Tempo De Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 37
A escolha


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a linda da Schneiderjacque, pela recomendação, que me fez terminar de escrever rapidinho o penúltimo capítulo. Muito Obrigada!
Aviso importante: ainda não sei se irá ter segunda temporada (sim, a autora é mega indecisa!). Por isso quero saber a opinião de vocês: acham que a fic deve ter segunda temporada ou deve acabar aqui mesmo? Me respondam, por favor, assim poderei pensar melhor.
Outra coisa, tenho uma dificuldade imensa em escrever em epílogo, peço imensas desculpas. Por isso a fic não terá epílogo, portanto, o próximo capítulo (que já está quase pronto), será o último mesmo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/380494/chapter/37

Dor. A primeira sensação que tenho quando minha mente começa a despertar é esta. Minha cabeça parece pesar uma tonelada e meia! Abro meus olhos lentamente para evitar o choque contra a claridade. Porém, mais forte que o choque da claridade é o choque ao constatar que estou deitada sobre o peito de Peeta Mellark, vestindo apenas a camisa dele, enquanto ele veste apenas uma cueca...

Imagens da noite anterior vêm a minha mente. Céus! O que foi que eu fiz? Por que eu tinha que beber? Quero me jogar pela janela! É muita burrice para uma pessoa só!

O melhor que tenho a fazer agora, é sair daqui e deletar isso da minha memória. Começo a tentar sair dos braços de Peeta com o máximo cuidado possível para não acorda-lo. No entanto, sinto os braços dele me envolverem ainda mais e me puxarem contra seu peito.

— Aonde você pensa que vai? – sussurra em meu ouvido.

Essa não! Perfeito, Peeta acordado era tudo o que eu precisava neste momento!

Olho para ele, tentando falar alguma coisa, alguma coisa que faça sentindo. Droga de ressaca que não me deixa raciocinar direito.

— É... – silêncio, cadê vocês palavras quando eu mais preciso?

— Você não vai fugir de mim de novo! – fala Peeta, me fazendo virar e ficar debaixo dele.

Agora estou encurralada por ele, tem como isso ficar pior?

— Katniss, precisamos conversar! – o rosto dele está a centímetros do meu, mais um pouco e... Droga! Nada de pensar nisto!

— Não temos nada para conversar!

— Eu quero saber por que você terminou comigo daquela maneira? Você nem me deu tempo para dizer qualquer coisa!

Ainda permaneço em silêncio. Preciso me livrar desta situação.

— Esta noite que tivemos juntos eu sei que significou algo. Se você voltou com o Finnick, então, por que não resistiu a mim? – há um toque de raiva em sua voz.

— Eu não voltei com o Finnick! – quase grito.

Um sorriso imenso surge em seus lábios.

— Se Finnick não foi o motivo, então o que foi? – em sua voz já não há mais raiva, ela agora está calma.

Olho para ele sem saber o que responder. O que faço?

— Peeta, nossa relação sempre foi a de inimigos com benefícios. Tínhamos entrado em acordo que isso um dia iria acabar – tento manter um tom calmo. – Não tínhamos nada além disso...

— Não tínhamos, Katniss? – há algo de decepção em sua voz. – Eu pensei que depois daquilo tudo que vivemos nossa relação era muito mais do que inimigos com benefícios... Sabe, Katniss? Eu não sei como isso aconteceu, mas a cada dia que convivia com você... Você entrava cada vez mais em minha vida, até que me dei conta que você tinha tomado posse de minha vida por completo.

Olho para ele espantada. O que ele está dizendo?

— Você não percebeu, Katniss? Eu não posso mais viver sem você. Eu estou completamente apaixonado por você!

— O quê? – minha voz se altera. – Você está apaixonando por mim? Mas isso... isso – gaguejo. – É impossível! Não, não pode ser! Eu pensei que isso que tivemos foi apenas diversão para você...

— No começo até foi, mas... Depois, há muito que meus sentimentos em relação a você se transformaram em amor. Quase enlouqueci em Los Angeles quando você terminou comigo daquela maneira e depois quando as notícias envolvendo você e Finnick surgiram. Você não sabe como eu queria pegar o primeiro avião e voltar! Mas, eu não podia, porque se eu voltasse e você realmente estivesse com o Finnick, eu não queria estragar a sua felicidade. Pensei que poderia aguardar este amor só para mim. Até que te vi no elevador abraçada com Finnick! Você não sabe a vontade que me deu de socar a cara daquele cara, e o quanto que precisei me controlar para não fazer isso. Eu confesso, Katniss, estava morrendo de ciúmes de ver vocês dois daquela maneira. Eu me odeio por isso. Eu pensei que te ver feliz bastaria para eu ser feliz! Mas depois de ontem... Depois de ontem, eu ainda tenho esperanças. Então, Katniss, o que você sente por mim? É apenas diversão?

Olho para Peeta.

— Eu... eu... – minha voz é encoberta pelo toque do celular de Peeta. – Não vai atender seu celular?

Ele olha raivoso para o celular e depois para mim.

— Ok... – diz resignado. – Mas esta conversa ainda não terminou.

Peeta sai de cima de mim e apanha seu celular que está jogado entre nossas roupas.

— Alô – contesta o telefone, mal-humorado.

Ainda não me recuperei do choque. Ainda não consegui raciocinar direito.

— O quê?! – Peeta grita, me fazendo olhar para ele.

Ele está nervoso, anda pela sala de um lado para o outro. Acompanho seus passos.

— Eu não acredito nisto! Estou indo para ai, agora! – desliga o celular.

— O que houve? – pergunto, preocupada.

— Cato!

— O que tem ele?

— Se meteu em uma enrascada das boas! Vem! Iremos precisar fazer alguma coisa para evitar esta tragédia – diz Peeta que começa a subir as escadas.

Sigo Peeta sem entender nada, ele me entrega algumas roupas suas para que eu me vista. Dentro de instantes, estou no carro de Peeta, sem ainda compreender coisa alguma.

— O que está acontecendo aqui? Se eu vou participar disso eu preciso saber o motivo pelo menos!

— Cato... Lembra do que aconteceu entre ele e a Glimmer, a filha do presidente Snow?

— E eu poderia me esquecer? Foi por causa disso que tudo isto começou...

— Você sabe que ele vem a meses tentando conquistar a Foxface?!

— Sim, a todo lugar que ele vai quase sempre ele convida a Foxface... Mas o que isso tem a ver com o que aconteceu entre ele e Glimmer?

— Foxface é a prima de Glimmer.

— Como? Primas? Eu não sabia que elas eram primas!

— Cato também não sabia... E ele também não sabia que as duas estavam trabalhando juntas! E o pior que a Glimmer armou um plano para se vingar dele.

Olho para Peeta, tentando compreender o que elas aprontaram com Cato.

Peeta estaciona o carro em frente a um hotel luxuoso, que por acaso (tenho certeza que o acaso não tem nada a ver com isto) é o mesmo em que Cato fez aquela besteira e ficou com Glimmer, sem saber que ela era filha do presidente Snow.

Eu e Peeta entramos no hotel, pegamos o elevador e vamos direto para o quarto em que está Cato.

— Cato?! – Peeta bate na porta.

— A porta está aberta – responde uma voz masculina que identifico como sendo de Cato.

Peeta abre a porta e entrarmos. A cena que vejo em minha frente parece ter saído de um filme de comédia, Cato está completamente nu (sim, completamente, nem uma peça de roupa lhe cobre), com suas mãos algemadas na cabeceira da cama. Minha visão é encoberta por uma mão, a de Peeta.

— Ei! – reclamo.

— Cato está em uma situação embaraçosa, Katniss – percebo um leve toque divertido em sua voz.

— E precisa tapar meus olhos?

— Ei, vocês dois vão me ajudar ou não? – reclama Cato.

— Tome isto! – Peeta deve ter arremessado algo para Cato.

Ele retira a mão de meus olhos. Confirmo que Peeta jogou uma toalha para cobrir um pedaço do corpo nu de Cato.

— Como você conseguiu ligar para mim?

— Nem queira saber... – responde laconicamente.

— O que aconteceu exatamente?

— Ontem a Foxface disse que iria me dar um presentinho... E eu fiquei... bem empolgado, afinal há meses venho tentando conseguir este presentinho... A garota estava me deixando louco! Ela me trouxe aqui ontem, me fez tirar a roupa, me algemou na cama, tirou um monte de fotos, dizendo que era para apimentar mais as coisas... – ele tenta não olhar para mim ou para Peeta enquanto conta sua história. – E quando pensei que ela iria me dar finalmente o presentinho... Glimmer saiu do banheiro dizendo que eu havia caído como um patinho no plano dela, que Foxface tinha se aproximado de mim justamente para se vingar de mim... O resto você já sabe, elas me deixaram aqui neste quarto, sozinho e com a porta destrancada, sem poder chamar ninguém, e rezando para que nenhum funcionário do hotel entrasse...

— Cato, apenas acho que você está em uma bela furada.

— E eu não sei?... Mas eu te chamei aqui para me ajudar e não para você dizer o que eu já sei – fala Cato, mal-humorado.

— O que elas disseram que iriam fazer com as fotos?

— Publicar em alguma revista de fofocas... – contesta a contragosto.

Peeta vai até a janela do hotel.

— Droga! – exclama com a voz elevada. – Eu sabia...

— O que foi? – a cara de preocupação de Cato é um verdadeiro poema.

Cato, um cara todo musculoso, considerado um dos homens mais sexy, agora está preso na cama por algemas rosas, com uma cara de preocupação como se estivesse preste a ser executado. Se a situação não fosse trágica eu juraria que estaria dando altas gargalhadas agora.

— Parece que elas chamaram os paparazzi... Vai ser impossível tirar você daqui sem chamar atenção!

— Peeta! – sua voz é lacrimosa, parece que ele está preste a chorar. – Por favor, faça alguma coisa! – ele está desesperado.

Peeta olha para Cato, o analisando.

— Aprendi alguns truques com meu irmão. Isso não vai te ajudar muito, já que suas fotos estarão nas revistas de qualquer jeito, mas pelo menos os rumores serão menores... – olha para mim. – Katniss, chame sua amiga Madge.

— O quê? – olho para Peeta, pedindo uma explicação, por que eu tenho que envolve Madge nisto?

— Vamos precisa da ajudar de sua amiga... E do meu irmão, aquele cara nunca vai conseguir uma namorada sem minha ajuda – murmura. 

Não estou entendo mais nada. Aliás, por que eu ainda me preocupo em entender alguma coisa? Eu já deveria estar acostumada com isto.

— Ligue para sua amiga e peça para ela vir até hotel.

São sete horas da manhã. Madge vai ficar furiosa em ser acordada cedo, ontem ela gravou até tarde da noite e hoje é seu dia de folga. Madge tem se tornado muito popular devido a série em que ela está atuando.

Peeta liga para Gale. Resolvo fazer o mesmo e ligar para Madge.

— Alô – a voz de Madge me soa sonolenta e mal-humorada. – Katniss, são sete horas da manhã! Por que você está ligando no meio da madrugada?

— Madge, preciso de sua ajuda!

— O quê? – diz acordada completamente.

— Não dá para explicar agora... preciso que você venha aqui. 

— Mas...

— Por favor, Madge.

— Ok...

Dou o endereço do hotel.

— Então vocês não vão me tirar daqui? – questiona Cato, apontado com a cabeça para as algemas.

Eu e Peeta olhamos para ele, tentando conter o riso.

— Eu deveria te deixar aí – contesta Peeta. – Mas como eu tenho um ótimo coração, vou tirar você daí. 

Foxface e Glimmer levaram a chave das algemas, por isso Peeta chama um chaveiro conhecido seu. Parece ser um daqueles itens indispensáveis na vida de uma celebridade: não entre em escândalos, tenha um chaveiro de confiança sempre a mão...

Ouvimos batidas na porta.

— Deve ser o chaveiro – fala Peeta, se dirigindo até a porta.

Porém, não é o chaveiro, e sim Madge e Gale que entram no quarto juntos. Parece que os dois se encontraram no meio do caminho.

— O que aconteceu? – perguntam ao mesmo tempo e olhando para Cato.

Madge e Gale reprimem um sorrisinho que teima em querer escapar do canto dos seus lábios. Eu e Peeta explicamos o que aconteceu. Gale, que é um gênio quando se trata de tirar pessoas de enrascadas, mas não pode trocar uma palavra direito com a garota que está interessado, fica tenso quando Peeta explica o plano dele.

— É simples, precisamos manter ocupados os paparazzi o máximo possível. É aí que vocês entram – diz, apontando para Madge e Gale, que se entreolham. – Eu e Katniss não podemos fazer esta parte, já somos conhecidos, precisamos de escândalos novos... Vocês dois vão sair do hotel como se tivessem passado a noite aqui...

— O quê? – Gale quase cai da cadeira em que está sentado, e Madge praticamente se engasga com a água que está tomando.

— Vocês saem juntos... Os paparazzi vão ficar loucos. Depois eu e a Katniss, saímos juntos para despistar algum paparazzo que tenha sobrado – Peeta continua a explicar o plano.

— E você acha que eu vou fazer isso? – indaga Gale.

— Tenho certeza! – Peeta lança um olhar ameaçador para o irmão.

— Ok... – se resigna.

Ninguém pode vencer o olhar ameaçador de Peeta. Mas algo me diz que o motivo não é exatamente o olhar ameaçador de Peeta, e sim certa garota que está sentada ao lado dele.

— Madge, por favor? – pede Peeta.

Madge olha para Gale que está ao seu lado. Será impressão minha, mas eu vi um sorrisinho no canto da boca de Madge?

— Está bem... – fala calmamente.

Algo me diz que Madge está planejando algo...

O chaveiro aparece e consegue libertar Cato. Madge e Gale saem do quarto, eu e Peeta os acompanhamos com certa distância, nos preparando para entrar em ação a qualquer momento.

Madge e Gale saem do hotel. Gale passa o braço pela cintura de Madge de um modo desajeitado. O que se passa em seguida é tão rápido, que me deixa completamente surpresa: os braços de Madge enlaçam o pescoço de Gale e ela se apossa de seus lábios e o beija como se não houvesse amanhã. Um beijo cinematográfico! Daqueles de final de filme românticos.

— Sua amiga é bem esperta! – cochicha Peeta em meus ouvidos. – Não quer seguir o exemplo dela, não?

Dou uma cotovelada em Peeta.

— Ei! – fala, esfregando o lugar em que dei a cotovelada.

— Idiota! – resmungo.

— Pelo menos eu consegui juntar estes dois...

— O quê? – olho para ele que ri.

— Você acha que bolei este plano para salvar o Cato apenas? Está muito enganada! Há tempos que eu estava pensando em um plano para juntar estes dois, e quando eu vi que a oportunidade apareceu, eu apenas aproveitei – um sorriso brincalhão surge em sua face. – Eu conheço Gale, e ele não parava de pensar em Madge... Está completamente apaixonado... Sou um ótimo cúpido, não?

Peeta se aproxima de mim e me abraça.

— Peeta?! – digo, confusa, tentando me livrar de seus braços, e consigo apenas que ele me aperte mais contra ele.

— Katniss, me responda o que você sente por mim? Tudo que vivemos foi apenas diversão? Ou foi algo mais? – ele me afasta sem retirar seus braços de mim, apenas o suficiente para olhar em meus olhos. – Hein, Katniss?

Olho para seus belíssimos olhos. Ele me olha de uma maneira terna, como se fosse a coisa mais preciosa que existe para ele. Já não tenho mais dúvidas, ao olhar para seus olhos, sei que qual deve ser minha escolha. Em minha vida fiz muitas escolhas, todas foram essenciais para ser o que eu me tornei hoje. Se eu não tivesse optado por me vingar de Finnick, se eu não tivesse eleito me tornar uma atriz, se eu não tivesse escolhido ajudar Cato daquela vez... Eu não seria quem sou hoje. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Odiaram? Gostaram? Críticas? O que acharam da vingança da Glimmer? E agora o que será que a Katniss vai decidir? Até o último capítulo!