Acordei e suspirei, a cama continuava sendo só minha. Nada de Jack. Levantei e andei até o berço de Gus.

– Ei meu amor - sorri beijando sua teste

Ele abriu os grandes olhos castanhos e sorriu para mim. Ele tinha crescido bastante em três dias. Os dois tinham.

Eu sei que é loucura, mas eu acho que eles já entendem tudo dentro deles. Como se entendessem nossa língua e soubessem mais do que bebês deveriam. Infelizmente, não conheço outro Jack Frost nem outra Lizzie Summers para perguntar sobre os filhos deles. Talvez eu devesse perguntar para a Fada.

Olhei para Posy, que ainda dormia, os seus cabelos estavam um pouco maiores e, por incrível que pareça, estavam mostrando algumas mechas rosa bem clarinhas.

Ouvi uma batida na janela. Olhei em menos de meio segundo, mas era apenas o Coelhão.

– Oi Lizzie - sorriu ele entrando

– Oi - sorri

– Oi garotos do Coelhão. - disse ele fazendo carinho nas crianças.

– O que foi? - perguntei

– Eu não posso te visitar sem que seja alguma coisa? - perguntou ele

Cruzei os braços.

– Certo, Jack pediu para eu te levar em um lugar. - ele disse

– Ele está bem? - perguntei

– Acho melhor você decidir isso sozinha. - ele disse

– Claro. - eu disse - Eu vou pedir pra minha mãe olhar as crianças.

– Não! - disse ele - Eles vão também.

Ele pegou Gus e esperou que eu pegasse Posy. Saímos pela janela e eu subi nas costas dele.

– Se segura. - disse ele

Fechei os olhos por causa da velocidade e, quando abri, vi que estava naquele lugar conhecido onde eu e Jack havíamos nos beijado pela primeira vez e que eu havia me transformado.

– Agora é com você, Lizzie. - disse o Coelhão.

– Tudo bem. - suspirei

Peguei Gus no colo com a outra mão e andei até a "nossa" árvore.

Jack surgiu de trás dela e sorriu.

Corri até ele e deixei que ele me envolvesse com um abraço.

– Eu estava tão preocupada. - eu disse

– Eu estou bem. Só precisava de um tempo. - sorriu ele - Eu não acho que a gente deva continuar morando junto...

– Ei, você não precisa ficar com medo. - eu disse - Quero dizer, eu também não esperava crianças agora e, apesar de tudo, somos adolescentes e não nos preparamos. Mas, por favor, Jack, não desista de mim.

Ele sorriu e encheu meu rosto com beijos.

– Eu estava dizendo que não acho que a gente deva continuar morando junto com os seus pais.

– O que? - sorri

Ele se virou para o lado sorrindo e fez um gesto com a cabeça em direção a uma casa na margem do outro lado.

– Você não…aquela não é…Jack! - eu disse

Ele sorriu dando de ombros e me mostrou suas mãos, que estavam cheias de cortes e sujeira.

– Eu não estou com medo. - disse ele

Sorri e o beijei.

– Vem. - disse ele segurando meu queixo e beijando meu nariz

Demos a volta correndo no lago e paramos de frente pra casa.

Ela tinha um andar e parecia uma pequena cabana. Jack ficou na frente e abriu a porta. Tinha uma sala com um sofá e uma varanda que dava para o lago. Do outro lado, tinha a cozinha.

– A gente não precisa comer mas eu achei que você não iria querer abandonar o costume. - disse ele

Ele lavou as mãos na pia e segurou Posy.

Vi três portas no fim de um corredor e abri a da direita. Era o quarto da Posy.

Nas paredes estavam pintados todos os tipos de flores que eu consegui imaginar. Tinha uma porta de madeira no fundo e Jack a abriu revelando uma varanda enorme ao lado da varanda da sala, onde tinha uma casinha de bonecas.

O quarto da esquerda era de Gus e tinha almofadas que se pareciam com folhas que caem no outono.

Também tinha uma varanda, do lado oposto à de Posy.

Deixamos cada criança em seu berço e Jack me puxou de volta para o corredor.

– Pronta? - disse ele no meu ouvido

– Nem um pouco - sorri

Ele me beijou e abriu a porta.

Era o quarto mais lindo que eu já tinha visto. Um dos lados era inteiramente de vidro, com a nossa varanda inteira no lago e com vista para a nossa árvore.

– Eu achei que fosse ser uma boa ideia a gente ver essa árvore todo dia.

Assenti.

Olhei ao redor e vi que não tinha uma cama e, sim, uma cabana no chão com um colchão dentro.

– Jack! - ri

– Eu não estou sugerindo nada. - ele deu de ombros

– Essa é a casa mais linda que eu ja vi. - eu disse, com absoluta sinceridade

– Eu achei justo fazer essa casa para as três coisas mais lindas que eu já vi.

– Eu te amo, Jack Frost. - eu disse

– Eu te amo, Alice Summers. - sorriu ele

… … …

– "Depois disso fomos para a cabana…" - disse Gus puxando o diário da minha mão.

– Isso não está escrito ai! - eu disse

– Aposto que foi o que aconteceu. - disse ele

– Saudades daquela época, quando você ainda não falava. - eu disse

Ele riu e tirou o cabelo ruivo dos olhos.

– E eu tenho saudades de quando todos nós não tínhamos a mesma idade. - disse Gus - Tem certeza de que eu e Posy não vamos crescer mais?

– A Fada disse que não iriam. - eu disse

– Ainda tenho esperanças. - disse ele

– Eu vou continuar sendo sua mãe. - eu disse - Já arrumou seu quarto?

– Sim. - disse ele

– Se eu achar alguma bagunça naquele lugar, Augustus Frost Summers…

– Já sei, já sei. - disse ele indo de volta para lá

– Ei mãe. - disse Posy saindo do quarto com os cabelos presos em uma trança.

– Oi Posy - eu disse - Novo penteado?

– Sim - disse ela irritada - Esse verão está muito quente.

– A culpa é do papai! - gritou Gus lá de seu quarto

– Jack, que estava deitado no sofá, ao meu lado, riu.

– Aposto que é mesmo. - bufou ela - Vocês poderiam equilibrar as coisas.

– Deixem sua mãe em paz. - riu Jack - O inverno está bem rigoroso no Hemisfério Sul.

Posy deu de ombros e saiu de perto.

Jack levantou do sofá e me abraçou.

– Eu te amo, Alice Summers. - sorriu ele

– Eu te amo, Jack Frost. - eu disse

Ele levantou e me puxou.

– Vamos. - disse ele - A gente tem estações para espalhar.

Sorri.

– Até mais tarde crianças. - gritei - Bea, Dave e Gabi vêm jantar aqui hoje!

– Vejo vocês depois. - gritou Jack

Saímos de casa e Jack me puxou para um beijo.

– Te vejo às oito? - sorriu ele

– Com certeza. - sorri

Ele sorriu e pediu para o vento lhe carregar para longe e eu pedi para que ele me carregasse para o lado oposto.

Fim.