Target escrita por Katherine, Katherine


Capítulo 23
Capítulo 22 - Blonde




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Finais de semana eram oficialmente meus dias favoritos. Acho que isso era verídico para a maioria das pessoas, mas, em meu caso, era mais pelo fato de que eu podia ficar sozinha. Eu trabalhava a semana inteira – não que fosse fazer alguma diferença, afinal, eu era meia vampira e podia ficar o dia todo trabalhando – e assim era com o resto das pessoas. E com “resto das pessoas” eu me referia a Jacob.

Minha mãe passaria os finais de semana com Charlie, de acordo com seu novo planejamento e, meu pai, ficaria de plantão com Carlisle. Então me restava um chalé inteiro só para mim por quase dois dias, era incrível como todos pensavam que eu merecia dois dias de descanso, como se eu fosse obrigada a atura-los todo santo dia, apesar de ser mais o menos assim que as coisas funcionavam. Esse final de semana tinha tudo para ser um dos melhores: sem meus pais, sem Jacob e sme Cullen’s. Fiquei um tanto egoísta desde que havia discutido com Jake dias atrás e passava a maior parte do tempo com minha família. Eles nunca se deram bem e eu usava isso a meu favor, mas eu sabia que ele estava lá... Me observando todos os dias, até mesmo quando eu ia dormir, de algum modo eu sabia que ele estava lá, ele sempre estaria.

— Tem certeza disso? Não acha muito enjoativo? – perguntou minha mãe, sua preocupação era completamente desnecessária, mas ela e meu pai ainda achavam que Alec viria me sequestrar ou algo do tipo.

— Mãe, eu posso muito bem passar um tempo sozinha, além do mais, eu mereço isso.

— Você ainda tem assuntos pendentes para resolver e não pode se esconder para sempre.

— Eu não me importaria de vê-la sozinha pelos próximos anos. – comentou Edward enquanto passava pela sala, gargalhei alto e então me joguei no sofá.

— Isso, eu quero focar no meu futuro e não quero que tudo seja baseado numa visão de anos atrás.

— Esse é seu futuro, Renesmee. Não pode ficar fugindo dele.

— As visões de Alice estão sujeitas a mudanças, certo? Isso porque as pessoas podem escolher outros caminhos e eu não quero ser forçada a escolher esse caminho por conta de uma visão.

— Ela está certa. – disse meu pai, por fim. Eu era cabeça dura como ele e ele sim entendia que eu não iria mudar de ideia tão cedo. – Agora precisamos ir.

— Se cuide. – os dois falaram em uníssono e então me deixaram sozinha no chalé.

— Não tenham pressa. – falei, ciente de que eles ainda estariam ouvindo, e então fui até a cozinha.

Eu não estava muito inspirada hoje, o dia estava fechado – como de costume – e frio o suficiente para uma boa noite de sono. Olhei para os armários e pensei no que poderia fazer e então decidi que uma macarronada bastaria, afinal, eu era a única pessoa que comia nesta casa.

Coloquei uma música qualquer e fiquei envolvida pela letra enquanto cozinhava. Eu sempre me sentia um tanto mais livre quando estava sozinha, não havia ninguém para discordar de mim ou criticar minhas ideias, não havia minha família correndo atrás de alguma coisa para fazer ou tomando “banhos” ... De qualquer forma, estar sozinha era meu momento feliz. Depois de fazer minha comida, subi para meu quarto e fui correndo em direção ao banheiro, só consegui sair da banheira depois que senti o cheiro da comida. Vesti um vestido simples e penteei meu cabelo, decidi deixa-lo secar naturalmente, já que não havia necessidade de um cuidado excessivo quando eu ficaria dentro de casa. Os próximos minutos foram os minutos mais humanos possíveis, terminei de comer, lavei a louça e fui para a sala com meu cobertor, estava quase cochilando quando notei uma brisa diferente na casa. Ergui minha cabeça e percebi que um cheiro diferente se espalhava pela casa, levantei-me depressa e levei um susto a ver Jane parada ao outro lado da sala.

Ela me encarava com um ar de ignorância, seu nariz estava levemente empinado enquanto seus olhos vermelhos me analisavam sem pressa. Meu coração começou a bater mais rápido por mais que eu tentasse me controlar, ela percebeu e sorriu friamente.

— O que faz aqui? – tentei parecer o mais natural possível.

— Estou procurando meu irmão. – disse com sua voz angelical, era a primeira vez que eu a via com roupas normais. Ela parecia uma boneca.

— Bem, ele não está aqui...

— Tem alguma ideia de onde ele possa estar?

— Eu? Por que eu saberia?

— Ele anda passando muito tempo com você. – disse com desgosto.

— Não é isso que está pensando. – me apressei em dizer, ela levou sua mão direita até a boca e abafou o riso.

— É claro que não, ainda. Conheço meu irmão.

— Mas não me conhece.

— Não e nem me preocupo em conhecer. – ela revirou os olhos e fingiu um suspiro – Só preciso saber do que é realmente necessário e não estou preocupada em como você age ou deixa de agir.

— Você é bem o oposto de Alec.

— Você não me conhece. – rebateu, seus lábios formaram um sorriso e eu não sabia dizer qual a sensação aquilo tudo estava me causando.

— Certo, era só isso?

— Só. – murmurou.

— Então... – dei um passo para o lado e apontei para a porta, ela revirou os olhos e caminhou até onde eu estava.

— Você parece ser diferente, vai ser mais útil quando aprendermos a lidar com você.

— Não vão, até porque eu não quero ser cobaia de ninguém.

— Tão estúpida. Veja, Cullen, estamos interessados em você pelo que pode oferecer, mas pode não ser a única com isso.

— O que quer dizer com “isso” ? – aquela conversa me deixava mais confusa cada minuto e eu sabia que alguma coisa aconteceria se ela não fosse embora logo.

— Uh, você, Cullen. Você. Seu sangue, isso que corre em suas veias.

— Mas por que...

— Eu sei que você e meu irmão foram escondidos bisbilhotar o escritório de Carlisle, sei como seu sangue funciona e tenho que admitir, é fascinante. Nunca vi algo parecido. – fiquei em silêncio e ela percebeu minha inquietação. – O que? Pode ser um ponto positivo, pense em si mesma como um calmante.

— Um calmante? – repeti, apenas para ela sentir o quanto estava sendo ridícula.

— Se seu sangue enfraquece vampiros, o que mais seria? De qualquer forma, temos muito o que estudar ainda e tenho certeza que Aro irá adorar saber desta notícia, mas um Cullen para sua lista de desejos. – ela torceu o nariz e revirou os olhos em seguida.

— O que? – perguntei.

— Vou ir, parece que o cão de guarda resolveu dar as caras. Acho que fez bem em manter distância dele, o cheiro é horrível.

— Guarde sua opinião para si mesma.

Ela apenas deu de ombro e foi em direção a porta, deu uma última olhada em mim e então saiu, me deixando sozinha e frustrada. Meus pensamentos estavam todos embrulhados e minha cabeça estava quase explodindo, desliguei todas as luzes e então fui para meu quarto. Péssimo dia para estar sozinha, eu precisava conversar com alguém que sabia o que estava acontecendo e, no fundo, eu já sabia quem seria.


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Notas finais do capítulo

A inspiração me fez falta nesse capítulo, mas consegui colocar um ou outro detalhe sem deixar tudo explicado logo de cara, lamento, mas vocês vão ter que esperar os próximos para descobrir o que é. Ou façam suas teorias, vamos ver quem é o melhor nisso.

Obrigada pela paciência, xoxo.



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