D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 85
Wesley


Notas iniciais do capítulo

Capítulo ainda com muita conversa, porém com mais segredos revelados. Slash estará pronto para contar mais segredos principalmente para Wesley que, além de descobrir que tem uma irmã, vai descobrir quem é na verdade o Slash.


Boa noite e bom começo de semana.



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CAPÍTULO 182

─ O QUÊ?! VOCÊ ACABOU DE DIZER QUE ESSA MULHER É A MINHA IRMÃ? MINHA IRMÃ!!! ─ o queixo de Beelzebumon caiu até o chão. Os digiescolhidos também foram pegos de surpresa.

─ Foi isso mesmo que eu disse ─ respondeu Slash tranquilo.

─ UH... HAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHA ─ ele riu e gritou a mesmo tempo. Sua voz grossa fez tanto barulho que as pessoas ali tiveram que colocar as mãos nos ouvidos. ─ ISSO SÓ PODE SER PIADA SUA, SLASH!! COM CERTEZA VOCÊ ESTÁ DE SACANAGEM PRA CIMA DE MIM!! FALO ISSO, PORQUE EU SEI PERFEITAMENTE QUE SOU FILHO ÚNICO.

─ Pai, não precisa de tanta ignorância pra cima dele ─ disse Paulo.

─ Você não entende, Paulo. Esse cara só pode estar delirando. Primeiro que nunca soube da existência de uma irmã, segundo que ele passou vários dias em casa e poderia ter dito muito bem que ela era alguém da minha família. Agora quer que eu acredite nessa baboseira?

Slash ficou calado por um tempo.

─ Weiz também sabe disso. Mas você foi o último a saber ─ retrucou Slash. Wesley rosnou. ─ Século XXII, quando o seu EU do futuro trabalhava numa filial da Genetech, sua família era composta por 4 pessoas. Seu pai, sua mãe, você e sua irmã; além de seu meio irmão desconhecido. Como já disse, Weiz decidiu voltar no tempo no ano de 2080 para matá-lo ainda bebê. Só que existe uma informação que não revelei naquele tempo, pois seria prematuro demais revelar antes do tempo certo. Ser um agente do futuro implica nos princípios éticos. Não é toda a informação que posso revelar. Como o encontro de vocês dois foi inevitável, decidi contar. Quando Weiz tentou te matar ainda bebê, ele havia levado a sua irmã mais nova para torturá-la, forçando-a ver seus pais morrerem junto contigo. Claro que depois ele a mataria. Porém, não contava com a minha intervenção em salvá-la junto contigo. É isso, Wesley, já não podemos mais guardar segredo. Ela é Diana McBarner, sua irmã biológica.

─ Nã-Não pode ser... ─ disse ele tremendamente surpreso.

─ Quer dizer que a Diana é minha tia e da Lúcia também? ─ perguntou Paulo também em choque.

─ Sim. Ela, além de mim, Wesley e Daregon, veio do futuro. São quatro pessoas que viajaram no tempo. Mas eu sou o único que ainda consigo voltar ao meu tempo mesmo esporadicamente.

Wesley ainda não estava com a ficha caída. Seu mundo praticamente desabou.

─ Agora você entende porque eu não caí na sua lábia? ─ disse Diana. ─ Gente, ele achou que eu estava dando em cima dele e quase me beijou. Mas como uma irmã dedicada, eu expliquei que amo apenas o meu marido.

Beelzebumon ficou completamente vermelho.

─ Não precisa ficar espalhando isso pro mundo todo! Eu não sabia de nada, e você estava me tratando muito esquisito! ─ resmungou.

Todos riram.

─ Enfim, a primeira briga de irmãos ─ disse Lúcia.

─ Slash, acredito que você veio pra nos contar algo muito mais importante.

─ Tem razão, Nashi. Escutem, escutem todos. A audácia de vocês teve um preço. A partir de hoje as fronteiras foram reforçadas para que ninguém suspeito de ser um digiescolhido pudesse circular livremente. Os governantes autorizaram que o exército pudesse atuar de forma mais significativa em busca de vocês. Acreditem, aqui é o lugar mais seguro do mundo. Depois que o Wisemon foi derrotado, todos os governadores mandaram sinais de alertas e assim o governador Locky, líder supremo do exército, permitiu que as máquinas e soldados pudessem intensificar nas buscas. Isso aconteceu de ontem pra hoje.

─ Isso é mau. Assim não vamos poder entrar nas ilhas ─ disse Betamon.

─ Tem razão. Mesmo assim acredito que isso não te preocupe tanto. Pela sua expressão vem mais bomba por aí ─ disse Mia.

De fato, Slash estava aparentemente abatido. Sua expressão jamais foi vista. Ele realmente estava preocupado com alguma coisa. Gaia, que ainda estava calado na conversa, resolveu falar por ele.

─ Provavelmente o Chanceler vai decretar estado de defesa, e vai criminalizar quem der abrigo a vocês. Em casos mais extremos, vão invadir as casas das pessoas até prenderem.

─ Gaia, é bom ter um programa inteligente como você. Diferentemente daquele ex-velho do Gennai, você nos conta coisas que valem à pena ─ disse Paulo.

─ É, pode ser que sim. Mas não sou um programa.

─ Como não? Você mesmo disse que é o irmão do Gennai?

─ Sim, Paulo, sou o mais novo. Porém, não nasci programa como ele ou Linx e os outros. Eu nasci um digimon.

Um vento passou por toda a sala. Os digiescolhidos ficaram com uma interrogação em cada cabeça deles. Lógico que Diana teve que explicar a eles desde o início como começou o relacionamento com ele. No entanto, não revelou a verdadeira identidade do esposo.

─ Fala aí, Gaia. Que tipo de digimon você é? ─ perguntou Rose ao lado dele.

─ Infelizmente não vou falar. Saiba que já faz milênios que não me transformo de volta. Não que eu tenha a capacidade como esse menino loiro de se transformar em humano e digimon livremente. Eu precisei da ajuda do meu irmão para reunir os dados necessários a fim de ficar nessa forma aparentemente humana. Só assim eu queria agradar a Diana.

─ Agradar de que tipo, hein? Vai fala, estamos todos curiosos ─ disse Rose perto dele.

Mia foi até a outra e a segurou pelo braço.

─ Você vai sair de perto do homem ─ disse a morena puxando a outra.

─ Ah, não. Deixa eu lá! Eu juro que não vou me comportar mal.

─ Isso quer dizer que Gary é filho de vocês. Mas ele é o quê? Humano ou digimon? ─ perguntou Lúcia.

─ Ele é um humano, mas não sei se tem forma de digimon. Com certeza tem DNA do Gaia correndo em suas veias. Quando se está sozinha, sem família, sem pai, mãe ou irmão, qualquer companhia preenche esse espaço. Espero que não nos julguem ─ disse Diana.

─ De maneira nenhuma. Se vocês estão felizes, quem são os outros pra criticar? ─ disse Paulo.

Slash permaneceu calado até se lembrar de algo importante. Ele pediu permissão para Diana a fim de ligar a televisão da sala. Ele colocou na programação estatal das ilhas. Pediu que todos prestassem atenção. A programação passava propagandas das ilhas e do “maravilhoso” governo liderado por Chanceler. Até que num certo momento, o jornalista responsável apareceu na bancada do jornal anunciando que o Chanceler iria falar a respeito dos novos decretos.

─ Maldito. Se for isso mesmo que o Gaia disse, vai ser mais difícil de entrar nas ilhas ─ falou Ruan.

─ Pelos meus cálculos, a chance reduziu de 65% para 12% de conseguirmos entrar na primeira. Imagine aí nas outras ─ disse Jin. Depois disso todo mundo ficou depressivo ─ Calma, gente. É só uma estimativa.

Muitas pessoas na plateia enquanto Merukimon apareceu diante de todos e pronto para discusar numa tribuna. Com certeza ali era no mesmo Palácio de Gelo onde ele costumava discursar para a imprensa e o mundo todo.

Gennai também assistia ao discurso, além do restaurante da Kiwimon, o Capitão Hookmon, a Ilha dos Personagens, a Rainha da vila e o velho que vendia antiguidades na cidade antes do Hotel Cortez. O mundo inteiro estava prestando atenção ao líder do governo. Sem delongas, o vilão anunciou o decreto de criminalização a qualquer ajuda aos digiescolhidos por menor que fosse. Também informou que inspeções semanais nas casas das pessoas serão necessárias e se encontrarem quaisquer indícios de que os digiescolhidos estavam hospedados ali, prenderiam os moradores. Óbvio que aqueles fora das ilhas seriam mais afetados, pois são os marginalizados do governo e provavelmente não teriam direito à defesa.

─ Não pode ser... Que maldito, cara. Como pode existir tanta injustiça assim? ─ disse Paulo.

─ E o pior que esse povo que vive nas ilhas acham o governo maravilhoso e que existe uma atmosfera de democracia ali. Jamais conhecerão a verdadeira liberdade ─ disse Slash. ─ Hoje mesmo nós sairemos daqui para a primeira ilha, porém temos um novo inimigo pela frente.

─ Inimigo? ─ perguntou Paulo.

─ Vocês acham que eles iam deixar a passagem para as ilhas vulnerável? Depois eu explico que inimigo é esse. Quero pedir a todos por favor que vão lá fora brincarem um pouco enquanto converso com Gaia, Diana e Wesley.

─ Tudo bem, Slash. Mas não somos mais crianças para ficarmos por aí brincando ─ disse Rose colocando o dedo no peito do homem.

─ Hehehe, foi só uma maneira de falar.

Todos saíram, inclusive Gary que nesse tempo brincava com os digimons. O único da turma que ficou foi Wesley que ainda estava de cabeça baixa tentando processar os últimos acontecimentos. Diana aproveitou para ficar ao lado do irmão e segurar seu braço direita.

─ Não precisa apertar!

─ Fico todos esses anos esperando a chegada do meu irmão e quando tenho a oportunidade de voltar a vê-lo não posso contar a minha felicidade. Estou muito feliz! ─ Diana começou a beijá-lo.

─ Pelo menos deixa eu respirar!

Slash sentou-se no sofá de frente para Wesley. Diana continuou do lado dele. O homem esfregou as mãos de nervosismo. Seu coração começou a palpitar e ele começou a balbuciar algumas palavras.

─ Eu queria dizer isso em segredo. Somente você do grupo dos digiescolhidos pode saber ─ falou o viajante do tempo.

─ E sobre o que quer falar? ─ perguntou Beelz.

─ Fala logo. Deixa de enrolar, rapaz.

─ Espera um pouco, tia. Para falar uma coisa dessa eu preciso de... Oh não hehehe eu falei “tia”?

A cara de Beelzebumon intimidando Slash foi o estopim para o viajante do tempo falar a verdade de uma vez por todas.

─ Já vão contar a verdade? Essa história é meio chata. Senta que lá vem história. Vou na cozinha trazer algo pra nós três bebermos e volto já ─ disse Gaia.

─ Que verdade?

─ Wesley... na verdade você é o meu pai. Eu sou o Paulo do futuro ─ disse ele tentando ser tranquilo.

Beelzebumon desmaiou por causa das inúmeras revelações que obteve naquele dia. Diana tentou reanimá-lo.

Enquanto isso, Ruan, Jin Hagurumon e Mushroomon aproveitaram o tempo livre para caminharem pela vasta propriedade. Os amigos aproveitaram para ver as belezas naturais do local.

─ O que você achou da notícia do Chanceler? Parece-me que será a missão mais difícil que já enfrentamos ─ disse Ruan.

─ Acredito que será tão difícil quanto o Titanic não ter afundado no Atlântico Norte.

─ Jin, não precisa ser tão pessimista.

─ Não é pessimismo, Ruan. São as probabilidades. O Chanceler já sabe como são os nossos rostos, por isso será quase impossível chegarmos até ele. Não se esqueça que há esses governadores que são tão fortes quanto ele.

─ Tem razão.

─ O que é isso?

─ O que, Hagurumon? ─ perguntou Ruan.

─ Esse brilho no seu Legacy.

─ Oh, eu nem tinha percebido. Por que será que está acontecendo isso?

─ Vai ver a relíquia dele está por perto e o Legacy está guiando ─ falou Mushroomon.

─ É verdade, parceiro. Antigamente quando precisávamos dos brasões, os nossos digivices apontavam. Não deve ser muito diferente com as relíquias. E pelos meus cálculos, a Mia só não encontrou rapidamente a escama de Seadramon porque estava dentro daquela caixa. Vamos atrás, Ruan.

─ Vamos!

Os quatro caminharam para dentro da floresta. Perto de uma árvore de eucalipto, havia uma placa de cimento no chão. Havia o desenho de algo que lembrava um capacete avançado. Assim que o rapaz se aproximou do objeto, este brilhou e se despedaçou. Era como se fosse um poço e de lá saiu um capacete tecnológico com visor. Era o famoso Capacete do Androide que pertencia ao Legacy da Engrenagem de Ruan.

─ É a minha relíquia. E estava escondida neste lugar presumo que há muito tempo.

O capacete virou carta e foi para o seu dono. Agora ele era o terceiro do grupo a achar a sua relíquia.

...

Minas de Cromo-Digizóide

Dependências da Ilha Window, Zona 1

Entre a densa floresta da primeira ilha, havia as maiores minas de todos os tempos. Aquela ilha era rica em ouro, diamante e Cromo, portanto era dia e noite explorada pelo governo de Djinn. Para não gastar dinheiro com remuneração salarial, o governador decretou naquela ilha o trabalho escravo. Obviamente os escravos eram digimons vindos da parte de baixo. Assim os habitantes desta ilha não se revoltariam contra o governante.

As minas eram enormes buracos no chão de até quinhentos metros de diâmetro e cem de profundidade. Nas suas bordas, havia passarelas em espiral que iam da superfície até o andar mais profundo das minas. Lá embaixo, os trabalhadores eram tratados com crueldade pelo lacaio do governador.

Um chicote atingiu as costas de um dos digimons trabalhadores. O dono do chicote era um malvado e cruel Baromon, um digiimon que usava um tipo de máscara cheia de dentes e bem esquisita. Ele usava também uma roupa verde com capa vermelha.

─ Vamos, trabalhem. Bando de animais imundos. Vocês são um bando de incompetentes e valem menos do que um grão de areia. Vamos, trabalhem. Se não oferecerem mão de obra, não comerão hoje. Seus insetos. Hahaha o governador Djinn vai ficar muito orgulhoso e vai me promover. Assim eu ficarei no lugar daquele nojento Doumon e sair desta imundície ─ Baromon, segundo general do governador. Era o mais leal dos dois lacaios principais e um dos mais cruéis de todos os tempos.

Enquanto isso, o governador almoçava em sua sala de jantar. Ele adorava beber vinho e já degustou todos os tipos de vinhos.

Um homem programa vestia roupas esvoaçantes e usando uma máscara branca sem rosto ficou ao lado da mesa. Era o empregado do governador.

─ Como estão as coisas nas minas?

─ Senhor, parece que Baromon conseguiu comandar a maior extração de cromo desde que o governo foi iniciado. Um feito e tanto.

─ Baromon acredita que com isso terá alguma promoção. Não faz mais do que a sua própria obrigação. Para falar a verdade Doumon está tendo um excelente trabalho na fronteira.

 

Quartel General da Fronteira

Um imenso lugar que parecia mais um cemitério de aviões. Ficava alguns quilômetros antes da primeira ilha e depois do pedágio da fronteira. Um grande galpão era onde ficava o general e onde despachava as ordens para os seus subordinados.

─ Atenção. Quero que prestem bastante atenção pois será a única vez que eu irei falar. Nossos inimigos se esconderam e precisamos manter a integridade das ilhas, principalmente a do nosso grande governador Djinn. Os digiescolhidos querem realmente dar um golpe de estado e não podemos permitir isso. A partir de hoje redobraremos as atenções na fronteira e, caso precisem, usem armas para matar. Entenderam?

─ Sim, senhor.

─ Aos seus postos ─ disse Doumon.

...

Diana deu uns tapinhas no rosto de seu irmão. Beelzebumon acordou depois de ter levado um tombo assim que soube que Slash era na verdade o seu filho do futuro. Na verdade já não foi fácil engolir a notícia de que Diana era a sua irmã legítima. O homem olhou para Slash que continuava à sua frente.

─ Você não tem mais idade para agir como criança. Senhor Wesley, o que acabei de falar foi a pura verdade. Não precisa fazer esse sorriso sarcástico, não. Ou raciocine aí o porquê de eu saber muita coisa sobre vocês como, por exemplo, ter te salvado no futuro.

─ Agora que eu reparei que você fala igual o meu filho. Apesar dos olhos serem parecidos... Você nessa idade já deve tá coroa, né não?

─ Eu tenho atualmente 33 anos. Sou dezoito anos mais velho que o Paulo desta época, mas isso não me torna velho de jeito nenhum.

─ Eu só estava brincando. Puxa, meu filho vai se tornar um soldado.

─ Por favor, eu só revelei a minha identidade porque o Paulo não está presente. Não quero que ele descubra a verdade ou a história poderá ser drasticamente mudada.

─ Não se preocupe, filho do futuro. A propósito, se você é o Paulo, onde eu estou nessa história?

Slash passou um tempo calado até responder.

─ Está morto.

─ Não brinca! Como vou morrer? ─ Wesley estava com o coração na mão.

─ Morreu numa explosão. Eu já havia dito que os meus companheiros morreram todos pelas mãos dos governadores. Mas antes mesmo deles morrerem, o senhor morrerá numa explosão. Será numa base secreta que Weiz tem por este mundo. Será na tentativa de salvar a minha tia das mãos dele.

─ Hei, eu vou ser sequestrada? Por que não me falou isso antes?

─ Não se preocupe. Na minha época, vocês três não moravam aqui, e sim na base de Gennai. Felizmente a história mudou um pouco nesta época e agora vocês moram neste lugar que não pode ser localizado. E senhor Wesley, não se preocupe com a sua vida. O seu tempo mudou muito, como por exemplo a falsa morte de Matsunaga na Terra, minha tia morar neste lugar e o encontro súbito de vocês com o Chanceler. Mas aconteça o que acontecer, não vá atrás de Weiz sozinho.

─ Cara, estou um pouco assustado. Morrer numa explosão não é pra qualquer um.

─ É só seguir meus conselhos. Preciso sair um pouquinho praticar um pouco de exercício com o Gaia e depois eu vou sair para buscar uma certa pessoa que nos ajudará a subir as ilhas.

─ E quanto a mim? Hei, conte mais sobre o meu futuro...

─ Não precisa, irmão. Posso contar como foi o nosso passado. Venha ─ disse Diana tentando arrastar o maior. ─ Vem logo. Você como Beelzebumon pesa quase uma tonelada, levanta logo. Vamos para baixo de uma árvore de cerejeira. As flores rosas estão bastante evidentes.

Os dois saíram. Gaia chegou e não viu mais ninguém. O loiro foi para a parte atrás da casa que era uma segunda garagem onde ficava um saco de areia e aparelhos para treinamento físico. Slash treinava com luvas de muay thai. Ele socava e chutava o saco. Gaia segurou o saco de areia para ficar melhor.

─ Não vai treinar, tio? Se der moleza no treino não vai poder ser um bom protetor para aqueles dois. O digimundo desta época está mais perigoso ─ Slash já estava vestido com uma regata branca e bermuda preta.

─ Eu treino todos os dias... Achei que você foi muito precipitado revelando tudo de uma vez só para o seu pai. Ele vai ficar bastante distraído depois disso.

─ Não tive escolha, tio. Depois que eu soube que ele quase morreu agora com o Chanceler, decidi avisá-lo precocemente. Creio que a história será mudada, mas não me importo. Se for para melhor, não me importo.

─ Paulo Victor, passa esse tempo todo se preocupando com os outros e se esquece da sua vida. Você nunca fala da sua esposa, dos seus filhos. Faz um tempo em que não os visita no futuro.

─ Mia sabe perfeitamente da minha missão por aqui. Porém, eu sinto muito falta da minha vida mesmo que ela tenha várias lacunas. Mesmo meu pai, minha mãe e meus amigos terem morrido nessa guerra maluca. Espero que eu conserte tudo aqui.

─ Uma coisa estou curioso, Paulo. Se por acaso você salvar a vida do seu pai, da sua família e dos seus amigos nesta época, algo muda na sua época?

Slash ficou pensativo.

Beelzebumon sentou-se debaixo do pé de cerejeira. De fato era uma árvore linda, com flores rosas e que caíam frequentemente. Como era primavera no digimundo, era comum as plantas ficarem com flores. O homem escorou-se no tronco e ficou com as pernas esticadas. Diana encostou a cabeça na coxa dele e ficou deitada.

─ Quer me dizer uma coisa? Desde que viemos, a sua cara era de querer contar algo.

─ É que eu fui grosseiro contigo. Não tive a humildade de te agradecer pelo que você fez por mim e salvar a minha vida. Obrigado.

─ Oh, de nada. Onii-chan grandão.

─ Não precisa me bajular me chamando em japonês ─ disse ele desconfiado.

─ É que eu sonhava com esse dia. Deixa eu aproveitar. Não seja chato!

─ E então, como eu era no seu tempo?

─ Você era uns vinte anos mais velho que eu e era bem protetor comigo. Naquela época, eu tinha doze anos e você era como um segundo pai pra mim. Porém não mudou nada. Continua presunçoso, às vezes, e dando em cima de mulher. Ô mania essa sua de idolatrar mulher, para com isso. Nem mesmo depois que você foi levado pra 1980, cresceu, virou digimon, ainda sim não parou com isso.

─ Ora, sou homem. Eu tenho que gostar de mulher mesmo.

─ Como eu gostaria de ter um irmão gay.

─ NÃO COMEÇA!!

─ Aqui. Neste envelope está uma fotografia que você tirou quando tinha uns vinte e poucos anos. Recorde-se do seu rosto. Acho que foi em 2104, outubro daquele ano. Eu tive a sorte de antes de ser sequestrada estar com a sua fotografia. Apesar da grande tecnologia nossa, nós gostávamos de álbuns antigos. Pena que não tenho nenhuma foto dos nossos pais.

Ele retirou a foto do envelope. Logo Beelzebumon teve uma vaga recordação da sua vida antes de sofrer o acidente. Apesar de ser uma foto de cem anos à frente, ele estava idêntico ao que era pouco antes do acidente. Até os anos coincidiam. Enquanto a foto foi tirada em 2104 quando ele tinha 24 anos, o acidente aconteceu em 2004 quando tinha a mesma idade. Era a primeira vez depois de tantos anos que não via seu verdadeiro rosto.

─ Obrigado, irmã.

─ É assim que se fala. Agora só falta me prometer que vai manter celibato e nunca mais fazer sexo de agora em diante.

─ NEM SE EU FOSSE JOGADO NUM VULCÃO!!

─ Hehehe brincadeira. Só quero que me prometa que guardará bem ela.

─ Eu prometo.

─ Ain como eu queria que esse dia chegasse. Mesmo você virado no digimon, ainda é o mesmo de sempre ─ disse ela abraçando-o. O homem gemeu de dor pois ainda não estava totalmente recuperado.

Eles conversaram sobre várias coisas. Incluindo o relacionamento que ele tivera com Márcia e no resultado que foi seus dois filhos. Outro assunto que rolou foi sobre Diana e Gaia, mas mesmo assim ela não contou a verdadeira identidade do marido. O relacionamento dele com Tominaga também foi o melhor dos assuntos.

─ Sério, você tem que parar de ficar sofrendo com mulher. Nós tendemos a nos renovar mais rápido que os homens. Por exemplo, eu detesto esse padrão de moda que querem nos impor lá na Terra, mas adoro me maquiar e usar acessórios. Em menos de um ano meu cabelo saiu do loiro, passou para o preto, foi para o ruivo e voltei a ser loira. Essa Tominaga me parece bem volúvel, mas se você gosta dela...

─ Ela é doidinha daquele jeito, mas tenho certeza que gosta de mim. Só preciso domar a fera que ela é: fera sexual. Acho que já está na hora de termos um relacionamento sério e... AHHHH O QUE TÁ FAZENDO?!

─ Tirando a minha camisa. Ainda bem que não tem nenhum desses adolescentes por aqui. Você vai ter que se controlar mesmo que à força.

─ MAS NÃO PRECISA FICAR PELADA NA MINHA FRENTE!!!

Diana tirou a camisa e ficou apenas de sutiã. Beelzebumon ficou corado e logo balançou a cabeça.

─ Você tem que parar de olhar para os seios de uma mulher e pensar numa espanhola.

─ Puta que pariu. Você sabe até disso?!

─ Tenho 30 anos terráqueos, muitos anos de digimundo. Acha que sou uma criança? Sou casada, rapaz. Faço com o meu marido em quatro paredes o que todo casal bem resolvido faz. Mas ele é o meu marido, certo? Por isso que conheço certas coisas. Só que mantenho a seriedade, diferente de você que mais parece um adolescente cheio de espinhas na cara.

─ Você fala como se me conhecesse?

─ Eu te conheço melhor que você.

─ Que presunção.

─ Se você é homem de verdade, vai pedi-la em noivado e em casamento. E parar de idolatrar vaginas por aí. Entendeu?

─ Entendido. Na sua frente eu pareço um moleque virgem.

─ É assim que se fala ─ Diana correu até ele e se sentou sobre ele.

─ Melhor colocar o sutiã. Somos irmãos há poucas horas por isso preciso de espaço vital e tempo para me acostumar.

─ Ai, eu quero te ver com asas. Por favor, por favor, por favor!

─ Tudo bem. Você é a única mulher que me pede uma coisa de primeira e consegue. Sinta-se honrada.

O homem ficou em pé e começou a fazer esforço. Suas asas saíram das suas costas. Diana ficou analisando, indagou o porquê de terem saído atrás da jaqueta, pediu para ele tirar a máscara, tentou arrancar uma pena. Foi um sufoco danado para ele.

Horas passaram rápido. Lúcia foi até eles. A garota vu os dois juntos e quase vomitou arco-íris. Nunca viu o seu pai conversando com uma mulher de uma maneira não sexual.

─ Vejo que estão se divertindo.

─ Lúcia, não precisava ter se incomodado. Íamos justamente voltar agora.

─ O que foi, filha?

─ O almoço. Gaia está chamando. O Slash saiu dizendo que ia buscar alguém e depois voltava. O que estavam fazendo?

─ Nada demais. O seu pai estava me falando o quão galinha é. Sabe que ele dava pra tudo quanto é mulher e que ainda faz isso?

─ Você fala isso como se a minha própria filha acreditasse nisso. Lúcia jamais duvidará do meu caráter como homem sério.

─ Papai, como sempre sendo ele mesmo. Nada de novidade ─ disparou a menina.

Beelzebumon = Derrotado detected.

Eles retornaram para casa. Como Beelzebumon não cabia direito na cadeira, ele regrediu para Impmon e assim guardar mais energia. Eles almoçaram tranquilamente.

A tranquilidade se foi até que Slash chegou depois do almoço.

─ Lembram-se que horas antes eu disse que para subir nas ilhas precisávamos de uma ajuda? Talvez ela não seja bem-vinda, mas no momento é a necessária. Vamos todos para o lado de fora pois ele os espera.

Uma faquinha perfurou o chão da varanda. Uma mão dentro de uma luva branca a puxou. Slash saiu sendo seguido pelos digiescolhidos e os demais adultos. O olhar de Paulo ao ver a pessoa à sua frente foi de espanto. A mesma coisa com os outros, exceto Nashi e Kotemon.

─ Nã-Não pode ser. O que ele faz aqui? ─ indagou Impmon.

A pessoa calçava sapatos iguais de Beelzebumon, calça e paletó azul listrado, um casaco parte cinza e vermelho, um par de asas roxas, cabelos brancos, rosto humano sob um tipo de capacete de animal. Ele sorriu sarcástico.

Astamon.


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Notas finais do capítulo

Agora a conversa acabou justamente porque Astamon vai entrar novamente na história. O que ele vai pretender agora?


Gostam de crossover? https://fanfiction.com.br/historia/659905/Os_Domadores_Sayajins/

Gostam de Dragon Ball Z? https://fanfiction.com.br/historia/683594/Piratas_Espaciais_-_Os_Irmaos_Snow/



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