Doce Tentação escrita por Maisa Cullen


Capítulo 1
Capítulo 1-Isabella


Notas iniciais do capítulo

essa fic será feita em no maximo cinco partes, os capitulos serão bem longos, e eu espero que entendam que não tenho data pra postar, mas não vou abandonar a fic, então fiquem de olho, posso postar a qualquer momento.



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PDV CARLISLE

O dia amanheceu como em qualquer outro nessa pequena cidade que é Forks, estava nublado, deixei o meu livro sobre a mesa que estava ao lado da poltrona onde eu estava sentado, como vampiro eu tenho bastante tempo livre já que não durmo, e é também uma boa vantagem quando estou de plantão no hospital onde trabalho como medico, me levantei e sai da biblioteca, minha família estava reunida na sala, então segui para lá tranquilamente.

Ouvi parte da pequena discussão que acontecia entre eles, outra vez, isso já era uma rotina para mim, apesar de não me irritar com isso, vi primeiro Alice que andava de um lado para o outro impaciente, enquanto Edward dizia para ela ficar quieta, Jasper estava sentado apenas observando, e Esme tentava esconder um pequeno sorriso, sem muito êxito devo ressaltar, fui até ela e beijei-lhe os lábios delicadamente, depois encarei os outros.

__O que foi dessa vez?__ Perguntei calmamente.

__Rosalie e Emmett que estão trancados naquele quarto, assim vamos nos atrasar para a aula, de novo.__ Alice falou bufando e Jasper riu.

__E digamos que os pensamentos deles não são nada discretos.__ Edward fez careta, eu não precisava ler mentes para saber que isso devia estar o incomodando.__ Realmente é incomodo, principalmente com aqueles dois.__ Ele respondeu depois de ler meus pensamentos.

__Eu vou matar a Rosalie se ela não vier logo.__ Alice grunhiu irritada.

__Ela está falando serio, eu fosse vocês sairia logo dai.__ Ele falou normalmente, mas todos sabiam que Emmett e Rosalie ouviriam.

__Ainda bem.__ Alice fez cara de aliviada, devia ter tido uma visão.

Deixei isso um pouco de lado e subi as escadas indo me arrumar para o trabalho, entrei em meu quarto e de Esme, tomei um banho rápido, troquei de roupa e peguei as chaves do meu carro, apesar de que eu poderia correr bem mais rápido, mas me habituei a agir como um humano a maioria do tempo.

__Já não era sem tempo, pensei que ficariam lá o dia todo.__ Ouvi Alice falar quando descia as escadas.

__Bem que eu gostaria.__ Rosalie disse e eu cheguei a tempo de ver Edward revirar os olhos.

__Oh, por favor, me poupe dos detalhes.__ Edward disse e Emmett soltou sua risada estrondosa.

__É só não entrar na minha mente.__ Falou Rosalie dando um sorriso malicioso para Emmett.

__Já teria feito isso se eu pudesse, vocês dois juntos... É melhor nem comentar.__ Ele disse.

__Vamos nos atrasar.__ Jasper avisou e rapidamente todos foram para a garagem.

__Também já estou indo.__ Falei depositando um beijo no rosto de minha esposa.

__Tenha um bom dia no trabalho.__ Ela falou sorrindo docemente.

__Terei.__ Disse antes de caminhar até a porta.

Ouvi o som de pneus cantado, pareci que eles adoravam uma corrida, ri comigo mesmo pensando que eles realmente agem como adolescentes mesmo não percebendo às vezes, fui até a minha Mercedes, entrei e dei a partida fazendo o mesmo trajeto que faço já há um tempo.

Não demorou muito até que eu pudesse avistar o grande prédio do hospital, estacionei meu carro na vaga de sempre, sai e caminhei até a entrada, depois passei pela recepção, os corredores, até chegar a minha sala, após entrar tirei o meu casaco e vesti o jaleco, estava abotoando o ultimo botão quando bateram na porta.

__Entre.__ Falei terminando e me virando para ver quem era.

__Doutor Cullen.__ Clarissa, a minha secretaria, entrou pela porta.

__Ah sim, bom dia Clarissa.__ Cumprimentei.

__Ao senhor também, antes de mais nada gostaria de avisar-lhe que vou mudar de setor, encontrei a vaga que estava procurando.__ Ela falou.

__Que bom que me avisou, fico feliz por você.

__Mas já andei conversando e instruindo uma moça que ficará em meu lugar.__ Ela disse e indicou que alguém entrasse pela porta.

Uma mulher de aparentes 19/20 anos entrou na sala, sorriu para Clarissa e depois me encarou, ela tinha a pele branca acetinada, que fazia um bom contraste com seus olhos de um castanho chocolate, na mesma cor de seus cabelos que estavam presos em um coque milimetricamente bem feito, sua expressão transmitia calma, usava roupas discretas, mas que em seu corpo acentuavam sua beleza inegável.

__Essa é Isabella, ela me foi muito bem recomendada e ficará em meu lugar.__ Clarissa prosseguiu.

__É um prazer doutor Cullen.__ Ela cumprimentou educadamente, sua voz soou doce e melodiosa.

__Igualmente.__ Falei simplesmente.

__Bem... Acho que já lhe expliquei como funciona tudo, certo Isabella?__ Clarissa perguntou e Isabella assentiu.__ Ótimo, o doutor ainda tem uma hora antes de atender o seu primeiro paciente, lembre-se do que lhe disse e boa sorte.

__Obrigada.__ Isabella corou levemente.

Clarissa deixou a sala e eu me dirigi para a minha mesa, indiquei a cadeira a minha frente para que Isabella se sentasse, ela o fez e parou um instante para analisar a minha sala.

__É nova na cidade Isabella?__ Perguntei e ela voltou sua atenção para mim.

__Já morei aqui antes, apenas me mudei de volta.__ Um sorriso leve surgiu em seus lábios, devia estar lembrando-se de algo.

__Deve ter suas boas recordações daqui.__ Intuí e ela assentiu.

__Especialmente de meu pai Charlie.__ Ela falou parecendo perdida em lembranças, mas logo depois deixou isso de lado.

__Mora sozinha agora?__ Perguntei naturalmente.

__Quase.__ Ela tentou disfarçar um sorriso, presumi que estivesse com o namorado.

__Morava aonde antes de se mudar?__ Perguntei a ela.

__Arizona.__ Falou a eu franzi a testa.__ Por que tenho a pele tão branca? Coisa de família.__ Respondeu praticamente lendo meus pensamentos, o que foi estranho, só quem fazia isso era Edward.

__Acho que é a sua vez.__ A incentivei e ela corou nitidamente.

__Não é necessário, Clarisse já me falou sobre o senhor e sua família, ela me pareceu uma boa pessoa.__ Sorriu desconcertada por já saber sobre mim.

__Ela é assim mesmo, esteve comigo desde que vim para o hospital dessa cidade.__ Falei e Isabella encarou seu relógio.

__Se me der licença, vou dar uma olhada nas fichas e depois peço para chamar o primeiro paciente.__ Ela falou depois de constatar a hora.

__Claro.__ Falei e ela se levantou, retirando-se da sala.

De algumas coisas eu poderia ter certeza sobre Isabella: ela era uma mulher discreta, de aparência delicada e gentil, o que já eram boas qualidades em uma pessoa como ela, pareceu-me talvez um pouco tímida, mas pelo menos não era do tipo vulgar, isso era um alivio na verdade.

O dia seguiu normalmente, atendi alguns pacientes, devido ao tamanho da cidade não havia muitas ocorrências, a maioria eram apenas exames de rotina, Isabela se mostrou dedicada ao que faz, e isso chamou ainda mais minha atenção, ela agia como se fizesse isso há meses, quando na verdade era o seu primeiro dia como minha secretaria.

No intervalo para o almoço fui até o refeitório para manter as aparências, não comi nada, apenas disfarcei como sempre faço, depois voltei para minha sala.

Ao final do meu expediente percebi que Isabella ainda olhava alguns papeis, não parecia se importar muito com a hora, já devia ser por volta das dez horas.

__Isabella, não vai para casa?__ Perguntei enquanto pegava as chaves do meu carro, ela olhou a hora e pareceu assustar-se com algo.

__Essa não, acabei perdendo a hora.__ Ela falou guardando os papeis em pastas rapidamente.

__Acho que não viu o tempo passar, vai de carro?__ Falei prendendo o riso, mas logo depois a encarei.

__Não, vou tentar pegar um taxi.__ Ela falou pegando sua bolsa.

__Nesse horário vai ser difícil conseguir um taxi, se quiser a levo até em casa.__ Ofereci.

__Não precisa se incomodar.__ Ela disse e eu neguei.

__De forma alguma, é só me indicar o caminho.__ Falei solicito.

__Até recusaria se não soubesse que alguém iria ficar chateado.__ Ela falou e saímos da sala juntos.

__Seu namorado?__ Indaguei e ela desviou o rosto, mas pude ver que estava mais corada do que pela manhã.

__Antes fosse, tem uma pestinha que vai exigir explicações.__ Ela falou carinhosamente.

__Ainda cuida de uma criança?__ Perguntei admirado.

__Minha irmã Nessie, que passa o dia na casa de Ângela, minha amiga.__ Ela explicou.

Quando chegamos ao estacionamento abri a porta para que ela entrasse, e ela me pareceu envergonhada ao fazê-lo, não pude deixar de sorrir, Isabella não conseguia esconder sua timidez.

Ela indicou o caminho até a casa de sua amiga, eu segui em silencio, Isabella disse que não ficava muito longe de sua casa, em poucos minutos paramos em frente a uma casa de tamanho consideravelmente grande, logo na entrada vi uma garotinha com os braços cruzados ao lado de uma moça que sorria descontraída, Isabella saiu do carro indo até as duas, mas eu pude ouvir perfeitamente o que falavam.

__Isabella Marie Swan, você me deve explicações.__ A garotinha falou batendo o pé e eu ri.

__Desculpe mocinha, perdi a hora, desculpe também Ang pela demora.__ Ela falou docemente.

__Tudo bem, nos divertimos muito.__ A garota que devia ser Ângela sorriu para Isabella.

__Pois então vamos Nessie, pegue sua mochila.__ Ela falou e as duas logo vieram em direção ao carro.

Em poucos segundos Isabella abriu a porta que dava para o banco traseiro e colou sua irmã sentada, depois de colocar o cinto nela fechou a porta e voltou para onde estava sentada antes, percebi pelo canto de olho que a garotinha me examinava atentamente.

__Bella, quem é ele?__ Ela perguntou curiosa.

__O doutor de quem eu sou a secretaria, lembra-se do que te falei?__ Ela perguntou olhando para a pequena.

__Lembro também que não gostei de você passar o dia fora.__ Nessie cruzou os braços.

__Nada passa despercebido por você baixinha.__ Isabella falou rindo, virou-se para mim e me passou o endereço de sua casa.

Observei em silencio durante boa parte do trajeto, a pequena brincava distraída com sua mochila, tentei disfarçar um sorriso, era realmente encantadora e muito parecida com Isabella.

__Por que ela te chamou de Bella?__ Perguntei quebrando o silencio.

__É o meu apelido.__ Ela falou e eu assenti entendendo.

__Pelo menos é melhor que Isabella.__ A pequena falou e eu tive que rir dessa.

__Você me paga quando chegar em casa tampinha.__ Isabella falou e Nessie revirou os olhos.

__Estou sem dinheiro esqueceu?__ A pequena fez cara de entediada.

__Me aguarde então.__ Isabella falou e voltou-se para mim.__ Não ligue para o que ela fala, essa dai não tem limites.

__Eu escutei isso.__ A pequena bufou.

__Tudo bem, tenho uma que é bem pior, Alice, só que ela tem 17, mas se for para disputar com a sua irmã, Alice ganha.__ Falei e as duas riram.

__Você ouviu isso Bella? Pior do que eu? Difícil.__ A pequena falou fingindo estar revoltada.

__Chegamos.__ Falei estacionando em frente à casa que ficava no endereço que Isabella me passou.

__Obrigada, vamos tampinha.__ Ela saiu primeiro e depois ajudou a pequena a descer.

__Te vejo amanhã.__ Falei e depois que elas acenaram da entrada eu segui o caminho para a minha casa.

Passei o caminho todo refletindo sobre o que eu sabia de Isabella até agora: ela era minha nova secretaria, tinha uma irmã bem mais nova, pareceu-me muito amorosa e brincalhona com a pequena, era uma boa pessoa, corava com uma facilidade incrível, o que era até um pouco engraçado, mas também encantador nela, uma mulher admirável e eu apenas a conhecia há um dia.

Não demorei a chegar em casa, deixei o carro na garagem e Alice abriu a porta antes mesmo que eu fizesse menção em abri-la, ela me deu passagem e eu caminhei até Esme que estava conversando com Rosalie no sofá.

__Boa noite querida.__ Falei e ela sorriu me encarando.

__Demorou mais do que de costume, alguma emergência?__ Ela perguntou e eu me sentei na poltrona logo à frente.

__Não, apenas algumas mudanças no hospital, estou com outra secretaria agora que a antiga trocou de setor, ela perdeu a hora e me ofereci para leva-la para casa, no caminho pegamos sua irmã, uma garotinha encantadora, e que pareci muito com a Alice no modo de agir.__ Contei e Alice cruzou os braços.

__Como eu não vi isso?__ Ela questionou.

__Não viu?__ Rosalie questionou incrédula.

__Não.__ Alice fez bico.

__Estranho, Alice sempre vê tudo.__ Esme ponderou.

__Talvez seu dom esteja com problemas.__ Falei pensando por outro lado.

__Ou eu não possa ver nada relacionado à sua nova secretaria.__ Alice intuiu e ficou com os olhos fora de foco.__ Não, realmente o problema é com ela mesmo, algo está me impedindo.

__Não deve ser nada demais Alice, tudo tem uma primeira vez e ela é a primeira pessoa que você não pode ver o futuro.__ Rosalie deu de ombros.

__Isso não é justo.__ Alice cruzou os braços indignada.

[...]

Entrei na minha sala no hospital, troquei meu casaco pelo jaleco como sempre, depois fui até minha mesa e me sentei, logo alguém bateu na porta, devia ser Isabella.

__Entre.__ Falei e a porta se abriu lentamente.

Isabella entrou, hoje estava com os cabelos soltos, eles iam até a cintura em ondulações perfeitas, ela trazia algumas pastas em mãos, seu andar era gracioso e delicado, mas tratei de desviar o olhar entes que ela percebesse.

__Bom dia, doutor.__ Falou colocando as pastas sobre minha mesa.__ A recepcionista disse que você iria precisar dar uma olhada nessas pastas.

__Obrigado, vou ver isso agora mesmo, tenho algum paciente marcado para hoje?__ Perguntei abrindo a primeira pasta.

__Não, hoje o senhor vai poder ir para casa depois do almoço, mas amanhã o senhor tem plantão.__ Ela avisou.

__E a sua irmã vai dormir na casa de sua amiga amanhã?__ Perguntei e ouvi sua risada baixa.

__Vai sim.__ Falou e eu prendi o riso.

__Ela ainda não sabe, certo?__ A encarei.

__Nem desconfia, mas eu me viro com ela, vou deixa-lo fazer seu trabalho agora, com licença.__ Ela falou e se retirou da sala.

Quando ela se virou para ir embora o cheiro de morangos que seu cabelo exalava tocou meu rosto, me permiti apreciar tal fragrância, e apenas me dei conta que ela já havia saído quando ouvi o som da porta se fechando, balancei a cabeça tentando me concentrar nas pastas a minha frente.

Passei o que pareceu uma eternidade olhando aqueles papeis, por algum motivo eu estava ansioso, quando eu finalmente acabei constatei que já era meio dia, franzi a testa, nem foi tanto tempo quanto eu pensei que tivesse passado.

__Doutor Cullen?__ Isabella chamou e eu olhei para a porta, ela trazia uma bandeja em mãos, com um lanche.__ Achei que estaria com fome.

__Não, comi bastante antes de vir para o hospital.__ Tive que mentir.

__E não vai comer mais nada?__ Ela perguntou franzindo a testa.

__Acho que não, mas posso lhe fazer companhia.__ Tive que pensar rápido.

__Tudo bem.__ Ela deu de ombros e veio se sentar na cadeira em frente a minha mesa, colocou a bandeja sobre a mesa e me encarou.__ Daqui a pouco o seu horário por hoje termina.

__E acho que o seu também, vai poder passar o resto do dia com a sua irmã.__ Falei e ela assentiu comendo um sanduiche.

Ela comeu em silencio por um tempo, eu apenas a observava, Isabella era uma pessoa admirável, eu precisava confessar isso, quando ela percebeu que eu a encarava sorriu sem jeito, por Deus, o que eu estava fazendo? Desde quando reparo tanto em uma mulher? Eu tenho que admitir: Isabella me encanta, de uma forma que está ficando cada vez mais intensa, e isso não deveria acontecer, que coisa!

__Algum problema doutor Cullen?__ Ela perguntou provavelmente reparando em minha expressão.

__Não, apenas estou pensativo.__ Falei e percebi que ela já havia terminado.

Isabella se levantou e começou a recolher a bandeja, depois foi pegar as pastas, percebi que iria derrubar tudo e tentei ajuda-la, segurei as pastas para que ela pudesse manter o equilíbrio, mas nisso nossas mãos se tocaram, ela levou um pequeno susto quando sentiu minha pele fria, e eu pude sentir sua pele macia e quente.

__Bem... Vou indo, quer que eu peça para aumentarem um pouco o aquecedor?__ Ela perguntou me encarando.

__Não é necessário.__ Falei e ela franziu a testa.

__Sua pele está gelada, está se sentindo bem?__ Ela perguntou com uma preocupação sincera.

__Estou sim, vamos?__ Perguntei mudando de assunto.__ Eu deixo as pastas na recepção para você.

__Obrigada.__ Ela falou e saiu da sala com a bandeja.

Suspirei mais relaxado depois que ela saiu, acho que é a primeira vez que êxito diante de uma pessoa, ela era a primeira pessoa que reparava nisso, quando estou atendendo meus pacientes estou sempre usando as luvas, que disfarçam a temperatura da minha pele, definitivamente algo estava acontecendo comigo e eu não queria nem pensar no que era, mesmo já sabendo a resposta, me levantei, peguei as pastas juntamente com o meu casaco, fui até a recepção e entreguei as pastas a atendente, ela sorriu maliciosa, mas ignorei e caminhei até a saída, quando lembrei que esqueci as minhas chaves.

Como eu fui me distrair a esse ponto? Dei meia volta até a minha sala, entrei rapidamente e peguei as chaves sobre a mesa, quando estava saindo esbarrei com alguém, meu dia está sendo aquele com tantas distrações.

__Desculpe.__ Falei e percebi que tinha esbarrado com Isabella.

__Não, tudo bem, pensei que já tivesse ido embora.__ Ela falou me encarando.

__Esqueci as chaves.__ Falei e tenho certeza que se eu fosse humano, estaria vermelho agora.__ Se machucou?

__Não.__ Ela falou e eu pude sentir sua respiração próxima.

Por um momento fiquei inebriado pela sensação de estar próximo a ela, ficamos imóveis até que eu toquei seu rosto com minhas mãos, era como se uma necessidade crescente de senti-la me impulsionasse, sentir sua pele me causou uma sensação maravilhosa, sorri ao ouvir seu coração perder uma batida, em uma reação involuntária me aproximei de seu rosto, nossos lábios quase se tocando, foi quando minha consciência tomou conta.

O que eu estava fazendo não era certo, nem mesmo deveria ter me aproximado tanto dela, me afastei de Isabella relutante, mesmo que não devesse pensar assim, eu não queria me afastar dela, a queria perto de mim, e mesmo que eu negasse essa era à verdade, ela desviou o olhar e saiu apressadamente de onde estávamos, esperei alguns minutos antes de ir embora também.

Caminhei até o meu carro rapidamente, eu estava me controlando para não ir atrás dela, já era difícil o suficiente lidar com o que eu estava sentindo, não precisava piorar ainda mais minha situação, quando entrei em meu carro me deixei pensar enquanto fazia o percurso para casa.

Eu não sabia se poderia manter isso em segredo, eu tenho certeza que me sentiria péssimo escondendo e também se contasse, pior será pensar nisso perto do Edward, pelo menos Alice não poderia ver nada relacionado à Isabella, isso era um alivio, mas como eu encararia Esme? Estávamos juntos há tantos anos, eu não deveria sequer estar pensando em Isabella, mas como poderia evitar? Ela é a minha secretaria, acho que eu preferiria se ela fosse vulgar, porque pelo menos assim eu não me importaria tanto com ela, mas o seu jeito discreto, gentil e delicado me deixa tentado de uma forma que eu não consigo nem descrever.

Estava tudo bem até eu começar a conhecê-la, sua preocupação hoje, mesmo que desnecessária, demonstrou o quanto ela se importa verdadeiramente, desde o primeiro momento eu já fiquei admirado com ela, agora então, como poderia vê-la todos os dias sabendo o que sinto por ela? Meus sentimentos pareciam não se importar com as consequências, apenas aumentavam à medida que eu a conhecia, e isso estava me perturbando.

Respirei fundo tentando me acalmar, eu já estava próximo de casa, tentei pensar em qualquer coisa que não fosse Isabella, mas se eu pensava nas confusões de Alice, eu me lembrava de Nessie e consequentemente de Isabella, se eu pensava em Esme me sentia culpado, se pensava em qualquer coisa algo sempre se ligava a Isabella, isso era frustrante.

Por fim decidi rezar para Edward não estar ouvindo meus pensamentos, ou Jasper perceber minha mudança de sentimentos, nunca os dons deles me deixaram tão inquieto, estacionei o carro na garagem e sai indo encarar o que me esperava.

Estranhei o silencio da casa, acho que errei de endereço, não ouvia nenhuma discussão, gritos, tudo estava na mais perfeita calma, entrei pela porta e encontrei apenas Esme assistindo televisão, ela se virou em minha direção assim que escutou meus passos, tive que retribuir disfarçando minha crise interna.

__Olá querido.__ Ela falou e eu caminhei até estar ao seu lado.

__Onde estão os outros?__ Questionei curioso.

__Resolveram caçar, estavam entediados, mas disseram que voltam logo.__ Ela falou e eu não pude evitar suspirar aliviado, isso me dava um tempo para me preparar antes deles voltarem.

__Apenas você ficou?__ Perguntei a encarando.

__Sim, e já que estamos apenas nós dois podemos aproveitar um pouco.__ Ela disse e envolveu meu pescoço.

__Acho ótimo.__ Pelo menos assim eu ocuparia a mente.

Ela sorriu e se levantou, desligou a televisão, me puxou escada acima, deixei que ela me guiasse até nosso quarto, quando entramos a envolvi em meus braços a beijando, senti seu sorriso contra meus lábios, demos alguns passos para trás até cairmos na cama, ela riu com isso e ficou sobre mim voltando a me beijar.

Eu prendi a sua cintura e inverti as posições ficando sobre ela, desci os beijos por seu pescoço e colo até voltar a encara-la, fiquei estático por um minuto, eu devia estar tendo uma alucinação, porque eu estava vendo o rosto de Isabella no lugar de Esme, fechei meus olhos e balancei a cabeça tentando desfazer essa alucinação, não era possível que ela não sairia da minha mente.

__Tudo bem querido?__ Abri meus olhos e dessa vez vi Esme me encarando.

__Sim, apenas pensei ter visto uma coisa.__ Falei desviando o olhar e me sentando na cama.

__Algum problema no trabalho?__ Ela perguntou se sentado e pegando meu rosto entre suas mãos.

__Não é nada demais, acho que estou precisando caçar.__ Falei e ela sorriu compreensiva.

__Vá, seja lá o que esteja te preocupando deve se resolver logo.__ Ela selou meus lábios e se levantou.

__Claro.__ Disse me levantando.

Desci as escadas, passei pela sala, atravessei a porta e corri com minha velocidade de vampiro pela floresta, me deixei correr sem um destino especifico, estava apenas aproveitando a sensação de velocidade, vendo as arvores passarem como borrões, foi quando cheguei próximo a uma estrada, tive a impressão de já ter visto ela antes, olhei em volta e finalmente vi onde estava, inconscientemente eu me deixei levar para perto de Isabella, sua casa estava logo do outro lado, era por volta das duas da tarde.

O sol estava encoberto por nuvens espessas, mas não estava frio, apenas um clima agradável, uma raridade nessa cidade chuvosa, pude ver com minha visão aguçada a porta se abrir, por ela Isabella saiu sorrindo ao lado da irmã pequena, ela trazia uma toalha de piquenique na mão esquerda, já a pequena trazia uma casinha de bonecas que segurava com as duas mãos.

Caminharam até a varanda em frente à casa e Isabella estendeu a toalha para as duas, se sentaram colocando a casinha entre elas, e a pequena começou a tirar algumas bonecas.

__Dessa vez você fica com a Nara.__ Ela entregou a boneca a Isabella.

__Ah não, eu quero a Jessica.__ Ela cruzou os braços imitando a irmã mais nova.

__Você ficou com ela da ultima vez.__ A pequena rebateu.

__Troca comigo vai.__ Ela fingiu implorar.

__Só se você me deixar ser a mamãe.__ Prendi o riso para a cena.

__Tá bom.__ Ela riu, seu riso era contagiante.

Fiquei apenas observando de longe as duas, estavam se divertindo brincando juntas, nem pareciam adulto e criança, estavam mais para velhas amigas, eu estava absorto vendo o quanto se davam bem, poderia jurar que eram mãe e filha, eu podia ver a felicidade no rosto de Isabella por algo tão simples como estar junto da irmã, e a pequena parecia compartilhar da mesma alegria de Isabella.

Acabei sendo contagiado pela alegria das duas, mas minha vontade era de estar com elas, principalmente com Isabella, e não me sentia mal por isso, sabia que algumas coisas me impediam, como Esme, só que o que eu sentia por Isabella era diferente e mais intenso, ao mesmo tempo em que parecia algo tão natural, apenas sua presença já me fazia sentir tão bem, e um pouco embaraçado ao omitir minha natureza vampírica, eu já a amava antes mesmo de poder sentir seus lábios.

Não sei se ela vai permitir que me aproxime, principalmente depois de saber a verdade, mas eu vou tentar, sei que posso acabar magoando os outros e principalmente Esme, mas seria melhor do que mentir e esconder a verdade, por enquanto vou apenas fazer uma coisa de cada vez e ver onde tudo vai acabar.

Voltei para dentro da floresta e cacei alguns cervos, não me demorei muito, apenas o suficiente para saciar a minha sede por enquanto, antes de voltar resolvi dar uma ultima olhada em Isabella, encontrei-a guardando os brinquedos que estavam espalhados com a irmã.

__Bella, você já teve a impressão de estar sendo observada?__ A pequena perguntou com a testa franzida, será que ela me viu?

__O tempo todo desde que começamos a brincar, mas é besteira, acho que é só impressão mesmo.__ Isabella deu de ombros e eu suspirei aliviado.

__Eu não acho.__ Nessie olhou para os lados como que procurando alguém, mas não poderia me ver na distancia em que eu estava.

__Está bem, pode entrar antes, eu termino de guardar tudo, depois entro.__ Ela indicou com um aceno de cabeça e a irmã entrou com uma carinha desconfiada.

Achei melhor voltar para casa, estava ficando tarde, peguei o caminho de volta me sentindo mais leve dessa vez, acho que ver Isabella me acalmou, quem sabe agora poderia me manter tranquilo.

[...]

PDV BELLA

Depois de mais uma noite pensando no doutor Cullen me levantei da cama indo me arrumar para o café da manhã, hoje eu precisaria acompanha-lo durante o plantão como sua secretaria, suspirei pensando na confusão que eu estava me metendo, não vou mentir dizendo que não me sinto atraída por ele, aliás, eu e o restante da ala feminina daquele hospital.

Caminhei pelo meu quarto e peguei minha toalha, depois fui até o banheiro e fiz minha higiene pessoal, tomei um banho, me vesti, arrumei meu cabelo e finalmente desci as escadas a fim de fazer o café, sem pressa fui pegando os ingredientes e preparando tudo, passos na escada me fizeram olhar para trás.

__Não vai trabalhar hoje?__ Nessie perguntou ainda de pijama e segurando seu ursinho, sorri para a cena.

__Sobre isso... a senhorita vai precisar dormir na casa da Ângela, já falei com ela, eu estarei ocupada durante a noite e não poderei dormir em casa, hoje eu trabalho a noite.__ Expliquei e ela cruzou os braços.

__Até a noite?__ Ela perguntou indignada.

__Não seja dramática, eu ainda vou passar o dia com você.__ Falei me virando para terminar a comida.

__Está bem.__ Ela falou manhosa.

__Vá se trocar para o café.__ Falei e me virei para me certificar que ela iria obedecer, ela fez o que eu disse.

Comecei a pegar a comida e colocar na mesa, acabei por me queimar na mão com uma panela quente, praguejei baixo, detesto quando isso acontece, bufei terminando de arrumar a mesa, Nessie logo estava descendo já devidamente arrumada, ela negou levemente com a cabeça rindo.

__Se queimou de novo?__ Ela adorava me zoar por isso.

__É essa panela que não gosta de mim, já desisti de fazer as pazes com ela.__ Falei me sentando à mesa e ela prendeu o riso.

__Ângela nunca se queima com tanta facilidade.__ Ela sussurrou, mas eu ouvi.

__Ah é? Então que tal pedir pra ela dar uma lição nessa panela boba?__ Perguntei brincando e ela soltou uma risada.

__Não Bella... Só você mesma para acabar se queimando... A panela boba não tem nada haver.__ Ela falou entre risos.

__Então coma sua comida antes que esfrie.__ Falei e Nessie começou a comer.

Comemos em silencio até estarmos satisfeitas, depois fui lavar a louça, fiz careta para a queimadura que estava ardendo um pouco, mas esperei terminar para dar uma olhada, era visível que ficaria vermelho, Nessie também deu uma olhada.

__É melhor usar uma luva.__ Ela falou me encarando seriamente.

__Não vai ficar estranho?__ Perguntei e ela negou.

__Não, é só usar aquelas suas luvas bege, depois procure uma roupa que combina se não melhorar até a hora de você ir trabalhar, não vai ficar estranho, porque as luvas não são aquelas pra neve, vai poder mexer os dedos normalmente.__ Ela explicou e eu ergui uma sobrancelha.

__Temos uma estilista aqui?__ Indaguei com um sorriso e ela ficou vermelha.

__Ah para Bella, eu vi isso em um filme.__ Ela revirou os olhos.

__Daqueles de princesas?__ Perguntei e ela assentiu.__ Mas eu não sou uma princesa.

__Tem razão, você é minha irmã, isso é bem melhor.__ Ela me abraçou e eu sorri encantada.

__Obrigada baixinha.__ Falei retribuindo ao seu abraço.

[...]

Dei uma ultima olhada no espelho, Nessie tinha razão, não ficou estranho, a luva escondia perfeitamente a marca vermelhinha, desci as escadas e encontrei Nessie pronta para ir para a casa de Ângela, indiquei a porta e ela me acompanhou, assim que saímos tranquei a porta, pegamos o primeiro taxi que encontramos e entramos, a ajudei com o cinto e depois coloquei o meu, dei o endereço da minha amiga, deixei Nessie lá e fui para o hospital, quando o motorista estacionou enfrente ao prédio eu o paguei, sai do carro e caminhei até a entrada, o carro do doutor Cullen já estava no estacionamento, me controlei para não demonstrar nervosismo, depois do momento estranho que aconteceu ontem eu fiquei meio receosa.

Passei na recepção, o movimento estava pouco, como a cidade é sempre calma raramente temos alguma ocorrência à noite, depois segui a passos lentos para a sala do doutor, acho que estava a ponto de ter um ataque cardíaco, mas respirei fundo antes de bater na porta.

__Entre.__ Ouvi a voz dele, e criei coragem entrando.

__Boa noite, doutor Cullen.__ Eu falei me controlando para que minha voz não falhasse.

__Ah Isabella, como está o movimento lá fora?__ Ele perguntou e eu caminhei até estar em frente a sua mesa.

__A noite pareci que será bem calma.__ Falei e ele indicou que me sentasse, foi o que fiz.

__Então temos tempo para conversar um pouco.__ Eu temia que ele dissesse isso.

__Claro.__ Minha voz vacilou um pouco.

__Creio que devo desculpas pelo incidente de ontem.__ Ele falou sincero e eu encarei minhas mãos, ou melhor, as luvas que estavam sobre elas.

__Tudo bem, não se preocupe com isso.__ Dessa vez minha voz saiu sem demonstrar o quanto eu estava nervosa.

__Por que as luvas?__ Ergui o olhar e vi que ele encarava sem entender as luvas que eu estava usando.

__Tive um pequeno probleminha.__ Falei sem dar detalhes.

__Importasse se eu der uma olhada?__ Ele perguntou e eu neguei.

__Não foi nada demais.__ Falei e ele retirou a luva da mão que encobria a queimadura.

__Isso foi uma queimadura?__ Ele perguntou para ter certeza.

__Exatamente, tive um pequeno desentendimento com uma panela no café da manhã.__ Falei e me encarou incrédulo.

__Não passou nada?__ Algo me dizia que ele ia começar com uma bronca de medico.

__Não sabia o que passar.__ Admiti e ele se levantou, pegou uma pomada em um armário e retornou com uma expressão indecifrável.

__Isso vai fazer a ardência parar.__ Ele adivinhou.

Deixei que ele cuidasse da queimadura, apenas fiquei observando enquanto ele fazia tudo com extremo cuidado, seu toque me causava leves choques elétricos, eu tentava disfarçar isso, mas minha pele corada me delatava, quando ele terminou colocou um curativo por cima e a minha luva de volta.

__Isso deve resolver.__ Ele falou e eu percebi que a ardência chata havia parado.

__Obrigada.__ Falei mexendo meus dedos para ver se não incomodava mais, e sorri vendo que não tinha problemas em fazer isso.

__Isso acontece sempre?__ Ele perguntou me encarando.

__Às vezes, dessa vez Nessie teve a ideia de usar as luvas.__ Falei rindo por me lembrar da tampinha.

__Gosta muito dela, não é?__ Ele indagou com sua voz suave, aveludada.

__Muito, ela é a minha pequena.__ Falei a ele.

__E seus pais?__ Ele questionou me parecendo interessado.

__Longa historia.__ Falei.

__Temos tempo.__ Ele sorriu calidamente.

__Renée morreu em um ataque de animal...__ Falei me lembrando.

__Ataque de animal?__ Ele me encarou seriamente.

__Foi o que me disseram, Charlie é policial, ficou inquieto com isso, resolveu participar da equipe que investigava o que aconteceu, não o vejo já há algum tempo, mas como ele achou melhor que a Nessie ficasse comigo nos mudamos, apenas nós duas.__ Ele me pareceu pensativo com o que eu contei.

__Não tem curiosidade de saber como isso aconteceu? Acredita mesmo que tenha sido um ataque de animal?__ Seu tom era serio.

__Por que duvidaria de Charlie? Foi ele quem me contou, eu só achei estranho quando descobri o motivo pelo qual ele deixou Nessie comigo, mas não o questionei, acho que não teria estomago para ouvir isso em detalhes.__ Falei e não pude evitar imaginar a cena, só imaginar já me deixou tonta.

__Desculpe, não queria trazer lembranças desagradáveis para você.__ Ele falou e eu respirei fundo tentando fazer a tontura passar.

__Eu só não gosto de imaginar a cena.__ Falei engolindo em seco.

__Está pálida.__ Ele observou se levantado e vindo até o meu lado.

__O que aconteceu me afeta mais do que se fosse com outra pessoa, é horrível pensar na minha mãe... E a cena... Acho que não me faz bem.__ Um nó se formou em minha garganta, mas a cena parecia clara e fixa em minha mente.

__É normal que fique tonta, é mais fácil lidar com algo que não nos afeta diretamente, agora tente estabilizar sua respiração.__ Ele instruiu, fechei os olhos fazendo o que ele disse.

__Tudo bem, está passando.__ Falei depois de alguns minutos em silencio, abri os olhos e corei vendo que ele me encarava demonstrando preocupação.

__Tem certeza?__ Ele insistiu.

__Sim, não se preocupe, foi apenas algo passageiro.__ Falei e ele, que ainda estava ao meu lado, e tocou meu rosto.

__Preocupo-me sempre, é algo que já surgiu comigo, não gosto e nem evito me preocupar com as pessoas que me cercam.__ Falou com intensidade na voz, meu coração ficou descompassado.

__Então está na profissão certa, percebo a admiração que tantos médicos têm pelo senhor, e eu também, cuidar das pessoas é uma causa nobre, que se torna ainda mais significativa quando é feito por alguém que se dedica tanto como o senhor ao que faz.__ Falei sem parar muito para pensar, uma vontade de demonstrar que eu me importo com ele estava tomando conta de mim.

__Não é preciso tanta formalidade em uma simples conversa, pode me chamar de Carlisle.__ Ele falou, senti minhas bochechas esquentarem, e seu toque frio me causar leves choques elétricos.

__Não faça isso.__ Eu disse em um sussurro.

__Não fazer o quê?__ Seus olhos caramelo me deixavam ainda mais inebriada.

__Não confunda tudo, não me confunda ainda mais, não me faça sentir isso.__ Pedi mesmo que meu coração não admitisse tais palavras.

__O que você sente?__ Eu temia essa pergunta.

__Por mais que eu tentasse mentir, ou negar, sinto que devo confiar em você, e isso me assusta.__ Falei o que vinha martelando na cabeça.

__Tem medo do que senti?__ Eu não via receio ou duvida em seus olhos.

__Tenho medo que seja apenas ilusão minha.__ Admiti sinceramente e desviei o olhar, antes que meus sentimentos me traíssem.

__Também tive esse mesmo medo, até decidir que valia a pena lutar por você, tentar estar ao seu lado, nem que para isso eu tenha que passar por verdadeiras provações, decidi tentar.__ Ele falou com tamanha intensidade que fez meu coração se sentir preenchido apenas com a sua afirmação.

__E se não for a coisa certa a fazer?__ Eu estava indecisa.

__Nunca é, mas só saberemos aonde vamos chegar se tentarmos.__ Ele se aproximou até que eu pudesse sentir sua respiração tão próxima que se misturava a minha.

Seus lábios frios tocaram os meus, delicadamente, em movimentos suaves e sem pressa, como se aquele momento não pudesse ser interrompido por nenhuma influencia do mundo exterior, fechei meus olhos sentindo seu toque, aproveitando cada segundo, se eu iria me arrepender depois, nem eu sabia, mas por enquanto esse receio parecia tão sem sentido, distante do que eu estava vivendo.

PDV CARLISLE

Doce, esse era o sabor dos lábios de Isabella contra os meus, segurei seu rosto sentindo o calor de sua pele contra as minhas mãos, parecia inacreditável o que estava acontecendo, era ainda melhor do que eu poderia supor, o calor que sua pele emitia parecia me puxar para mais perto.

Porém ouvi o som de passos próximos, eu tinha que lembrar onde estávamos, separei-nos relutante, me separar dela era torturante, mas os passos estavam vindo em direção à sala.

__A porta.__ Sussurrei para ela e caminhei até o armário de medicamentos.

Mal cheguei em frente ao armário, ouvi uma batida na porta e depois uma enfermeira entrou, Isabella fingiu olhar alguns papeis sobre a minha mesa, me virei em direção a porta como se não tivesse feito nada demais, mas a verdade era que eu estava prendendo o riso para a encenação, devia estar com a expressão mais a calma e acima de suspeitas do mundo.

__Doutor Cullen, um dos pacientes teve um agravamento em seu quadro clinico.__ A mulher avisou e eu fiquei serio.

__Claro, vou imediatamente.__ Falei e segui a enfermeira.

PDV BELLA

Depois que a porta se fechou atrás de mim eu suspirei, não sabia como ele conseguiu adivinhar que alguém iria aparecer, corei lembrando o que aconteceu, eu estava me envolvendo mais do que deveria, minha consciência gritava que ele era casado, mas meu coração parecia estar ignorando esses gritos, eu não queria nem imaginar no que estava me metendo, onde iria parar, mas eu precisava admitir que estava irrevogavelmente apaixonada por Carlisle.

Meus sentimentos pareciam aumentar ainda mais à medida que eu conhecia melhor ele, via a sinceridade com que falava comigo, lia em seus olhos que ele também sentia algo por mim, eu não sabia explicar, e nem precisava, o beijo que trocamos foi a prova de que estávamos entregues a tudo, ao tempo, as consequências, aos nossos sentimentos, e ao que estivesse por vir, se fosse algo bom eu tenho certeza que seria a pessoa mais feliz do mundo, se fosse algo ruim pelo menos eu teria a certeza que me deixei viver alguma vez na vida.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado,