D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 76
A Relíquia da Guerra Reage - É a vez de Knightmon


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura.



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CAPÍTULO 173

Nashi apareceu diante dos amigos. Todos ficaram surpresos com a aparição repentina, pois ele surgiu como num passe de mágica e ainda trouxe Kotemon junto. O japonês caminhou até o grupo para se juntar a eles. Ruan, apesar de ficar com ele apenas no dia em que chegaram ao digimundo, conheceu-o na mesma hora. Já Paulo e Jin, ficaram pensando mais a fim de reconhecer o garoto.

─ Não se preocupem. O meu Legacy da Guerra pode me dar o dom da invisibilidade. Tanto Kotemon e eu ficamos invisíveis. Claro que é apenas um dos poderes deste novo digivice. E vocês têm suas funções próprias. Cada Legacy tem sua função própria além as que são comuns.

─ Incrível. Não vejo a hora de poder usar o meu ─ disse Jin.

─ Estou me lembrando de você. Não é aquele rapaz que estava sendo perseguido pelo Shadowlord e Lilithmon e que deu o Brasão da Luz para a minha irmã, a Lúcia?

─ Claro que sou. Como estou mais tempo no digimundo, Gennai pensou na possibilidade de entrar no grupo de vocês. Por isso ele quis que eu os seguisse e ficasse neste grupo. Mas antes de qualquer coisa, eu preciso explicar algo sobre os Legacys. Pode ser?

Nashi Zumi, o garoto guerreiro, explicou um pouco mais sobre as funcionalidades dos novos digivices e a relação deles com as relíquias. São nove aparelhos com funcionalidades iguais e também as que são próprias de cada digiescolhido. Ele explicou o nome de cada um. O dele é o Legacy da Guerra da cor vermelha; o do Paulo é o Legacy da Alma da cor dourada; o de Ruan é o Legacy da Engrenagem da cor cinza; o de Jin é o Legacy do Q.I e da cor verde escuro; o de Rose é o Legacy dos Espinho e da cor Rosa; o de Mia é o Legacy Marinho azul escuro e o de Lúcia é o Legacy da Luz da cor branca e rosa. Ainda existiam mais dois conhecidos que estavam na base de Gennai. Ele viu a cor e os nomes. Um era o Legacy do Fogo de cor Laranja e vermelho e o último era o Legacy do Herói da cor prateado. Porém, estes últimos, ainda não haviam donos específicos.

─ Aposto que um desses dois pertence ao Aiko. Afinal ele prometeu que iria vir depois de ajudar o Ray e a mamãe.

─ Não vai contar para eles o que está acontecendo? ─ perguntou Kotemon.

─ Claro que vou. Bem, como puderam ver, eu já estou meio adiantado nos assuntos aqui pois bem antes de vocês chegarem eu já estava atrás a minha relíquia. Olhem ali, são as ilhas dos governadores. Cada uma é governada por um e cada qual mais poderoso que o outro. Mesmo estando há bastante tempo, eu nunca subi até lá. Portanto não sei o que há naquelas ilhas.

─ Nashi, quando ainda estávamos no navio, percebemos a presença de mais dois Legacys. Um foi o seu, mas o outro... Quem poderia estar perto? ─ perguntou Ruan.

─ Vocês nem acreditarão no que vou contar. Há poucos dias, eu fui para a cidade de River. Quando dei de cara com a Mia. Mas ela estava diferente. Há um Hotel luxuoso na floresta de lá. Simplesmente ela virou dona desse hotel e se veste de uma maneira bem diferente. Tentei convencê-la de vir comigo, mas ela pediu que eu fosse embora. Não foi um pedido amigável. Foi quando o meu radar apontou que aqui estava mais uma das digiescolhidas. Rose.

─ Então vamos salvá-la. Mas cadê ela? ─ disse Jin.

─ Aí que tá o X da questão. Eu me perguntei a mesma coisa. Esta planície não tem praticamente nada a não ser aquelas pequenas casas vazias e aquela árvore. Mas aí que está o grande segredo. Venham.

Os demais seguiram Nashi até uma pequena árvore com o tronco torto. Por um momento ninguém entendeu nada até o garoto pedir que todos averiguassem o tronco. Tanto os três digiescolhidos quanto os três digimons fizeram uma inspeção minuciosa, porém nada acharam.

─ Tá de brincadeira, não é? ─ indagou Paulo.

─ Não estou brincando. Há uma passagem ou um portal nessa árvore. Eu vou apontar com o meu dedo onde fica essa passagem ─ Nashi se agachou e apontou o dedo na base da árvore. Os demais se aproximaram para ver e não acreditaram no que viram. Uma porta de 1 centímetro de altura! ─ Pela localização do outro Legacy, Rose está atrás dessa porta.

─ Porra! Mas nem se fôssemos o Homem Formiga a gente nunca passaria por ela ─ disse Ruan.

─ Claro que é impossível neste tamanho. Daí fiquei dias pensando numa maneira de poder entrar ali, mas nada. Quando foi ontem que Kotemon e eu estávamos dormindo, apareceu uma criatura bem estranha. Um coelho branco igual da história da Alice no País das Maravilhas. Pois é. Ele disse que a Rose está na vila dele passando dessa porta.

─ Agora a pergunta é: cadê esse coelho?

Ruan fez a pergunta. Assim que ele terminou, alguém o cutucou. O menino levou um susto ao ver a criatura na sua frente surgir do nada. Era o Coelho Branco vestido de um terninho branco e com um relógio na mão. Era estranho pois não era um digimon nem ao menos um programa como Gennnai e Linx por exemplo.

─ Sou o Coelho Branco, antigo prefeito da vila Wonderland e irmão dos outros dois Irmãos Malucos. Quero a ajuda de vocês para restaurar a vila, salvar a rainha do feitiço e ajudar a sua amiga.

─ Mas o que foi que houve com a sua vila? ─ perguntou Mushroomon.

─ Há anos, quando o digimundo passou por uma reforma, a vila foi atacada por máquinas vindas da segunda ilha. Um demônio liderava a ação e tentamos lutar, mas ele era forte demais e por isso enfeitiçou a nossa rainha e a nossa vila. Não sei de que feitiço ele usou, mas ficamos presos naquela árvore até hoje. Logo sua amiga veio parar aqui e a convenci de nos ajudar, mas o exército de cartas a pegou.

─ Pelo fato de Palmon não ter evoluído, supõe-se que deve haver um satélite nessa vila. Isso vai ser um grande problema ─ disse Jin.

─ Então vamos destruir o satélite e depois salvamos Rose ─ disse Ruan.

Todos estavam prontos para saírem, porém o Coelho Branco foi para perto de Impmon e começou a cheirá-lo. Ficou rodeando o outro até parar e falar para os demais.

─ Infelizmente ele não pode entrar.

─ Por que não? ─ indagou Wesley indignado.

─ Eu te vi e senti o cheiro de longe. Você tem o mesmo cheiro do demônio que nos atacou... Estranho.

─ ESPERA AÍ! Eu não sou esse demônio. Do que está falando?

─ Você tem o mesmo cheiro dele. Quando o demônio nos selou, colocamos uma magia dentro da vila para ele não poder entrar. Aposto que você é da mesma propriedade dele e não pode entrar ou você quer ter os seus dados destruídos?

─ Já sei. Ele só pode estar falando da classe dos digimons. Talvez por Impmon ser um digimon do tipo vírus e um soldado do pesadelo. Desculpa Paulo e Impmon, terão que voltar para o navio ─ disse Jin.

Wesley fez cara de quem comeu e não gostou. Logo cruzou os braços e voltou para o bote. Paulo foi segui-lo. O digimon nem quis olhar para trás e pulou. O seu filho logo entrou no bote. Em seguida, os dois remaram para perto do navio.

─ Não precisa ficar chateado. Foi para o seu bem ─ disse Paulo tentando explicar a situação.

─ Para o meu bem o cacete. Toda a vida que passamos por situações em que a minha ajuda é necessária, eu passo por esse constrangimento. Primeiro foi na Zona do Céu em que eu não podia me transformar em Beelzebumon, agora mais uma vez não posso ajudar. Só queria saber o porquê do Weiz ter me transformado num demônio. Queria que fosse um Angemon ou algum cavaleiro royal, mas não. Aquele filho da mãe fode comigo mesmo não me fodendo.

─ Nossa, calma. Não precisa de baixaria.

─ Só queria ver mais uma vez o meu irmão de meia tigela pra arrancar o coração dele e fazer um churrasquinho na laje. Ainda seria à cabidela, coração ao molho de Weiz. Pura sacanagem. Sabe por que eu sofro tanto?

─ Não, me diz.

Impmon parou de remar e olhou para o céu.

─ Porque eu sou gostoso demais ─ Paulo caiu batendo a cabeça no fundo do bote. ─ Eu sou um BBB, Bom Bonito e Barato ou Boy Belíssimo e Beijoqueiro hehehe sou da liquidação. As minas me conquistam facilmente. É só depois de umas caipirinhas, conversinha no ouvido, um cheirinho no cangote, uma lambidinha na orelha que elas vêm nim mim e pá. É batendo laje a noite toda.

─ Nossa! Mas não estávamos falando da sua indignação por ter sido excluído?

─ Sim, mas eu preciso desabafar...

─ Sabe o que eu acho? Que esse BBB se ferrou justamente por isso. Foi mostrar que era o cara, pegou a mãe do Leo e foi presa fácil do Blizzard Daregon. Só vivo me perguntando se o senhor não levará jeito e continuará presunçoso demais assim como foi com a minha mãe. Será que vai se manter fiel com a Tominaga?

Impmon levou um susto ao ouvir umas verdades de seu filho. Ele tossiu e logo pegou no remo para depois ir em direção ao navio.

─ A Tominaga é maluquinha mas eu gosto dela. Fazia anos que eu não gostava de uma mulher. A última foi a sua mãe. Tominaga veio para mim como um remédio. Não se preocupe, eu não serei infiel com ela.

Os dois entraram no navio. O Capitão Hookmon achou melhor deixar o cruzeiro longe da costa justamente por ali ser um local relativamente perigoso. Os marinheiros desceram nos botes e foram à costa esperarem os digiescolhidos restantes.

Paulo e seu pai caminharam pelo convés perto da murada. As gaivotas eram comuns sobrevoando a chaminé. Eles ficaram vendo o mar aparentemente infinito.

─ Posso fazer uma pergunta?

─ Claro, pai.

─ Você ainda é virgem?

Paulo olhou avermelhado para Impmon e logo caiu no chão. Levantou-se e soltou:

─ MAS QUE TIPO DE PERGUNTA É ESSA?!!

─ Ué? Só perguntei algo óbvio. Eu na sua idade perdi a minha com minha melhor colega de classe. Ainda me lembro quando fizemos o Banhezutra, porque não foi numa cama mas no banheiro feminino.

Paulo não conseguiu disfarçar o constrangimento. Não era a primeira vez que alguém o perguntava sobre algo assim. Na escola, alguns dos colegas também perguntaram.

─ Claro que não... Ainda sou jovem para isso.

─ Filho, eu disso sexo, não ter filhos. Você pode fazer sexo com proteção. Você já falou com a Mia? Ela também é virgem? ─ Paulo ficou como tomate.

─ AAAAHHHHHH!!! ─ gritou ele pondo as mãos nos ouvidos.

─ Desculpa, não queria te constranger.

Paulo saiu andando rápido sendo seguido por Impmon. Com o escândalo que o rapaz fez, foi fácil localizá-lo. Monodramon os viu de longe e percebeu que aquele momento era o ideal para se aproximar do seu verdadeiro domador que ele tanto odiava. Pela primeira vez ficaria bastante perto dele a ponto de conversar.

...

Os outros digiescolhidos seguiram o Coelho Branco até a vila Wonderland para onde foram Rose e Palmon anteriormente. Logo eles viram o que era surreal. Uma vila pequena, cheia de casinhas com formatos de vários objetos, entre bules e cogumelos. Uma rua bem larga ia até o fundo onde estava o castelo da Rainha. O local não era tão grande assim, mas chamava a atenção. O coelho levou-os para a sua casa em formato de uma cartola roxa.

O Chapeleiro e o Gato de Cheshire receberam os visitantes. Os três rapazes logo sacaram que aqueles personagens são da obra literária Alice no País das Maravilhas. Até os outros habitantes da ilha eram animais humanoides.

─ Bem-vindos, digiescolhidos. Querem um pouco de chá com bolo?─ perguntou o Chapeleiro.

─ Não precisa se incomodar... ─ falou Ruan.

─ Precisa sim. Eu tô com uma fome ─ disse Mushroomon.

Os digimons correram para a mesa onde estava muito farta. Eles começaram a comer bolo e beber o chá. Exceto Hagurumon que se alimentava de energia ou de óleo de motor.

─ Mas o que está havendo aqui? Por que esta vila foi diminuida de tamanho? ─ perguntou Nashi.

─ Eu posso responder a essa pergunta ─ disse Cheshire materializando o seu corpo e indo para o chão. ─ Há muito tempo esta vila surgiu graças ao acúmulo de dados que vinham chegando dos servidores da Terra. Fomos formados a partir disso. Nossa Rainha Branca tornou-se a nossa matriarca e protetora, mas quando esse demônio chegou, transformou-a numa perversa rainha de Copas. Os soldados cartas se materializaram. Isso já faz muito tempo e assim a vila encolheu de tamanho. Daí sua amiga veio tentando ajudar, mas ela foi capturada juntamente com sua digimon.

─ Hum, entendi. Então um “demônio” fez isso. Dá para descrevê-lo? ─ disse Ruan.

─ Ele era alto, preto, tinha olhos vermelhos e dois chifres. Asas enormes, ENORMES. Ele nos deu muito medo ─ respondeu o Chapeleiro.

Ruan ficou pensando numa possibilidade de que poderia ser um digimon. Tanto Nashi quanto Jin ficaram olhando o espanhol pensando numa possível resposta.

─ Hehehe eu não faço a mínima ideia de quem seja esse digimon ─ ao ouvirem Ruan, todos ali caíram no chão.

Enquanto isso, a Rainha de Copas olhava-se no espelho. Logo em seguida, foi até uma cadeira e fez carinhos em Rose, vestida de princesa. A digiescolhida se mantinha imóvel.

─ Minha bonequinha, lindinha. Você ficou melhor depois que eu te enfeiticei. É tão linda...

No jardim do castelo, havia um satélite que impedia a evolução dos digimons.

...

Paulo não gostou nadinha das perguntas que o seu pai fizera. Ele tinha uma grande vergonha quando falava de sexualidade, como se 15 anos fosse a idade obrigatória de sair transando. Talvez para Wesley foi mais fácil, mas para Paulo não. O garoto entrou na parte interna do convés e ficou sentado no corredor da primeira classe na frente da porta do quarto.

─ Paulo me desculpa. Eu só quis tirar uma dúvida.

─ Perguntando se eu sou virgem? Ainda tenho 15 anos, lembra? Mas claro que penso em namorar, mas transar não.

─ Tudo bem, tudo bem. Fico calado quanto a isso ─ Impmon sentou ao lado dele. ─ Quero perguntar outra coisa. Calma! É outra coisa. Você e Mia ainda estão brigados?

─ Sim. Ainda me arrependo totalmente daquilo que disse pra ela. Com certeza não vai me perdoar nunca. Droga! Por que eu fiz aquelas coisas terríveis? Maldito Leo. Você passou por maus bocados quando foi obrigado a sair de casa. Lúcia sofreu, meus avós me aconselhavam, e eu fui um idiota.

─ Não precisa ficar desse jeito, filho. Ah, eu também fui um covarde ao esconder a verdade de você. Puxa vida, se eu pudesse voltar atrás e nunca ter feito aquilo com seu digimon. Troquei o pobre coitado por mim, agora você ficou sem parceiro legítimo.

─ Mas você se viu obrigado. O Weiz te transformou em digimon.

─ Cara, se eu pudesse voltar com o meu corpo humano. Eu era mais leve, mais bonito... tenho quase certeza hehe. Gostava muito de Red Hot Chilli Pepers, ser modelo, andar de carro e viajar por aí. Eu era feliz do meu jeito.

Paulo fez carinho em seu pai e os dois riram.

Monodramon se aproximou de ambos e soltou as primeiras palavras perto deles.

─ Oi. Você é o digiecolhido que venceu aquele capitão malvado?

─ Sou eu sim. Este é o meu parceiro, Impmon.

Monodramon odiou quando ele disse “meu parceiro”.

─ Obrigado por tê-lo derrotado. Aquele canalha tentou me fazer trabalhar para ele, mas consegui fugir. Ainda bem que o Capitão Hookmon voltou para este navio. Obrigado mais uma vez.

─ Não precisa agradecer. Só fizemos a nossa obrigação ─ disse Paulo. Wesley só ficou olhando.

─ Eu trabalho neste navio e fiquei muito feliz por ter ficado em liberdade. A propósito, meu nome é Monodramon. Sou um digimon dragão.

Paulo usou o Legacy para verificar os dados do digimon.

DIGIMON: MONODRAMON

Nível: Criança;

Atributo: Vacina;

NPD: 30.000

─ Uau, 30 mil de poder. Você consegue ser mais forte que o capitão. Como conseguiu toda essa força?

─ Eu treinei há muito tempo. Mas sou meio preguiçoso, sabe? Quando o capitão não está vendo o convés eu perco tempo com outra coisa, como agora com vocês.

─ Paulo, me escaneia. Quero ver quanto de poder eu tenho ─ disse Impmon.

─ Você tem o NPD de 18.000.

─ O quê?! ─ Impmon não gostou de Monodramon ser bem mais forte que ele. ─ Eu estou com fome, por isso não revelou meu verdadeiro poder.

Paulo se levantou e quis acompanhar o pequeno dragão. Impmon seguiu o filho e desconfiou da repentina presença desse digimon que ele nunca viu.

...

O plano traçado pelos digiescolhidos e pelo trio de irmãos foi o seguinte: enquanto os irmãos invadem o castelo para destruir o satélite inibidor, os digiescolhidos fazem uma ofensiva contra a rainha má. Eles se prepararam para atacar. Ruan, Jin e Nashi foram sempre se escondendo dos soldados de cartas. Finalmente chegaram na frente do castelo.

O castelo era bem tradicional ao estilo medieval. Feito de pedra e com um muro envolvendo o jardim. Eles viram dois guardas de cartas parados na entrada.

─ É agora, Kotemon. Vai lá e acaba com eles.

─ Certo.

─ Eu posso ir também, Jin?

─ Claro que sim Mush. Dê tudo de si.

─ Você também pode ir Hagurumon.

─ Oba!

Os três digimons correram na direção dos soldados. Kotemon retirou sua espada da cintura e liberou um choque dela que atingiu um deles. Hagurumon soltou algumas pequenas engrenagens que explodiam ao simples contato, e Mushroomon usou seus cogumelos explosivos. Os guardas foram nocauteados e viraram dados. Aqueles simples soldados de cartas não passavam de vírus e eram desprovidos de consciência própria.

Mais soldados vieram na direção deles. Os digimons arrombaram o portão do castelo e entraram na propriedade da rainha má.

A Rainha de Copas viu pela janela a invasão e logo deu ordem por telepatia aos seus soldados. Várias cartas vieram contra-atacar os domadores. A mulher pegou Rose para servir de escudo humano.

Palmon estava presa há muito tempo. Nas partes mais ao subsolo do castelo, havia a prisão. Havia uma pequena janela no alto de sua sala que dava para ver o gramado do jardim. Dali dava para ver parte do satélite.

─ Aguente firme Kotemon ─ disse Nashi.

─ Estamos aguentando, mas são muitos ─ disse o samurai já quase exausto de tanto derrubar os vários soldados. ─ Se pelo menos eu digievoluisse para a minha forma perfeita.

Mushroomon foi derrubado. Hagurumon também começou a ficar exausto. Chegavam mais e mais inimigos. Eram como formigas.

O Chapeleiro e o Coelho Branco conseguiram finalmente encontrar o satélite inibidor. Estava no meio da grama verde. O Chapeleiro analisou o objeto.

─ O que foi?

─ Nunca vi uma coisa assim. Parece um pires gigante ─ o Coelho ficou com cara depressiva ao ouvir aquele comentário.

─ Você só pensa em tomar chá? Coloca a bomba logo!

─ Ops! Tudo bem ─ ele retirou um relógio despertador do seu casaco e colocou perto do objeto. Contaram cinco segundos para a detonação. A bomba foi tão forte que deixou o objeto em cacos.

Palmon sentiu a explosão e foi ver o que era. Em meio a fumaça ela viu os dois indivíduos.

─ Ei, psiu. Vocês mesmo. Ainda bem que eu os encontrei. Sou eu, Palmon. Podem me dar uma ajudinha?

Os domadores estavam quase sendo encurralados quando os digimons sentiram a energia voltar.

─ Ruan, eu posso sentir a energia voltando para o meu corpo. Posso digievoluir.

─ Tá certo, Hagurumon.

Os outros dois digiescolhidos também se prepararam para evoluir os seus parceiros.

─ Hagurumon digievolve para... GUARDROMON!

─ Mushroomon digievolve para... WOODMON!

─ Kotemon digievolve para... DINOHUMON!

Agora com os três digimons evoluídos, os soldados não tiveram chance alguma de vencer. Os moradores se assustaram com a quantidade de raios e explosões e se esconderam em suas casas.

─ Conseguimos! ─ comemorou Jin.

Assim eles puderam passar para a próxima etapa da operação. Praticamente derrubaram a porta do castelo quando viram a rainha segurar Rose por trás e com uma pequena faca em seu pescoço.

─ Seus pestinhas. Por que querem acabar com a minha vila?

─ Nós não queremos acabar com coisa alguma. Viemos apenas para resgatar a nossa amiga ─ respondeu Ruan.

─ Vocês vão pagar caro quando eu...

─ Ei, psiu ─ disse uma voz no seu ouvido. Assim que ela se virou viu um crânio de uma caveira falar com ela. ─ Que horas vai ser o jantar?

A rainha quase infartou de susto e desmaiou ali na sala mesmo. Os rapazes seguraram Rose e a caveira se mostrou ser Cheshire com seus truques.

─ Oi pessoal ─ disse Palmon voltando com os dois irmãos.

─ Palmon, você está mais magra. O que aconteceu? ─ perguntou Woodmon.

─ Estava na cela. Lá só me davam comida uma vez por dia. Estou morrendo de fome ─ realmente a pobre coitada estava magra.

─ Não se preocupe. Quando retornarmos para o navio, você vai ter muita comida ─ respondeu Jin.

Cheshire pediu para os digiescolhidos usarem a luz dos digivices Legacys para retirarem as trevas da rainha. Assim eles fizeram e assim a rainha má cabeçuda voltou a ser uma bela garota aparentemente adolescente vestida de branco e loira. Ela realmente era bela. Rose acordou do seu profundo sono, também estava vestida com vestido.

─ Hum... O que aconteceu?... Por que estou vestida assim? Palmon?

─ Finalmente você recobrou a consciência! Eba! ─ disse Palmon comemorando.

─ Meninos?

─ Rose, vou te explicar o que houve ─ disse Ruan.

Passado algum tempo, os digiescolhidos e os irmãos voltaram para a vila. Os habitantes comemoraram a vitória deles. Rose conseguiu entender o que havia acontecido e recuperou as suas roupas. A Rainha, agora boa, agradeceu aos digiescolhidos.

─ Obrigada pelo que fizeram. Se não fosse aquele demônio, nós ainda estaríamos em paz. Tem algo que eu possa fazer para vocês?

─ Não precisa se incomodar. Somos os digiescolhidos e é o nosso dever livrar este mundo do poder maligno ─ respondeu Nashi.

─ Agora se me derem licença ─ a rainha tocou no seu pingente em forma de gota de água. Clareou toda a vila. Logo Wonderland voltou ao seu tamanho normal de volta ao digimundo.

Os digiescolhidos conseguiam ver o oceano e o navio mais distante. Eles finalmente retornaram à Planície Kipédia. Os garotos se despediram dos irmãos e da rainha. Estavam para voltar quando escutaram uma risada.

─ Por que estão tão felizes? ─ disse uma voz bem rouca.

Os meninos e os habitantes tentaram descobrir o dono da voz quando apareceu diante deles Devimon.

─ Ah! É ele. O demônio que nos atacou ─ disse a rainha.

─ O quê? ─ disseram os digiescolhidos.

─ Melhor digievoluírem mais outra vez, porque essa luta ainda não terminou.

Devimon deu mais outra risada.

...

Monodramon acompanhou Paulo e Impmon para onde eles foram. Fez uma amizade com eles nesse pequeno tempo em que ficaram juntos. No começo, achou que seria impossível enganar o garoto, mas agora sabia que estava fazendo a coisa certa para ficar próximo do seu legítimo domador. Claro que nem tudo são flores, Wesley não gostou dele. Como tinha um olfato apurado, sentiu um cheiro esquisito nesse digimon. Mas preferiu deixar pra lá, por enquanto.

─ Vem cá, você não tem trabalho? ─ perguntou Paulo.

─ Ah é. Mas eu já pedi minhas contas hehehehe. Sabe como é. Quero chegar na cidade de River e talvez ir para o Hotel Cortez. Sabem que hotel é esse? ─ eles negaram. ─ Um hotel de luxo que fica na floresta da cidade. Sabe, ouvi dizer que um digiescolhido está hospedado lá.

─ Mia deve estar lá  ─ disse Paulo. ─ Como saberemos onde fica o hotel?

─ Eu posso ser o guia de vocês...

─ Esquece. Paulo, se algum digiescolhido estiver nesse hotel, dá para rastrear com o Legacy. Definitivamente não precisamos dele ─ disse Imp.

─ Verdade...

─ Ah mas eu posso ser muito útil. A floresta de River possui muitos caminhos e bifurcações. Achar o hotel não será um trabalho fácil.

Paulo concordou com o pequeno dragão e aceitou a sua ajuda. Depois de caminharem mais um pouco, eles perceberam que muitos passageiros iam para o convés externo do navio. O digiescolhido ficou curioso para ver o que era.

─ Não deve ser nada. Com certeza deve ser algum show. Pra que voltar ao andar de cima só pra ver essas besteiras hahahahaha ─ disse Monodramon. Na verdade ele já tinha uma ideia do que estava acontecendo.

─ Sujeitinho esquisito ─ disse Impmon.

...

Os rapazes fizeram mais uma vez a digievolução. Guardromon, Woodmon e Dinohumon prepararam-se para atacar Devimon. Quem começou foi o robô soltando seu míssil contra o demônio. Este bateu as asas bem forte desviando o projétil para uma das casas que logo explodiu. Os moradores correram com medo.

─ Oh céus, ele vai destruir a vila ─ lamentou a rainha.

─ Não vamos deixar ─ disse Ruan.

Woodmon atacou com suas folhas lâminas, mas Devimon começou a girar criando um tornado com o seu corpo desviando as lâminas. Dinohumon deu um salto, retirou a espada para golpeá-lo, mas o inimigo desviou facilmente.

─ Eu sou muito poderoso. Ataques inúteis não vão me pegar.

─ Ela é bastante habilidoso ─ disse Jin verificando os dados do digimau no seu Legacy.

DIGIMON: DEVIMON

Nível: Adulto;

Atributo: Vírus

NPD: 100.000

Um terrível digimon que tornou-se um anjo caído após a sua expulsão do paraíso do digimundo. Há rumores que esse tipo de digimon sempre atrai a sua contraparte, Angemon, e assim ambos podem brigar até a morte. Sua arma são suas garras que podem perfurar ou roubar a consciência do inimigo.

Devimon sorriu e voou em direção a Guardromon. Deu um chute na máquina que caiu com o golpe, depois soltou um um raio que atingiu Woodmon e por fim arranhou Dinohumon. Os três digimons caíram.

─ Essa não. Ele é mais forte do que esperávamos ─ disse Ruan.

Os digimons se levantaram. Dino ficou na frente dos outros dois.

─ Não quero que gastem energia à toa. Por favor, amigos, deixe que eu mesmo lute com esse aí?

─ Vai lutar sozinho? Quer morrer? Ou quem sabe posso dar o meu Toque do Demônio e te controlar.

─ Nenhuma coisa nem outra. Nashi, por favor, quero evoluir mais uma vez.

Jin ficou confuso com o “evoluir mais uma vez”, mas Ruan já sabia que o colega usaria a Relíquia da Guerra num momento como esse.

─ Claro que sim, parceiro. Evolução Perfeita! 

Nashi fechou o punho e estendeu o braço. Seu Legacy brilhou até aparecer um holograma de um capacete medieval que logo virou carta. Retirou-a e inseriu na brecha que ficava numa extremidade do digivice. Logo seu braço inteiro brilhou e o raio de luz atingiu Dinohumon.

─ Mas que luz é essa? ─ indagou Devimon.

─ Dinohumon super digievolve para... KNIGHTMON!

Os outros digiescolhidos ficara surpresos com a transformação.

DIGIMON: KNIGHTMON

Nível: Perfeito;

Atributo: Dados;

NPD: 350.000

─ Uau. Esse digimon é maneiro ─ disse Ruan.

Knightmon era diferente dos comuns. Ele usava uma capa atrás da sua armadura. Com certeza o mais poderoso dos Knightmons atualmente no digimundo.

─ Que droga. Agora que eu estava prestes a conseguir destruí-los. Mas não vou me intimidar. Vai provar o meu TOQUE DO DEMÔNIO.

Devimon foi com tudo com a sua garra na direção de Knightmon. Todos pensavam que era loucura o parceiro de Nashi não se mover. Em fração de segundos, o cavaleiro colocou o seu escudo na frente fazendo o demônio machucar a mão.

─ Acaba com ele, Knightmon ─ falou Nashi.

Knightmon empunhou a sua espada Bersek com uma grande rapidez. Conseguiu atingir Devimon que foi lançado sobre uma casa e a destruiu. O demônio, de fato, foi ferido nesse último golpe. Knightmon caminhou na direção dele.

─ Não vai me derrotar tão facilmente ─ falou o vilão que logo voltou a girar feito um pião mas agora com as asas bem abertas. ─ Hahaha minhas asas são com lâminas afiadas. Não será fácil desviar do meu ataque.

O cavaleiro ficou parado quando de repente segurou Devimon pelas asas.

─ GOLPE ATORDOANTE!

Knightmon começou a dar joelhadas nas costas de Devimon, logo após virou e deu um soco no estômago do outro. Este ficou com muita dor. O cavaleiro finalizou dando uma cabeçada no rosto do monstro. Devimon logo ficou atordoado, como um lutador de MMA que acabou de ser nocauteado. Mal conseguia ficar de pé.

─ É isso aí. Vencemos ─ disse Jin.

─ Realmente o parceiro do Nashi ficou bem mais forte depois que evoluiu com essa relíquia ─ sussurrou Ruan.

─ Ainda quer lutar? ─ perguntou Knightmon.

─ Grrrrr Droga! Não vai ser possível destruí-los. Mas acreditem, o meu chefe Wisemon é ainda mais forte do que eu. Ele pode derrotar Knightmon facilmente.

Devimon saiu do campo de batalha voando para longe. Todos na vila Wonderland comemoraram a vitória do bem contra o mal. Rose e Palmon, que ficaram avulsas nessa batalha, já estavam no bote.

─ Obrigada mais uma vez. Vocês nos salvaram das garras daquele monstro ─ agradeceu a rainha.

─ De nada. Cuidem-se ─ disse Nashi.

Eles se despediram do Coelho, Chapeleiro e Cheshire. Logo em seguida retornaram para o bote onde dois marinheiros os esperavam.

...

─ Rose, que bom te ver novamente.

─ Paulo, seu danadinho. Terminou o namoro com a Mia e nem deu explicações para a coitada, não é? Pois te prepara, garotão. Ela tá furiosa contigo.

─ Não, deixa eu explicar...

─ Pra mim não precisa explicar nada. Agora se eu fosse a tua namorada eu te enchia de bofetada, mas acho que a Mia não faria uma coisas dessas. No mínimo... Ela te fuzilaria. Bom, quero aproveitar e muito a hospedagem neste navio maravilhoso. Vamos, Palmon.

As duas foram atrás do capitão para pedir um quarto na primeira classe. Enquanto isso, Ruan, Jin e Nashi perceberam a presença de Monodramon pela primeira vez. Paulo o apresentou aos colegas como o guia para a próxima aventura.

─ Esse aí se apresentou como guia. Ele acha que precisamos dele ─ disse Impmon.

─ Muito prazer em conhecê-lo. É verdade que você vai nos guiar, Monodramon? ─ perguntou Mushroomon.

─ Claro que sim. Vocês são os digiescolhidos e será uma honra ajudá-los ─ respondeu.

─ Vem cá, Paulo. Vocês não viram a luta que tivemos com Devimon, não? ─ perguntou Ruan.

─ Que luta? ─ ele olhou para a planície e viu a vila. ─ Caramba, a tal vila estava lá. Agora entendi tudo. Por isso que os passageiros estavam tão afoitos, eles viram a luta daqui.

─ O Monodramon impediu a gente de ver. Por que será? ─ disse Impmon.

─ Não, não. Eu não sabia. Como poderia saber se eu estava aqui dentro?

E assim os digiescolhidos terminaram mais uma missão. Rose e Nashi entraram para o grupo e ainda tivemos a super evolução de Dinohumon para Knightmon. Agora para chegarem à cidade River demorariam alguns dias mesmo de navio.

Devimon chegou acuado para a base de Wisemon. O feiticeiro não gostou nada de ter perdido mais uma batalha para os digiescolhidos.

─ Pensei que fosse mais competente. Agora o que devo fazer?

─ Por favor, senhor. Dê-me mais uma chance.

─ Claro que darei mais uma chance. Mas quem vai resolver da próxima vez será ele.

Devimon olhou para trás e viu Icedevimon.

Passou-se quase uma semana e o navio em pleno alto mar. Os digiescolhidos aproveitaram muito bem a estadia no cruzeiro. Rose e Palmon comeram muito e quase não saiam da piscina de água morna. Enfim, foram os dias mais calmos que eles puderam ter. Depois desses dias, finalmente o Capitão Hookmon viu a cidade de River no horizonte.

...

De volta ao mundo real, Lucas ainda ia com Márcia e Ray para a casa da tia deste. O rapaz havia acabado de sair da casa de Naomi depois daqueles acontecimentos na Genetech que culminaram o sequestro de Lúcia. Depois de alguns minutos, eles finalmente chegaram. A tia de Ray, Aiko e Agumon já esperavam por eles.

─ Tem certeza que você está bem, filho?

─ Claro, mamãe. Não vejo a hora de poder entrar no digimundo mais uma vez e assim poder resgatar a Lúcia. É o meu dever protegê-la a todo custo.

─ Oh Ray querido. Temos visitas ─ disse a tia dele.

Gennai estava na sala do apartamento, tomando chá e conversando com Aiko. Os olhos de Lucas ficaram brilhantes pois com certeza voltaria para o digimundo mais rápido do que ele imaginava.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: Os digiescolhidos finalmente chegarão à cidade portuária de River e lá terão mais desafios a travar. Primeiro o próprio Dracmon voltará a aprontar agora com um companheiro e no Hotel Cortez os digiescolhidos terão muito trabalho em salvar a Mia das garras de Poncho.



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