Target escrita por Katherine, Katherine


Capítulo 24
Capítulo 23 - Desperado


Notas iniciais do capítulo

Hello, it's me...



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Ele continuava me encarando sem dizer uma só palavra e era como se pudesse enxergar toda a minha alma, era sempre assim. Seus olhos vermelhos estavam fixos nos meus, ele era um mar violento e eu estava louca para me afogar. Era impossível agir normalmente com ele assim e ele sabia, a questão era: ele sentia o mesmo? Eu tinha várias dúvidas, mas todas elas foram esquecidas quando ele se aproximou com aquele maldito sorriso que me fazia perder o fôlego, seus olhos nunca estiveram tão intensos, então ele disse uma palavra apenas, mas que fora o suficiente para derreter meu coração.

— Renesmee.

—Alec.

— Nessie?

Mas aquela não era a voz de Alec. Era de longe a voz que eu tanto queria ouvir, o que estava acontecendo? Então tudo não passava de um sonho? Bem, eu me recusava a abrir os olhos e abandonar meu país das maravilhas, mas era inevitável. Eu estava cada vez mais longe de Alec, da tranquilidade, caindo, caindo, caindo... E então eu caí.

Meu corpo se curvou para frente instantaneamente por conta do susto, olhei em volta um tanto atordoada e o alívio logo me inundou por estar na segurança de meu quarto, ou apenas em meu quarto, afinal, se alguém havia conseguido entrar nele, já não era tão seguro assim. Virei-me para encarar um Jacob feliz demais dadas as circunstâncias entre nós, ele estava sentado na beira da cama, me encarando como se esperasse que eu dissesse alguma coisa. Respirei fundo, eu não queria me estressar logo de manhã, eu só queria voltar a dormir.

— O que houve? – perguntei, tentando parecer o mais normal possível.

— Ouvi um barulho, você caiu da cama.

— É, mas isso não atrapalhou meu sono, diferente de você...

— Não quer fazer isso agora.

— Tem razão, muito menos continuar acordada, então se me der licença voltarei para meu sono.

— Você estava sonhando com ele. – disse, era mais uma afirmação do que uma pergunta, pude ver o descontentamento em seus olhos.

— Era mais um pesadelo.

— Não minta para mim, sei que não estamos em nosso melhor momento mas ainda conheço você.

— Minha mente é uma área restrita... A menos que você saiba ler mentes. – acrescentei com desgosto ao lembrar de meu pai e, tocando no assunto, onde estariam eles? – Onde estão meus pais?

— Eles chegaram tarde da noite e você já estavam dormindo, aproveitaram para ir caçar e parece que tiveram alguns problemas.

— Entendo. – sussurrei, no fundo eu sabia sobre o que se tratava, provavelmente algo relacionado com o fato de meu sangue ser diferente, mas eu não podia conversar com ele sobre isso pois não me levaria a lugar nenhum e eu não queria brigar, hoje não.

Aquilo era tão estranho, no fundo eu queria abraça-lo e beijar sua bochecha como eu fazia quando era menor. Droga de imprinting, era isso que poluía minha mente, apesar de que ultimamente minha mente estava poluída demais com outros assuntos relacionados a outra pessoa...

— Fiz seu café da manhã.

— Não estou com fome. – disse no mesmo instante que meu estômago roncou, ele mordeu o lábio com força, mas mesmo assim eu conseguia ouvir sua risada.

— Venha. – encarei sua mão estendida e pensei em apenas virar para o lado, me cobrir e tentar voltar para meu sonho conturbado, em vez disso aceitei a ajuda, levantando preguiçosamente.

Fui para o banheiro afim de escovar os dentes e dar um jeito em minha aparência, espera, o que?! Era Jacob quem estava lá em baixo, eu não precisava me arrumar para vê-lo, não mais. Eu não me lembrava de todos os detalhes mas me lembrava dele, era como se nunca estivemos separados. Ele me via quase todos os dias, então em vez de perder meu tempo procurando algo confortável, amarrei meu cabelo num rabo de cavalo mal feito e calcei minhas pantufas, marchando para fora do quarto sem animação alguma.

A cozinha estava sendo um ímã para meu corpo – por conta do cheiro da comida – e meu estômago alertava a qualquer ser de que eu estava por perto. Jake caminhava de um lado para o outro arrumando a mesa de um jeito fofo, era apenas um prato e uma xícaras posto lado a lado. O cheiro de sangue e ovos mexidos estavam me fazendo entrar em uma espécie de transe, eu estava praticamente flutuando em direção a comida. Corri para a mesa e comecei a comer um tanto rápido demais, a comida queimava minha garganta de leve, mas o incômodo logo ia embora quando eu bebia o sangue. Era delicioso.

— Devagar.

— Por que você tem que ser tão mandão? – perguntei com a boca cheia e ele começou a rir, duvido que tenha entendido.

— Não entendi, mas provavelmente disse como estou sendo chato mandando em você e a resposta é simples: não importa o que aconteça, com que idade você esteja e onde esteja, eu sempre estarei com você.

E depois de suas palavras a comida em minha garganta desceu como chumbo, tomei um longo gole de sangue e esperei até que estivesse pronta para falar, abri a boca e nada. Nenhum som, nem mesmo um suspiro. Ele me deixava sem palavras.

— Eu te amo, Renesmee. E eu sei que vacilamos muito com você, o que mais me dói nesse momento é... É saber que não posso te prometer a sinceridade que tanto quer, mas nunca duvide de minha lealdade, estou do seu lado e sempre vou fazer o que é certo para te ver bem.

— Acontece, Jake, que as vezes o que parece ser certo é a escolha mais errada que se pode ter.

— Nunca me precipitaria dessa maneira, sua felicidade é o mais importante para mim.

— Talvez, mas você não teve escolha... Assim como eu não estou tendo. – me levantei lentamente com meu prato a fim de colocá-lo a pia, não conseguia conversar com Jacob naquela seriedade e controlar minha mente, um passo de cada vez.

— Nessie, meu único arrependimento é de ter sido tão duro com você no dia em que nasceu, eu nunca me perdoaria se algo tivesse acontecido... Estamos aqui e isso tudo tem um propósito, você pode não estar vendo agora mas é tudo tão claro, fomos destinados a ficarmos juntos.

— É assim que você vê? Porque o futuro parece bem indefinido para mim.

— Não quis dizer dessa forma – ele se apressou – Não vou pressionar você, será do jeito que preferir, serei seu companheiro ou seu irmão, a decisão é sua. Só... – seu maxilar se fechou, seus lábios formavam uma linha fina perfeitamente definida e quando me dei conta ele estava na minha frente com o braço em volta da minha cintura, senti meu coração martelando em meu peito.

Fazia tanto tempo que não ficávamos próximos assim, fiquei paralisada sem saber o que fazer, o que aconteceria a seguir? Eu não sabia dizer, mas a maior parte de meu corpo não me obedecia e se recusava a mover um músculo sequer para longe dele. Meus olhos acompanharam os traços de seu rosto, não eram perfeitamente esculpidos como de Alec, ele era algo mais preciso, mais humano. Deslizei minha mão pelo seu braço cuidadosamente, o mantendo ciente de minha posição.

— Só quero que lembre que meu coração sempre pertencerá a você. – disse com a voz trêmula.

Seus olhos estavam negros como a noite e ao mesmo tempo nunca estiveram tão claros, eu não queria odiá-lo e parte de mim nunca conseguiria concretizar este sentimento, mas aqui, agora, eu o entendia. Por algum motivo eu não queria dar-lhe um tapa ou rir da cara dele, dizer que ele deveria ir embora e parar de ser tão meloso mas me controlei. E então ele fez algo que acabou com todas as minhas resistências, seu braço apertou minha cintura com força quando puxou meu corpo contra seu peito, me mantendo protegida num abraço. Seu abraço aqueceu-me e logo me vi correspondendo ao mesmo, não me importei, deixaria o julgamento para depois. Ele merecia isso e de alguma maneira eu também. Quando, por fim, seus braços se afrouxaram em minha cintura, me afastei e olhei em seus olhos.

— Obrigada. – eu te amo, pensei comigo mesma, mas eu estaria ignorando tudo que estava acontecendo se pronunciasse aquelas palavras e, se ele me conhecia tanto quanto dizia conhecer, ele saberia. – Por tudo.

                                                                  ...

Jacob e eu conversamos por algumas horas, as coisas não voltaram ao normal e isso estava completamente fora de cogitação. Eu sem querer adormeci em algum momento e ele me levara para a cama, senti quando seu corpo quente cobriu o meu e por fim, me deixou sozinha. Acordei quando era pouco mais do meio dia, minha família havia saído para jogar baseball e minha mãe estava com Charlie, ela havia deixado um bilhete dizendo que eu deveria ligar quando acordasse, mas não era Charlie quem eu precisava ver.

Fui para o banheiro novamente e tomei um banho relaxante, era um saco pensar que tudo estaria começando novamente a partir de amanhã, mas afastei esses pensamentos instantaneamente. Assim que voltei para o quarto, procurei por uma calça confortável e uma blusa justa de mangas compridas da cor preta, escolhi meu tênis all star – também – preto que parecia sempre combinar com tudo. Penteei meus cabelos e deixei com que cobrissem meus ombros pois sabia que eu ficava melhor assim, peguei uma jaqueta qualquer e guardei meu celular em meu bolso, saindo de casa em seguida. Caminhei pela floresta tentando apreciar a natureza, o clima estava um tanto frio demais para apenas caminhar então apressei o passo, chegando em meu destino rapidamente. Sentei-me numa rocha e apreciei a vista da floresta por alguns segundos antes de olhar em volta, fechei os olhos e tentei controlar a voz para que não saísse muito alta, não precisava que todos escutassem, eu precisava que apenas uma pessoa escutasse, de qualquer forma.

Minha voz saiu perfeitamente controlada, meu coração deixando seu ritmo normal apenas por ter aquele nome mencionado e de repente me encontrei ansiosa como uma criança abrindo seu presente de natal. Era errado e imprudente, disso eu sabia. Eu não queria sentir o que sentia mas era inevitável. Não queria tornar as coisas mais complicadas do que já estavam e no fundo, eu apenas não queria estar sozinha.

— Alec?


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Notas finais do capítulo

Oi de novo, é bom estar de volta, a vontade de escrever veio do nada e eu espero que eu esteja conseguindo fazer um bom trabalho. É ótimo sentar na frente do computador e deixar que meus dedos façam o comando, deveriam experimentar essa sensação e o espacinho para os comentários estão logo aí (acharam mesmo que eu ia deixar de incomodar vocês?).
Espero poder voltar em breve e, a vocês que não me abandonaram o meu muito obrigada, lhes garanto que as coisas vão ficar bem mais intensas a partir desse capítulo. Ah, e mudando completamente de assunto, DiCaprio ganhou o Oscar, gente, eu fiquei chocada! Sério, cara, esperava a segunda volta de Cristo antes dele ganhar... mas enfim, novos memes virão.

Por hoje é só, meus amores.
Xoxo, Katherine.



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