PDV Rose

Dizer que o clima estava tenso era pouco.

A situação estava tão complicada que eu conseguiria cortar o desconforto com uma faca de tão denso.

-Ah... Hermione...? –Nate chamou.

-O que foi?! –Ela perguntou entredentes.

-Nada não.

Estávamos na mesa do salão principal era hora do almoço e Hermione e Rony estavam meio (completamente) irritados um com o outro. Rony reclamava de Hermione nunca ter levado a sério seus avisos sobre Bichento querer matar o Perebas e Hermione continuava a agir como se o gato fosse inocente.

-Vamos Rony, você vivia dizendo que perebas era chato. –Um dos gêmeos falou, acho que era o Fred. –E o seu rato estava doente a séculos, estava definhando. Provavelmente foi melhor para ele morrer depressa, de uma engolida, provavelmente nem sofreu.

-Fred! –Gina exclamou chocada.

Percebi Lyra bater na própria testa pela visão periférica.

-Fred você é um gênio consolando as pessoas. –Lyra disse sarcástica.

-Obrigado. –Fred respondeu sem se abalar.

-Ele só fazia comer e dormir, Rony, você mesmo dizia. –Jorge disse, ele parecia partilhar da mesma opinião do irmão.

Que sofrer por aquele rato era perda de tempo. Eu também concordo.

-Ele mordeu Goyle para nos defender uma vez, lembra Harry? –Rony falou infeliz.

-É, é verdade. –Meu irmão falou concordando.

-Foi o ponto alto da vida dele. –Fred disse tentando se manter sério, sem sucesso. –Que a cicatriz no dedo de Goyle seja uma homenagem eterna a memória de perebas. Ah, sai dessa Rony, vai até Hogsmead e compra um rato novo. Que adianta ficar se lamentando?

Logo depois do almoço Harry veio até mim.

-Eu acho que vou levar Rony para dar uma volta com a Firebolt, pelo menos assim ele esquece um pouco essa história do Perebas. –Ele falou.

-Você também acha que ele está exagerando, confessa! –Comentei.

-Ele é meu amigo. –Ele falou dando de ombros.

Tradução: É óbvio que ele está exagerando, mas vou ficar ao lado do cara.

-Ok então, eu te vejo mais tarde no salão comunal, tenho aula de poções agora. –Falei.

-Tudo bem.

Dei um beijo na bochecha dele e saí atrás de Gina. A encontrei no corredor do primeiro andar, ela conversava com uma garota da Lufa-lufa, mas assim que a menina me viu ficou extremamente vermelha e se despediu de Gina.

-O que foi isso? –Perguntei confusa.

Gina que estava de costas para mim deu um pulo assustada.

-Rose! –Ela exclamou.

Arqueei a sobrancelha e a encarei.

-Ok, o que aconteceu? –Perguntei.

-Nada, por que você acha que aconteceu alguma coisa? –Gina desconversou começando a ficar vermelha.

-Deve ser por que a garota fugiu quando percebeu que eu estava vindo. Ou por que você ficou assustada. Não sei, estou tentando escolher um dos dois. –Falei sarcástica.

Gina fez uma careta e suspirou.

-Ok, é o seguinte... –Esperei ela terminar. –Está rolando um boato aí na escola de que Malfoy está pegando a sua irmã.

-O QUE?!

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PDV Lyra

Nós estávamos todos treinando no campo de Quadribol, a Madame Hooch estava ali para supervisionar o jogo, ou seja, vigiar Harry e eu. Ela ficou tão animada quando viu a Firebolt, assim como todos os outros alunos.

-Harry acabei de descobrir quem vai ser o apanhador da Corvinal. É a Cho Chang: Uma garota do quarto ano e muito boa... Para ser sincero eu tinha esperanças de que ela não tivesse voltado a forma, ela teve alguns problemas com contusões. –Olívio falou fazendo uma careta.

-Que feio Olívio! –Comentei como uma mãe que dá uma bronca. Fred e Jorge caíram na gargahada.

-Por outro lado ela monta uma Comet 260, que vai parecer uma piada perto da Firebolt... –Olíveio continuou ignorando meu comentário e olhou fervorosamente para a vassoura de Harry. –Muito bem pessoal, vamos...

Quando Harry subiu na vassoura... Cara eu não consegui vê-lo, ele se tornou uma borrão vermelho e dourado, o senti passando ao meu lado e soltei um gritinho, depois uma risada animada.

-Essa vassoura é incrível. –Comentei para mim mesma.

-Vamos Lyra, vem treinar! –Angelina me chamou jogando a Goles em minha direção.

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O treino foi incrível!

Quando descemos das vassouras naquele final de tarde Olívio sorria de orelha e orelha.

-Não vejo o que é que vai nos deter amanhã! –Ele falou animado. –A não ser que... Harry, você resolveu o seu problema com dementador, não resolveu?

-Resolvi. –Harry disse, mas percebi que ele hesitou.

-Tudo bem Harry, eu vou estar com você! –Falei.

-Os dementadores não vão aparecer outra vez Olívio. –Fred comentou. –Dumbledore explodiria.

-Bem, esperamos que não. –Olívio falou. –Em todo caso... Bom trabalho pessoal... Vamos voltar para a Torre, dormir cedo...

-Eu vou ficar mais um pouco, Rony quer dar uma volta de Firebolt. –Harry falou.

-Eu quero ver isso. –Falei sorrindo.

Nós dois fomos em direção a Rony que estava nas arquibancadas, Madame Hooch cohilava num dos bancos.

-Manda ver! –Harry disse entregando a vassoura para Ron.

O garoto sorriu largamente, subiu na vassoura e saiu voando pelo crepúsculo.

-Vamos sentar um pouco, estou cansada. –Falei para Harry.

Nós ficamos sentados na primeira fileira da arquibancada.

-Colar bonito. –Harry disse apontando para o colar que eu usava.

Fiquei rígida.

Era o colar com pingente de cachorro/lobo, toquei o objeto inconscientemente.

-Ganhei de presente de um parente. –Falei simples.

O que não deixa de ser mentira, a questão é: Por que eu ainda uso?

Bem... Parei de tentar descobrir minhas razões depois de um tempo e simplesmente uso. Harry estava olhando para Rony, pensativo.

-Você acha que bichento comeu mesmo perebas? –Ele perguntou de repente.

-Não faço a mínima ideia Harry, mas você sabe qual a minha opinião, eu odeio ratos! –Dei de ombros. –Mas e você?

-Acho que ele comeu, estava numa perseguição maluca por aquele rato. Bichento estava obcecado!

Fiquei parada por um segundo analisando a expressão de Harry e comecei a gargalhar.

-Falou o psicólogo de animais! –Falei.

Harry riu junto comigo. Mas então ele franziu o cenho.

-Olha aquele não é o seu furão? – Ele apontou para o lado contrário da arquibancada.

Eu vi um borrão marrom pular para o campo e sair.

-É sim. –Falei surpresa. –Vou ver o que ele está aprontando.

-Quer que eu vá junto? –Harry perguntou.

-Não, fique aí com Rony, acho que vou direto para o castelo.

-Ok.

Desci as arquibancadas e segui para fora do campo correndo, subi o prado de grama e lá estava Minam e Bichento correndo pela grama.

-Ah, que bonito. –Comentei para mim mesma.

Os dois correram em direção aonde aconteceu a primeira aula do Hagrid, aquela com os hipogrifos, fui atrás para saber aonde iriam, mas quando o picadeiro apareceu totalmente o meu queixo caiu.

Na orla da floresta havia uma coisa escura e peluda, andava de um lado para o outro. Eu sabia que conhecia aquela silhueta e as minhas dúvidas só se confirmaram quando ouvi um latido animado.

-Maroto? –Exclamei chocada.

Vi Bichento e Minam correrem em direção a ele e os três entrarem na floresta.

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Voltei para o castelo antes dos garotos, fui diretamente para a torre da Grifinória, notei que por onde eu andava as pessoas ficavam apontando e fazendo fofoquinhas.

-O que inferno está acontecendo aqui?! –Me perguntei confusa.

Entrei no salão comunal e ali a coisa não estava diferente, só que dessa vez estava pior.

-Lyra! –Ouvi a voz dos gêmeos de chamar.

Parei e olhei para eles que vinham em minha direção.

-Gente, o que está acontecendo? Por que todo mundo está olhando para mim? –Perguntei.

Os dois se olharam e suspiraram aliviados.

-Então não é verdade! –Fred falou.

-O que não é verdade? –Perguntei.

-Er... Lyra... –Jorge parecia encabulado.

-Lyra que história é essa entre você e o Malfoy?! –Rose perguntou aparecendo na minha frente, ela estava com Gina.

-Eu e Malfoy?! –Gritei chocada.

-Está todo mundo comentando que você e Malfoy estão se pegando. –Rose disse colocando a mão na cintura.

Fiquei rígida. Como assim eu to pegando o Malfoy?!

-Lyra? –Fred chamou.

Não respondi. Estava chocada demais. Baixei o rosto.

-Quem inventou essa história? –Perguntei sombria.

Gina deu um passo para trás assustada.

-Er... Não sei, só ouvi o pessoal das outras casas comentando. –Ela explicou.

-Todas as outras casas estão comentando?

Rose, Gina, Fred e Jorge acenaram que sim.

-É hoje que aquelas miniaturas mal feitas de Rita Skeeter vão morrer. –Rangi os dentes.

-De quem você está falando? –Rose perguntou. –Você sabe quem criou esse boato?

Virei às costas e olhei ao redor, elas não estavam por ali, fui até o quarto que dividimos, mas elas também não estavam, desci de novo para o salão comunal. Gina estava explicando o que aconteceu para Nate e Mione que haviam acabado de chegar.

-Lyra o que está acontecendo? –Rose perguntou.

-Foi aquela desgraçada! Aquela galinha! –Gritei irritada.

-Quem? –Nate perguntou.

-Lilá!

Naquele momento a porta do salão comunal se abre e entra justamente quem eu mais queria ver, todo o salão comunal que estava de olho na minha gritaria se calou de repente, Lilá entrou e olhou ao redor, confusa.

-O que está acontecendo? –Ela perguntou.

A raiva subiu, a única coisa que eu queria agora era minhas mãos no pescoço daquela vadia.

-Eu vou te matar! –Falei fria.

Corri em sua direção, a garota pareceu chocada por um segundo, mas logo depois se colocou a correr para trás de uma poltrona que havia ali.

-Alguém segura essa maluca! –Ela gritou com a voz esganiçada.

-Maluca é a sua madrinha. –Gritei de volta.

-Briga! Briga! Briga! Briga! –O salão comunal começou a gritar.

Peguei minha sapatilha e joguei nas costas dela. O salão inteiro estava surpreso demais para fazer alguma coisa. Consegui alcançá-la e a puxei pelos cabelos.

-Ai, ai, ai, ai. -Ela reclamou.

-Quem mandou você inventar que eu e Malfoy estamos juntos?! –Reclamei.

Dei uma bela tapa bem no meio da cara dela, a garota ficou com tanta raiva que veio para cima de mim feito um gato, segurei os braços dela longe de mim e prendi seus braços atrás das costas.

-Lyra! –Hermione gritou chocada.

Nate veio em minha direção e me segurou pela cintura jogando-me no seu ombro.

-Me solta Nate que eu vou matar essa infeliz!

-Tenha calma Lyra! –Nate gritou.

-Bate nela! –Os gêmeos gritaram ao mesmo tempo.

-O que foi querida? Acha que seu namoradinho vai reclamar por que descobriram seu romance? –Lilá falou irônica.

Vi tudo vermelho.

-VAI PARA O INFERNO! –Gritei.

Dei um chute na barriga de Nate que me soltou gemendo de dor, corri de novo em sua direção, dei outra tapa na cara dela que deu um gritinho assustado e veio em minha direção me puxando pelos cabelos.

Mas a diferença entre eu e Lilá é que eu não brigo como mulher.

Desci um soco na cara da vadia, ela ficou puta da vida e passou as unhas no meu rosto, senti alguém me puxar pela cintura e me levar para longe dela.

-Me solta! –Gritei.

Notei que era Harry quem estava me segurando.

-O que está acontecendo? –Ele perguntou.

Olhei para frente e Rony segurava Lilá pela cintura que tentava se soltar para vir me pegar.

-Essa vaca inventou que eu e Malfoy estamos tendo um caso. –Gritei.

-Eu só falei o que eu vi queridinha! Você estava em cima de Draco ontem a noite.

Todo o salão comunal fez uuuhhhhh

-Ah, por favor, eu trombei com o Draco e caí em cima dele e agora nós somos namorados? Que porra é essa?! Se ele espirar na minha cara eu vou ter um filho!

-Ok, vamos parar com isso! –Nate gritou irritado.

-Foi ela quem veio para cima de mim! –Lilá reclamou.

-Ela está espalhando boatos mentirosos ao meu respeito! –Reclamei.

-Eu não quero saber de quem é a culpa, você não tem mais oito anos Lyra. Agora me explica o que aconteceu.

Todo o salão comunal olhava o desenrolar da história.

-Eu estava correndo no corredor do primeiro andar e esbarrei no Malfoy que estava virando o outro corredor, ele caiu para trás e eu por cima, nesse momento as portas de uma sala se abriram e Lilá e Parvati viram... –Parei um segundo.

Eu ainda não havia encontrado Parvati, tenho certeza de que ela teve uma bela participação nisso tudo.

Bufei irritada e fui até a porta.

-Para onde você vai? –Harry perguntou.

-Vou encontrar a Parvati. –Falei simples. –Lilá não pode ser a única vagabunda a apanhar hoje.

Saí pelo buraco do retrato.

-NÃO! Lyra! –Nate gritou correndo atrás de mim.

Todos os estudantes vinham logo atrás, Nate me puxou pelo braço.

-O que é?! –Gritei.

-Você não pode sair batendo assim nas pessoas Lyra! –Ele reclamou.

-Mas eu só sei resolver as coisas assim na porrada!-Expliquei.

-E por que não usa a varinha?

Olhei para ele divertida.

-Filch disse que é proibido usar magia pelos corredores.

-E desde quando você obedece ao Filch? –Ele perguntou irônico.

-Desde que eu possa meter a mão na cara da Parvati.

-Lyra! –Ele falou num tom irritado, como um pai repreendendo o filho.

-O que foi Nate?

-Se essa briga for parar nos ouvidos da Minerva ela não vai deixar você jogar amanhã e se a Grifinória perder só por que você foi impedida de jogar eu não olho mais na tua cara! –Ele disse sério.

Fiz uma careta.

-Golpe baixo hein. –Resmunguei.

-Ok, acabou o show. –Fred gritou.

-Todo mundo saindo vai. –Jorge falou.

O pessoal não iria contar a nenhum professor sobre a briga, mas com certeza amanhã todo mundo já vai estar sabendo sobre isso, suspirei derrotada.

-Eu acho bom aquela aprendiz de paquita da Xuxa criar olho nas costas por que isso ainda não acabou. –Resmunguei para que somente Nate ouvisse.

Harry, Rony, Mione, Gina, Rose, Fred e Jorge fizeram uma rodinha ao meu redor e então eu comecei a explicar tudo o que aconteceu.

-Pode deixar que nós vamos te ajudar Lyra! –Jorge disse fazendo uma expressão maliciosa.

-Deixa com a gente. –Fred disse espelhando a expressão do irmão.

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O pessoal dispersou me deixando apenas com Nate, Mione, Harry e Rose. Eles me olhavam reprovadores.

Suspirei pesadamente.

-Desculpa gente, quando Rose veio me dizendo o que inventaram eu vi tudo vermelho e a única coisa que eu queria era esganar aquela galinha. –Falei irritada.

-Eu achei muito irresponsável o que você fez... –Mione disse brava e então sorriu. –Mas foi incrível ver você dar umas tapas na fofoqueira da Lilá.

-Hermione! –Nate reclamou.

Rose, Mione e eu soltamos uma gargalhada, Harry passou o braço pelos meus ombros.

-Essa é a minha irmã boa de briga! –Ele falou.

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