NOVEMBRO DE 1812

Ás vésperas do casamento, os Collins visitaram Longbourn, eles chegaram a alguns dias na residência dos Lucas, e Charlotte não a pode visitar antes por causa da fadiga que a viagem lhe causara. O sr. Collins não sabia exatamente como se comportar, quando Elizabeth esteve em sua casa fez de tudo para provar que ela tinha dispensado um homem o qual nunca encontraria semelhante, talvez ele estivesse certo, o sr. Darcy não se parecia em nada com ele.

Mas agora que ele era a desvantagem, por mais boa esposa que Charlotte fosse. Ali naquela casa ele sabia também que não poderia mencionar sua benfeitora que parecia exercer seu poder sobre todos os aspectos da vida, felizmente o sr. Collins consentiu em ficar quieto por toda a visita, até que a sra. Bennet o espetasse com uma espinhosa afirmação sobre o ótimo casamento que Lizzie faria.

Charlotte por sua vez foi a mais amável e amigável pessoa que existia, exatamente como antes do detestável casamento. A gravidez que ainda não era aparente, mas tinha causado tamanho alvoroço, a tinha tornado mais alegre e talvez elegante. As duas antigas confidentes andaram pelos jardins da casa e puderam enlaçar os velhos laços da boa conversação.

"Oh Lizzie! Lady Catherine ficou tão furiosa com esse casamento, ela sempre disse que Darcy devia se casar com a sta. de Bourgh."

"Mas isso nunca foi oficializado, era uma ideia dela própria, sei que ele nunca consentiu com o plano."

"Nunca protestou também, Lizzie isso pode acabar muito mal, separar parte da família do sr. Darcy pode tornar para ele a ideia desse casamento desfavorável."

"Charlotte" disse ela parando e segurando suas mãos "conhece bem Lady de Bourgh para saber que de nada valeria Darcy tentar convencê-la do contrário, no fim talvez terminasse mais próximo de um casamento com Anne que no inicio da conversa." As duas deram sorrisinhos, mas depois Elizabeth necessitou continuar "Confio nele, para saber que seu caráter o alertou sobre essa possibilidade quando estivemos em Kent, ou nunca teria me feito uma proposta, estando sobre o mesmo teto que a tia."

"Realmente, Elizabeth Bennet, você o ama para confiar tão cegamente."

"Não cegamente, é logicamente, espero que me compreenda. Penso também que por mais imutável seja a personalidade de Lady Catherine de Bourgh, em um momento ela cederá ao sobrinho, talvez depois que Anne faça um bom casamento, ela não poderia afastar uma das poucas visitas anuais ou a pequena parte viva da memória da irmã."

"Tens razão no que pensa, espero que isso realmente aconteça, agora que ela está totalmente rancorosa com a situação, e eu grávida, ela tem me tentado a retrucá-la por todas as coisas impróprias que disse de você, e eu estava preste a ceder."

"Não faça isso, jamais, irá prejudicar somente você mesma. Em um mês estarei casada com o homem que mais amo no mundo e isso fará com que eu não me importe com o que qualquer um diga, seria a mulher mais feliz que já existiu e isso é o que importa para mim."

"Oh! Você comove até meu coração que, como sabe, nunca foi romântico, realmente desejo tudo que há de melhor no mundo a você minha querida Lizzie. Agora retornemos pois meus pés já não aguentam mais nenhuma volta, tenho me acostumado mal em Kent, o sr. Collins enciste que eu não caminhe mais que uma milha para a saúde do bebê."

"Vamos entrar então, tenho certeza que toda essa preocupação fará do sr. Collins um excelente pai." elas então mudaram a direção e adentraram na casa, na sala, Jane estava servindo de modelo para a sra. Lucas que observava com atenção todas as peças do enxoval adquirido.

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A noite prometia ser longa, cada um por seu próprio motivo, no quarto do casal a sra. Bennet insistia em conversar com o sr. Bennet ,que tentava dormir da melhor forma que encontrasse, ele se preocupava com Jane, mas deixaria isso para a manhã seguinte. A sra. Bennet conferira todos os preparativos antes de se deitar, mas a cada momento lembrava de outra preocupação e lá ia ela com seus chinelos um tanto barulhentos pelas escadas. Na quinta vez que o evento se repetiu o sr. Bennet, que por causa dela, não pregara o olho mais que alguns minutos, juntou seus pertences e se ajeitou da melhor forma que pode no sofá da biblioteca, mas seu tamanho era muito maior que o que o sofá acomodava com certo conforto, ao fim deitar-se lá foi tão desagradável quanto com os nervos hiperativos da esposa.

No quarto de Lizzie a quietude era assombrante, ela e Jane estavam deitadas na cama, seria a última vez que repetiriam um gesto feito por toda a infância nas noites de pesadelos e tormentas. Jane estava quieta, mas o nervosismo era claro em seus olhos. A irmã mais jovem estava inquieta, mesmo sendo abraçada pela irmã, era uma sensação que nada poderia afugentar, o sr. Darcy partiria logo após o jantar daquela noite, ela só voltaria a vê-lo em seu próprio casamento, seria um longo mês, e a conversa com Charlotte a fez temer que a tia agisse durante esse tempo para impedir a felicidade deles.

Kitty e Mary talvez fosse as que dormiam mais tranquilamente, assim como o sr. e a sra. Gardiner e as crianças que pouco entendiam a importância do dia que iria raiar.

A três milhas a situação parecia não variar muito, Bingley em uma ansiedade estrema via da janela do próprio quarto o sol começar a lançar seus raios no céu estrelado e mesmo com a exaustão corporal, sua mente parecia não sucumbir a ela. Caroline Bingley chegara na mesma tarde e tencionava ficar somente para a cerimônia e partira junto com o Hursts, mas teria que passar aquela noite na mesma casa que Darcy, talvez ela não o amasse verdadeiramente, mas poderia tê-lo feito, agora que ele tinha escolhido alguém com quem ela se recusava a ser comparada, ela queria odiá-lo, isso a vinha perturbando a tanto tempo que já tinha se acostumado a passar noites em claro.

O próprio sr. Darcy não conseguia, nem depois de um copo de vinho forte, desligar a própria mente, lá estava ele, em uma dezena e meia de horas ele sairia de Herefordshire e deixaria Elizabeth por um mês completo, não tinha medo de esquecer de qualquer detalhe de seu rosto ou de qualquer palavra dela, por mais que tantas fosse doloridas, esquecer seria imperdoável.

Tinha total certeza que ao reencontrá-la conseguiria distinguir qualquer alteração mínima que o tempo provocasse, ele sentiria saudades, mas estaria amando-a mais que nunca.