Let It Snow escrita por AliceFelton


Capítulo 14
Capítulo 14




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Acordei e fui acordar Jack. Ele já estava acordado. Quando me viu entrar com uma cara de desanimada no quarto, Jack sorriu.

- Ei, é sexta! - disse ele - Vai, quero ver um sorriso. Ri e ele sorriu mais.

- Muito melhor. - disse ele

- O que aconteceu com o Jack? - perguntei - Por que diabos você está no lugar dele, criatura que fica feliz de manhã?

- HA HA HA. - zombou ele e eu ri de verdade.

Percebi que seu olhar estava meio triste.

- Todos dizem que, as vezes, quando uma pessoa se diz estar muito feliz, ela está na verdade muito triste. - eu disse

- Eu não consigo te enganar, não é mesmo? - riu ele com um certo pesar.

- Nem em seus maiores devaneios. - eu disse zombando dele (o que era mentira, ele sempre conseguia me enganar)

- Eu só estava lembrando de algumas coisas, nada demais. - ele disse

Continuei olhando ele.

- Eu estava pensando em como tudo seria diferente. - disse ele sentando na cama.

Chequei o relógio e sentei do lado de Jack, que me envolveu com seu braço.

- Eu morava aqui sabia? - disse ele

- Quando você não era você? - perguntei

- Wow Alice! - riu ele - Quando eu não era eu.

- Você entendeu o que eu quiz dizer! - ralhei

Ele riu. Eu encarei-o.

- O que aconteceu com você? - perguntei

- Você não sabe? - espantou-se ele

- Não. - eu disse - meu pai nunca me contou, acho que ele não sabe.

- Faz sentido, acho que eu nunca contei pra ninguém além da fadinha. Revirei os olho involuntariamente e ele riu.

- Eu morava aqui, quando não existia eletricidade ou AlicesBennett nesse lugar.

Ri e ele começou a contar.

"Eu tinha uma irmã. Eu costumava ser o palhaço daqui, nunca levava nada a sério. Nunca me comportava.

Um dia eu e ela fomos patinar no gelo num lago a meia hora daqui. Acho que seu avô te levou lá uma vez. Mas o lago não estava congelado o suficiente. Minha irmã ficou presa em um lugar sensível, se ela se movesse, iria cair. Então eu falei que iríamos brincar de amarelinha e peguei um galho que parecia um gancho que havia caído no lago. E eu puxei ela para a margem. Daí o lago quebrou e eu caí. E me tornei Jack Frost, o cara da neve.

Eu sei que é besteira e eu não me arrependo de ter virado Jack Frost e tudo mais. Só que hoje seria aniversário dela, da minha irmã. Eu só estou um pouco abatido."

- Jack - eu disse - Eu sinto muito.

- Não sinta. - ele disse - O que eu menos quero é que você pense que eu me arrependo de tudo. Eu salvei ela e a partir daí me aconteceram coisas ótimas.

- Mas você sente falta dela, isso é normal. - eu disse

Ele se virou para mim e eu vi que tinha uma lágrima presa nos seus cílios.

- Não Jack. - arfei - Não chora.

Abracei ele e senti um líquido quente no meu pescoço. Afaguei seus cabelos.

- Jackzinho, Jack. - sussurrei - Está tudo bem. Ai droga, como consolar uma adolescente de mais de 300 anos?

Ele riu e olhou para mim.

- Não chora. - eu disse sorrindo - Seus olhos ficam bem mais lindos quando estão secos.

Ele sorriu.

- Muito melhor. - imitei ele

Eu, sinceramente, não sei o que quis fazer com Jack naquela hora. Um sentimento bom entrou em mim mas antes que eu fizesse algo imprudente, resolvi olhar para outro lugar que não me hipnotizasse com os seus olhos. Olhei para o relógio no criado-mudo.

- Estamos atrasados. - eu disse

- Como sempre. - sussurrou ele

- Você não quer ficar em casa? - perguntei - Você pode falar que não está muito bem.

- Eu já estou melhor. - disse ele - Aguento um pouco de escola.

- Qualquer coisa você me avisa ok? - eu disse

- Ok. - disse ele

Fomos correndo para a escola e entramos esbaforidos na sala. Quer dizer, eu entrei. Jack nunca se cansa muito. Aquela corrida foi normal para ele. A boa notícia era que o professor não tinha chegado ainda. Me joguei ao lado de Bea e ela riu.

- Onde vocês estavam? - perguntou ela

- Eu estava… - começou ele

- Dormindo! - exclamei - Eu dormi demais.

- Como sempre né? - riu ela

- É, como sempre. - eu disse

Jack, que estava atrás de mim, começou a mexer no meu cabelo agradecendo.

- Vocês querem fazer alguma coisa hoje? - perguntou Bea

- Pode ser. - eu disse - Vai lá pra casa.

- Tudo bem. - disse ela

- Eu queria comer alguma coisa diferente. Morango. - eu disse

- Acho que não vai ter morango ainda. - ela disse

- É uma pena. - eu disse - As arvores deviam dar frutos sempre.

- Deviam mesmo. - disse ela

Sorri e abri meu caderno para começar a escrever, o professor havia chegado na sala.

Acabou a aula e eu me virei para Jack.

- Você está pronto, Jack?

- Ah na verdade, eu não vou para casa agora. - disse ele

- Vai pra onde? - perguntei

- Tem treino hoje. - ele disse

- Entendi. - eu disse

- Eu te encontro em casa depois. - disse ele

- Tudo bem. - eu disse sem jeito. - Te vejo depois então.

Ele segurou minha nuca e me deu um beijo na testa. E o observei sair da sala e fui guardar meu material no meu armário. Ouvi passos no corredor e me virei. Dei de cara com Rachel. Ela estava parada, olhando para mim.

- Eu queria pedir desculpa. - disse ela com a voz baixa. - Por tudo desde os 7 anos. Eu percebi que eu só fiz coisas para te abalar desde então.

Não falei nada e esperei ela continuar.

- E eu acho que esse lance todo do Jack foi a gota d'água. - suspirou ela - Me desculpa.

- Eu poderia te desculpar, mas usar o Jack daquela maneira foi ridículo. - eu disse

- Como? - perguntou ela

- Você acabou de dizer que fazia as coisas para me abalar Rachel! Ficar com o meu melhor amigo e depois chutar ele assim, eu quero dizer, quem faz isso? Você poderia ter machucado muito ele.

Ela riu e encostou no armário.

- É claro que ele não te contou. - disse ela dando um leve sorriso.

- Me contou o que? - eu perguntei confusa

- Eu não terminei com ele Alice. - disse ele - Ele terminou.

- Por que? - eu disse

- Pergunte para ele. - disse ela - Enfim, eu pedi desculpas. Quando quiser aceitá-las...

Ela saiu andando e me deixou confusa por lá. Fechei o armário e me dirigi para o campo. Entrei em um corredor e quase esbarrei com Dave e Bea, que estavam conversando.

- Dave! - eu disse - Era você quem eu queria ver!

- Queria? - perguntou ele

- Sim. - sorri - Eu posso tirar o Jack do treino rapidinho?

- O que? - riu ele

- Bem rápido. - eu disse fazendo biquinho

- Lizzie, você sabe que eu deixaria mas não tem treino hoje. - disse Dave

- Foi cancelado? - eu perguntei

- Sexta não é dia de treino, nunca teve. - afirmou ele

Suspirei. Eu era realmente muito besta.

- Dave, você pode levar a Bea pra casa? - perguntei

- Mas eu to com meu carro. - disse ela

- Me empresta seu carro? - eu perguntei impaciente

- Ah, tá. - disse ela - Mas eu não ia pra sua casa?

- Vai pra sua e depois vai para a minha. - eu disse - Ou vai para a minha logo, eu não vou demorar.

- Ah, eu acho que tudo bem então. - disse ela - Tem problema para você Dave?

- Não. - disse ele

- Tchau gente. - eu disse

- Tchau. - disseram eles

Saí correndo para o estacionamento e me dirigi ao carro de Bea. Vi que tinha alguém encostado nele. Cheguei perto e vi que esse alguém era um pouco fora do normal. Tinha pelos acinzentados, orelhas grandes e estava com uma cesta com alguns ovinhos de chocolate.

- Siga o coelho, Alice. - disse ele com ironia.

- Era para ser um coelho branco. - eu disse

- Racista. - disse ele

- Bom te ver Coelhão. - eu ri

- Bom te ver também, baixinha. - disse ele

- Qual é? - ri - Eu sou alta!

- É maior que eu? - perguntou ele

- Não mas… - comecei

- Então é baixa. - disse ele

- Pra onde ele foi? - eu perguntei

- Pro lago dele. - disse ele

- Onde fica? - eu ri

- Siga o coelho, Alice. - disse ele - SE VOCÊ NÃO SE IMPORTAR COM A COR DELE.

- Nossa, calma. - ri e entrei no carro - Vamos lá.

Dei a partida e segui Coelhão pelo caminho. Depois de dirigir por uns 15 minutos, ele parou e apontou para um lago próximo.

- É ali. - disse ele

- Obrigada. - sorri

Ele abriu minha mão e colocou um ovinho de chocolate que estava na cesta. Ele piscou e saiu pulando, me deixando sozinha.

Andei até o lago e vi Jack sentado encostado em uma árvore. Assim que e viu, Jack se levantou.

- Lizzie - disse ele

- Jack. - eu ri

- Como você chegou aqui? - sorriu ele

Mostrei para ele o ovinho que Coelhão havia me dado.

- Claro. - disse ele - Tinha que ser ele.

Ri.

- Por que você mentiu para mim? - eu disse

- Eu precisava vir aqui sozinho. - disse ele - Me desculpa, eu não queria te preocupar.

- Não estava falando dessa mentira. - eu disse - Mas, uau, você está ficando mentiroso.

Ele riu.

- Qual mentira? Qual delas? - zombou ele

- Rachel terminou com você. - eu disse - Calma, tem mais?

Ele suspirou e riu.

- Você é muito intrometida Bennett. - riu ele, chegando perto de mim. - Eu terminei com ela porque eu estava interessado em outra pessoa.

- Quem? - eu disse

Ele agarrou minha cintura e segurou meu corpo contra o seu.

- Natasha Colton . - disse ele - Aquela líder de torcida loira.

Arregalei os olhos e o encarei por uns segundos.

- Te peguei - sorriu ele, chegando com o rosto perto do meu.

- Você é muito irritante. - bufei

- Eu sei. - disse ele

Ri e ele me beijou. Os lábios dele eram um pouco frios porém bem macios. Ele girou meu corpo e eu encostei na árvore que outrora ele estava encostado. Coloquei minha mão na sua o nuca e o puxei ainda mais para perto de mim. Ele mordeu meu lábio e eu sorri. Me separei dele e peguei fôlego.

- Meros mortais precisam respirar com mais frequência. - ri

Ele riu e tirou um floco de neve do meu cabelo. Olhei para o chão e vi que tinha um círculo de neve em volta de nós, nos nossos cabelos e ombros.

- Opa. - riu ele

- Você fez nevar! - eu ri

- Não foi de propósito. - disse ele cruzando os braços.

Sorri e dei mais um beijo nele.

- Vamos pra casa? - suspirei

- Vamos. - disse ele

Peguei sua mão e o puxei até o carro. Antes que eu abrisse a porta, ele me agarrou e me deu mais um beijo longo. Me separei dele rindo e abri a porta.

- Comporte-se - ralhei e entrei no carro.

Ele deu uma risada alta e deu a volta para entrar pela porta do motorista. Ele sentou. Jack dirigia quem nem um idiota bêbado e apressado então demoramos metade do tempo que eu havia demorado. Chegamos na minha casa e e entramos quietos. Vi que minha mãe estava na cozinha.

- Como está minha boca? - sussurrei

- Beijável. - ele deu de ombros

- Jack! - exclamei

- Está normal. - riu ele

Ri e encostei no batente da cozinha.

- Oi mãe. - eu disse

- Oi filha. - disse ela

- A gente chegou. - eu disse

- Ok. - disse ela

- Cadê todo mundo? - perguntei

- Nas atividades diárias que você sempre pergunta. - disse ela rindo

- Ta. - ri - Tchau.

Subimos as escadas e eu fui abrir a porta do meu quarto. Minha mãe gritou alguma coisa qualquer mas eu não prestei atenção porque Jack me puxou para um beijo. Ele abriu a porta com uma mão enquanto a outra segurava meu cabelo. Ele me pegou no colo e me encostou na parede. Arranhei suas costas e ele começou a beijar o meu pescoço. Ri e abri os olhos. Eu apenas não esperava ver uma Bea e um Dave sentados na cadeira e no pufe, respectivamente, nos olhando com olhos arregalados mas sorrisos no rosto.

- Jack. - eu disse

- Oi. - disse ele parando com tudo.

Fiz um gesto com a cabeça em direção aos dois e Jack se virou.

- Oi - disse Jack rindo

Ele me colocou no chão e arrumou o meu cabelo. Por sorte, ele não tinha feito nevar. A gente já tinha muito o que explicar.

Sentamos na cama, virados para os dois. E Bea e Dave começaram a rir.

- Então. - riu Jack - A gente só estava vendo uma coisa. Não é Lizzie?

- É. - ri - Eu estava checando um negócio na boca dele. Está tudo bem com ela, Jack. Não precisa se preocupar.

- Lizzie e Jack. - disse Bea sorrindo - Jack e Lizzie.

- Eu gosto dessa ideia. - disse Dave - O que você acha Bea?

- É, é bem legal. - sorriu ela


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Notas finais do capítulo

Wow, tá enorme. Enfim, ME FALEM QUALQUER COISA. Beijos, desculpa a demora