Foi Na Prisão De Azkaban... escrita por Sensei, KL


Capítulo 42
Os dois lobos desgarrados


Notas iniciais do capítulo

Hey gente liinda, esse Nyah! está cada dia mais chique, e o mini ataque cardiaco que eu tive quando achei que iria fechar? Ia ficar depressiva, sério.
Demorei uns dias a mais para postar com medo do Nyah! apagar o capítulo ou sei lá... Enfim, aqui está gente.
Estamos já na reta final e teremos ainda dois capítulos, talvez um já que eu não terminei de escrever!
Espero que gostem...
Atacar!



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PDV Lyra

–Harry! Lyra! –Hermione guinchou olhando para o relógio. –Temos dez minutos para voltar a ala hospitalar sem que ninguém nos veja antes que Dumbledore feche a porta!

Harry e eu nos entreolhamos.

–Ok! -Falamos juntos.

Descemos as escadarias circulares da torre e nos encostamos a parede quando ouvimos vozes.

–... Só espero que Dumbledore não crie dificuldades. -Snape falava. –O beijo será executado imediatamente?

–Assim que Mcnair voltar com os dementadores. Todo esse caso Black tem sido muito constrangedor, mal posso esperar para contar ao profeta diário que o capturamos... Acho provável que queiram entrevista-lo Snape... E quando Harry voltar ao normal espero que se disponha a contar ao Profeta diário como você o salvou...

Consegui ver de relance o sorriso convencido dele.

Há, eu tive vontade de rir. Será que seria um choque para o professor Snape quando ele chegasse lá na sala do professor Flitwick. Quando os passos foram se distanciamos voltamos ao caminho, descemos uma escada, então outra, viramos o corredor... Uma risada escandalosa pode ser ouvida.

–Pirraça! –Harry guinchou. -Aqui!

Ele puxou o meu braço e o de Hermione para dentro da sala de aula à esquerda, bem no momento em que pirraça despontou no corredor.

–Ah, ele é horrível! –Hermione reclamou. –Aposto que está nessa animação toda por que os dementadores vão liquidar Sirius...

–Iam cara Hermione! –Falei baixinho.

–Temos três minutos... –Hermione respondeu olhando o relógio.

Esperamos até a voz de pirraça começar a sumir. Nós corremos desesperados.

–Hermione o que vai acontecer se não chegarmos a tempo? –Harry perguntou.

–Não quero nem pensar. –Mione respondeu. -Um minuto!

–Ok, menos negativismo, mais correria, por favor. –Falei sarcástica.

Conseguimos chegar até o final do corredor que dava na Ala Hospitalar

–Estou ouvindo Dumbledore! –Falei.

–Eu também. –Hermione respondeu tensa. –Vamos!

Saímos escondidos do corredor, vimos no momento em que Dumbledore saiu e virou de novo.

–Vou trancá-los. –O ouvimos dizer. –Faltam cinco minutos para a meia noite senhorita Granger, três voltas devem bastar. Boa sorte.

Então ele fechou a porta e levantou a varinha para trancar com magia.

Hermione se precipitou em desespero e Dumbledore virou o olhar para nós, um largo sorriso apareceu debaixo do seu bigode.

–Então? –Ele perguntou.

–Conseguimos! –Harry falou ofegante.

–Graças a Merlin! –Falei suspirando.

–Sirius já foi montado em bicuço... –Harry continuou.

–Muito bem, acho que... –Ele colocou o ouvido na porta para ouvir o outro lado. –É acho que vocês também já foram. Entrem, vou trancá-los.

Então nós três entramos na enfermaria, Rose que estava em pé ao lado da minha maca arregalou os olhos.

–Espera aí, vocês estavam aqui agora mesmo, para onde foram? –Ela perguntou confusa.

Ouvimos o clique da fechadura.

–É uma longa história Rose. –Respondi cansada, corri para a minha maca. –Contarei a você logo, mas agora finja que isso nunca aconteceu.

Harry foi em direção a dele e Hermione guardava o vira-tempo na roupa. Rose olhou de um para outro com uma expressão confusa, mas balançou a cabeça afirmativamente.

–Foi o diretor que eu ouvi saindo? –Madame Pomfrey perguntou saindo do seu pequeno escritório. –Será que já posso cuidar dos meus pacientes?

Nossa que mau humor! Madame Pomfrey estava de um jeito que era melhor nem reclamar, aceitamos o chocolate, ela ficou nos vigiando para ter certeza de que comeríamos tudo, mas nenhum de nós parecia muito animado para isso, estávamos nervosos, Rose olhava para nós, confusa e curiosa, ela parecia notar o clima de ansiedade.

Então um urro de fúria cortou o silêncio da noite. Madame Pomfrey olhou para a porta, assustada.

Eu sorri.

–O que foi isso? –Ela se perguntou.

Então vozes raivosas começaram a se aproximar, não dava para ouvir.

–Francamente, o que eles estão fazendo? Eles vão acordar todo mundo! –Ela disse olhando para a porta.

Até que as vozes se aproximaram o bastante para que pudéssemos entendê-las.

–Ele deve ter desaparatado, Severo. Devíamos ter deixado alguém na sala vigiando. Quando isso vazar... –Ouvi a voz de Fudge.

–ELE NÃO DESAPARATOU! –A voz do professor Snape soou alta, quase um grito. – NÃO SE PODE APARATAR E NEM DESAPARATAR DENTRO DESSE CASTELO! ISTO. TEM. DEDO. DO. POTTER!

–Severo... Seja razoável, Harry está trancado...

BAM!

A porta se abriu com um estrondo.

Então o professor Snape espumando de raiva, o ministro da Magia com uma careta irritada e o Diretor Dumbledore com um pequeno sorrisinho divertido entraram por ela.

–DESEMBUCHE POTTER! –O professor gritou. –QUE FOI QUE VOCÊ FEZ?

–Professor Snape! –Madame Pomfrey falou horrorizada. –Controle-se.

–Olhe aqui Snape, seja razoável. –O ministro argumentou. –A porta estava trancada, acabamos de constatar...

–ELES AJUDARAM BLACK A ESCAPAR, EU SEI! –Snape berrou com raiva e apontou o dedo para onde Harry, Hermione, Rose e eu estávamos.

Rose olhou chocada para mim e eu apenas balancei a cabeça indicando que explicaria mais tarde.

–Meu Deus, ele está fora de si! –Falei fingindo estar assustada.

–Acalme-se homem! –O ministro gritou. –Você está falando disparates!

–O SENHOR NÃO CONHECE POTTER! –Snape gritou. –FOI ELE, EU SEI QUE FOI ELE QUE FEZ ISSO...

–Chega Severo. –Dumbledore falou com a voz baixa. –Pense no que está dizendo. A porta estava trancada desde que eu saí até minutos atrás. Madame Pomfrey, esses garotos saíram daqui?

–Claro que não. –Madame Pomfrey respondeu com eficiência. –Eu os teria ouvido.

–Aí está Severo. –Dumbledore falou calmamente. –A não ser que esteja sugerindo que os quatro possam estar em dois lugares ao mesmo tempo, receio que não aja sentido em continuar a perturbá-los.

Então o professor Snape ficou parado, ele olhava do ministro para o Diretor e vendo que havia perdido essa simplesmente virou as costas fazendo suas vestes voarem, saiu enfurecido da enfermaria.

–O homem parece desequilibrado. –O ministro falou extremamente chocado com o procedimento do professor. –Eu me precaveria se fosse você Dumbledore.

–Ah, ele não é desequilibrado. –Dumbledore respondeu olhando para onde estávamos. –Só sofreu um grande desapontamento.

Fui esperta o bastante para segurar a risada que estava querendo soltar.

–Ele não é o único. –Fudge respondeu. –O Profeta Diário vai ter um grande dia! Tivemos Black encurralado e ele nos foge por entre os dedos! Só falta agora a fuga do Hipogrifo vazar, para eu virar motivo de piada! Bom... É melhor eu notificar o ministério...

–E os dementadores? –Dumbledore perguntou. –Serão retirados da escola, eu espero.

–Ah, claro, eles terão que se retirar. Nunca pensei que tentariam executar o beijo em alunos inocentes... Completamente descontolado... Não, mandarei despachá-los de volta a Azkaban hoje a noite... Talvez devêssemos estudar a colocação de Dragões à entrada da escola...

–Hagrid iria gostar! –Dumbledore falou sorrindo.

Então os dois foram saindo da enfermaria e Madame Pomfrey correu para trancar a porta, resmungando aborrecida ela voltou para o seu pequeno escritório.

Antes que qualquer um de nós esboçasse alguma reação um gemido foi ouvido no final da sala, Rony levantou a cabeça com outro gemido e olhou ao redor sem saber onde estava.

–Que... Que aconteceu?- Ele gemeu. –Harry? Por que estamos aqui? Onde é que foi Sirius? Onde é que foi Lupin? Que está acontecendo?

–Acredite. Eu também quero saber! –Rose disse confusa.

Então Harry, Hermione e eu nos entreolhamos.

–Você explica! –Harry e eu dissemos para Hermione.

–--

PDV Nate

Quando acordei já era de manhã, havia um raio de sol bem no meu olho esquerdo e eu coloquei a mão em frente ao rosto, coloquei os cotovelos no chão e levantei a parte de cima do corpo, olhando ao redor... Espera aí! Por que eu estava numa floresta?

Então os acontecimentos da noite passada voltaram rápido, Sirius Black, Casa dos gritos e Lua cheia, levantei num pulo olhando ao redor, eu estava na floresta proibida.

–PAI!-Gritei.

Olhei ai redor procurando por ele, senti seu cheiro levemente e corri em direção a uma árvore grande, ele estava deitado entre as raízes que saiam do chão.

–Pai! Acorda, Lupin, está bem?

Puxei o corpo dele das raízes e ele gemeu, sorri aliviado, então ele abriu os olhos levemente e gemeu de novo fechando-os.

–E então? –Ele perguntou com a voz rouca de cansaço. –O que achou da sua primeira noite na floresta proibida como Lobisomem?

Eu não pude evitar rir.

–Agitada. –Respondi sorrindo. –Consegue lembrar-se de tudo?

Ele acenou que sim com a cabeça.

–Obrigada. –Falou por fim.

–Pelo que? –Perguntei confuso.

–Por não deixar que eu atacasse alguém.

Ele sorriu aliviado. Sorri de volta.

–Sempre que precisar, você é o meu pai... Quero que seja meu alfa.

Então Lupin ficou sério e levantou do chão, ficou sentado me encarando.

–Não fui eu quem te transformou. –Ele respondeu. –Além do mais sou um lobo solitário Nate.

Eu abaixei a cabeça confirmando tristemente, naquele momento a verdade queria sair da minha boca.

–Eu entendo. –Falei.

–Mas talvez nós possamos criar nossa própria matilha. Dois lobos desgarrados. –Ele disse com um tom de riso.

Levantei o rosto e ele sorria para mim.

–Sério? Você me quer na sua matilha? –Perguntei sorrindo grandemente.

Ele acenou que sim com a cabeça.

Levantei do chão onde estava sentado e fiz um sinal indicando que ele esperasse um segundo, corri para trás de uma árvore e... Comemorei! Dei soquinhos no ar, pulei e levantei os braços.

–O que você está fazendo? –Lupin perguntou com tom de riso.

Olhei para o lado e ele estava parado ao lado da árvore, me vendo comemorar. Abaixei os braços.

–Nada! –Falei rápido.

Ele soltou um risinho.

–Vamos Nate, Vamos voltar para o castelo. –Ele disse.

Então colocou a mão na árvore para se apoiar e foi andando lentamente na direção contrária. Corri em sua direção e coloquei o braço dele ao redor do meu ombro, Lupin sorriu para mim e aceitou a ajuda.

Fomos juntos para o castelo.

–--

Quando despontamos na Orla da floresta proibida Hagrid estava sentado nos degraus da sua cabana.

–Professor Lupin! –Ele veio até nós com uma expressão preocupada.

–Hum... Hagrid, será que você poderia chamar o diretor Dumbledore. – Pedi.

–Claro! Claro! –Ele disse. –Venham para a minha cabana, eu vou chamar o diretor.

–Não precisa, nós vamos para a enfermaria. –Falei.

–Não! –Ele falou de repente. –É melhor irem para a minha cabana.

Franzi o cenho.

–O que aconteceu Hagrid? –Lupin perguntou.

–Eu vou chamar o diretor Dumbledore. –Ele disse meio sem graça.

Eu olhei para o meu pai como se perguntasse o que ele acha, então ele acenou com a cabeça em direção a cabana e fomos para lá.

Quando Hagrid voltou Dumbledore vinha com ele e os dois não tinham uma cara muito legal.

–Diretor! –Cumprimentei.

–Bom dia senhor Kepner. –Dumbledore falou sério.

–Bom dia... Er, o que está acontecendo? –Perguntei.

Dumbledore apenas suspirou e apertou o espaço entre os olhos com os dedos.

–Eu sinto muito Remus, mas os alunos descobriram que você é um lobisomem.

–Como?! –Gritei.

Lupin ficou branco.

–Nate! –Lupin falou. –Eles descobriram sobre Nate?

–Não. –Dumbledore respondeu rapidamente.

Então eu o vi soltar a respiração como se tivesse a prendido de nervoso, ele estava preocupado comigo.

–Bom. –Ele disse. –Isso é bom.

–Como assim bom? Os alunos não vão querer ter aula com um lobisomem pai! –Falei sentindo os meus olhos arderem.

–Eu sei. –Ele respondeu. –Eu sabia que uma hora ou outra isso iria acontecer, meu grande medo era que eles descobrissem sobre você e Dumbledore tivesse que expulsá-lo.

–Me expulsar? –Senti meu sangue gelar.

Lupin se levantou e veio em minha direção colocando as mãos nos meus ombros.

–Fique tranquilo, isso não vai acontecer, comigo longe daqui ninguém vai desconfiar da sua natureza.

Minha mente raciocinou rápido.

–Como assim com você longe daqui? –Perguntei.

Ele apenas suspirou e virou para olhar Hagrid e Dumbledore que nos observavam em silêncio.

–Eu agradeço por tudo o que fez por mim Dumbledore. –Ele disse me abraçando de lado. –E por isso quero pedir minha demissão.

–--

PDV Lyra

Nós estávamos na beira do lago. Harry estava brincando com uma mecha do meu cabelo, enquanto Mione olhava para frente contemplativa e Rony arrancava algumas folhinhas da grama.

–Onde está Rose? –Rony perguntou.

–Com Gina. –Mione respondeu com um suspiro.

Todos nós estávamos um pouco cansados, com tudo o que houve recentemente, Madame Pomfrey nos deixou sair da enfermaria ao meio-dia e o castelo estava vazio graças a visita a Hogsmead, nenhum de nós sentiu vontade de ir.

Naquele momento uma sombra caiu sobre nós e viramos o rosto para trás juntos.

Era Hagrid, ele sorria grandemente e lágrimas saiam de seus olhos.

–Sei que não devia me sentir feliz depois do que aconteceu ontem a noite. -Ele disse. –Quero dizer, a nova fuga de Black e tudo mais, mas sabem de uma coisa?

–O que?! –Nós perguntamos juntos, fingindo curiosidade.

–Bicuço! Ele está livre! Fugiu! Passei a noite toda festejando!

–Que fantástico! –Hermione exclamou e lançou um olhar de censura para Rony que se segurava para não rir.

–Ah! Isso é ótimo Hagrid, talvez ele volte para você. –Falei sorrindo largamente.

–É... Não devo ter amarrado ele direito. –Hagrid respondeu. –Estive preocupado agora de manhã, vejam bem... Achei que ele podia ter topado com o professor Lupin, mas o professor disse que não comeu nada ontem a noite quando apareceu na minha cabana com Nate...

–Que?! –Eu e Harry falamos num pulo.

–Caramba, vocês não souberam? –Hagrid disse com seu sorriso se desfazendo. –Hum... Snape anunciou para os alunos da Sonserina hoje de manhã... Achei que, a essa altura, todo mundo já soubesse... O professor Lupin é um lobisomem sabe? E esteve solto pela propriedade ontem a noite. Ele está fazendo as malas agora, é claro. O pobre Nate está arrasado, sabiam que ele é filho do professor Lupin?

–Fazendo as malas? –Harry perguntou chocado.

–Mas por quê?! –Perguntei logo em seguida.

Hagrid nos olhou confuso, como se não esperasse que perguntássemos aquilo.

–Vai embora não é? –Ele respondeu. –Pediu demissão logo de manhã. Diz que não pode arriscar que isso aconteça de novo.

Harry e eu levantamos do chão ao mesmo tempo.

–Vou ver o professor Lupin. –Harry disse.

–E eu obviamente vou junto. –Falei.

–Mas ele se demitiu... -Rony disse.

–... Parece que não há nada que a gente possa fazer. –Mione completou.

–Não faz diferença, ainda continuo querendo ver o professor. –Harry disse.

–Além do mais, Nate deve estar com ele. –Eu disse.

Então seguimos para o castelo.

–--

Quando chegamos à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas o malão do professor estava aberto, a maioria de suas coisas já empacotadas e um tanque de Grindylow vazio.

O professor que estava de costas segurando alguns livros apenas virou em nossa direção e sorriu.

–Eu vi vocês chegando. –Ele disse apontando para o mapa do maroto aberto

Então Nate saiu de uma porta a esquerda trazendo mais livros.

–Oi Lyra, Harry. –Ele nos cumprimentou tristemente.

–Nate! Como você está? –Perguntei me aproximando dele e olhando seu estado.

Ele suspirou.

–Estou bem. –Ele disse.

–Acabamos de encontrar Hagrid. –Harry explicou olhando o professor. –Soubemos dele que o senhor pediu demissão. Não é verdade, é?

–Receio que seja. –Ele respondeu.

–O que?! –Exclamei. –Por quê?!

–O Ministério da Magia não está achando que o senhor ajudou Sirius, está? –Harry perguntou.

–Se o Ministério achasse isso ele já estaria em Azkaban, Harry. –Nate respondeu guardando os livros num segundo malão.

–O professor Dumbledore conseguiu convencer Fudge de que eu estava apenas tentando salvar vocês. –Lupin explicou. –Isso foi a gota d’água para Severo. Acho que a perda da Ordem de Merlin o deixou muito abalado. Então ele... Hm... Acidentalmente deixou escapar hoje, no café-da-manhã, que eu era lobisomem.

–Pff... Acidentalmente? –Nate falou irritado.

–O senhor não está indo embora só por isso! –Harry exclamou contrariado.

O professor Lupin sorriu enviesado. Então eu coloquei a mão no ombro de Harry para chamar a atenção dele para mim.

–A culpa não é dele Harry, são os outros bruxos. –Expliquei.

–Amanhã há essa hora vão começar a chegar as corujas dos pais. Eles não vão querer um lobisomem ensinando seus filhos. –Lupin complementou. –E depois de ontem a noite, eu entendo. Eu poderia ter mordido um de vocês, se não fosse o Nate... Isso não pode voltar a acontecer nunca mais.

Nate apenas fez um barulhinho contrariado com a garganta, encostou-se à parede a deslizou até ficar sentado no chão.

–Se eu fosse bom o bastante teria impedido o professor de falar alguma coisa e o senhor continuaria aqui. –Ele disse tristemente.

–E como você faria isso? –Lupin perguntou a Nate com um sorriso amável, como se estivesse tocado com a atitude dele.

–Eu não sei! –Nate respondeu desconsolado. –Só faria.

–O senhor é o melhor Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que já tivemos! –Harry disse. –Não vá embora!

O professor apenas balançou a cabeça e continuou a arrumar as malas.

Eu abri e fechei a boca tentando encontrar algo para dizer, tentando achar uma solução milagrosa que pudesse ajuda-lo, mas não conseguia pensar em nada.

–Pelo que o diretor me contou hoje de manhã, vocês salvaram muitas vidas ontem a noite Harry. E se tem uma coisa do que me orgulho nesse ano foi do quanto vocês aprenderam comigo... Conte-me sobre o seu Patrono.

–Como é que o senhor soube? –Harry perguntou chocado.

–Quem mais poderia ter afugentado os dementadores? –Lupin disse sorrindo.

Então Harry começou a contar tudo o que aconteceu, com interrupções minhas para comentários de como aconteceu cada coisa, Nate ouvia tudo calado, ele também não sabia de muito o que houve ontem a noite.

Quando terminamos o relato o professor voltara a sorrir.

–É, seu pai se transformava sempre em um cervo. Você acertou... É por isso que o chamávamos de Pontas. E parabéns Lyra, pelo seu Patrono.

–Obrigada. –Falei meio sem graça.

–Um pássaro? –Ele perguntou.

–Na verdade uma Fênix. –Falei.

–Uma Fênix? –Ele pareceu um pouco surpreso. –Como Dumbledore?

Dei de ombros.

–Coincidência. –Falei o mais convincente que pude.

Então Lupin virou para fechar o malão, fechar as gavetas e virou-se para nós.

–Tome, eu a peguei ontem à noite na casa dos gritos. –Ele falou entregando a capa a Harry. –E... –Então ele hesitou, virou-se para mim e entregou o mapa. –Como Harry tem a capa eu achei justo que você ficasse com o mapa. Não sou mais seu professor por isso não me sinto culpado em devolver. Não serve para mim e me arrisco a dizer que você, Harry, Rony, Mione e Nate vão encontrar utilidade para o mapa.

Peguei o mapa e sorri.

Ah, sim, eu com certeza acharia utilidade para aquele mapa.

–O senhor disse que Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas tinham querido me atrair para fora da escola... –Harry falou. –O senhor disse que eles teriam achado graça.

–E teríamos! –Lupin respondeu. –Não tenho dúvida de que James teria ficado muitíssimo desapontado se o filho dele jamais descobrisse sobre as passagens secretas para fora do castelo.

Então uma batida na porta pôde ser ouvida, Harry guardou a capa nas vestes e eu coloquei o mapa no bolso rapidamente.

Era o professor Dumbledore.

–Sua carruagem já está lá fora Remus. –Ele disse.

–Obrigado diretor. –Ele agradeceu.

Então ele pegou o malão e o tanque de Gringylow vazio

–Bom... Adeus Harry, Lyra. –Ele falou. – Foi realmente um prazer ter sido professor de vocês. Tenho certeza que voltaremos a nos encontrar. Diretor, não precisa me acompanhar até o portão, posso me arranjar...

–Adeus, então, Remus. –Dumbledore falou sério.

Eu sabia que ele estava um pouco decepcionado pelo fato de Lupin, meu pai, o pai de Harry e Pettigrew terem enganado ele por tanto tempo, mas sabia também que ele já tinha perdoado... Esse era Dumbledore. Lupin afastou o tanque levemente para poder apertar a mão do diretor.

–Nate? –Lupin chamou.

Nate levantou o olhar para o pai, levantou do chão e o seguiu para fora. Então com um último aceno e um sorriso pequeno o professor saiu da sala.

Eu apenas suspirei, Harry se jogou na cadeira olhando para o chão tristemente.

–É uma pena que o jovem Kepner tenha que se separar do pai tão cedo, daqui que os dois possam se ver novamente vai demorar muito, principalmente quando Remus não tem emprego e nem lugar para morar. –Dumbledore falou olhando sugestivo para mim.

Franzi o cenho, confusa, então a ideia pareceu pipocar na minha cabeça.

É claro!

Um sorriso se espalhou pelo meu rosto.

–O senhor é extremamente manipulador, velho. –Eu disse e virei para o meu amigo. –Te vejo mais tarde Harry.

Então saí correndo da sala e deixei Harry e Dumbledore sozinhos, fui em direção ao portão do colégio, mas encontrei Nate na metade do caminho, ele subia os degraus para o segundo andar.

–Onde está seu pai?-Perguntei.

–Ele foi embora, eu não sei se aguento o ver partir, então me despedi no saguão. –Ele disse tristemente.

–Obrigada.

Então eu saí correndo de novo, saí do castelo para os jardins da frente, o professor ia devagar carregando sua mala velha em direção a carruagem.

–PROFESSOR! –Gritei correndo.

Ele virou o olhar para mim e sorriu.

–Não sou mais seu professor Lyra. –Ele disse quando parei em sua frente.

Eu sorri respirando ofegante.

–Sempre... Sempre vai... Ser. –Falei recuperando o fôlego.

Ele apenas balançou a cabeça tentando conter o sorriso.

–Eu queria falar com o senhor. –Disse.

–Então fale. –Ele respondeu.

Eu me aproximei dele e sussurrei.

–Eu sei o lugar onde Sirius está. –Falei.

Então Lupin me puxou para o lado e se aproximou mais de mim.

–Como assim você sabe? –Ele perguntou. –Onde ele está?

–Ele está no mesmo lugar para onde o senhor vai quando sair daqui... A minha casa.

Lupin ficou rígido.

–Ele está na sua casa?

–Sim! É o último lugar que qualquer pessoa pensaria em procurar, ele está lá como o cachorro da minha mãe, quando sair daqui o senhor vai até minha casa, estamos precisando de um caseiro, entende? Vá para lá e se candidate para o emprego. Quando voltarmos para casa vamos explicar tudo para nossas mães.

–Lyra! Eu não posso ficar com a sua família, eu sou um...

–Lobisomem, eu sei! –O interrompi. –Eu também já resolvi isso. Nas noites de lua cheia eu levo o Nate para um celeiro perto de um campo de grama na fazenda do vizinho, eu o prendo com correntes, Sirius já me viu fazendo isso, ele pode amarrar o senhor.

–Mas são três mulheres morand... –Cortei de novo.

–Não tem discussão, quando chegar lá a minha mãe já vai saber que eu o mandei e vai ajuda-lo, tem um quartinho atrás da nossa casa onde o senhor pode ficar se não quiser ficar dentro de casa com três mulheres. Eu pensei em tudo professor, o senhor não tem outra opção.

O professor abriu e fechou a boca algumas vezes e não conseguiu encontrar um argumento bom o bastante.

–Eu não posso. –Falou por fim.

Bufei irritada.

–Remus John Lupin, eu espero, sinceramente, que o senhor esteja na minha casa quando eu sair do colégio para as férias. Vou mandar uma coruja para minha mãe agora mesmo, ela vai ficar esperando que o senhor apareça, não vai deixar uma dama esperando, vai? Então, vejo o senhor logo.

Então virei as costas e fui voltando para o castelo.

–Lyra! –O professor gritou torturado.

–Minha opinião não mudou professor, até lá.

Então eu corri. Quando voltei a olhar para trás o professor já tinha entrado na carruagem e ela começava a se mover.


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforçinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
Câmbio e desligo