D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 52
O Começo da Nova Era


Notas iniciais do capítulo

Capítulo comemorativo por causa das 200 mil palavras. Com certeza é o mais importante e maior de toda a saga. Pra mim é o segundo melhor. Enfim, obrigado por estarem aqui e comentem viu kkk boa leitura.



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CAPÍTULO 149

Paulo viu que Lúcia se aproximava dele com uma companhia já esperada por ele. O rapaz ficou em pé com tanta ansiedade que ele não aguentou e foi até eles. A moça trazia consigo Impmon, que não sabia de nada até então. Para o pequeno, Paulo nunca o perdoaria por ter escondido um grande segredo durante tantos anos.

─ Você veio, Impmon ─ disse o garoto contente por vê-lo.

Impmon não respondeu nenhuma palavra por dois motivos: vergonha e raiva. Vergonha por seu segredo e raiva porque ainda achava que Paulo iria tripudiá-lo.

─ Não precisa ficar assim. Vai conversar com ele ─ incentivou Lúcia. Mesmo assim o digimon continuou calado.

─ Perdão, por favor. Perdoe-me. Eu fui um otário persuadido por uma pessoa má ─ disse Paulo se ajoelhando de frente para Impmon.

─ Paulo, não precisa fazer isso. Está se humilhando na rua ─ advertiu Lúcia.

─ Deixa ele ─ disse Impmon com a cara virada, braços cruzados e olhos fechados. Estava dando a primeira lição ao seu filho. ─ Toda pessoa honesta precisa se humilhar de vez em quando.

Paulo começou a chorar enquanto praticamente se mantinha de quatro no chão. Lúcia estava morrendo de vergonha pois algumas pessoas passavam e algumas até tiravam fotos. Impmon teve vontade de abraçá-lo, mas quis dar uma lição para o seu parceiro e filho.

─ Filha, vamos nos sentar ali.

─ Sim, papai. Vem Paulo ─ disse ela praticamente arrastando-o.

Impmon ficou sentado no branco enquanto Paulo sentou-se à sua frente no chão. Era uma tortura para o digiescolhido ver o seu parceiro e, mais recentemente, pai ficar parado sem dizer uma palavra.

─ Vai, pai. Perdoa logo ele. Você disse que ia contar a história para nós. Já está ficando tarde.

─ Eu faço o que o senhor quiser. Por favor, olha pra mim ─ implorou Paulo.

Impmon continuou de braços cruzados. Quando ele era bom, era bom; mas quando era mau, era melhor ainda. Ele se divertia com o sofrimento do filho. Contudo, queria ouvir uma frase mágica que sempre sonhou em ouvir.

─ Pai, eu... eu te amo. Por favor me perdoa...

Ele abriu os olhos e olhou diretamente para o seu filho. Aqueles grandes olhos verdes fitaram diretamente aos olhos azuis do outro.

─ Vai me julgar? Por que se for assim eu prefiro ir embora.

─ Não, eu não farei isso. Eu prometo.

Lúcia sorriu. Percebeu que a conversa estava evoluindo. Em breve teria a sua família toda de volta.

─ Bom, eu acho que vou indo...

─ Não, Lúcia. Você é a minha caçula e também faz parte da minha vida. Quero que fique aqui e escute o que tenho para contar. Como foi que abriu os olhos em relação a tudo isso? ─ perguntou Imp a Paulo.

─ O Leo me enganou de todas as formas. Eu cometi um crime e quase fui preso. Percebi que más companhias só me levaram ao fundo do poço. Perdi amigos, fui grosso com os meus parentes em especial a Lúcia. Até a empregada foi prejudicada por minha culpa. Por isso, eu peço que me perdoe e volte para casa.

─ Vou pensar no seu caso ─ Impmon viu os olhos de Paulo como os do Gato de Botas do Shrek. Aquilo realmente dava pena ─ Certo. Eu volto. Já passei por muito sufoco na rua, e por culpa sua.

A consciência de Paulo era do peso de uma bigorna.

─ Antes, porém, eu quero contar tudo para vocês. Mas peço que não contem nada para a mãe de vocês ou serei expulso novamente, e para sempre.

Os dois prometeram imediatamente.

─ O meu verdadeiro nome é Jonnathan Wesley de Oliveira. Vocês não têm o meu sobrenome porque a sua mãe provavelmente tirou. Conheci a sua mãe quando eu era modelo na minha adolescência. De certa forma eu era lindo, e ainda sou. Mas eu era um irresponsável de carteirinha. Nossa, eu não me reconheço há doze anos.

─ A minha mãe falou do senhor uma vez. Disse que os meus avós não gostavam de ti ─ disse Paulo.

─ É eles me pegavam no pé. Enfim, nasci no dia 1º de novembro de 1980, sou do signo de escorpião, mas não me lembro exatamente da minha aparência física. Conheci Márcia há muito tempo num réveillon.

─ Como tudo aconteceu? ─ perguntou Lúcia.

─ Paulo nasceu há quinze anos e você há doze. Pouco tempo depois que Lúcia nasceu, eu traí sua mãe com outra mulher. No dia 15 de outubro de 2004, aconteceu uma reviravolta na minha vida.

FlashBack

Boate Blood, Fortaleza, 15 de outubro de 2004, 10:40 PM

Um grupo de amigos chegou à boate recém inaugurada. Um deles era Wesley que bebia com os amigos. Algumas mulheres xavecaram o rapaz que cedia aos encantos, assim traindo a mulher.

─ Vamos lá pra cima, gostoso? ─ disse uma mulher bem vestida, porém dava para perceber que não era novinha.

─ Uau, quer mesmo sentir o peso do meu dote?

─ Quero sim.

─ Você parece ser uma mulher madura. Adoro mulheres maduras, sabia?

─ Então bora bater uma laje ─ disse ela esfregando-se nele.

Wesley não aguentou a tentação e a levou para os quartos superiores. A moça logo ficou deitada na cama, retirou o vestido, ficou apenas de sutiã e calcinha. Os dois bebiam cerveja enquanto ocorria a preliminar. O homem retirou a jaqueta preta, a calça de couro preta e desabotoou a camisa preta; as botas foram jogadas longe. O lenço vermelho que Márcia havia dado de presente para ele, e que estava dentro do bolso da jaqueta, caiu no chão.

─ Gosta de que, vadia?

─ Quero apanhar com o seu cinturão. Motoqueiro gostoso.

─ Antes, porém, quero saber o seu nome.

─ Ivone, gato. Pode me chamar por esse nome.

Ambos iniciaram uma sessão de sexo masoquista. Entre movimentos lascivos e drinques de bebida alcoólica, o rapaz adormeceu depois do orgasmo. Pouco tempo abriu olhos e viu Ivone beijá-lo violentamente e, de dentro da boca dela, saiu uma espécie de caroço ou semente que ele engoliu. Ele não conseguia se mexer. Ivone pegou uma máscara de Halloween roxa com três olhos e colocou no rosto dele. Wesley acordou pensando ser um pesadelo, porém ainda estava no quarto agora sem a Ivone.

─ Não foi um pesadelo. As coisas foram bem reais ─ disse um homem mascarado na penumbra do quarto.

─ Quem é você?!

─ Sou Blizzard Daregon. Sou uma pessoa que você materializou da sua consciência ─ a máscara preta impossibilitava de ver o seu rosto.

─ Do que está falando, mano. Cai fora daqui ─ disse ele se levantando, mas ele não conseguia ficar em pé e caiu. ─ Que porra é essa?

─ Você vai servir aos meus propósitos. Será uma pessoa extremamente poderosa. Para isso terá que vender a sua alma a mim.

─ Sai fora. Isso é um sonho.

─ Acha mesmo que é um sonho? Sim, parece um sonho. Porém um pesadelo. Se não quer servir a mim, vai ser forçado a isso. Aguarde.

Wesley se acordou com as batidas na porta. Seu colega havia sido deixado para trás enquanto ele se divertia com a mulher misteriosa. Ele se vestiu e atendeu.

─ Os caras me deixaram sozinho lá embaixo. Ainda bem que você não foi. Nossa, a sua cara parece estar péssima.

─ Acho que fui dopado por uma mulher.

─ Cara, a Márcia é linda. Você que perde tempo com vadias nas ruas. Vê se fica quieto pelo menos uma vez.

─ Não é a minha mãe para chegar e me dar uma lição de moral. Acho que vou pra casa.

─ Nananinanão. Eu disse que o meu pai comprou aquele Camaro amarelo de última geração. Bora pro racha?

─ Não sei se estou disposto...

─ Bora, porra! Tem um campeonato lá na BR. Bora. Hei, aquele lenço é seu?

─ É ─ Wesley pegou o lenço e por um motivo desconhecido, ele mandou o amigo amarrar no seu braço esquerdo.

Os dois saíram no carrão.

23:45 PM

Havia algumas pessoas participando de corridas clandestinas na rodovia. Um dos corredores desafiou o amigo de Wesley e ele aceitou. Wesley decidiu entrar no carro de última hora.

─ Você tá dirigindo bêbado, cara. Vai com calma.

─ Cala a boca, mano. Eu vou vencer esse filho da puta custe o que custar.

─ Vai com mais calma. Olha o animal na pista, desvia, desvia!

─ Droga, o freio na pega.

O carro desviou de um jumento, mas logo atingiu o poste a mais de 150 km/h. O carro voou, capotou quinze vezes.

Tudo ficou branco como num sonho. Parecia que era o céu depois da morte. Wesley abriu os olhos vagarosamente até enxergar nuvens em todos os lados. Ele estava sobre um chão rochoso, como no topo de uma montanha. O seu corpo não se movia, parecia estar paralisado. Ele viu uma luz forte surgir no céu, uma luz vermelha, flamejante. Um pássaro de fogo surgiu diante se seus olhos.

─ Meu nome é Zhuqiaomon, um dos guardiões do digimundo. Eu estava esperando por você, humano.

─ Estou morto?

─ Não, mas vai estar se não quiser a segunda chance que vou lhe propor.

─ O que quer de mim?

─ Quero que venda a sua alma a mim. Eu te darei uma segunda chance.

─ Se eu aceitar a segunda chance...

─ Fará um favor para mim por um tempo. Depois eu o deixarei livre para ter a sua vida de volta.

─ Que assim seja.

─ Bom garoto.

O chão virou um mar de água borbulhante e vermelha. Ele sentia que estava sendo queimado vivo.

Wesley acordou em algo que parecia um deserto. Ele se levantou e olhou que havia uma pequena cidade no meio de um oásis. Caminhou até lá. Parecia que o seu corpo estava mais pesado que o normal. Assim que pôs os pés na cidade, viu que o lugar estava praticamente deserto. Percebeu que os habitantes estavam se escondendo, provavelmente com medo dele.

BAR

Ele entrou, precisou se abaixar. Espantou-se quando viu monstros nas mesas, no balcão... em todos os lugares. Pensou que fosse alguma brincadeira de dia das bruxas ou algo assim.

─ Um copo de cerveja, por favor.

O monstro com tentáculos deu o que ele quis e disse que seria de graça. Quando foi tentar pegar o copo, ele se deu conta que a sua mão estava bem maior do que antes. Saiu do lugar transtornado, precisava se olhar no espelho. Caiu a ficha quando percebeu a cauda atrás de si.

─ Que merda é essa?!

Havia um lago perto dali. Ele olhou o seu reflexo. Estava completamente diferente. Gritou, gritou tão forte que algumas casas desabaram. Veio o arrependimento de ter saído àquela noite.

─ Você impedirá que Gennai e seu grupo promovam novos digiescolhidos. Faça isso até quando eu dizer já chega. Aí terá a sua vida de volta.

Seus olhos ficaram vermelhos, surgiram duas pistolas nas suas mãos e uma moto com vida própria. Durante anos ele perseguiu e matou alguns programas (em forma de humano, Gennai é um deles) aliados a Gennai. Até que finalmente foi capturado.

Preso numa cúpula de energia da luz, Beelzebumon se arrependeu de ter feito tanta maldade. Gennai perguntou o porquê dele estar chorando visto que digimaus não faziam isso. Ele revelou tudo para o homem.

─ Existe uma ilha chamada Ilha Arquivo. Lá vai ter um laboratório que vai ajudá-lo a voltar a ser humano.

Beelzebumon foi libertado por Gennai e foi, escondido de Zhuqiaomon, para a ilha. Chegando lá, ele viu uma fábrica de digivices e alguns digi-ovos. Viu o nome Paulo Victor Alencar num deles. Não pensou duas vezes, tirou o ovo, levou- para a floresta, depois retornou e fez algo que raramente digimons faziam. Regressou-se até tornar-se um ovo. Um dos programas chegou, viu o ovo no chão e o colocou até a encubadora onde estava o nome de Paulo. Assim, Wesley conseguiu se livrar da influência do pássaro.

FlashBack Off

Paulo ficou arrasado quando soube que tem um parceiro digimon e que ele estava perdido ainda no digimundo.

─ Quer dizer que o Gennai sabia o tempo todo que você era humano? ─ perguntou Lúcia.

─ Sim, mas ele não sabe da troca que eu fiz. A minha culpa foi ter feito essa injustiça com um inocente. Só espero que você me perdoe por ter feito isso, mas era o único jeito de eu me reaproximar dos meus filhos.

─ Caramba, ninguém soube da existência desse digimon até hoje. E sobre esse tal de Blizzard Daregon... Ivone! Hei, eu já ouvi falar desses dois. O Jin me falou há algum tempo que a Ivone era a mãe do Leo e que o verdadeiro nome dela era Maria Aparecida. Ela fez um pacto com um tal Daregon há muito tempo atrás.

Paulo se surpreendeu.

─ Quer dizer que o Leo planejou me prejudicar desde sempre. Se ele e a mãe trabalhavam para Daregon, quer dizer que esse Daregon realmente nos odeia.

─ Espera aí, por que você disse “trabalhavam”? ─ questionou Lúcia.

─ Por que eu soube hoje de manhã que tanto Léo quanto a mãe dele foram mortos.

─ Por Daregon?

─ Não sei, Lúcia. Seja como for, esse Daregon está nos vigiando desde a época do acidente. Consegue identificá-lo?

─ Não. Infelizmente o cretino estava com máscara e só o vi uma única vez. Mesmo que eu ficasse de frente com ele, não o reconheceria.

─ Precisamos avisar ao Gennai e aos outros.

─ Lúcia, esqueceu que eu os aborreci? Eles não vão me perdoar nunca pelo que eu fiz.

─ Vai sim, eu fiz algo pior e estou aqui. Vamos voltar a ser como era antes ─ disse Impmon.

Paulo ficou envergonhado de falar, mas mesmo assim disse:

─ Posso te chamar de pai?

─ Me chame do jeito que quiser. Se quiser, pode me chamar de Impmon na frente dos outros e quando estivermos sós pode me chamar de pai, o que acha?

─ Certo, pai ─ Paulo se sentiu estranho chamando alguém menor do que ele de pai.

Os três voltaram para casa.

À noite, Márcia preparou um banquete, com a ajuda da sua mãe. As duas teriam a última noite juntas na temporada porque dona Alice e seu Alencar voltariam para o Brasil no dia seguinte.

Paulo e Lúcia retiraram os sapatos e calçaram os chinelos para poder entrarem na casa. Ray, que já havia chegado, e Kira, que chegou junto com o seu pai, ficaram surpresos com a chegada do Impmon. Para o padrasto de Paulo, o digimon havia estado no digimundo tal como Paulo dissera. Este teve que dar umas desculpas para falar sobre a aparição do Impmon.

Enquanto isso no jantar...

─ Olha isso ─ disse Márcia retirando uns ingressos da bolsa dela. ─ Aqui são ingressos da festa da União Mundial que acontecerá amanhã por volta das cinco da tarde. Eu vou cobrir o evento e os jornalistas que cobrirão vão poder levar as suas famílias. O que acham?

─ Querida, eu posso ir mas ficarei pouco tempo. Preciso revisar umas provas ─ disse Ray.

─ Contanto que você se encarregue das crianças...

─ Mãe, eu não tava a fim de... ─ Lúcia deu um chute nas pernas do irmão. ─ Eu vou.

─ Ótimo. Todos nós iremos.

─ Menos a gente, querida. Esqueceu que vamos embora amanhã?

─ Mamãe, que pena. Eu esqueci desse detalhe.

─ Poderia nos levar amanhã ao aeroporto? Vamos pela manhã.

─ Sim, papai.

Depois do jantar, Paulo e Impmon ficaram no quarto. O rapaz pegou o seu digivice na mão com certo peso na consciência Foi quando os seus avós chegaram para ter um última conversa com o neto antes de irem embora.

─ Como você está, querido?

─ Muito mal, vó. Eu acho que perdi os meus amigos.

─ Não fale assim, meu amor. Seu avô e eu compreendemos você. Você fez coisas nada nobres, porém conseguiu se perdoar e enxergou os erros. Tem muita gente por aí que nem quer saber de perdão.

─ Nós dois somos a prova de um erro no passado.

─ Vovô, o que o senhor quer dizer?

─ Que houve uma traição no começo do nosso casamento. Mas um soube perdoar o outro e nunca mais aconteceu ─ disse o homem.

─ O senhor traiu a vovó?

─ Conta pra ele, Alice.

─ Fui eu quem o traí ─ Paulo e Impmon ficaram surpresos. ─ Eu fui ludibriada por um colega de trabalho. Contei a verdade ao meu esposo, tivemos dias difíceis, mas logo ele soube me perdoar. E será assim com você. Seus amigos vão te dar uma lição amarga no começo, mas logo os coraçõezinhos deles irão amolecer. Dê tempo ao tempo.

Os dois estavam prestes a sair do quarto quando Alice voltou para falar com Impmon.

─ Cuida bem do meu neto como se fosse seu irmão, melhor, filho. Afinal sabemos que vocês não são apenas parceiros ─ Impmon ficou assustado. Parecia que a mulher sabia do segredo dele.

─ Deixa comigo ─ respondeu ele.

Impmon foi dormir antes que Paulo, pois o jovem ficava até tarde no computador jogando um game online no final de semana. Ele abriu os olhos, mas não viu ninguém no quarto. Caminhou e viu a sombra de uma pessoa na sala. Caminhou e viu um homem sentado no sofá assistindo a algo na TV. O sujeito virou o rosto, era o mesmo cara do outro suposto sonho identificado como Daregon. O digimon deu um pulo da cama e incendiou o lençol da cama.

─ O que houve?! ─ perguntou Paulo assustado. Ele teve que apagar o fogo que o outro causou. Isso nunca havia acontecido antes.

Impmon sentiu a presença de alguém perto da piscina de casa e foi correndo até a porta de saída. Assim que abriu, a pessoa que estava lá vigiando desapareceu rapidamente como num teletransporte. Impmon não conseguiu ver a pessoa misteriosa.

...

MANSÃO MATSUNAGA

Matsunaga ficou sentado na sala de estar, próximo à lareira. Bebia uísque enquanto conversava com o seu médico.

─ Sim, doutor. As coisas seguirão conforme o esquematizado. O senhor fará a sua parte e deixa que eu faço a minha. Conseguiu o contato com aquele artista plástico que faz esculturas de cera?

─ Sim, Ryuu ele cobrou muito caro pelo serviço.

─ Dinheiro não é problema. Só quero saber se a minha réplica vai estar pronta até amanhã?

─ Sim, não tenha dúvida disso.

─ Ótimo. Amanhã colocarei o meu plano em prática.

Ryuu desligou o aparelho. Nakawa ficou escutando a conversa do patrão, depois foi embora.

No dia seguinte, BlackTailmon ficou esperando pela parceira sair do banheiro. Naomi estava prestes a ir à festa com a parceira.

─ Nossa, quanta demora ─ resmungou a gata.

─ Eu disse que poderíamos tomar banho juntas. Você que não quis.

─ Eu tenho vergonha.

─ Toma banho logo...

─ Eu tomar banho com água? Nem morta. Eu vou fazer o 2 agora. Tomo o banho com a minha língua.

─ Ai que nojo. Pois coloca pelo menos perfume. Eu vou me arrumar com o meu vestido mais sexy só para encantar os olhos do Takeru.

─ Ainda não esqueceu aquele boiola?

─ Ele não é boiola. Ele é apenas delicado, romântico, um homem que abre a porta do carro, que dá flores, que afasta a cadeira para a dama se sentar. Ele é tudo isso e vou arrancá-lo daquela biscate que também tem uma parceira digimon e que você odeia.

─ Aquela Tailmon de araque impediu os meus planos. Mas o que é dela tá guardado!

─ É isso aí. Vamos nos unir para destruir as duas. A poção que eu comprei vai servir como estopim para a separação daqueles dois e vai ser amanhã mesmo.

Naomi estava disposta a tudo para conquistar T.K mesmo que tenha que prejudicá-lo.

Takeru e Hikari entraram no carro com seus parceiros digimons. Eles ficaram um bom tempo em silêncio, pareciam até dois estranhos.

─ Vocês estão brigados?

─ Não, Patamon ─ respondeu T.K. ─ Só não queremos falar.

─ Vocês não sabem disfarçar ─ disse Tailmon.

─ Isso é algo que vocês dois colocaram na cabeça. Estamos ótimos ─ disse Kari. ─ Vamos pegar a Tominaga, depois passaremos na festa.

Depois de levar os pais ao aeroporto, Márcia foi direto para o trabalho. Ela cobrirá a festa da Genetech como correspondente exclusiva da TV Fuji. Enquanto isso, Ray sofria com o seu filho Kira e com os enteados para os levar à festa. Couberam todos dentro do carro, mas foi um sufoco para o homem.

Ako arrumou-se para se encontrar com os quatro acionistas minoritários da empresa que venderam as suas ações para ela. Matsunaga, porém, deu um recado para ela antes dela sair.

─ É melhor ficar em casa pelo menos hoje.

─ Por quê?

─ Vai por mim. Se você se encontrar com aqueles empresários, não vai voltar mais pra casa.

Ela ficou pensativa e desistiu de sair.

...

A FESTA DA GENETECH

“Hoje a Genetech fará 50 anos de existência e é claro o patrocínio foi grandioso para a grande festa do ano. Já passaram três artistas nacionais e internacionais. Vamos a campo com a nossa correspondente Márcia Kyoto, boa noite, Márcia.”

“Boa noite Neiji, sim as coisas estão fervendo hoje. Aqui dentro do centro de eventos de Tóquio, as bandas de K-POP fazem seu show, mas parece que hoje ainda teremos uma banda de rock alternativo e por fim a cantora do pop ocidental, Lady Gaga. O prédio tem uma espécie de camarote vip lá dentro em que estão reunidos os acionistas da empresa e seus associados. Na parte de fora há um telão de duzentos polegadas para as pessoas sem o ingresso possam assistir ao show.”

“Enquanto damos continuidade ao nosso jornalismo aqui, você agora vai entrar lá e nos dar todos os pormenores do acontecido”

Márcia encerrou a transmissão ainda do lado de fora. Ray e os outros chegaram bem na hora que ela estava prestes a entrar. Seus três filhos abraçaram-na.

─ Mamãe, vai com a gente?

─ Não, seus bobinhos. Esqueceram de que estou aqui a trabalho? Eu tenho credencial, por isso não posso me juntar a vocês. Eu ficarei onde os jornalistas ficam e vocês ficaram na plateia. É melhor vocês irem logo porque o show começou um tempo.

Ray deu um beijo na esposa e entrou com todos. Impmon odiava ter que fingir ser um boneco.

─ Senhores da diretoria. Soube que vocês venderam as suas ações por um preço maior que o meu avô propusera ─ Naomi arrasava quarteirão com o vestido vermelho decotado atrás.

─ Sim, a gente fez isso. Mas até agora nem o seu pai nem o comprador vieram ─ disse um dos empresários.

BlackTailmon se achou esquisita com fitinhas rosadas nas orelhas e uma coleirinha no pescoço. Naomi não escondia a sua parceira digimon de ninguém e, mesmo as pessoas no camarote estarem acostumada com digimons, ela explicou tudo como ficou sabendo que era digiescolhida.

─ Naomi, Naomi!

─ O que foi?

─ Vamos sair daqui o quanto antes?

─ Por quê?

─ Uma ameaça se aproxima. Vamos logo! ─ disse ela puxando o vestido da outra.

─ Calma, espera um pouco. É intuição ou certeza?

─ Certeza. Eu sinto o cheiro de digimons a quilômetros. Não é um qualquer, mas um Mega muito poderoso.

Naomi agradeceu à presença das pessoas ali e desceu no elevador vip. Ela andou por outras partes do centro de eventos quando se deparou com Takeru no andar de baixo. As duas foram na direção dele.

Impmon ficou incomodado com alguma coisa, Lucas também. Eles ficaram bem inquietos e pediram para irem a um lugar mais sossegado. Três mil pessoas lotaram o salão de convenções quando Lady Gaga apareceu esbanjando um vestido com fios de ouro e blablablá.

Ray e os outros se encontraram com Hikari, Takeru e seus digimons; Tominaga também estava. Naomi e BlackTailmon chegaram para a surpresa de todos.

─ Olá Takeru, meu amor. Como vai? ─ Naomi ignorou completamente todos naquele grupo e só se dirigiu para o homem.

─ Bem, senhorita Matsunaga. Como pode ver, estou entre amigos.

─ Eu sei. Metade deles são meus funcionários. Hikari, o professorzinho do laboratório, uns alunos e seus monstrinhos e a professora metidinha ─ referiu-se à Tominaga.

─ Eu vou te mostrar o que é ser metidinha ─ Tominaga quis avançar, mas Kari a segurou.

─ Ai, My God. Como você é patética. Realmente é a sombra da Kari, a amiga metida, intrometida. Faça um favor para você mesma, seja autêntica porque você é menos do que uma subtração. Vamos Black.

BlackTailmon encarou profundamente Impmon. Este também não se intimidou e ficou encarando-a com um olhar mortal. Tailmon também não estava gostando nada daquilo e Patamon não gostava que Taimon defendesse tanto Impmon. Enfim foi um fiasco.

─ Desculpa, gente. Amiga, você precisa se controlar mais ─ disse Kari.

─ Eu não sou tão boazinha quanto você. A minha vontade era dar uma bofetada nela pra cabeça dela girar 360 graus.

Kari não gostou de uma coisa: Takeru sorriu quando a megera estava perto dele.

...

Perto dali, uma van se aproximou da blitz policial ─ por causa do evento. O policial pediu para abaixarem o vidro do carro, pois era muito escuro. A pessoa que estava dentro abaixou o vidro, colocou o cano da calibre 12 na cabeça do policial e a explodiu em vários pedaços de carne. O carro arrancou numa velocidade incrível, superando todas as barreiras da polícia até chegar na parte de dentro do centro. Cerca de sete homens com explosivos e altamente armados entraram no local abatendo qualquer um que visse pelo caminho.

O homem da capa preta, o mesmo que atirou na cabeça do policial, saiu de dentro do carro. Começou a trocar tiros com a polícia. Mesmo levando vários disparos, parecia que a sua pele era feita de aço impenetrável. Conseguiu abater dez policiais facilmente.

Os sete que entraram, era kamikazes dispostos a explodirem tudo e matarem o maior número de pessoas. A primeira explosão ocorreu dentro do salão de eventos, morreram mais de cinquenta pessoas no ato. A cantora que fazia a sua performance foi escoltada pelos seguranças. Um dos kamikazes explodiu ao lado do elevador vip e mais dois subiram ao heliponto e se explodiram lá. Quem estava no camarote ficou ilhado.

As pessoas corriam desesperadas em meio ao caos, sangue, corpos e morte. Um dos kamikazes viram o grupo em que os digiescolhidos e correu para se explodir. Os digimons perceberam a presença do assassino.

DIGIEVOLUTION

─ Patamon digievolve para... Angemon.

Angemon jogou literalmente o seu bastão que atingiu o terrorista, matando-o na mesma hora.

─ Vamos, saiam todos daqui ─ disse Angemon se referindo a Takeru e os outros.

─ Não vou embora sem a minha mãe ─ Paulo correu literalmente onde os terroristas estavam se explodindo. Impmon foi o único que correu atrás dele.

Naomi a princípio se desesperou, mas logo matou a charada. Pensou que aquilo tudo foi uma armação do avô. Ela estava corretíssima. Ela e Black saíram à francesa pelos fundos calmamente enquanto uma multidão em massa corria velozmente em busca de uma salvação.

─ Mãe! ─ Paulo viu sua mãe abaixada.

─ Não, Paulo. Sai daí, sai daí!

O sexto kamikaze aponto sua AK-47 na direção do garoto. Apenas isso fez Impmon evoluir da fase Rookie para Mega num piscar de olhos.

Beelzebumon Blast Mode deu um tiro com o seu canhão de força. O terrorista não teve tempo nem de respirar e foi desintegrado a cinzas ali mesmo. Márcia correu para abraçar o filho e foram tentar ir embora quando mais uma explosão aconteceu. Dessa vez perto dos banheiros e lojas. Era assombroso o número de pedaços humanos e escombros por toda a parte.

─ Vamos sair pelos fundos ─ disse Márcia.

O homem da capa preta teve que enfrentar um pelotão de policiais armados. Um deles se aproximou do homem, apontou sua pistola na direção da testa dele e deu um tiro. A cabeça do homem foi para trás, mas retornou. A bala ficou amassada. Ele pegou-a na mão e a jogou na direção do policial. O projétil perfurou o agente e conseguiu perfurar a parede logo atrás. Eles começaram a atirar, mas o homem conseguiu repelir as balas com um sopro. Os policiais foram mortos na mesma hora.

Paulo viu a cena e presumiu que aquele homem não era um humano qualquer.

O homem da capa preta retirou a AK-47 das costas, deu um pulo até o camarote e apontou na direção das pessoas. Começou a atirar sem piedade nos empresários e suas famílias, reduzindo-os a meros pedaços de corpos com sangue e órgãos espalhados.

Beelzebumon deu um tiro contra o assassino. Este foi lançado por muitos metros e se chocou contra uma parede. Sua capa estava rasgada e o chapéu preto também. Retirou os dois acessórios ficando apenas com a camiseta preta deixando à mostra os seus braços fortes. Ele era jovem, cabelos prateados e moreno corado. Ele olhou diretamente para Beelzebumon e ficou admirado.

─ Você se parece muito comigo. Nunca pensei que eu pudesse ver alguém assim.

─ Quem é você? Por que está matando essas pessoas?

─ As respostas não importam porque são irrelevantes. O que importa mesmo é que nós dois temos o mesmo DNA ─ Beel ficou confuso. ─ Quando ocorreu a última invasão dos digimons, os cientistas conseguiram amostras dos DNAs de alguns deles. O DNA que foi mais coletado foi de um Beelzebumon e você aqui na minha frente. Cara, é excitante. O criador e sua criatura. Nós dois.

Beelzebumon ficou hesitante.

─ Não acredita, não é? Acho que eu devo me apresentar primeiro.

O homem começou a se transformar. Seu corpo ganhou mais altura. Seus braços ficaram grandes. Quando ele terminou a transformação, Beelzebumon ficou espantado.

─ Digimon novo. Preciso verificar no digivice.

─ Meu filho, vamos embora!

─ Não vou deixar o meu pai sozinho...

─ Quê?

─ Não vou deixar o meu parceiro sozinho ─ ele se deu conta do que falou, logo corrigiu.

O digivice não conseguiu detectar a criatura diante de seus olhos. Paulo não soube explicar o porquê.

─ Sou Nabucodonomon, um digimon híbrido. Sou metade humano, metade digimon. Contudo, com poderes de digimon e inteligência humana. Não será fácil para um reles digimon enfrentar um ser mais inteligente ─ Nabucodonomon era do mesmo jeito que Beelzebumon, porém com a máscara e olhos vermelhos, cabelos prateados e com a pele do rosto bronzeada. Ele era desprovido de lenço no braço e também não tinha a mesma arma que a sua cópia original tinha. E era bem sarcástico.

─ Nossa, ele se parece com o seu digimon, filho.

─ Preciso tirar uma foto disso e mandar pro Gennai.

As coisas ficaram confusas do lado de fora. O exército foi convocado pelo primeiro-ministro para ajudar a polícia no lado de fora. Havia ambulâncias por toda parte socorrendo as vítimas feridas.

Ken Ichijouji chegou com Wormmon sempre no seu ombro. Ele foi falar com as autoridades do exército que provavelmente era um ataque terrorista, mas não descartou a hipótese de invasão de digimons. Ele como era o chefe da polícia de Tóquio, ligou diretamente para o gabinete do primeiro-ministro. Este o conhecia muito bem e pediu que ele ficasse à frente daquilo até mesmo do exército.

─ Preparado, parceiro?

─ Preparado, Ken ─ Wormmon levava consigo um distintivo no que poderia ser o seu pescoço (justamente porque ele não tem pescoço de fato, pois é uma larva digimon).

Enquanto isso, Nabucodonomon continuava a sua prosa lá dentro...

─ Eu sempre quis saber se sou forte o suficiente. Humanos inúteis não são páreos para mim. Vamos fazer dessa, eu deixo você me dar um soco na cara.

─ Fala sério?

─ Quero ver se é forte o suficiente para me derrubar...

Beelzebumon não contou pipoca e em fração de segundos deu um soco potente no rosto de Nabucodonomon. Este foi lançado para trás destruindo umas três paredes e caindo do lado de fora.

─ É um digimon! ─ disse Ken no rádio.

Nabucodonomon ficou com o rosto vermelho e cambaleou um pouco para trás. Realmente foi uma porrada de mestre. Beelzebumon apareceu diante de todos sem o seu canhão nas mãos. Os soldados e policiais apontaram para ele.

─ Não atirem! Não atirem! O de máscara roxa não está aqui para fazer mal. Concentrem-se apenas com o de máscara vermelha.

─ Por que o de roxo não apresenta perigo? ─ perguntou o chefe dos militares.

─ Olhe por si só ─ o homem viu um adolescente ao lado do digimon. ─ Viu. Ele é um digiescolhido que por coincidência estava na festa. Eles só querem proteger. Vai por mim, balas não servirão.

Nabucodonomon cuspiu no chão. Realmente ele não espera por aquilo.

─ Paulo, saia daqui. Eu resolvo com ele.

─ Ok.

─ Resolve comigo. Vai resolver comigo? Quero ver se resolve mesmo ─ Nabu materializou uma metralhadora giratória no braço direito e começou a atirar contra Beelzebumon. Este fez surgir suas asas de pássaro negro e levantou voo.

Os homens da lei começaram a atirar, mas foram surpreendidos quando o inimigo repeliu as balas com a mão. Eles se esconderam atrás das viaturas para não serem pegos.

─ Impossível.

─ Eu disse ao senhor, não disse? Cessar fogo.

─ Whoa!! ─ disseram os policiais quando viram Angemon.

─ Ken, Ken.

─ T.K, o que faz aqui?

─ Eu vou ajudar a derrotar o monstro.

─ Não é tão simples assim. Ele parece ser mega e é muito perigoso ficar por aqui.

─ Não vou sair daqui enquanto não fazer algo a respeito.

─ Tudo bem, o digiescolhido novo está nos ajudando. Fique por aqui quando chegar o momento certo.

Enquanto isso, a algumas quadras dali, Weiz observava a movimentação no topo de um prédio de pelo menos uns vinte andares. Ele fechou os olhos e começou a cantarolar.

─ Isso é o começo de uma nova Era Mundial. Tudo o que eu mais queria.

─ Para que fazer todo esse estrago?

─ Cyberdramon, não seja ingênuo. As coisas foram planejadas minuciosamente. Tinha que acontecer assim desde o início. Esse sempre foi o plano inicial. Gerar desordem pela ordem.

Cyberdramon percebeu pela primeira vez que Weiz era realmente sádico e disposto a tudo para conseguir o que sempre almejou: poder.

Beelzebumon conseguiu segurar o braço do seu oponente e dar várias cotoveladas nele. Nabucodonomon se jogou contra a frente de um hotel que ficava de frente para o centro de eventos. Os dois quebraram muitas paredes até se separarem. As pessoas correram com medo.

Do lado de fora, Beelzebumon foi lançado. Depois voou deixando o seu inimigo ainda no chão. O vilão sorriu e fez surgir um par de asas iguais de Daemon e também voou. Os dois destruíram boa parte dos andares do edifício.

Nabucodonomon conseguiu segurar Beelzebumon pelas asas, girá-lo e soltá-lo muitos metros dali.

─ Spiking Strike ─ um ferrão de Stingmon atingiu o maligno nas costas. Ele se virou para trás e teve tempo mais do que suficiente para desviar do ferrão.

─ Hand of Fate ─ Angemon não teve êxito no ataque e usou o seu bastão para acertar o digimau. Este sumiu das vistas dos dois.

─ Ei, psiu ─ os dois olharam para cima e o viram com a metralhadora apontada para eles. ─ Adeus...

─ Ainda não, babaca ─ Beelzebumon se jogou pra cima dele. Os dois caíram numa avenida muito movimentada.

Nabucodonomon segurou um carro e jogou contra o seu oponente. Beelzebumon esquivou-se desse ataque, mas levou um chute bem no estômago. Angemon e Stingmon se aproximaram. Nabu usou o seu poder supremo: a metralhadora girou, mas sem disparar uma bala, criou uma luz e soltou um único disparo. O ataque passou raspando entre os dois, mas foi o suficiente para machucá-los. Eles eram Champions enquanto o vilão já estava na fase Mega.

─ Deixa comigo, eu dou conta dele. Vocês não são páreos.

─ Não é assim que as coisas funcionam. Todos somos digiescolhidos e um deve ajudar o outro não importam as condições ─ disse Stingmon.

─ Eu não vou muito com a sua cara, mas o Sting tem razão ─ disse Angemon.

─ Tudo bem, vamos trabalhar juntos. Aí seu maricas, acha mesmo que é o mais inteligente daqui? Só porque tem DNA de humano? Não quero ser estraga prazer, mas eu também sou um homem. Não só o DNA como também o sangue.

─ Do que ele está falando? ─ questionou Stingmon.

─ Depois eu te explico ─ disse Angemon.

Nabucodonomon sentiu a pressão. Três contra um não era tão fácil como ele imaginava. O comunicador na sua orelha alertou para que ele retornasse à base o quanto antes, porém com três na frente dele, como sair? Ele correu na direção do trio, duplicou-se. Beel percebeu que era um truque e saiu voando. O mesmo fez os outros. As pessoas saíram dos seus carros e correram feito loucas.

─ Pra onde você vai, sua louca? ─ perguntou Tominaga à Kari. Elas estavam escondidas num restaurante próximo dali.

─ Vou atrás do T.K. Fica com a Tailmon.

─ Nem pensar. Eu não vou deixá-la... Ai meu Deus!

Nabucodonomon pousou no meio da pista entre Kari e Tominaga. O vilão segurou a mulher e a fez de refém.

─ Deixa ela ─ disse Tailmon voando pra cima dele.

─ Insolente ─ ele deu apenas um tapa fazendo a gata cair longe. Kari foi socorrer a parceira.

Beelzebumon e os outros chegaram um pouco mais tarde. Tempo suficiente para o digimau arquitetar a sua fuga. Este segurava Tominaga voando a duzentos metros do chão. Stingmon foi proteger Kari a pedido de Angemon.

─ Deixa ela ─ disse Beel.

─ Vai ter que me deixar ir e a salva da queda ou me enfrenta e ela morre na queda.

─ Não tem opção. O meu colega Angemon aqui vai salvá-la e eu te derroto.

─ Veremos.

Nabucodonomon soltou Tominaga. Beelzebumon conseguiu segurá-la no braço enquanto Angemon tentava impedir o digimau. Este atirou, mas o anjo repeliu com o seu bastão. O vilão conseguiu escapar.

Tominaga abriu os olhos quando o digimon a pediu para abrir. Ela deu um grito quando o viu.

─ Hei, calma. Moça eu sou o herói da história.

─ Ah, ta. Ai me leva até o chão. Acho que eu vou desmaiar nos seus braços, homem mascarado. Pensei que fosse morrer. Oh vida cruel ─ disse ela fazendo drama.

─ Moça, nós já estamos no chão ─ disse ele.

─ Ah, é mesmo. Mesmo assim, muito obrigada. Você foi o meu herói, um príncipe. Como posso recompensá-lo?

Beelzebumon pensou duas vezes e se aproveitou da situação.

─ Um beijinho no rosto tá de bom tamanho.

Tominaga subiu até o seu rosto e tascou-lhe uma beijoca. Angemon e Stingmon fizeram uma expressão de “WTF”. Depois ele a colocou no chão.

─ Amiga, você está bem? ─ perguntou Kari.

─ Estou bem. Quase morri, mas ele me salvou.

Beelzebumon voou e desapareceu no céu.

Weiz ficou feliz com o êxito no ataque. Já era quase nove da noite quando tudo se normalizou. Ele pediu que Cyber saísse dos arredores enquanto as coisas não acalmassem. O digimon saiu de perto dele. Weiz deu um pulo do terraço do prédio e caiu ao chão causando uma pequena cratera. As pessoas ficaram aterrorizadas ao verem a cena.

─ Ei senhor, está bem? ─ perguntou um policial.

Weiz decepou-lhe a cabeça apenas com a mão em forma de lâmina. Os pedestres correram com medo. Ele apenas caminhou tranquilamente.

...

─ Você ficou louco? As instruções eram para que assim que matasse a diretoria retornaria imediatamente. O que fez? Decidiu dar uma de soldado e ir à guerra?

A irmã de Nabucodonomon discutia enquanto enfaixava o corpo dele e o cuidava. Ele estava sentado num banco ainda na sua forma digimon.

─ Hei, pega leve, Lady. Só quis me divertir.

─ Você poderia ter morrido lá e ainda por cima colocaria em risco a operação.

─ Você não acha que está muito pequena para me dar ordens? ─ ele se levantou ficando bem mais alto que ela.

─ Sabe o qual é a vantagem e a desvantagem de ser um homem híbrido?

─ Conta.

─ Respectivamente, a força de um digimon ─ ela se aproximou e deu um chute na sua virilha. ─ e a fraqueza de um homem.

Ela saiu da sala e Nabu se contorceu de dor.

Na mansão Matsunaga, Ako praticamente invadiu o quarto do pai. A mulher exigiu explicações por parte dele.

─ Explicações sobre o quê?

─ O ataque no centro de eventos. Foi arquitetado pelo senhor?

─ Sim.

─ O senhor me conta com essa naturalidade toda?! Eu podia ter morrido.

─ Podia, mas eu evitei.

─ Naomi pode estar entre os mortos.

─ Impossível. Os terroristas que contratei estavam com a foto dela e jamais se atreveriam a se explodir perto dela.

─ Meu Deus quanta frieza. Quanta crueldade. O senhor matou mais de cem pessoas! Cento e cinquenta para ser exato. Qual o motivo disso tudo?

─ Os alvos eram os membros da diretoria ─ ele se levantou da poltrona com certa dificuldade. ─ Eles me traíram e pagaram com a vida. O simples fato de ter ocorrido a chacina foi só para despistar a atenção das autoridades. Aquilo será terrorismo e não crime de vingança.

Ako ficou muito chocada com o seu pai. Ela nunca poderia imaginar que ele havia virado um terrível carrasco. Nem mesmo juntando a sua maldade com a de sua sobrinha, se comparava. Ele era praticamente o mal em pessoa.

─ Então saiba o senhor que fui eu quem comprei os 20% deles ─ Ako Matsunaga se virou para ele. Ele fez cara de espanto ─ Sim, papai. Eu sou a compradora deles. Hoje a Genetech não tem mais acionista majoritário porque eu detenho cinquenta por cento da empresa.

─ Filha traidora. Você vai pagar caro por ter me traído.

Matsunaga foi na direção da gaveta da escrivaninha, segurou um revólver e apontou para a mulher. Ako chamou Nakawa e pedia para que o pai não fizesse isso. Matsunaga começou a passar mal e a segurar o peito. Caiu flácido no chão. Nakawa e outros empregados o socorreram. Levaram o homem para o hospital.

Naomi e BlackTailmon voltaram para casa, exaustas. A mulher retirou as sandálias e ficou quase deitada no sofá. Recebeu uma ligação. Atendeu ao celular. Ficou séria. Depois da ligação foi trocar de roupa.

─ O que houve?

─ Black, é melhor você ficar aqui. Já vou.

...

Márcia chegou em casa completamente exausta. A mulher foi a última da família a chegar pois estava cobrindo um breve plantão depois da chacina. Ela encontrou Lúcia cuidando de Impmon, colocando curativos nele.

─ Onde está o Paulo?

─ No quarto. Foi tentar conversar com o Gennai.

─ E os outros?

─ Lucas está no quarto assistindo à televisão e o padrasto tomando banho com o Kira.

─ Eu sinceramente estou exausta. Amanhã vou dormir até acordar tarde. Hoje vai ter toque de recolher, pensam que foi algum grupo terrorista. Lembra-se quando bombardearam Paris no ano passado? Só que dessa vez foram digi-terroristas.

Impmon continuou sendo tratado pela filha.

─ Descobriu algo sobre o digimon que enviei a foto?

─ Ele é a cópia do teu parceiro. Vou fazer um scanner e descobrirei o nome dele.

─ Gennai, como estão os meus colegas?

─ Bastante decepcionados. Não vai ser fácil reconquistá-los. Você foi muito leviano. Mia nem se fala. Ela está te odiando desde quando vocês brigaram.

─ É, eu mereço. Só uma última coisa. Quero que pesquise algo sobre um tal de Blizzard Daregon. Acho que ele está por aí querendo fazer mal a todos nós. Não sei se ele é humano ou digimon. Por favor, se tiver tempo, faz isso?

─ Farei. Boa noite, Paulo.

Desligaram a conexão.

Os seguranças levaram Matsunaga para o hospital. Ako foi junto e Naomi foi do seu apê para lá. Nakawa ficou sozinha. Sentou-se à mesa da cozinha e foi ler pela primeira vez a carta que a mãe adotiva de Naomi havia escondido.

Naomi chegou à clínica particular e perguntou logo para a mulher no balcão. Ako a chamou e disse que estava há quase uma hora por respostas do doutor. Foi quando o médico da família veio com expressão nada positiva.

─ Infelizmente ocorreram complicações. O senhor Matsunaga tinha câncer que ele estava tratando há muito tempo, mas ele negligenciou nesses últimos meses. Ele teve uma parada respiratória e teve uma parada cardíaca. Conseguimos ao menos deixá-lo vivo por algum tempo com o coma induzido, mas ele sofreu um choque muito forte. Aconteceu alguma discussão acalorada?

─ Não, claro que não ─ disse Ako, cínica.

─ Doutor ele está em qual quarto? Podemos vê-lo?

─ Naomi, ele foi ao 33 e não. Ninguém pode entrar porque ele pode vir a falecer.

O médico as deixou sozinha.

Naomi continuou sentada na sala de espera mexendo no celular. Kenyako disse que iria sair para comer algo e chamou a sobrinha. Esta não quis saber da tia. A mulher saiu sozinha. Ela foi até uma porta onde havia um depósito com aventais e roupas brancas. Em pouco tempo, Ako entrou no quarto em que seu pai estava. Havia vários tubos que o permitia continuar vivo. Ela enganou a enfermeira e ficou sozinha com ele.

─ Adeus, papito. Que o inferno faça uma festa com a sua chegada.

Ela pôs luvas cirúrgicas e mexeu na máquina ao lado da cama. Desligou os aparelhos e saiu quando o aparelho fez o som contínuo quando uma pessoa morre. As enfermeiras entraram, mas era tarde demais. Ako sorriu por ter finalmente matado o seu pai. Será?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Ficaram várias perguntas no ar, mas a mais importante é se o Matsunaga realmente morreu. Será?

Se estiverem dispostos a ler algo mais hardcore e pesado, sugiro que leiam esta fic que é de um escritor maravilhoso, ou seja, eu aauhsaushaush
https://fanfiction.com.br/historia/656565/BLOOD-1 Temporada-Bullying/

Curiosidade: A boate que Wesley foi é a mesma que aparece no começo dessa fic.



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