Target escrita por Katherine, Katherine


Capítulo 20
Capítulo 19 - Cuckoo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/379675/chapter/20

" I wanna lose my mind like a maniac and cross the line, never looking back ".

“ Essa outra versão de mim se foi, vamos fazer isso ”. Onde é que eu estava com a cabeça quando resolvi concordar com o que Alec Volturi diz? Renesmee Carlie Cullen, você merecia um prêmio por idiotice, mas pensando bem, agir como uma incompetente tinha seus benefícios. Um deles? Bem... Alec Volturi, precisava de mais?

– Se você não estiver morto depois disso, por favor não se esqueça de dizer que eu sou uma idiota.

– Escute, Cullen, você devia parar de se preocupar com o que sua família vai pensar, já que eles nunca se perguntaram isso, não é? – e então ele sorriu. Aquele magnifico – e maravilhosamente irritante – sorriso branco, seus dentes perfeitamente alinhados pareciam brilhar na luz do sol, e só aí fui perceber que o dia estava claro.

– Você pode estar certo, mas eu não ligo.

– Nunca desobedeceu seus pais? Ora, vamos, vai ser divertido.

– Já, e estou os desobedecendo já que eu fico com você e... Claro que vai, eu só preciso ficar sozinha na mansão Cullen enquanto eles vão caçar, depois eu e você vamos invadir o escritório de meu avô procurando por Deus sabe lá o que e...

– Acredita em Deus? – Alec me cortou e ficou encarando-me com um olhar curioso.

– Acredito sim, se você é o demônio que insiste dizer ser, por que eu não deveria acreditar num Deus? – passei por ele e continuei marchando de volta a mansão, era um final da tarde, eu diria. Alec conseguiu enrolar Lara Petterson num jogo de charme e argumento, eu diria que mais charme do que argumento.

– Até mais tarde, Cullen. – sua voz foi como um sopro em meu ouvido e logo eu estava sozinha. Fiquei encarando a floresta por mais alguns minutos e era como se eu nunca estivesse acompanhada, balancei a cabeça e fui de volta a mansão.

– Nessie! – Rosalie veio me abraçar com Emmett logo atrás – Eu achava que você estava trabalhando.

– E eu estava mas consegui tirar a tarde de fora – sorri quando Emmett me puxou para seu típico abraço de urso, ele me ergueu do chão – Tio...

– Ela ainda é um ser vivo, Em – Rose sorriu com doçura e ele me colocou no chão.

– É bom te ver de novo, monstrinha.

Nós fomos para a sala, onde não havia quase ninguém, ou pelo menos ninguém a vista. Que Jasper e Alice não estavam em casa não era lá uma novidade, os dois viviam andando e correndo por aí, alguns humanos já os viram escalando montanhas e fora bem difícil convence-los.

– O que vocês estavam fazendo? – perguntei sem pensar.

– Coisas de urso.

– Emmett – Rosalie o repreendeu e no fundo eu conseguia entender o duplo sentido da frase.

– Então... quando os outros voltam?

– Mais tarde, hoje é dia de caçar. Carlisle vai voltar de Seattle e nós vamos... É como se fosse uma noite em família.

– Vocês fazem isso?

– Passar todas as noites pela eternidade olhando um para a cara do outro se torna enjoativo – Rose sorriu.

– É bom estar só com vocês, meus pais e eu não estamos em nossa melhor fase.

– Sua mãe nos disse.

– Também acham que eu estou agindo de forma ingrata? – revirei os olhos e percebi que Emmett abriu um meio sorriso.

– A pestinha tem atitude – ele me encarou sorrindo, não pude deixar de retribuir.

– Você nem viu nada.

– Você quer apostar?

– Claro que eu quero, aposto um sorvete – lutar era legal, principalmente com vampiros diferentes dos de meus pais, eles eram cuidadosos demais. Emm era um tremendo urso, eu poderia ganhar uma medalha se conseguisse ganhar dele.

– E o que acontece se eu ganhar? – perguntou presunçoso.

– Não vamos precisar nos preocupar com isso porque você não vai ganhar.

...

O resto do dia foi baseado em pequenas lutas e sono, muito sono. No final da tarde eu me sentia exausta, o que me despertou foi o barulho com a chegada da família Cullen, tentei estabilizar minha respiração, mas eu sabia que eles sabiam que eu estava acordada. Eles conversaram sobre coisas normais, como se fossem uma família normal, e acho que acabei cochilando novamente, pois acordei com Alec segurando meu nariz.

– Puxa, como você é delicado. – resmunguei enquanto me levantava do sofá, ele me encarava com um olhar divertido – O que foi?

– Você.

– O que tem eu? – corei e virei o rosto, desejando que ele não tenha percebido – Acho que eles já foram.

– Deve ser por isso que eu estou aqui.

– Por que eu passo meu tempo com você mesmo? Ou melhor, por que ninguém arranca sua cabeça de uma vez?

– Deve ser porque você gosta da minha presença, ou talvez por eu ser incrivelmente lindo.

Fiquei o encarando numa careta, ergui uma sobrancelha e cruzei os braços. Ele apenas deu de ombros.

– O que? Eu sou incrivelmente lindo.

– Pelo fato de que você é um vampiro – revirei os olhos e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios – Chega desse blá blá blá, vamos logo fazer o que temos que fazer para que você possa dar o fora daqui.

– Está me expulsando? – perguntou enquanto passava por mim, ele parecia conhecer a casa tão bem quanto eu, vampiros deviam ter uma boa memória. Fomos até o escritório de Carlisle, que estava trancado.

– A porta está... –

– Trancada, é claro. – sussurrou como se fosse o obvio – Imagino que você não tenha uma chave.

– Não, mas você tem um pé.

Ele pareceu entender minha indireta, mas apenas girou a maçaneta até a mesma se quebrar, depois deu um pequeno chute – que teve mais impacto do que aparentava -, fazendo a porta se abrir. Eu nunca havia entrado aqui, só agora me havia ocorrido isso, mas também nunca me fizera falta.

O escritório de Carlisle era como uma biblioteca, não aqueles escritórios antigos, apesar da aparência rustica, era muito bem cuidado e com um espaço enorme. Várias prateleiras com livros de diversas cores e tamanhos se estendiam pela sala, mas o que mais chamava atenção era uma escrivaninha com um computador e algumas folhas, era lá que Alec estava fazendo uma... Inspeção, talvez.

– Encontrou alguma coisa? – perguntei distraída, comecei a olhar as capas dos livros e eram obras tão antigas quanto o próprio Carlisle. Algumas pinturas dos Volturi estavam penduradas pela parede, me perguntei como alguém tão bom como Carlisle já pudera fazer parte de uma entidade tão má. Não que fossem maus, eu diria rígidos, porém suas punições não eram nada severas e nenhum deles era misericordioso. Que lugar Alec ocupava, nesse quesito?

Voltei para a escrivaninha e me sentei em uma cadeira, olhando para o relógio a cada segundo, imaginando o que aconteceria se os Cullen voltassem agora e nos encontrassem aqui, o que será que eles iriam pensar? Bem, confiança não estava no topo da lista de presente de natal deles, então deixei a preocupação de lado e meu incômodo pelo relógio cuco medonho, e fiquei olhando os papéis com Alec.

Por vários minutos – ou quem sabe oras – procuramos por alguma coisa interessante, eu estava ficando com sono de novo, não fazia ideia de quantas horas eu havia dormido e ficar acordada pela madrugada não era algo que eu estava acostumada a fazer. Permiti a mim mesma a ficar observando Alec e suas feições. Ele era bonito, ou então, incrivelmente lindo, como havia se descrito, nisso eu precisava confirmar. Como ele era quando humano? De que cor seriam seus olhos? Ele parecia tranquilo, de certo modo, seu maxilar estava fechado e seus lábios alinhados, não parecia cansado ou entediado, apesar de estar sentado ali por tanto tempo. Fiquei me apoiando pelo braço na mesa, apenas observando seus movimentos, ele era tão gracioso como uma pantera, cada movimento era suave e ao mesmo tempo bem calculado, seus olhos nunca saiam do foco, e se sim, eu não conseguia acompanhar.

De repente ele parou e encarou uma folha com incerteza, depois seu olhar voltou para mim e ele me estudou por alguns minutos. Ficamos ali nos olhando por um tempo incerto e por incrível que pareça, eu não me senti incomodada em momento algum. Pisquei os olhos com um certo pesar nas pálpebras e segurei um bocejo. Alec sorriu e olhou para baixo, como se estivesse se lembrando de alguma coisa, limpei os olhos e olhei para baixo, notando então uma folha caída.

– Veja só! – peguei a folha e a joguei em cima da escrivaninha, cansada demais para prestar atenção em qualquer palavra que estivesse ali, por mais interessante que fosse. Alec pegou a folha e correu seus olhos por ela com interesse, até que seu rosto se contorceu numa careta, ele inclinou a cabeça e se levantou num movimento rápido, me pus de pé num pulo. – O que foi?

– Carlisle formulou... Hipóteses... Para explicar minha mudança repentina.

– Ótimo, então, o que causou tudo isso? – resmunguei.

– Bem...

– Agora não, é sério. Já gastamos tempo demais, e ainda com o tempo que levaria para seu cheiro sair daqui, eu sugiro que apenas me diga o que tem escrito nesse maldito papel, você não tem nada a perder aqui. Ande logo, o que é? – ele me olhou atentamente antes de suspirar e dizer numa voz calma:

– É você.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

I know, I know, I know... Demorei, né, manas? Eu estava esperando comentários, sabe. Antes de qualquer coisa, preciso agradecer a lindíssima da January que deixou uma recomendação mais do que perfeita que me fez ficar chorando e falando “ obrigada, obrigada ” para mim mesma. Só Deus sabe o quão grata eu me sinto, tanto pela recomendação quanto o seu apoio como leitora, muito, muito, muito obrigada! Eu queria dedicar um capítulo a você, dude, mas acho que um capítulo com mais ação – se é que me entende – é melhor do que esse aqui, ah, tenho meus planos. De qualquer forma, muito, muito, muito obrigada!