Target escrita por Katherine, Katherine


Capítulo 19
Capítulo 18 - Dead Memories




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So when I got away, I only kept my scars. The Other Me Is Gone. Now I don't know where I belong.

But I'll never survive, with Dead Memories in my heart.

– Nada – respondi quando Alec me perguntou sobre minha família.

Eu o conhecia, mas não conhecia suficiente a guarda. Durante os treinos ele me dizia que eles eram unidos, que ele seria “eternamente grato” a Aro por ter o ajudado e também a Jane, sua irmã, e eu reconheço isso. Mas ele trabalhava para o Aro, e pelo que eu escutava sobre ele, não era lá o melhor pai do mundo, isso se Alec o considerava um pai.

Há quanto tempo eu não conversava com alguém assim? Era por isso que eu gostava da presença de Alec, ele me entende, sabe o que é se sentir sozinho ou incompreendido, seu silêncio às vezes ainda chegava a me incomodar, ou o jeito que ele ficava parado como estátua, ou como seus olhos rubis me estudava com precisão.

– Nada? – perguntou, arqueando uma sobrancelha.

– Na verdade, muitas coisas aconteceram. Quando você sumiu... Aliás, gostaria de explicações a respeito, mas enfim, quando você sumiu eles pararam de me contar as coisas, até parece que sua presença os intimida ou coisa assim.

– Ah, intimida sim. Mas não é como se eu fosse ficar protegendo você ou algo do tipo, Jane me mandou aqui para ficar de olho em você, mas em caso de emergência eu devia te matar, para sua sorte eu gosto de você.

– Oh, você gosta?

– Gostar parece ser o termo errado, então, eu aturo você.

– Ótimo, eu também aturo você. É diferente conversar com você, eu não tenho medo de esconder as coisas, mesmo que seja errado – me sentei numa pedra e ergui os joelhos, encostando meu queixo neles.

– Você é uma boa companhia, Jane é bem fria em relação ao vampirismo e essas coisas, ela é fechada, mas eu a entendo. Ela tem sido minha única companhia de verdade nesses últimos séculos, é bom variar um pouco – ele se apoiou na pedra ao meu lado e ficou olhando floresta adentro como costumava fazer.

– Obrigada, eu acho, Edward diz que é porque você salvou minha vida.

– Ele diz isso porque todos me odeiam, é obvio que querem te deixar longe de mim, e fazem isso através do cão.

– Por que Jacob tem que se infiltrar em tudo que você fala? Ah, eu também não entendo o porque de ele ser super protetor comigo, ele é um bom amigo e tudo mais e...

– Você gosta dele.

– O que? Não, eu... nós brigamos.

– Vai desistir do seu animalzinho por causa de uma briga? – ele sorriu – Bem, ele devia estar arrasado.

– Nós nunca começamos a namorar nem nada, Alec, é só que... Eles mentem tanto para mim, eu não entendo o porque. Jacob era meu porto seguro, eu confiava minha vida a ele, acho que ainda confio. Eu só... É complicado, essa situação toda eu...

– Sente a falta dele. – disse ele, tão normal, como se fosse obvio, e talvez seja.

– Sim, sinto – falei num suspiro, essa era a minha verdade, por mais que eu esteja odiando essa coisa de minha família e Jacob, eu sentia falta dele.

– Então por que não vai encontra-lo?

– Eu ia mas... Puta merda! Era hoje! Eu devia estar lá, que horas são? – me levantei da pedra num salto, Alec me encarou animado e virou o pulso.

– Quase meio dia e meia.

– Jacob e eu iriamos almoçar hoje mas... – parei de falar assim que vi o sorriso irônico em sua face, ele tinha armado tudo isso – Eu me atrasei.

– Vai simplesmente sair assim?

– Eu preciso vê-lo, Alec, como você mesmo disse.

– Uma coisa que você devia aprender, Cullen, nunca dê muita certeza no que eu te digo.

...

– Eu estava começando achar que você não queria me ver.

– Deixe disso, só aconteceram alguns imprevistos na biblioteca, você sabe. Lara anda muito ocupada, eu tenho que ajudar, lógico.

– Entendo você, escute, Nessie eu...

– Guarde seu fôlego para desculpas porque eu não quero ouvir. – falei enquanto caminhávamos de volta para a biblioteca, ele inspirou fundo e esperou vários segundos antes de me responder.

– Sei disso, mas ficar longe de você é impossível para mim, você descobriu tudo de um jeito tão errado, Nessie, quero que tudo volte a ser como era antes.

– Quer minha confiança de volta? Pare de mentir para mim – tentei apressar meus passos mas ele ficou em minha frente, bloqueando minha passagem.

– O que aquele Volturi fez com você?

– Comigo? Nada, ele só fez o que todos vocês deveriam ter dito.

– Não pode defende-lo de tudo, age como se ele fosse um herói, ele não está aqui para ver se sobreviveu, ele está seguindo ordens.

– Eu sei o que Alec está fazendo aqui, não preciso de você me dizendo o que é certo para mim, você acha que manda na minha vida?

– A escolha é sua, Nessie, respeito isso, eu só não suportaria... Não aguentaria se alguma coisa acontecesse a você.

– Bem, não vai acontecer nada, agora, se puder me dar licença, tenho que voltar a trabalhar. – sorri para ele e pedi permissão para abrir a biblioteca.

– Essa conversa não acabou aqui, está bem? Vou passar no chalé hoje a noite para jantar com você.

– Agora você tem o direito de se convidar? – perguntei irônica, entrando na biblioteca.

– Você nunca me proibiu do contrário – ele sorriu – Até mais tarde, Nessie – num movimento rápido, ele agarrou minha cintura e me deu um selinho, toda a raiva que eu sentia dele evaporou. Por pouco tempo.

Entrei na biblioteca meio atordoada, ele não devia me beijar, nós dois não deveríamos estar lidando com uma briga desse jeito.

– Eu achava que ele não iria sair – uma voz atrás de mim me fez dar um salto.

– Alec! Quer parar de fazer isso? – soltei a respiração.

– Desculpe, você ainda tem que controlar seus sentidos.

– Ainda tenho várias coisas para fazer – murmurei – Você ouviu a conversa, não é?

– Ouvi.

– Você ouviu... Tudo? – engoli seco, não seria lá as mil maravilhas se ele ficasse me ouvindo beijar Jacob, não que tenha sido um beijo de verdade.

– Parei de me concentrar quando os argumentos dele começaram a me entediar, ou seja, não prestei atenção em nada.

– Se você parasse de ser grosso assim, talvez as pessoas poderiam tentar se comunicar com você – revirei os olhos e me sentei próxima ao sofá em que ele estava.

– Não me importo com o que as pessoas acham de mim – ele deu de ombros e pegou um livro da mesinha – Opiniões são fáceis de mudar.

– E você as muda matando as pessoas, puxa, é um ótimo método – falei e ele riu. Fazia tempo que eu não o escutava rir, fiquei maravilhada.

– Você estava me falando sobre sua família, certo? Pensei sobre aquilo que aconteceu comigo quando eu salvei você, o que Carlisle descobriu?

– Nada, minha mãe disse... Ainda não sei o que é, mas com certeza tem alguma coisa.

– Então porque não vamos até lá e descobrimos?

– Não quero voltar lá.

– Não digo sua casa, Cullen, a casa de sua família. É obvio que Carlisle tem um escritório lá.

– Claro que ele tem.

– É só ir lá e mexer em algumas coisas.

– Não podemos entrar lá – falei rapidamente, as vezes Alec tinha umas ideias malucas que eu conseguia faze-lo desistir – São todos vampiros, como você, o que você acha? Que vão deixar você entrar lá, Edward te mataria.

– Nós não estamos mais vivos.

– E também não nascem de novo.

– Você vem ou não vem? – perguntou se levantando.

– Ir com você a onde? Entrar na mansão?

– Você vai e dorme com sua querida família esta noite, descobre quando eles vão caçar, amanhã eu volto aqui e nós decidimos fazer alguma coisa, ou se você achar arriscado demais, eu posso fazer isso sozinho, aposto que você não quer desapontar seus pais.

– Essa versão de mim se foi, é apenas uma lembrança. Não tenho medo de encarar minha família, Alec, vamos fazer isso.


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Notas finais do capítulo

Não demorei, demorei? Ah, claro que não. Primeiramente, obrigada pelos comentários incentivadores, significa muito para mim, vocês sabem, né? Eu vou viajar no sábado então, nada de capítulo por enquanto. Eu vou tentar - tentar, tentar, tentar - começar a escrever essa semana ainda. Em Fevereiro começa as aulas, que maravilhoso, não? Então não garanto um capítulo até a segunda semana, mas aí vem Carnaval, minha gente, aí sim - falsa alegria -.
Enfim, chega de blá blá blá, apenas comentem, okay?

Xoxo, Katherine