"Ela está linda" sussurrou Fitzwilliam ao lado de Darcy que continuava a olhar fixamente para o altar depois de sua entrada na abadia de Derbyshire, e agora aguardava a noiva. Algumas vezes ele tenha se imaginado estar naquela posição, à espera de alguém que considerasse especial. Antes de entrar pela última vez no presbítero de Kent também se viu a espera de Elizabeth. Mas ali estava ela, a alguns segundos de completar o desfile da noiva e entrar na nave principal do santuário. "Mantenha-se calmo,Darcy" cochichou o primo e padrinho por último, era o mesmo pensamento que tivera desde a noite anterior, e agora estava mais longe do que nunca de colocá-lo em prática.

Elizabeth seguia apoiada no braço do pai segurando um pequeno buque de flores campestres, ela se lembrada do tempo em que dizia que somente o amor mais profundo a persuadira ao matrimônio, e ali ela estava, se aproximando a cada passo para perto dele, um lugar do qual jamais sairia até o momento final. Se separaria do pai, da mãe e de suas irmãs para ser tão feliz como nunca foi, a distância agora pouco importava, mas ela não separaria do homem que agora estava ao lado. Então com um leve toque no cotovelo Darcy percebeu a presença dela e ao se virar pode contemplar olhos marejados emoldurados por fios do cabelo escuro e ondulado do penteado da, pela última vez, Srta. Bennet. Pouco a pouco teve coragem de desviar o olhar que estava conectado ao dela para admirá-la melhor.

"Parece-me um anjo." Darcy sussurrou para ela e a viu corar, dentro de um vestido de musselinas brancas com mangas curtas e transparentes, com um pequeno decote, precisou de alguns momentos para perceber que se tratava do mesmo vestido que ela usara no baile em Netherfield coberto por um xale azul bebê dando a ela realmente um aspecto celestial.

Lizzie entregou o buque a Mary que por regra de ser a solteira mais velha dentro de Longbourn até o fim da cerimônia era a madrinha e cumpria seu papel com excelência. Os murmúrios dos presentes se cessaram com o pedido do abade, que começou a celebração, cada palavra foi ouvida com a devida atenção e recebida com o devido respeito pelas partes.Na família da noiva Kitty chorava de emoção ao ver a cena de um casamento, mas por necessidade própria ou egoísmo, pensava no próprio, o pai ao lado da filha segurava as lágrimas e era afagado no braço pela sua eterna menina, a Sra. Bingley a olhava estarrecida de emoção, a alegria de ter a irmã feliz ao lado do único homem que podia fazê-lo e ao mesmo tempo tornar o marido e Darcy formalmente irmãos era gratificante. Ao lado do noivo reinava felicidade, mesmo com o abatimento do coronel Fitzwilliam pela partida de Anne com a mãe, ver uma cena tão especial como ver os sorrisos dos noivos, pouco poderia valer mais, Georgiana se emocionava na primeira fileira em ver a felicidade do irmão inteiramente realizada e no fato de já amar muito sua mais nova irmã.

"Fitzwilliam Darcy, aceita esta mulher como sua legítima esposa" começou o reverendo "para viver de acordo com as leis de Deus, nos laços sagrados do matrimônio? Promete amar, confortar e respeitá-la, ser-lhe fiel na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, todos os dias de sua vida?" Cada palavra sagrada proferida milhares de vezes inuntou-lhes os corações.

"Sim, eu quero. " A gravidade na voz de Darcy tornava aquela promessa inquebrável. Apos essas palavras serem ditas a Elizabeth Bennet, seu nome de batismo, estavam seladas as promessas. Ao ser entregue pelo pai os votos foram repetidos por cada um terminados com uma única fala "Entrego a ti minha lealdade. "

A troca de alianças os formalizou como senhor e senhora Darcy perante a graça divina. O desfile dos noivos foi conduzido até a parte externa da abadia e lá puderam receber os cumprimentos. A família Bennet estava de partida, mas felizmente os Bingleys permaneceriam alguns dias na região. A chegada do padrinho surpreendeu a noiva.

"Devo dar meus cumprimentos a minha nova prima, Sra. Darcy." Ela agradeceu com uma reverência e sorriu pela graciosidade do coronel.

"Acredito, Elizabeth querida, que deva cumprimentá-lo pelo recente noivado com Anne." Inferiu Darcy com um breve sorriso ao ver a confusão invadindo os olhos dela.

"Anne de Bourgh? " Questionou ela, tentando compreender o que acabara de ouvir, mas então entendeu o que podia estar contido no pequeno bilhete borrado que trazia consigo de Longbourn.

"A própria."Respondeu o primo, mas sentindo não ser suficiente completou "parece-lhe surreal meu compromisso, mas se trata de um afeto sincero pela minha prima, que você se encantará no próximo encontro."

"Sendo assim, só me resta felicitá-lo, coronel! " Ele agradeceu e se afastou para dar lugar a mais amigos e parentes, enfim Georgiana se aproximou com as chaves presas nas fitas. Em um gesto pouco esperado Elizabeth a abraçou.

"Sabe que espero que almoce conosco, Darcy diz que tinha algo pra mim" sussurrou no meio do abraço. E a menina lançou os brandes olhos claros em um tom interrogativo para o irmão que sorriu e assentiu, ele estava próximo o bastante para ouvir os murmúrios delas. Georgiana apenas escondeu as chaves dentro da bolsa antes que a nova irmã as visse.

"Vão, Fitzwilliam irá comigo depois e então seguiremos para Londres" assim os noivos subiram em uma carruagem fechada e acenaram paramos que continuaram em frente a abadia.

"Está com frio?" Perguntou Fitzwilliam quando sua mão encontrou a de Lizzie no banco de couro em que se sentavam.

"Não havia me dado conta do frio que estava até finalmente ficar parada." Ele então passou o braço por volta de seu corpo puxando para cima o xale dela que havia escorregado do alto das costas e então a aninhou ao próprio corpo bem aquecido pelo casaco.

"Receio não poder fazer nada melhor." ele parecia ao mesmo tempo considerar retirar o próprio casaco, mas não achava oportuno que ela chegasse assim em Pemberly ou que havia espaço suficiente na carruagem para tal manobra "posso dar-lhe o meu casaco..." mesmo assim ele o ofereceu.

"Não é necessário, estarei bem até chegarmos, lá posso encontrar meus próprios casacos. Não deveria ter usado este vestido." Concluiu ela com um olhar acusador para as mangas curtas, naquela manhã ela não havia pensado na causalidade do tempo, simplesmente escolhera aquele vestido, ela o tinha fascinado com ele e desejava fazê - lo mais uma vez, mesmo que o clima pudesse se opor.

"Lembro de vê-la dançar com ele, mas quem era seu par?" Ele sorriu em lembrar como estranhamente foi decidido até onde Lizzie estava para lhe pedir duas danças, as únicas que ele dançou com a, agora sua esposa.

"Com meu primo adorável" riu ela " e como o homem que insultei, não? " Rebateu ela se lembrando com vergonha de sua falta de educação e incivilidade qual o tratou.

"Lembro de ter a insultado na primeira vez que nos vimos, e receio que seus modos comigo foram totalmente justificados pelo o que ouviu."

"É tolerável, mas não tem beleza para tentar-me." imitou ela "foram palavras que feriram muito meu orgulho. "

"Não me delatou."

"Como disse, feriu-me o orgulho, e não pude contar a mais ninguém que não fosse de minha confiança. "

"Quero dizer, que desde que a vi pela segunda vez percebi o quão enganado estive, e também que não imagino haver mulher mais bonita que você neste momento. " Ela corou com o elogio e suas faces se aproximaram, estavam colados testa a testa, nariz com nariz. "Sabes que a amo..."

O beijo foi como uma necessidade, fim da celebração e o começo daquela vida para a qual se encaminhavam, os lábios se chocaram com ternura e paixão e, não era preciso uma palavra para se saber que eram amados de formas iguais, sem medida. Logo Elizabeth tinna se encaixado perfeitamente em um abraço e era totalmente protegida por ele e talvez agradecesse pelo vestido ter aquelas mangas. O arranjo durou pelo tempo da viagem, talvez ao fim não se diferenciavam os perfumes, eles haviam ficado tão junto, era instintivo e agradável e pareceu aos dois desagradável no momento que tiveram de se recompor e descer, mesmo que o Sr. Darcy tenha tentado se por como obstáculo para o vento e Elizabeth.