O que é pior:

a)Enfrentar um bando de flashes que são atirados sobre mim.

b) Os olhares enigmáticos de Peeta.

Resposta fácil, com certeza, é alternativa “b”, não há nada pior que enfrentar os olhares que Peeta está me lançando neste exato momento. Juro que prefiro estar em uma festa rodeada por fotógrafos e jornalistas de todos os lados, com um vestido daqueles que me deixam impossibilitada de respirar, em um salto 15, do que enfrentar os olhares de Peeta. Mas espera, eu estou desta maneira! Então por que raios eu tenho que suportar os olhares de Peeta? Definitivamente, eu fui uma pessoa muito cruel em minha vida passada para merecer tudo isto.

Estou na première do filme, fotógrafos e mais fotógrafos me rodeiam, enquanto tento manter um sorriso enorme no rosto e responder as perguntas que os jornalistas fazem. Isso tudo sem mencionar o fato que Peeta está a poucos passos de mim, cercado por uma multidão de câmeras fotográficas, câmeras de tv, microfones... Todos querem saber da nova carreira internacional de Peeta. Porém, mesmo com toda esta multidão, ele não deixa de lançar, uma vez ou outra, um olhar enigmático para mim. O que ele quer? A resposta é óbvia: me deixar maluca.

É inacreditável, já faz uma semana que venho me preparando para este encontro e o que eu consigo? Nada, encarar Peeta é ainda mais difícil do que eu imaginei.

Olho ao meu redor, estou literalmente em um tapete vermelho, cercada por fotógrafos, jornalistas e fãs que gritam nossos nomes, quer dizer, é obvio que um nome se sobressalta aos demais. Os fãs de Peeta ainda vão me deixar surda com tantos gritos. Nunca vi ninguém se entusiasmar tanto com a presença de alguém, quanto os fãs de Peeta se entusiasmam por sua presença.

Haymitch também está rodeado por fotógrafos e jornalistas, Cato e Clove sorriem enquanto tiram fotos. Annie e Finnick também estão presentes na première. Só falta aparecer o presidente Snow aqui!

Mas isto já esta terminando, só mais algumas fotos e acabou!

Oh, não! Acabo de receber um olhar de Peeta. Espera! Ele está se aproximando de mim e trazendo consigo toda a multidão que o cerca. Ele sorri enigmaticamente e quando percebo estou envolvida nos braços de Peeta.

— O que você está fazendo? – sussurro em seu ouvido.

— Relaxa, se eu não fizer isto vai haver muito rumores... – sua voz é calma. – Respondi a suas perguntas sobre como eu me sinto quando estou longe da Katniss? – diz em voz alta.

Sou atordoada por um bilhão de flashes. Peeta passa a mão pela minha cintura, e nós dois sorrimos como o casal mais feliz da face da terra. Aproveitem, isto não irá durar muito, assim que acabarmos as promoções do filme vamos terminar com este “namoro”. Apenas não anunciamos nada devido a Haymitch que acredita que isso vai interferir na divulgação do filme, as pessoas irão se voltar para as especulações do motivo de nosso rompimento e não para o filme.

Por fim, a multidão nos deixa. Entramos no local em que será exibido o filme, um imenso cinema. Eu e Peeta andamos abraçados, ninguém quer ver o casal, que deixou a ficção e se tornou realidade, separados em um dia tão importante. Afinal, eles vão assistir ao filme que possibilitou viverem sua história de amor.

Quando surgem os créditos inicias me esqueço de tudo, principalmente quando vejo meu nome. Eu finalmente consegui, finalmente! Decidi virar atriz para me vingar de Finnick. Embora eu não tenha percebido, se transformar em atriz há muito tempo deixou de ter como objetivo minha vingança. Eu me apaixonei pela atuação, ser atriz para mim, neste momento, é o que eu mais gosto de fazer. Estranho, mas o que se iniciou como uma vingança se transformou em amor, um amor a atuação.

Acho que finalmente estou deixando o passado para trás, e talvez um novo caminho esteja se abrindo para mim perante meus olhos.

Surjo na tela, uma lágrima desliza pelo meu rosto. Me sinto tão bem, o sentimento de ter chegando tão longe é tão fantástico, é tão indescritível...

Quando dou por mim, o filme terminou. Todos se levantam e aplaudem o filme. Haymitch faz um breve discurso agradecendo a todos, e anuncia que o presidente Snow resolveu presentear ao elenco e a produção com uma festa. Festa do presidente Snow... Por que será que tenho a sensação que algo não irá acabar bem? 

Peeta que está ao meu lado, apenas sorri. Definitivamente, isso não vai acabar bem!

— Aonde você pensa que está indo? – indaga Peeta quando começo a me levantar do meu assento.

Olho para ele, quem ele pensa que é?

— Não posso me retirar? – falo ironicamente.

— Não – responde no mesmo tom. – Nós temos uma festa para ir.

— O quê?

— Não se faça de desentendida, se chegarmos separados a esta festa... – fala de maneira sugestiva. – Já não basta chegarmos a première separados... Eu não quero que amanhã as manchetes sejam “O príncipe da nação é deixado por sua namorada”.

— Já entendi! – respondo mal-humorada.

— Ótimo!

Peeta está querendo levar alguns socos.

Eu e Peeta saímos juntos de mãos dadas distribuindo sorrisos para todos os lados. O carro de Peeta nos espera no final do tapete vermelho, damos um tchauzinho para os fãs (fãs de Peeta, diga-se) e entramos no carro.

Peeta pede para o motorista nos levar até o local em que será realizada a festa do filme. E depois lança um olhar para mim, não gostei deste olhar.

— Podemos conversar, Katniss?

Olho para ele tentando compreender a onde ele quer chegar.

— O que você quer? – pergunto.

— Katniss, você não atende minhas ligações, praticamente foge de mim. E quando eu finalmente consigo falar com você, o que você faz? Termina comigo sem a menor explicação. E ainda me pergunta o que eu quero?! Quero uma explicação! É isso o que eu quero.

Olho para ele tentando encontrar em minha mente uma explicação (não aquela explicação não vale).

— Não me diga que você e o Finnick voltaram?!

— O quê?

— Eu vi vocês dois se abraçando, esqueceu? Além disso, pensa que não sei o quanto vocês dois estão andando juntos! Eu vi, Katniss! Vi em todas as revistas, jornais, sites. Não tente esconder, Katniss! Vocês dois voltaram? – seu tom está elevado.

Como o Peeta pode ter estes pensamentos? Estou furiosa.

— Quer saber, Peeta? Pense o que quiser! Eu não devo nenhuma explicação a você, não temos nada, na-da! – soletro.

Cruzo os meus braços e viro o rosto em direção a janela. Peeta também faz o mesmo. Não trocamos mais nenhuma palavra durante o resto do trajeto.

Quando chegamos à festa, Peeta se vira para mim.

— Ainda somos “namorados” – diz me estendendo a mão.

— Sim, ainda somos “namorados” – pego em sua mão.

Peeta aperta a minha a mão, ele sai do carro me levando consigo. Uma enxurrada de flashs nos atinge. Sorrimos, Peeta enlaça a minha cintura, começamos a andar até o salão de festa, em que mais flashs nos espera. Isso nunca vai acabar? Parece que não...

Depois de um tempo (uma eternidade entenda-se), finalmente os flashs nos deixam. Haymitch imediatamente aparece com dois copos de whisky na mão. Entrega um para Peeta, que o olha com uma expressão interrogativa.

— Temos que trabalhar, meu rapaz! – se justifica. – Precisamos falar com o presidente Snow sobre o orçamento para a divulgação do filme, e nada melhor do que você para convencer o homem a ampliar um pouco mais o orçamento. Você e nosso amigo whisky – aponta para o copo de whisky que Peeta tem nas mãos.

Peeta olha para Haymitch com um olhar: me deixe fora disso. No entanto, nosso amado diretor sabe como ser persistente, e lhe lança um olhar: não vou arredar o pé daqui até você fazer o que eu quero.

— Ok – se rende Peeta. – Vamos falar com o homem.

Haymitch puxa Peeta até onde o presidente Snow está.

Olho ao meu redor. Cato conversa com Foxface. Minha nossa! Isso foi um recorde! Alguém chame o guinnes book! Cato com a mesma garota por tanto tempo assim, com certeza, é um recorde.

— Ei, Katniss! – me volto para Annie que se aproxima de mim.

Annie está com dois copos de bebida na mão.

— Esta festa está um pouco tediosa! – sorri. – Que tal deixarmos isso um pouco mais animado? – me entrega um dos copos de bebida.

Olho para o copo de bebida que Annie me entregou, me lembro da última vez que bebi... Acho que isso não é uma boa ideia.

— Melhor não... Sou um pouco... fraca para bebidas.

— Ah, qual é, Katniss? É só um pouquinho! Vai, por favor? Não me deixe beber sozinha isso é tão chato! – insiste.

Acho que Annie já está bêbada, só acho... Ela continua a me oferecer a bebida de forma insistente.

— Ok – digo resignada. – Mas só este copo!

Annie sorri.

Não sei como aconteceu, mas quando percebo já perdi as contas de quantos copos de bebidas Annie me fez tomar.

Annie vê Finnick que se aproxima de nós.

— Finnick! – quase grita. – Finnick! Finnick! – repete o nome dele como se fosse uma criancinha.

— Annie, não me diga que você andou bebendo de novo?

— É... – ri.

— Ok, vou te levar para a casa, só não vomite de novo no banco traseiro do meu carro! Na última vez que você fez isso, levei dias para limpar.

Annie sorri, enquanto Finnick pega em sua mão e a puxa para a saída de emergência. Ninguém quer que Annie esteja envolvida em mais um escândalo.

Portia se aproxima de mim.

— Katniss, você viu o Peeta?

— Peeta?

— Ele precisa ir embora, amanhã tem uma reunião importante bem cedo – explica.

— Ah... Acho que ele está ali. – aponto para um grupo de pessoas que conversam com o presidente Snow.

Portia localiza Peeta no grupo e acena para ele. Peeta deixa o grupo e vem em até onde estamos.

— Peeta, precisamos ir embora.

— Mas já?

— Sim, você tem uma reunião muito importante amanhã – ela olha para o copo de whisky que Peeta tem em suas mãos. – Você andou bebendo?

— Só um pouco...

— Peeta, você sabe que não pode beber! Você é muito fraco com bebidas – repreende Portia.

— Ah, Portia, larga de ser chata!

Ele olha para mim.

— Ei, se não é a girl on fire!

Olho para ele.

— Boy on fire!

Começamos a rir.

— Eu mereço! Tenho dois bêbados para cuidar! Ei, vocês dois vamos sair daqui! – diz praticamente nos empurrando até a saída de emergência.

Portia nos leva até a saída de emergência e depois nos obriga a entrar no carro.

— This boy is on fire! – começa a cantar Peeta.

— Ei , esta música é minha! – reclamo. – E não é “This boy is on fire” é This girl is on fire – canto.

— Por que eu não posso cantar? Tenho tanto direito quanto você!

— Ei, vocês dois! Não quero nem saber quem está certo! Só façam silêncio! – grita Portia no banco da frente do carro. – Vamos logo com isso! Acelere este carro – pede para o motorista. – Se eu ficar mais um pouco com estes dois vou enlouquecer!

Eu e Peeta começamos a cantar a música (cada um com sua versão).

— Calem-se! – grita Portia.

— Larga de ser chata, Portia! – reclama Peeta. – E você deveria ficar feliz de poder nos ouvir cantar, eu e a girl on fire aqui somos ótimos cantores!

— Ótimos cantores?!

— É claro! Você só está com inveja porque não canta igual a nós! – afirma Peeta. – Girl on fire, vamos montar uma banda?

— Vamos! – falo empolgada.

— Humm... Temos que escolher o nome! Que tal couple on fire? – diz Peeta.

— Aprovado! – faço sinal de positivo com meu polegar.

— Graças a Deus, chegamos! – exclama Portia quando chegamos à mansão de Peeta. – Peeta, vamos deixar você em sua casa agora e vamos levar a Katniss para o apartamento dela, certo?

Peeta me olha.

— Não! Eu não deixar que separem Couple on fire! Nós precisamos planejar nosso álbum! – diz.

— Ah, não, Peeta! Vai começar a fazer birra agora?! – fala uma Portia cansada.

Peeta me agarra.

— Não vou deixar! – insiste.

— Eu também não quero separar a banda!

— Quer saber? Eu desisto, façam o que quiserem! – fala resignada.

— Vem, girl on fire! – Peeta sai do carro. – Vamos compor nossas músicas!

Eu saio do carro e sigo Peeta.

Entramos em sua casa.

— Girl on fire, qual vai ser a nossa primeira música?

— Deixa eu pensar... Ah, isso é muito difícil!

Olho para Peeta que retira o casaco de seu smoking, ele tem dificuldades com os botões.

— Vou ajudar você – me ofereço.

Me aproximo de Peeta, as coisas ao meu redor estão se movendo... Tento desabotoar o casaco, mas não tenho muito sucesso. Sem pensa muito, puxo o casaco de Peeta, seu casaco abre, porém vários botões caem no chão. Faço o mesmo com sua camisa, o que deixa seu belo peitoral exposto.

— Boy on fire, você andou malhando? – deslizo minha mão por seu peitoral.

— Girl on fire, vamos fazer um incêndio?

— Um incêndio?

— Somos a couple on fire!

— Então, eu quero fazer um incêndio!

Minha mão continua a deslizar pelos músculos de Peeta. Ele pega a minha mão e a leva até a boca depositando um beijo.

—Senti sua falta, minha girl on fire!

— E eu a sua, meu boy on fire! – rio.

Ele acaricia meu rosto, seus dedos deslizam até os meus lábios, com o polegar ele os contorna. Lentamente, aproxima seu rosto do meu, ficando a poucos centímetros de minha boca, roça seus lábios nos meus. Contudo, ele se detém e se afasta com um sorriso provocante nos lábios. Repentinamente, me vejo atirando meus braços em seu pescoço e o puxando para mim. Meus lábios ávidos encontram os lábios dele, esmagamos nossos lábios um contra o outro. Nossas mãos como loucas percorrem cada parte do corpo do outro. Caímos no sofá, Peeta se livra de sua camisa e começa a se livrar de meu vestido. Em poucos minutos estamos completamente nus nos apertando no sofá da sala de estar de Peeta.