Target escrita por Katherine, Katherine


Capítulo 15
Capítulo 14 - Sincerity


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



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O silêncio já era uma coisa completamente irritante, quase um efeito colateral das pessoas. Mas agora, imaginem-se numa sala cheia de vampiros imóveis. O silêncio era praticamente mortal. Quase pulei do sofá quando a porta se abriu num baque, Edward e Bella já estavam no meio da sala.

– Desculpe pelo atraso, Carlisle... Nessie. – Bella murmurou e parecia envergonhada, a encarei e só consegui revirar os olhos. Por que diabos esses dois iriam para o chalé agora?

E o silêncio reinava mais uma vez.

– Vão ficar aqui a tarde toda? – gaguejei sem jeito.

– Eu pesquisei e pensei muito sobre oque aconteceu com Renesmee, Edward me avisou no trabalho, e fiquei realmente surpreso. Isso nunca aconteceu antes, até por que só existem dois híbridos no mundo. Antes de focar na transformação de Nessie pensei em algo mais sério, o que uma criança imortal estava fazendo aqui? Quem a criou? Bem, poderíamos ter essas respostas se Alec tivesse a trazido aqui, não que eu esteja te culpando, Volturi, você fez o certo.

– Okay, a criança imortal e quase única híbrida na terra, certo. Mas porque eu estava me transformando se eu já sou parte vampira? – murmurei confusa, ele não estava respondendo exatamente oque eu queria saber.

– Tentei entrar em contato com Nahuel, outro híbrido. Ele disse que sobrevive com os dois alimentos, mas se sente um tanto fraco quando fica sem tomar sangue, e por sua dieta ser a base de sangue também ele sente sede. Renesmee é um caso diferente. Ela cresceu e passou sua vida inteira comendo alimentos humanos sem ter contato com o sangue, as vezes Esme dava sangue para ela, mas apenas as vezes, então, pode ser que sua parte vampira tenha “ adormecido ” – ele vez aspas no ar.

– O que quer dizer com adormecido? – Edward perguntou.

– Seu corpo se acostumou com a comida humana, porque sua alimentação era a base de alimentos humanos, então essa parte se tornou mais forte, quase como uma humana normal. Só que com os sentidos ainda apurados, não é? – ele se virou para mim e respondi com um sorriso fraco.

– Sim, eu sempre ouvi bem, era forte, corria rápido, mas as vezes quando eu queria mesmo. Eu sempre achei meio estranho, agora estou começando a entender o por que.

– E sobre seu dom? Ninguém chegou a descobri-lo? – Edward perguntou, olhando de relance para Alec.

– Não, comecei a treina-lo faz pouco tempo, ainda tenho muito para aprender. Uma primeira parte de minha dúvida está esclarecida, ainda temos que conversar sobre isso, não sei. Mas e a parte que Alec se sentiu fraco? – perguntei encarando Carlisle.

– O que quer dizer? – ele perguntou.

– Nós estávamos no caminho daqui e ele disse que se sentiu fraco, ele se alimentou recentemente e acho que não é normal. Aconteceu pouco depois de ele me salvar da coisa infantil sedenta por sangue.

– Isso é mais estranho ainda – ele pensou alto e eu bufei.

– Certo, estamos cheios de coisas estranhas acontecendo por aqui, mas se não se importariam, eu vou para o chalé. É coisa demais para um dia só e eu.... eu preciso pensar. Pensar em tudo, é tanta coisa nova, vocês sabem; vampiros, crianças imortais, eu. Preciso descansar, então eu vou pra casa.

Bella me estendeu algumas chaves que eu peguei de bom agrado, encarei todos na sala e principalmente Alec, havia algo em seu olhar que me deixava curiosa... e amedrontada a certo ponto.

– Vou tentar pesquisar mais sobre isso a noite, está certa, Nessie. Pode ir dormir, te contaremos tudo amanhã – Carlisle sorriu e eu retribui com um sorriso fraco, depois voltei a encarar Alec. Isso era algum tipo de jogo?

Ele me encarava de volta, de repente sorriu maliciosamente. Revirei os olhos e marchei para fora da mansão Cullen.

Caminhar pela floresta era uma atividade nova, principalmente agora que sei das coisas que posso fazer. Estava escuro, mas eu conseguia enxergar bem, quase normalmente. Minhas pernas estavam cansadas e eu agradeci pela parte vampira, que não estava funcionando muito bem. De repente algo passou pela minha cabeça, o que estava acontecendo comigo?

A alguns dia eu era mais uma humana normal, com um emprego e pais extremamente novos, de minha idade. Que já eram formados? Como não pensei nisso antes? Muito bem, Renesmee, um prêmio pela mente desenvolvida. Como a única híbrida na terra, pensei em como os outros vampiros pensavam a meu respeito, isso se alguns já não me viram. Mas acho difícil, eu ficava trancada no orfanato, sozinha. Mas eu andava livre enquanto morava com Esme e Carlisle, então percebi que Seattle me fazia falta.

Andar pelas ruas, gastando dinheiro em coisas bonitinhas que não seriam tão úteis, ver Esme fazer seu trabalho doméstico quase como se fosse uma bailarina, os grandes prédios que me chamavam atenção, casas luxuosas, shoppings...

A vida de luxo era minha. E por algum motivo eu me sentia meia incomodada, eu sempre era vista como uma riquinha, não? Mas nunca parei para pensar o porque de tanto dinheiro, e pensando na conta bancária de minha família finalizei minha caminhada para o chalé. Eu me sentia tão confortável aqui. Talvez porque eu já morei aqui quando criança, talvez seja apenas a saudade, talvez porque a simplicidade do chalé era admiravelmente bonita. Não sei.

Entrei no chalé e tranquei a porta, as luzes sempre ficavam acesas, então não me admirei quando encarei a claridade. O cheiro estava um tanto diferente, tentei não pensar exatamente o por que disso, mas no fundo eu já sabia a resposta.

Fui para o pequeno banheiro e me despi, entrei no chuveiro e suspirei quando a água quente atingiu minha pele, meus músculos relaxavam sob seu toque e me senti mais leve. Não sei por quanto tempo fiquei no chuveiro, mas só sai quando minha barriga começou a se manifestar, eu ficara sem comer o dia inteiro.

Fui para a cozinha e pensei no que eu poderia fazer, e pensei na coisa mais simples e que eu adorava comer durante o dia, panquecas. Minha velocidade estava aumentando, em pouco tempo fiz 5 panquecas e fui para a sala come-las, fiquei pensando mais uma vez em tudo que estava acontecendo, e só me dei conta de que eu estava quase perfurando o prato quando uma batida na porta me fez pular do sofá. Não poderiam ser meus pais, e não eram, para minha surpresa, era Jacob.

– Oi – ele murmurou com um sorriso torto. Lembrei instantaneamente em meu pai, e em como ele ficava maravilhoso quando fazia isso.

– Oi Jake – voltei para o sofá e peguei o prato, caminhando para a cozinha em seguida - O que está fazendo aqui?

– Seus pais estão na mansão Cullen, então pensei em ver como você estava.

– E já viu, estou perfeitamente bem. Vocês ainda não se deram conta de que eu não sou mais uma criança? Posso cuidar de mim, e você não tem que fazer patrulhas ou uma coisa assim? – falei e ele engoliu seco. Droga, o que eu fiz?

– Então você já...

– Alec me contou tudo, Jake – sorri fraco e vi seu rosto se retorcer numa enorme careta.

– Então você pode chamar o sanguessuga pelo nome? Não gosto disso, e desde quando ele pode te contar as coisas?

– Ele me conta as coisas porque ele me dá aulas – revirei os olhos e Jacob se aproximou de mim, dei um passo para traz instintivamente.

– Como assim aulas? Seus pais estão loucos? Eles te deixam sozinha com aquele Volturi? Você não pode continuar com isso, ele pode te sequestrar, Nessie!

– Já chega! – gritei. Ah, como era bom gritar – Todos me dizem com quem eu devo ficar e oque eu devo fazer, eu não sou mais um bebê que precisa de ajuda para fazer tudo, eu cresci, eu tenho a minha vida. Se ele quisesse me sequestrar ele já teria o feito, ele estava na biblioteca e me salvou, ele poderia muito bem ter me sequestrado naquele momento. E não te interessa com quem eu tenho aulas, eu sei que ele é perigoso, mas ele, o inimigo, foi o único que mesmo sabendo das consequências me contou toda a verdade! Você escondeu tudo de mim, também, até sua parte lobo. Então não preciso de babá e muito menos de seus conselhos sobre perigo!

Gritar era tão bom, mas esse não era um momento muito bom. Jacob apenas abaixou a cabeça e se foi, eu queria me desculpar, mas algo me dizia que eu estava certa. Certa em defender o Volturi? É claro, Renesmee. Eu queria correr atrás dele e pedir desculpas, mas a atitude de todos realmente me deixava incomodada, então deixei passar. Eu deixei passar. No mesmo momento que Jake saiu meus pais entraram, se olhando preocupados e minha mãe logo correu para me abraçar. Oh, pelo amor de deus!

– Nessie, tudo bem? – ela perguntou preocupada.

– É, só uma pequena discussão. Descobriram alguma coisa? – Bella sorriu e abriu a boca mas Edward a cortou.

– Ainda não, Carlisle continua pesquisando.

– Eu vou dormir – resolvi não criar mais brigas, eu sei que eles descobriram alguma coisa.

E de repente me dei conta de que apenas o inimigo estava sendo sincero comigo, me contando todas as coisas que minha família escondeu de mim. Ele obviamente sabia de alguma coisa, e se eu não posso descobrir por bem, terei que faze-lo por mal.


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Notas finais do capítulo

E quem é vivo sempre aparece...
Eu sei que demorei horrores para atualizar essa fanfic, mas recebi um número aceitável de comentários, então não quis desaponta-los. Pensei seriamente em parar de escrever, tirei um tempo para mim mesma e agora estou de volta ( mais o menos ). Obrigada pelos comentários, foram neles que me dei conta que amo essa história e quero finaliza-la, mas é claro que eu preciso de comentários bons, não é?
Então, cá estou eu. Espero que tenham gostado do capítulo de hoje, o próximo virá dependendo de vocês. Comentem e recomendem.

Xoxo, Katherine.