava para traz e só lhe servia os restos das conquistas, o reconhecimento por ter acompanhado os verdadeiros heróis. Um fracasso. Simples e puro, um fracasso.

“Sakura-chan” Oh Naruto... Como te amo, Naruto...

Seu querido amigo, o único que não escondia por baixo dos olhos compreensivos a pena que os outros sempre escondiam. O único que verdadeiramente acreditava nela, sem descrença e sem desprezo, o único que a protegia, não por pena, mas por puro carinho e amor. Por que não o amou como ele sempre dizia que a amava? Não se pode mandar no coração, não é mesmo.

Com ele se sentia confiante, amada, feliz e... Útil. Útil como ninguém nunca a fez sentir antes. Como sentia sua falta, deveria tê-lo apreciado enquanto podia. Agora não é mais possível, seu amigo estava morto, totalmente possuído por aquele monstro que vivia dentro dele, seu amigo nunca mais voltaria para ela, nunca mais...

Para ela agora só restava a solidão, a solidão daquele quarto vazio e escuro em seu pequeno apartamento. A lâmina fria em sua mão era sua única saída, sua única alternativa para se libertar desse martírio. Já não tinha nada que a prendesse aqui, seus supostos amigos... Talvez ficassem aliviados com por não mais carregar o fardo de protegê-la, de ajuda-la.

A Kunai passa fundo em seu pulso, mas não dói, ela só sente alivio, o alivio de escapar dessa realidade maçante e desesperadora, talvez Naruto, onde quer que estivesse, estaria ralhando com ela, desesperado para ajuda-la, para salvá-la, mas ele não estava mais aqui, com sorte ela o encontraria quando acabasse, mas agora só queria dormir, e acabar com tudo isso...