D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 89
Petermon x A sina de Astamon x A surpresa de Impmon


Notas iniciais do capítulo

Paulo está doente e o autor também. Sob uma forte gripe eis que surge o capítulo 89 com muitas revelações.



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CAPÍTULO 186 

A primeira ilha administrada diretamente pelo governo ditatorial do Novo Mundo Digital... Um refúgio para a corrupção que os próprios digimons aprenderam, espelhando-se nos humanos. Um governo populista, falacioso e com a ideia de "nossa democracia", na frente dos leigos era o melhor desde a criação daquela segunda Terra. Obviamente algo assim atraía outros tipos de pessoas ainda menos éticas. Foi por isso que Astamon decidiu se prender naquela ilha, por isso acabou recluso por tantos anos, e logo depois se aliar aos humanos a fim de subir. Ele tinha interesses escusos, interesses pessoais. Ele continuava sendo um inimigo em potencial, porém, como uma cobra peçonhenta quando está trocando a pele, suas ações podiam parecer inofensivas à primeira vista. E, com isso, os perigos da paz do Digimundo aumentava drasticamente, porque além dos inimigos diretos e ardilosos, o inimigo sutil preparava o seu bote.

E era assim a sina de Astamon: correr para alcançar os seus objetivos — ainda desconhecidos. Por que será que ele fugiu tão facilmente da cadeia? Por que não fugiu antes? Será que alguém o patrocinou desde antes? O que ele foi fazer na ilha? Perguntas: 4, Respostas: 0.

E com toda sutileza de uma cobra, porém inabalável como um tanque de guerra, ele corria entre as árvores da floresta fechada de Windows. Era uma imensidão verde tropical que lembrava a Amazônia e a África Central. A noite era fria, não insuportável, dando tranquilidade ao atirador, e assim não se cansava fácil. Árvores com troncos grossos e outras grandes davam uma falsa resposta de que não havia vida ali; havia sim, caros leitores. Um urso com dois metros e meio apareceu, foi abatido; uma onça predadora... morta. Nada se salvava no caminho daquele monstro nem mesmo as grandes sequoias que ficavam na sua frente. A única coisa que o parou foi um lago relativamente grande. Para isso, ele mergulhou sem hesitar e, nadando no estilo borboleta, conseguiu ultrapassar aquele obstáculo d'água. Não deu tempo de se enxugar e logo continuou o seu trajeto. Sob a luz forte da lua cheia, ele escalava até os galhos das árvores. Deparou-se com um pelotão do exército do governo. Digi-homens armados até os dentes, alguns deles dentro de algo que lembrava um pequeno robô, porém não era digimon. Digimons comuns que não passavam da fase adulta também estavam presente.

— O intruso que veio junto com os humanos. Não vai se safar de nós, imbecil — disse um homem que parecia ser o chefe desse pelotão. Apesar de ser baixo, era corajoso suficiente para encarar o vilão. — E aí, vai ficar calado? Vou até aí enfiar uma bala na sua cabeça.

— Então tenta — Astamom sorriu como sempre a desdenhar dos outros.

— O quê? Desdenhou de mim. Crápula! Vai receber uma bala na boca.

O homem era pelo menos 20 centímetros mais baixo que o digimon. Ele se aproximou, apontou a pistola para a boca do maior e puxou o gatilho. O estrondo soou na floresta, os pássaros voaram com medo.

Flashback on

Durante o seu primeiro confinamento na prisão, antes de conhecer os digiescolhidos, Astamon mantinha-se sereno mesmo sob circunstâncias difíceis. Sua cela era comum, escura e úmida... Uma masmorra. Ele ficava a maior parte do tempo sentado sobre a cama, olhando para a porta. Havia uma janelinha que abria e fechava, dava para ver os carcereiros do lado de fora.

O luar era intenso, pois nos corredores da ilha-prisão havia pequenas janelas nos cantos superiores onde passava ar. Uma pessoa foi visitá-lo. O rosto escuro, sob a penumbra, apareceu naquela abertura da cela. O digimon se levantou e foi verificar. Conheceu imediatamente.

— Imaginei que viesse. Gostou da minha moradia? Local onde você me colocou.

— Não é algo para eu me orgulhar. Foi uma decisão muito amarga da minha parte. Só vim mesmo pra saber o que está acontecendo? Quem está te ajudando? Você nunca conseguiu evoluir e agora me aparece nesta forma perfeita. Quem está por trás de Astamon?

— Ah sim. E eu pensando que você veio por mim. Nunca tive essa esperança, mas, se fosse outra pessoa, com certeza, pediria perdão por ter trancafiado o próprio parceiro digimon numa prisão de segurança máxima.

— Você não me deu escolha. Você quis me matar, lembra-se? Mesmo sendo um Psychemon, você era forte o suficiente para matar um ser humano.

— Hum, os fatos são diferentes. Eu sou um digimon revoltado porque passou meses apanhando do próprio parceiro que o rejeitava. Era como aquele pivete que se dizia imperador digimon e maltratava o seu colega. Mas nem todos são como Wormmons. Infelizmente eu tive o azar de pegar um parceiro adulto...

Flashback off

O líder do pelotão atirou na direção da boca do mercenário. A cabeça deste afastou um pouco para trás, na sequência a fumaça do cano da arma ficou evidente... A confiança do homem acabou quando Astamon olhou para ele com a bala entre os dentes. O vilão sorriu e cuspiu o objeto. Ultrapassou com o seu braço esquerdo no peito do soldado. Os demais viram o chefe ser dividido ao meio como manteiga, as tripas e órgãos dele expostos. Digi-humanos morriam, mas não como os digimons. Logo se juntaram e começaram a atirar com tudo na direção do invasor. Assim que a poeira passou, viram Astamon impecável na frente deles.

— É um monstro. Fujam!

— Não vão fugir como insetos. Não honram o que há entre as pernas? Vermes, conheçam parte do meu poder.

Astamon formou uma bola azul de energia elétrica que logo aumentou tanto que ficou pelo menos com uns dois metros de diâmetro. Soltou sem fazer muito esforço. Assim que a bola atingiu o chão, uma grande explosão apareceu, e com direito a pirotecnia branca e azul. O impacto foi tão forte que uma cratera de duzentos metros de diâmetro apareceu. Dezenas de árvores foram destruídas abrindo caminho para ele. Desceu para o solo e viu o estrago que fez. Certamente, a ajuda que recebeu na prisão — nas duas vezes em que esteve lá — contribuiu muito para virar um profissional do homicídio.

...

Impmon flagrou Monodramon conversando escondido com Dracmon e Betsumon enquanto ia falar com o recepcionista sobre o estado de saúde de Paulo. Ele mudou o caminho e saiu quando viu o pequeno dragão. Sua desconfiança se concretizou, porque há algum tempo desconfiava do digimon e da sua boa disposição em ajudar os digiescolhidos. Logo saiu de trás da barraca.

— Olha só, eu não recebo ordens vindas de você. O chefe pode mandar em nós, mas você é tão inferior.

— Cala a boca, Dracmon. Vocês não fizeram nada especial. Podem ir dando uma voltinha porque o plano já está certo. Não quero vê-los por aqui.

— Vem cá, seu vagabundo!

— Calma — disse Betsumon agarrando o vampiro.

Impmon retornou para o hotel e logo viu Clockmon. Aproximou-se do recepcionista a fim de perguntar sobre Lampmon e se poderia ajudar o seu filho. Clockmon negou, dizendo que Lampmon estava descansando e que nada poderia fazer a não ser ir para uma farmácia que tinha a alguns quarteirões dali. A notícia péssima era que o estabelecimento fechava cedo e por isso, à noite, nada podia se fazer. De volta ao quarto, Paulo perguntou se houve êxito. O seu pai ficou triste, mas teria que esperar até a manhã seguinte para ir até a farmácia.

Já Mia continuava acordada. Ela ficou olhando a lua diretamente. A grande esfera prateada no céu. Betamon acordou e foi até onde ela estava sentada.

— O que está vendo?

— Estou com insônia, mas logo vou dormir. Você deveria ir dormir.

— Só vou se você for.

— Então tá. Já que ficou por aqui mesmo, não notou algo estranho com a lua.? Tipo, desde que chegamos para o digimundo, ela não tem as outras fases como a Lua da Terra. Ela só fica cheia, estranho... Mais estranho ainda é aquele tal de Lampmon.

— Por quê?

— Foi muito receptivo, mas agora à noite quando fui tentar falar com ele, simplesmente fui barrada. Ficou uma conversa de que estava meditando. Não sei não.

Enquanto Mia se mantinha acordada, os outros dormiam. Linx ficou com Rose e Palmon no quarto. Os outros tiveram quartos individuais com seus digimons. A noite precisava ser bem aproveitada porque o dia seguinte seria completamente decisivo.

Os digiescolhidos acordaram dispostos a enfrentar o governo local. Para isso bolaram um plano de ataque às minas da região. Seria uma tarefa bastante arriscada e difícil de se fazer, pois o local com certeza estava cheio de guardas. Lampmon chegou para aconselhá-los.

— Existe um caminho fácil para chegar lá chamado estrada das conchas. Não vão por lá ou vão se deparar com armadilhas que os soldados do governador prepararam. Melhor irem por dentro da floresta mesmo e verão o cercado elétrico.

— Por que não vem conosco? Você é um digimon forte e pode ser de boa ajuda— disse Rose.

— Sou fraquinho. Não dou nem pro cheiro. Atrapalharei mais do que ajudarei. Ficarei meditando e ajudando numa energia positiva.

Eles saíram bem alimentados do hotel. Por volta das oito da manhã, eles saíram da cidade e foram para o campo já próximos de irem à floresta. Eles escutaram um chamado; era Monodramon, que corria na direção deles. O objetivo era ajudá-los na aventura. Logo, Impmon ficou na frente dele num claro sinal de ameaça. Linx ficou apenas observando as atitudes deles. Paulo ficou indignado porque o outro havia se revoltado contra Monodramon. Este se fazia de vítima. O clima esquentou quando acusaram o pequeno dragão de ser digimau e ter falado do encontro dele com Dracmon. Paulo e os outros se recusaram a acreditar, porém a descrença caiu por terra quando Mia mostrou um vídeo no celular que mostrava o que Impmon dizia.

— Ontem eu tava com um pouco de insônia e resolvi descer. Foi quando vi Impmon sair na rua e fui segui-lo. Vi o mesmo que ele viu, porém precisava de provas. Ainda bem que eu tava com o celular na hora certa. Monodramon é um impostor e trabalha para Weiz.

— Não posso acreditar. Monodramon é digimau. Estava nos usando esse tempo todo. Logo trabalhando para o nosso pior inimigo, sobretudo a mim. O que falar disso? Eu te odeio, Monodramon. Você é pior que o Astamon! — disse Paulo um pouco ofegante.

— Quer saber de uma coisa? Eu odeio todos vocês mesmo, trouxas. E principalmente você, Paulo. Bando de idiotas acreditavam em mim o tempo todo. Infelizes.

Impmon não aguentou os insultos e correu pra cima dele. Como estavam num caminho íngreme, saíram rolando no chão até pararem lá em baixo. Monodramon era visivelmente mais forte e deu uma cabeçada no outro que caiu. Paulo pediu pra alguém ir ajudá-lo, porém o digimon se negou, dizendo que iria vencer aquela luta de qualquer maneira. E foi isso que aconteceu. Impmon socou o focinho de Monodramon que o fez cair atordoado e conseguiu imobilizá-lo.

— Agora vai contar pra quem você trabalha? — perguntou Mia.

— Não estou me sentindo bem. Acho que vou vomitar.

— Paulo, você está bem? — perguntou Lúcia. Seu irmão estava visivelmente abatido. — Meu Deus, você está com febre!

— Não é nada...

Uma pessoa baixa se aproximou deles. Estava vestida com roupas esvoaçantes, chapéu chinês de palha e segurava um pedaço de madeira. Chegou perto e assim que chegou soltou um poder que fez os digiescolhidos se afastarem de Monodramon.

— Quem é? — perguntou Ruan.

— Deve ser amigo dele — respondeu Aiko.

— Petermon, é você?

— Vou te tirar daqui. Vamos, segure-se em mim — o outro segurou em Monodramon e logo desapareceu diante de todos. Ninguém entendeu.

Depois de passarem por aquilo, os humanos tiveram que lidar com a fraqueza que Paulo sentia naquele momento. Impmon correu até ele, que já estava sob os cuidados de Linx e os irmãos dele. Lúcia ficou mais preocupada. Paulo revelou que estava ficando doente desde o dia anterior e desconhecia a causa. Linx analisou os olhos e algumas partes do corpo do jovem.

— Ele está com febre-rosa. Uma doença que apareceu antigamente e estava erradicada. Isso significa que por aqui há doenças antigas, por isso vamos tomar cuidado. Aparecem manchas rosas pelo corpo e é mortal. Ainda bem que tem cura fácil.

— Droga, sou um peso morto pra vocês — resmungou.

— E onde fica a cura? — perguntou Impmon.

— Tome, aqui são dólares. Há uma farmácia perto do hotel. Se não ter o remédio, você terá que ir atrás de uma flor preta com manchas amarelas bastante espinhosa. Do outro lado da cidade, há flores assim. Infelizmente não coletei porque não sabia que alguém ficaria doente. Voltem para o hotel e peçam ajuda a Lampmon.

Lúcia, Impmon e Lucas ajudaram Paulo. Os quatro voltaram para o hotel. Assim que chegaram, viram Clockmon na recepção. Os digiescolhidos pediram para falar com Lampmon, mas o recepcionista se negou a falar. Não foi preciso. Lampmon surgiu diante deles.

— Em que posso ajudá-los?

— Senhor Lampmon, meu irmão está doente e não pode seguir viagem. Ele pode ficar no seu hotel?

— Claro que pode. Venham para o meu escritório.

Eles foram.

— Deitem-no no sofá macio. Ele com certeza pegou essa doença quando estava na floresta. Aqui as coisas são bem atrasadas em comparação com o resto do digimundo. Até doenças antigas surgem por estas bandas.

— Maninho, descanse bem. Juro que cuidaremos de você — disse Lúcia. Paulo estava dormindo.

— Alguém precisa sair para buscar o remédio — falou Lucas.

— Eu vou. Vou deixar isto com ele para eu não perder — Impmon colocou sua foto no bolso da calça do adolescente.

Impmon tinha uma missão bem simples: ir à procura do antídoto para o seu filho. Ele viu as pessoas começarem a se aglomerar nas ruas. Conseguiu encontrar a farmácia. Teve uma surpresa triste. O remédio estava em falta, por isso que ele foi atrás da flor negra espinhosa. Não retornaria se não tivessa a flor em mão.

Paulo estava sob os cuidados da sua irmã caçula. Descansava enquanto esperava o remédio chegar. Lucas saiu da sala para pedir uma toalha úmida, mas sequer voltou. Lúcia ficou preocupada.

— Faz mais de meia-hora que o Lucas saiu e não voltou.

— ... Não acredito que Monodramon era do mal...

— Não se esforce muito. Vou sair um pouquinho para procurá-lo. Fique quietinho aí. Volto já.

Lúcia saiu do quarto, porém também não voltou. Um clima de mistério surgiu. Paulo começou a perder os sentidos até dormir e não ver mais ninguém.

Os outros seguiram para a missão. Como era de se esperar, foram por dentro da floresta seguindo os conselhos de Lampmon. O ápice da caminhada foi quando o legacy de Rose brilhou intensamente. Palmon e ela seguiram o caminho até um gramado. Viu uma placa com o símbolo de um chicote. Logo a sua relíquia brilhou e se transformou em um cartão.

Além de Mia e Ruan, Rose agora poderia ultrapassar as próximas etapas da digievolução.

Casa de Petermon

Uma casa feita de madeira que ficava no topo de uma árvore pertencia a um digimon chamado Petermon, muito parecido com um garoto loiro com roupa verde. Monodramon o conhecia muito bem, pois era o seu amigo desde que havia saído da Ilha Arquivo. Depois de conhecer o próprio Weiz. Quando estavam num navio e depois na ilha Deva.

— Pronto. Já está bem melhor — disse ele acabando de enfaixar o braço de Mono. — Você se arriscou demais lutando com eles.

— Aquele Impmon me dá raiva. Roubou o meu parceiro e conseguiu me vencer numa luta.

— Roubou seu parceiro? Quem te disse isso, Weiz? Aquele idiota não passa credibilidade alguma e você acredita nas palavras dele.

— Petermon, ele foi o único que estendeu a mão assim que eu fiquei só, ele me ensinou coisas boas e como sobreviver sem depender de um parceiro humano.

— Você pode acreditar nele, mas eu não.

Petermon lembrava muito o Peter Pan dos contos infantis. Era o melhor amigo de Monodramon e era odiado por Dracmon. Conhecia muito bem Weiz, porém não gostava dele e sempre achava que o humano controlava o seu amigo. Ele decidiu morar na ilha Windows pois estava sendo perseguido por Wisemon.

O dono da casa escutou a campainha tocar. Foi para a varanda e viu lá em baixo Weiz. Ele quase não acreditou. O que ele fazia ali?

...

Base Secreta de Gennai

Slash e Justice, Nashi e Kotemon, LinK além do próprio Gennai viam um mapa eletrônico daquela parte do digimundo. Eles se prepararam para procurar os núcleos antes mesmo que os soldados do Chanceler. Infelizmente, uma pequena cidade estava muito próxima da nave mãe do vilão.

— Existe uma vila com digimons adultos a 38 km noroeste daqui. A mais próxima. O ponto azul piscando no mapa é um núcleo. Existe uma cidade a mais de 400 km daqui e vai ser bem difícil chegar até lá. Tem uma ilha bem mais longe, 2000 km e vai demorar algum tempo. Eu vou para a ilha, Slash e seu parceiro vão para a cidade mais distante e Nashi irá para a vila. LinK ficará no subcomando da base. O quinto núcleo ainda se mantém desconhecido.

— Só uma dúvida. Esses núcleos são radioativos? — perguntou Nashi.

— Não. Eles são como pedras coloridas e inofensivas. Mas se forem usadas para algo complexo, podem liberar uma poderosa energia em cadeia. Por isso que o Chanceler resolveu ele mesmo procurar.

O temor de Gennai era que o imperador Lucemon tivesse algum plano sinistro com os núcleos.

Os moradores da pequena cidade próxima de onde a nave pousou correram com medo. Vários soldados fecharam as saídas e ninguém mais podia sair ou entrar com exceção o Chanceler. Este ficou empolgado demais, logo subiu na sua hoverchair e partiu com os soldados. Segundo o radar, o núcleo estava numa das casas. As pessoas ficaram dentro de suas casas com medo, mas foram invadidas pelos soldados. Estes foram truculentos, porque, além de entrarem, eles enxotavam os moradores e jogavam seus pertences nas calçadas. O hoverchair se aproximou de uma casa que pertencia ao líder da cidade. O Chanceler estava acompanhado de seus dois generais. Um homem idoso, trajado com roupa simples de camponês saiu da casa junto com digimons em fase de treinamento.

— O que você quer? — perguntou o homem.

— Eu sou o famoso Chanceler, líder do governo mundial. O que me fez sair do meu palácio até aqui são os núcleos das pedras sagradas. Pelo nosso radar, soubemos que ele está na sua casa. Pode nos entregar?

— Não posso entregar algo valioso para você. Saiam daqui e nos deixem em paz.

— Eu sabia que você falaria isso. Normalmente os moradores desta região não gostam de colaborar com o meu governo, infelizmente. E como não estou para brincadeira, Fatmon?

— Sim, senhor.

— Dê uma lição para esse velho. Quem sabe com isso resolva falar e nos entregar o núcleo.

— É pra já — disse o gordo, aproximando-se do velho.

...

Amanheceu há muito tempo e há muito tempo Astamon corria. A ilha era grande e não era fácil atravessá-la. A dificuldade aumentava com a densa floresta. Sua única parada foi para descansar um pouco sobre as árvores, além de se alimentar e beber um pouco. Enfrentava uma subida, pois havia uma montanha, significando que a sede do governador ficava num vale. Enquanto subia, pensava no dia em que estava preso antes mesmo de conhecer os digiescolhidos pessoalmente. Passava uma reprise em sua mente.

Flashback on

Durante o seu primeiro confinamento na prisão, antes de conhecer os digiescolhidos, Astamon mantinha-se sereno mesmo sob circunstâncias difíceis. Sua cela era comum, escura e úmida... Uma masmorra. Ele ficava a maior parte do tempo sentado sobre a cama olhando para a porta. Havia uma janelinha que abria e fechava, dava para ver os carcereiros do lado de fora.

O luar era intenso, pois nos corredores da ilha-prisão haviam pequenas janelas nos cantos superiores onde passava ar. Uma pessoa foi visitá-lo. O rosto escuro, sob a penumbra, apareceu naquela abertura da cela. O digimon se levantou e foi verificar. Conheceu imediatamente.

— Imaginei que viesse. Gostou da minha moradia? Local onde você me colocou.

— Não é algo para eu me orgulhar. Foi uma decisão muito amarga da minha parte. Só vim mesmo pra saber o que está acontecendo? Quem está te ajudando? Você nunca conseguiu evoluir e agora me aparece nesta forma perfeita. Quem está por trás de Astamon?

— Ah sim. E eu pensando que você veio por mim. Nunca tive essa esperança, mas se fosse outra pessoa com certeza pediria perdão por ter trancafiado o próprio parceiro digimon numa prisão de segurança máxima.

— Você não me deu escolha. Você quis me matar, lembra-se? Mesmo sendo um Psychemon você era forte o suficiente para matar um ser humano.

— Hum, os fatos são diferentes. Eu sou um digimon revoltado porque passou meses apanhando do próprio parceiro que o rejeitava. Era como aquele pivete que se dizia imperador digimon e maltratava o seu colega. Mas nem todos são como Wormmons. Infelizmente eu tive o azar de pegar um parceiro adulto. Foi só uma questão de tempo até acontecer o que aconteceu.

A pessoa se aproximou mais um pouco da cela. Revelou ser Weiz. Ele era o parceiro original de Astamon e o colocou na cadeia.

— Não tive escolha do que fiz. Não vim para este mundo para ser um digiescolhido. A minha missão era e ainda é outra, e te falei disso desde o começo.

— Hehe você está enganando direitinho o Gennai e todos os outros. Com todos os outros ocupados tentando deter uns digimaus por aí, mal sabem o que faz nos bastidores. Quem dera que todos descobrissem, você fosse preso e ficasse comigo na mesma cela.

— É o seu sonho, não é? Pena que isso nunca vai acontecer. Agora responda quem te financia. Gennai? Matsunaga? Outro ser humano? Ou aquela Lilithmon? Porque você não evoluiria para a fase perfeita preso aqui.

— Vai ficar na vontade, parceiro Blizzard. Nunca vai saber o nome dele. É algo que você vai morrer mas nunca saberá.

Weiz ficou vendo o seu parceiro distante, decidiu ir embora dali. Ninguém mais sabia do segredo dos dois.

Flashback off

Astamon escalou um rochedo e finalmente chegou ao topo. Até que enfim conseguiu visualisar o vale à frente. A pirâmide com degraus era visível a olho nu. Era uma construção bem grande e lembrava bastante com a Asteca. Ele sorriu e desceu a encosta.

...

Impmon estava numa missão difícil: achar a flor que supostamente curava a doença que acometia seu filho. Infelizmente ficou em falta na farmácia e por isso teve que sair da cidade para achar a flor. Não foi fácil nem de sair da cidade, ela era muito grande. Mais ou menos do tamanho de uma metrópole média como Vitória do ES. Foi preciso usar um riquixá para fazer isso.

A floresta do outro lado era menos densa e com árvores mais magras e altas. Deparou-se com um imenso arbusto espinhoso.

— Minha nossa. Essa vai doer — e doeu mesmo.

Ele andava dentro do arbusto e a cada passo era furado por três ou quatro espinhos.

— Ahhhhhhh droga... Como dói!

Ele já chorava de dor quando viu a flor negra bem no meio. Esticou bem o braço até arrancá-la. Era uma orquídea preta e com umas poucas manchas amareladas. Segundo Linx, ela podia ser a cura da doença de Paulo. Impmon sofreu pelo seu filho, mas foi recompensando.

Depois que saiu dos espinhos, descansou um pouco e já estava machucado e cheio de arranhões. Voltou para a cidade e pegou outro riquixá. Tempo depois ele voltou onde ficava a farmácia. O farmacêutico alertou qe era preciso fazer um chá amargo com a planta, batendo-a no pilão e colocando numa água morna. Era a vez de retornar para o hotel... Teve uma terrível surpresa.

— Fala sério! Mas fala sério mesmo. Cadê a porra do hotel?!

O hotel de Sabban havia simplesmente desaparecido do mapa. No lugar, havia apenas um terreno baldio sem nada, absolutamente nada. Apenas um muro cercava. O que aconteceu?  


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem e até a próxima.



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