Leiam as notas iniciais, por favor? Valeu!

PDV Rose

Lyra não pareceu aceitar muito bem a decisão sobre o caso de bicuço por que ela saiu correndo até o salão comunal da grifinória depois que recebeu a notícia.

-Lyra! Espere! –Gritei indo atrás dela.

Corri o mais rápido que pude e encontrei Lyra entrando no salão comunal.

-Cadê? Cadê? –Ela sussurrava olhando ao redor então parou seu olhar. –HERMIONE!

Olhei naquela direção, Hermione, Ron, Harry e Nate estavam reunidos ali.

-É verdade mesmo? –Lyra perguntou.

Hermione olhou para ela a acenou que sim entregando um papelzinho. Lyra pegou meio trêmula e não demorou muito para que ela começasse a chorar.

-Não! Como isso aconteceu? –Ela perguntou inconformada.

Olhei para Nate enquanto Hermione explicava tudo, eu já tinha ouvido tudo aquilo, de como o pai do Malfoy deve ter intimidado a comissão e acabou ganhando a causa.

-Não consigo ver nenhuma esperança... Nada vai mudar lá. –Hermione falou tristemente.

-Vai sim! –Rony falou com ferocidade. –Você e Lyra não vão ter que fazer sozinhas o trabalho todo outra vez, Mione. Eu vou ajudar.

Todos pararam surpresos para olhar o ruivo e não pude deixar de sorrir com a sua determinação.

-Ah Rony! –Hermione exclamou chorosa e se jogou nos braços do garoto.

Revirei os olhos. Ela estava exagerando.

Rony tinha uma cara de terror e tentava consolar a garota sem jeito, não parecia ter muito jeito com isso.

-Está bem Hermione, vem aqui. –Falei calma.

Fui até os dois e separei a garota do ruivo deixando que ela chorasse no meu colo, em momentos como esse somente garotas entendiam outras garotas. Rony pareceu muito aliviado que a garota o soltou.

-Eu sinto muito, muito mesmo pelo seu rato Ron... –Mione falou para ele.

-Ah... Bem... Ele estava velho. –Rony disse meio vermelho. –E estava ficando meio velho, nunca se sabe. Talvez Papai e Mamãe me comprem uma coruja agora.

Nate, Harry, Lyra e eu sorrimos com a reconciliação dos amigos, nem eu aguentava mais eles dois brigando.

-Vai ficar tudo bem gente. –Falei baixinho para que somente nós pudéssemos ouvir.

Nate se aproximou de Lyra e abraçou a morena pela cintura deixando que ela se consolasse com seu ombro, Harry se aproximou de mim e fez carinho na cabeça da castanha ao meu lado.

É... Tudo iria ficar bem. Eu espero.

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PDV Nate

Eu não podia acreditar que Hagrid perdeu. Lyra e Hermione estavam inconsoláveis e na manhã seguinte nós cinco seguimos para a aula de Trato de Criaturas Mágicas que era o único momento em que poderíamos conversar com Hagrid.

-A culpa foi toda minha! –Hagrid chorava. –Me atrapalhei para falar. Eles estavam sentados lá, vestidos de preto, e eu só sabia deixar cair minhas anotações e esquecer as datas que você me falou Mione. E então Lucius Malfoy levantou e eles fizeram exatamente o que ele disse...

Encolhi os ombros e suspirei tristemente, não podia culpar Hagrid por estar nervoso, acho que até eu ficaria nessa situação.

-Ainda tem o recurso. –Rony tentou. – Não desista ainda, estamos trabalhando nisso!

Todos estavam voltando ao castelo e Malfoy mais na frente ria e conversava com Crabbe e Goyle, olhando sempre para trás com um ar debochado.

-Não adianta Rony. –Hagrid disse num tom de cortar o coração. –Aquela comissão faz tudo o que Lucius manda.

-Hagrid... –Lyra chamou baixinho fazendo todo mundo virar o olhar em sua direção.

Ela estava com a mão no ombro onde Bicuço a tinha machucado.

-O que foi Lyra? –Perguntei.

Ela olhou para Hagrid com o cenho franzido e uma expressão de culpa.

-Ele usou meu ferimento no ombro como argumento de que bicuço era perigoso, não usou?

Todos esperaram a resposta do gigante que acenou afirmativamente com a cabeça.

-Não foi sua culpa Lyra, você só quis ajudar. Eu só vou tomar providências para que os últimos dias de bicucinho sejam os mais felizes da vida dele. Devo isso a ele...

Então ele colocou o lenço em frente ao rosto assoando o nariz e fvoltou correndo em direção a cabana.

-Olhe só ele chorando feito um bebezão! –Malfoy falou com a voz arrastada e riu com escárnio acompanhado de Crabbe e Goyle. –Vocês já viram coisa mais patética? E dizem que ele é o nosso professor.

Não pude evitar um rosnado de raiva, minha visão ficou vermelha e tudo o que eu queria era avançar no loiro e quebrar o pescoço dele como se fosse um palito de dente.

Mas Hermione chegou primeiro.

PAF!

Ela deu uma tapa na cara do Malfoy com toda a força que conseguiu reunir, o loiro cambaleou.

Harry, Rony, Crabbe, Goyle, Lyra e eu ficamos parados, estupefatos, enquanto Hermione voltava a levantar a mão.

-Não se atreva a chamar Hagrid de patético, seu sujo... Seu perverso...

-Mione! –Chamei com a voz fraca vendo que ela levantava a mão novamente e tentei segurar sua mão.

-Me solta Nate! –Ela falou irritada e puxou a varinha.

Malfoy recuou, Crabbe e Goyle olhavam abobados para tudo esperando instruções do loiro.

-Vamos. –Malfoy falou. E num Instante os três sumiram no corredor que dava para as masmorras.

-Mione! –exclamei novamente, surpreso.

-Isso foi... –Lyra começou.

-Brilhante! –Rony completou.

-Harry, eu acho bom você dar uma surra nele na final de quadribol! –Mione falou com a voz esganiçada. – Acho bom dar, por que não vou suportar ver a Sonserina vencer.

Lyra olhou para mim e eu olhei para ela, rimos alto ao mesmo tempo, fui em direção a Mione e antes que ela percebesse o que eu queria dei um beijo em sua bochecha.

-Incrível! –Falei rindo.

-Temos aula de Feitiço agora, vamos! –Rony exclamou e todos fomos juntos.

Notei Lyra e Hermione conversando um pouco atrás.

-Te vejo daqui a pouco. –Lyra disse sorrindo.

Mas quando olhei para trás somente Lyra estava vindo.

-Onde está Hermione? –Perguntei.

-Vai nos encontrar na sala. –Lyra falou.

Acabamos chegando tarde na aula de feitiços. Hoje aprendemos como fazer feitiços para animar, daquela aula todo mundo saiu sorrindo, mas notei que Lyra ficava olhando sempre para a porta e eu sabia o motivo.

Hermione não havia aparecido na aula de Feitiços.

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PDV Lyra

Quando me despedi de Hermione no corredor ela disse claramente “Provavelmente vou aparecer por aquele corredor voltando da aula de Estudo dos Trouxas, então até logo”.

Então por que infernos a garota não apareceu na aula de feitiços e nem no almoço?!

-Você acha que Draco fez alguma coisa a ela? –Ron perguntou depois do almoço quando seguíamos para a Torre da Grifinória.

Fiquei quieta na minha. Desconfiava a motivo dela não ter aparecido, mas somente falando com ela poderia tirar a prova, então quando entramos pelo buraco do retrato encontramos Hermione num sono profundo com a cara no livro de Aritmancia.

Nate foi para a cadeira em frente a dela, Ron de um lado e Harry do outro. Permaneci em pé. Cutuquei-a de lado e a garota deu um pulo acordando assustada e olhando para os lados.

-Ó!... O quê? –Ela olhou para nós confusa. –Já está na hora de ir?

-Depende... –Falei sarcástica. –Que hora você está falando?

Ela franziu o cenho, confusa.

-Ó! Que aula nós temos agora? –Ela perguntou.

-Você eu não sei, mas eu tenho Aritmancia. –respondi.

-Tenho adivinhação. –Harry disse. –Mas só daqui a vinte minutos. Por que você não foi para a aula de feitiços?

-Quê?! –Hermione guinchou. –Ah não, me esqueci de ir à aula de feitiços!

-Mas como é que você pode esquecer? –Harry perguntou surpreso.

-Eu vi você conversando com a Lyra pouco antes de eu entrar, bem atrás de mim. –Nate falou desconfiado.

-Eu não acredito! –Hermione falou aborrecida, sem responder nenhuma das perguntas. –O professor Flitwick ficou aborrecido?

-Provavelmente foi por causa do Malfoy! –Falei tentando ajuda-la. –Ela devia estar pensando nele e se atrapalhou.

-Sabe de uma coisa Mione? –Rony falou olhando o livro de Aritmancia. –Acho que você está sofrendo um colapso mental, está tentando fazer coisas demais.

-Não estou não.

-É... –Concordei. –Isso tudo é problema de tempo.

Olhei sugestivamente sabendo que Mione entenderia o que eu estava falando. Ela bufou e começou a procurar a mochila com um ar de desamparo.

-Foi só um engano! É melhor eu procurar o professor Flitwick e pedir desculpas... vejo vocês na aula de adivinhação, Harry!

Nate olhou para a garota com o cenho franzido, eu sabia o que ele estava pensando, agora nós tínhamos aula de Aritmancia no mesmo horário de adivinhação e Hermione fazia as duas aulas.

-Mas Hermione e a au... Ai! –Ele grunhiu dolorido quando dei um chute em sua canela. –Por que você bateu em mim?

Hermione me olhou assustada, ela sabia o que Nate ia perguntar. Harry e Rony me olhavam confusos.

-Por que... –Olhei para todos, Hermione me olhava ansiosa. –Por que... Por que você estava dando encima da minha prima nas férias! Você pensa que eu não notei? Ela é quase como se fosse sua irmã também, isso é incesto! Que coisa feia Nathaniel.

-O que? –Ela me olhou confuso.

-Humpf!

Então virei às costas e saí andando com Hermione atrás de mim.

-Obrigada! –Ela disse e saiu em direção à sala do professor Flitwick.

Fui para a minha sala de Aritmancia, não demorou a Nate aparecer, a sala ainda não estava cheia e ele sentou ao meu lado.

-Aquilo doeu. –Ele choramingou. –E não fez sentido algum, nunca dei em cima da Karina.

-Eu sei, só precisava de uma desculpa. –Dei de ombros.

-A maior questão é: Por que você precisava de uma desculpa? É por causa do fato da Hermione conseguir frequentar duas aulas ao mesmo tempo e eu não saber como?

Olhei surpresa para ela e depois suspirei.

-Você notou não é?

-Tem como não notar? Ela está constantemente cansada por causa disso. Você sabe por que, mas decidiu não me contar, acredito que tenha algum motivo para isso e fico na minha. Só cuide dela ok? Dá para ver que isso está consumindo ela. –Ele falou com um tom levemente preocupado.

Nesse momento Hermione entrou na sala com a professora logo em seguida, ela sentou numa das cadeiras da frente.

-Estou tentando cuidar dela. –Respondi baixinho sabendo que ele ouviria. –Só espero que ela deixe-me fazer isso.

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As férias de páscoa chegaram, mas nem pareciam férias, com as provas chegando todo mundo estava cada dia mais nervoso, Hermione estava quase em colapso de tanta coisa para estudar, Nate decidiu então ajuda-la e volta e meia eles eram vistos juntos com livros grossos e fazendo perguntas um ao outro. Rony tomou para si a responsabilidade do caso de bicuço, então quando não estava estudando lia livros sobre psicologia dos hipogrifos. Já Harry teve que dividir seu tempo entre estudos e táticas de quadribol com Olívio, o capitão não o deixava em paz.

Eu... Eu estava mais complicada que todo mundo. Estou começando a pensar em pedir emprestado o vira-tempo de Hermione, por que estava tentando ajudar Rony com o caso de Bicuço, Nate e Hermione a estudar, criar jogadas de quadribol com Angelina e Katie, além de visitar Dumbledore para que ele me ensinasse sobre Fênix e magia... Tudo isso ao mesmo tempo, sem esquecer-me de estudar para os testes, é claro.

Desejem-me sorte.

Falando em quadribol, o jogo da final estava chegando e a atmosfera do castelo não poderia estar mais carregada. Grifinória não ganhava a taça desde que Carlinhos Weasley, o segundo irmão mais velho do Ron, saiu do colégio, sem falar da óbvia briga do Harry contra o Draco, o que deixava tudo mais intenso.

Quando as férias terminaram a coisa ficou pior! A tensão entre os times e suas respectivas casas ficou mais forte, pequenas discussões irrompiam pelos corredores o que acabou com um aluno da Sonserina e uma Grifinória fossem parar na enfermaria com alhospóros saindo dos ouvidos. Eu sei, é nojento!

Mas acho que o pior de tudo ainda era para Harry, ele não poderia andar pelo colégio sem que algum aluno da sonserina colocasse o pé para ele tropeçar e de preferência bater a cabeça e ficar na ala hospitalar por uma semana. Por causa disso Olívio falou para toda a Grifinória que não deixassem Harry sozinho, então o garoto era visto com pelo menos três grifinórios onde ele fosse. O coitado estava começando a ficar irritado com isso, acho que a única coisa que o impediu de explodir foi a Rose que foi uma das que sempre estava com ele.

Na véspera do jogo ninguém conseguia fazer suas tarefas direito.

-Não consigo estudar, estou nervosa demais! –Hermione falou para Nate, Ron e eu segurando um livro de Estudo dos Trouxas.

O pessoal estava bastante nervoso, confesso que até eu estava nervosa, Fred e Jorge enfrentavam a pressão agindo com mais exuberância e barulho que de costume Olívio ficou num canto da sala com uma maquete do campo de quadribol e mexendo alguns bonequinhos com a varinha, Harry estava sentado conversando com Ron, Mione e Nate, Angelina e Kate riam das piadas dos gêmeos. Já eu estava deitada em um sofá e Rose fazia carinho nos meus cabelos.

-Você vai vencê-los, não é Lyra? –Gina que estava sentada no chão perto de mim perguntou.

-Vou sim... Eu espero. –Gemi assustada.

-Não piore as coisas Gina. –Rose ralhou com a amiga. –Ela está nervosa, todos estão.

-Desculpe. –A ruiva falou arrependida e fez uma careta.

-Time! –Olívio gritou. –Cama!

Sorri para vermelha e sua amiga... Ruiva. Vermelha e Ruiva... Ri da minha idiotice. Pelo jeito estava mais nervosa do que eu pensava.

Quando caí na cama foi para desmaiar de sono, tive a impressão de que dormi apenas vinte minutos quando Hermione me acordou.

-Vamos Lyra, já são sete e meia e você tem que comer para jogar direito. –Ela falou me puxando pelo pé.

-É isso mesmo trombadinha, você tem que vencer pela nossa casa. –Ouvi Lilá mugir.

-Vai para o inferno, sua vaca! –Falei.

Ouvi-a bufar e a porta do quarto bater.

-Levanta Lyra! –Hermione gritou.

-Ok, ok, já estou levantando.

Encontrei o time antes de sair do salão comunal, mas quando entramos no salão principal para o café-da-manhã foi uma algazarra. Sob uma tempestade de aplausos nós sentamo-nos à mesa, fiquei surpresa de ver até as mesas da Lufa-Lufa e Corvinal nos aplaudirem. É claro que a Sonserina nos vaiou, mas ignorei esse fato.

Olívio passou a refeição inteira insistindo para que todos comessem, mas notei que ele não colocou nada na boca, nem um gole de suco. Depois tirou o time do salão principal para o campo, para termos ideia das condições de tempo. Quando saímos recebemos novos aplausos.

-Anderson! –Ouvi alguém me chamar.

Olhei para trás e vi a última pessoa que esperava que me chamasse. Fiquei para trás esperando que ele se aproximasse.

Franzi o cenho.

-Digory? –O olhei confusa.

Ele sorriu. Uma coisa eu não posso negar, aquele garoto é maravilhoso.

-Eu só queria te desejar boa sorte! –Ele falou um pouco constrangido.

-Obrigada. –Falei sorrindo.

-Então... Eu gostaria de te dar... Uma coisa. –Ele falou.

-Me dar? –Arqueei a sobrancelha.

Ele colocou a mão no bolso e tirou um broche em forma de águia, o símbolo da Corvinal.

-É uma espécie de amuleto da sorte... Meu amuleto da sorte. Espero que te dê sorte também.

Olhei para o broche e para o rosto dele.

-Isso é muito gentil da sua parte. –Falei suavemente.

-Posso?-Ele perguntou indicando minha blusa.

Acenei que sim, ele se aproximou e colocou o broche na minha roupa.

-Obrigada. –Falei sincera.

-Vença aquelas cobras! –Ele disse com um brilho no olhar.

-Ah... Eu vou. Estou com sorte, vê? –Apontei para o broche.

Fui atrás do meu time, o pessoal estava junto com Olívio.

-O que o Digory queria? –Fred e Jorge perguntaram juntos.

Olhei de um para o outro.

-Me desejar sorte. –Respondi dando de ombros.

-Claro. –Jorge disse desconfiado.

-Sei... –Fred olhou para o castelo também desconfiado.

Então as portas do castelo se abriram e os alunos começaram a vir em direção ao campo.

-Vestiário! –Olívio falou nervoso.

E nós fomos com ele, o momento decisivo estava chegando e parecia sufocar todos nós.