D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 44
Exame de DNA - Parte Final




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CAPÍTULO 141

Jin sabia perfeitamente o caminho para o quarto em que o Paulo estava. O japonês entrou cautelosamente e viu o amigo lendo um mangá de algum anime famoso no Japão. O enfermo olhou para o relógio de pulso e viu que o outro havia chegado na hora certa, pontualmente. Prontamente ele saiu da cama e foi pegar um pufe para Jin se sentar. Desde quando Jin havia dito que sabia algo de Impmon, o brasileiro nunca parou de pensar no que seria.

O carro parou em frente à casa e dele saiu o Leo. O jovem agradeceu ao motorista do táxi e pediu para que ele o esperasse durante uns vinte minutos que estaria visitando o amigo.

Impmon abriu a porta do quarto e, juntamente com Lucas, foram tentar espiar a conversa dos dois no outro cômodo. Lúcia, que não era boba, ficou observando de longe.

— O que será que aqueles dois estão aprontando? — indagou com bastante curiosidade.

Paulo observou o papel que o amigo havia trazido.

— O que é isso na sua mão?

— É sobre isso mesmo que eu vim te visitar. Liguei pra você falando sobre um assunto muito importante e agora eu estou aqui.

— Pois fala logo de uma vez, cara.

Leo apareceu atrás de Impmon e Lucas e deu um susto nos dois. O visitante ficou olhando para Impmon e vice-versa.

— Pô, cara. Não faz essa cara. Eu sei o que é digimon. Você fala, não e?

— S-Sim...

Leo abriu a porta do quarto. Jin e Paulo ficaram surpresos com a visita do outro.

— Leo?

— E aí, irmão? Cara, quando você vai voltar para o time?

— Leo, está mais perto do que longe. Ah, quero que conheça o Jin Fukuda, um amigo meu.

— Fala, bro — Leo cumprimentou Jin. — Se é amigo do meu brother, é meu amigo também. Hei... eu tive uma ideia aqui. Tá faltando dois para completar o nosso time. Que tal se o seu amigo aí for jogar bola conosco?

— Não, eu não sou muito bom com futebol — disse encabulado.

— Claro que não. Com esses óculos enormes não iria dar muito certo mesmo — disse irônico. Paulo começou a rir da piada.

— Acho melhor eu ir embora porque talvez não seja o momento certo para continuarmos a falar daquilo.

— Ah, Jin. Cadê o seu senso de humor? O Leo só fez uma brincadeira.

— Não, Paulo. Não estou chateado, imagina. Mas vocês devem ter muito o que conversar afinal são muito amigos. Enfim, eu vou guardar o pacote na gaveta aí depois você abre e lê.

Jin colocou o papel dentro da cômoda, despediu-se, saiu e foi falar com Impmon.

— Bom, você não quis contar toda a verdade para o seu filho, por isso que eu decidi entregar o exame de DNA para ele. Eu ia contar tudo naquele momento, mas a sorte bateu à sua porta e o amiguinho dele resolveu aparecer. Deixei o pacote com o resultado do exame no quarto, mas duvido muito que agora ele possa ler aquilo. Se quiser provar que não é covarde a hora é essa.

— Jin, espere... Droga! É o meu fim.

Enquanto isso Paulo e Leo conversavam.

— Aí, o seu amigo é muito sinistro. Parece um nerd malucão que só vive atrás do computador escrevendo e lendo fanfics; que vive em sites de jogos online ou fica só estudando. Que saco dele!

— Tenha mais paciência com o Jin. Ele é um idiota por natureza, mas eu gosto dele mesmo assim.

— Ainda bem que eu não sou um idiota — Leo fechou a porta. — Paulo, haverá um torneio naquele campo em que jogamos outra vez e precisamos patrocinar com dinheiro. Por isso que você deveria contribuir.

— Vai ficar para uma outra vez. Estou sem dinheiro e não recebi mesada este mês porque a minha mãe precisou muito.

— Pede a ela, ué!

— Ela não é tão compreensível quanto à sua mãe. Não vai deixar.

— Você é o meu brother, nos conhecemos este ano; mas parece que nos conhecemos há anos. Confia em mim?

— Claro que sim...

— Então vai na carteira dela e pega o dinheiro.

— Isso é roubo!

— Cala a boca. Não é roubo, é pegar emprestado sem que ela saiba. Quando você receber a próxima mesada aí paga a ela.

— Não sei não. Eu fico nervoso só de pensar nisso.

— Fica tranquilo, respire fundo e faz assim: vai pegando quantias poucas até completar o valor de mil ienes. Ou pega os mil de uma vez e põe a culpa numa pessoa que é a mais provável culpada.

— Que é...

— A empregada que vem trabalhar aqui. Quando essas coisas acontecem sempre a empregada é a culpada — Paulo balançou negativamente a cabeça. — Escuta, tenta entender. Como você quer ser descolado com essas atitudes medíocres? Meu irmão, pensa bem, é para um bem maior. Igual a Israel quando mata crianças palestinas para um bem que vai além de poupar crianças. É para o seu bem.

— É, acho que você tem razão...

— Não ache que eu tenha razão; tenha certeza disso. Eu sempre tenho a razão. Rouba a sua mãe e bota a culpa na maldita empregada.

Paulo se levantou e ficou de pé olhando para o seu amigo.

— Tem razão. Eu vou pegar aqueles cinquenta. Vai ver que a nossa amizade vai além disso — Paulo cumprimentou o amigo.

...

Dia seguinte.

A campainha tocou no apartamento de Takeru. O professor não foi trabalhar, pois estava gripado. Kari não se encontrava no momento já que foi deixar o seu irmão no aeroporto. Agora ele estava só e prestes a abrir a porta. Ele olhou pelo olho mágico e ficou surpreso com a presença; abriu a porta e viu Naomi parada à sua porta.

— Resolveu não trabalhar hoje? — perguntou ela.

— Estou doente. Como pode ver peguei uma gripe muito forte e por isso eu estou com esta máscara.

— Ah, que pena. E a sua noiva?

— Foi deixar o irmão dela no aeroporto. Mas e você? Por que não foi à escola?

Naomi fez uma expressão de tristeza. Takeru achou estranho e pediu para que ela entrasse e se sentasse no sofá. Logo em seguida ele trouxe uma xícara de café para a convidada.

— Não demorarei muito. Eu não estou mais na escola... por culpa da sua noiva. Perdoe-me, por favor, mas é a verdade. Anteontem eu estacionei sem querer o meu carro na vaga dela e por isso ela veio muito agressiva para cima de mim. Deu-me um tapa no rosto e me caluniou dizendo que eu havia colocado pregos no estacionamento para furar o pneu do carro dela.

— Eu não acredito, eu não acredito. Kari não é desse tipo.

— Um funcionário da manutenção deixou cair os pregos próximo à vaga que eu ponho o meu carro. Só porque ela furou o pneu, foi logo me esbofeteando no banheiro e pondo a culpa em mim. Ela e aquela amiga dela conseguiram me delatar para a Satomi e por isso eu fui demitida.

— Preciso conversar com a Kari.

— Vou embora porque não quero me encontrar com ela. Desculpa, mas você deveria rever o seu compromisso com ela. Um rapaz tão carismático não daria certo com uma antipática; é a minha opinião.

Naomi saiu deixando T.K com uma dúvida cruel. Falaria ele com a sua noiva a respeito do que havia acontecido? E por que ela não o disse antes? Vários pensamentos surgiram em sua mente.

...

Kari chorou quando viu o seu irmão se despedir dos seus pais. Nesse momento, ele e Koromon estavam para ir embora do país por muitos anos. Yuuko, seu marido, Kari, Patamon, Tailmon e o filho dele estavam lá para darem o último adeus. Sora resolveu não ir, pois não seria prudente se despedir do seu ex-marido; mas teve a prudência de permitir que o seu filho fosse.

— Adeus, meu filho. Que Deus e os anjos te ajude a superar essa fase e a dor de viver com os seus pais separados — ele segurou o menino no colo e o beijou.

— Filho, boa sorte.

— Papai, cuide bem do meu filho, por favor.

— Cuidarei.

— Mamãe, não chore. Vão ser cinco anos morando fora, eu sei que vai ser muito tempo, mas a senhora precisa ser forte.

— Eu sei, querido, eu sei. Ainda não caiu a ficha que você se divorciou e que agora vai ficar longe de mim.

— Não fique assim. Eu ligarei e conversarei por whatsapp sempre que puder — disse ele beijando a mãe. — Quanto a você, pra que chorar?

— Nunca imaginei que o meu irmão mais velho, um extremo protetor, pudesse ir embora e ficar longe — disse Kari chorando.

— Mas agora eu tenho certeza de que o T.K está cuidando de você, mas, mesmo que ele não estivesse, saberia se defender hoje — os dois se abraçaram.

— Tchau, pessoal — falou Koromon.

— Adeus, Koromon — Patamon.

— Adeus, amigo — Tailmon.

Tai e Koromon embarcaram no avião e foram embora.

Algum tempo depois, Kari chegou em casa com Tailmon e Patamon e depois iria trabalhar. Ela sabia que o seu noivo estava doente, por isso que depois de deixar os seus pais em casa foi à farmácia comprar um xarope.

Takeru estava deitado na cama, lendo um livro. A sua noiva deitou-se ao seu lado e entregou o pacote com o remédio. O rapaz ficou com um semblante sério, como se estivesse chateado com ela.

— Algum problema, amor?

— Você que deveria me dizer. Tem algum problema contigo?

— T.K, eu não entendo. Pode ser mais claro?

— Uma pessoa me falou que você agrediu a professora Naomi só porque ela estacionou o carro dela na sua vaga. Logo depois a caluniou para Satomi a despedir. Por que fez isso?

Kari se levantou.

— Opa, opa. Quem contou a história não se ateve ao contexto. Ela falou pra mim que pôs o carro lá de propósito e que colocou pregos na vaga dela para estourar o pneu. Conseguiu, a cretina.

— Um funcionário da manutenção foi quem deixou cair pregos.

— Espera um pouco — Tailmon e Patamon ficaram escutando a discussão. — Quem foi que te disse tudo isso?

— A própria Naomi. Ela veio me visitar e me contou tudo...

— Não. Eu não acredito que você deixou que aquela mulher entrasse na nossa casa. Amor, ela é uma criatura odiosa que quer me prejudicar. Ela me insultou e não pude ficar quieta.

— E por que não me contou tudo? Isso foi há dois dias e eu descobri agora por outra pessoa.

— Para te poupar, para não envolvê-lo em algo insignificante. Se a Satomi a demitiu, o problema é dela com a Satomi. Mas não vou discutir isso com você, apesar de eu descobrir que o meu noivo esteve com a Naomi.

— Ela é bem bonita e elegante admito — Kari tentou sair do quarto, mas T.K a agarrou. — Mas a única mulher que me interessa pra casar é você.

— Vou fingir que acredito.

— Acredite — ele não a beijou para não prejudicar a saúde dela. — A propósito, já descobriram o novo dono da escola.

— Descobriremos o sujeito hoje. Eu não acredito que a Hyoko Higata vai deixar de ser uma escola pública e tornar-se particular. Foi tudo tão rápido, esta semana mesmo descobrimos que o governo vendeu a escola.

— Bom, se for para um bem maior então não tem problema.

— Não sei, não. Acho que o dia de hoje guardará muitas surpresas nada agradáveis. Agora preciso ir para a escola. Não gostei que você botou a Matsunaga aqui dentro. Estou de olho em você — Takeru riu.

Kari foi para a escola acompanhada da sua amiga Tominaga. Quando a digiescolhida falou que o seu noivo havia deixado Naomi entrar em sua casa.

— Não posso acreditar nisso. Como o Takeru foi deixar aquela maluca entrar na sua casa? Vocês são inimigas declaradas.

— Até agora eu estou tentando processar. Ele disse que a Naomi havia dito que a culpada da sua demissão na escola fui eu. Ela foi lá para envenenar o meu namorado contra mim.

— Mas que mulherzinha odiosa. Dá vontade de agarrá-la pelos cabelos.

— Mas ela já está longe da escola. A propósito, você sabe quem é o novo dono?

— Karizinha, minha amiga. Eu não faço a mínima ideia de quem poderá tomar posse, mas dizem que é um homem muito rico.

— E põe rico nisso. Para comprar uma escola pública de alta qualidade como Hyoko Higata precisa ser uma pessoa bastante rica. Todos os professores, inclusive os alunos, estão curiosos.

...

— Crianças comportem-se! Seu avô e eu vamos fazer um tour na cidade e só voltaremos lá pela tarde.

— Qualquer coisa é só nos ligar. Manteremos os celulares ligados para qualquer imprevisto — disse o seu Alencar.

O casal de idosos se arrumou para um passeio que fariam e até passariam perto do monte Fuji. Como ninguém cuidaria da casa, os garotos resolveram não ir à escola; Márcia concordou com isso e permitiu que os seus filhos ficassem.

— Você acha que os nossos avós vão se perder? — perguntou Lúcia.

— Você é muito ingênua, garota. É mais fácil os japoneses se perderem na capital do que eles — respondeu Paulo.

O garoto estava com a razão, pois o casal aproveitou o dia e passearam a Tóquio inteira. A dona Alice, por exemplo, resolveu se fantasiar e tirar muitos selfies.

Enquanto o casal se divertia fora da casa dos Kyoto, dentro da casa dos Kyoto não havia nada divertido na vida de Impmon. Depois daquele dia em que Jin havia visitado o seu filho, uma nuvem negra pairou em sua vida, pois a qualquer momento o digiescolhido poderia pegar o exame do fundo da gaveta e descobrir toda a verdade da pior forma possível. O digimon teria que agir, agir para o bem de todos e para o seu próprio bem. Portanto aguardou Paulo sair do seu quarto e os demais saírem para ir ao quarto e pegar os papeis. A sua intenção era destruí-los para depois contar com as suas próprias palavras.

Foi até o quarto, não viu ninguém por perto, abriu a porta e entrou. Apesar de dormir no mesmo quarto que Paulo, ele sentiu que estava ali de modo ilícito. Mesmo assim não se refreou em caçar os papeis. Foi embaixo das camas, mas não encontrou; teve a ideia de procurar sob os colchões, no guarda roupa, nada. Foi aí que veio em mente a cômoda e procurar nas gavetas. Abriu-as de uma por uma até achar a pasta com os documentos do exame.

Lucas passou por ali e viu o quarto de Paulo ser remexido. Foi até lá e viu Impmon com a pasta nas mãos.

— O que pensa que está fazendo?

— Ai que susto! Eu peguei isto para queimar e acabar com os planos do Jin.

— Vai destruir e ficar por isso mesmo? Não vai contar a verdade para o Paulo?

Impmon relutou em responder.

Lúcia aproveitou o tempo bom para ler um livro no jardim de casa. A garota sentou-se numa cadeira em frente a piscina de casa e leu.

Fazia tempo que Paulo não nadava. A temperatura aumentou nesses últimos dias, por isso ele tirou o dia para nadar. Correu e saltou sobre a piscina. O mergulho acabou molhando a garota que ficou furiosa quando viu o seu livro completamente molhado.

— Seu idiota, o que fez?

— Ah, não vai ficar bravinha, baixinha. Foi só um pouco de água.

— Mas molhou o meu livro! Sinceramente eu não sei o que está acontecendo contigo que de uma hora para outra está se rebelando — ela saiu de perto da piscina e entrou.

— Baixinha — Paulo voltou a mergulhar.

Lúcia sentiu muito frio, pois, apesar de não estar nevando, a temperatura estava muito baixa. Ela imediatamente foi pegar uma toalha para se secar. Escutou as vozes de Impmon e Lucas vindas do quarto de Paulo. Achou estranho aquele barulho todo e foi ver.

— Você não pode mais guardar esse segredo. Chegou a hora de contar toda a verdade — disse Lucas.

— E quer que o Paulo e a Lúcia descubram assim, de uma vez? O que aconteceria se eu disser para um dos dois “Paulo, Lúcia, eu sou o pai de vocês que não morreu, mas que reencarnou como digimon.”

Lúcia escutou exatamente como o digimon falou. Seu coração começou a bater forte e ela ficou desesperada. A única coisa que veio em sua cabeça era causar um escândalo, e foi isso que aconteceu. Sem muita cerimônia ela entrou no quarto.

— Quer dizer que você é na verdade o meu pai?

— Quê? Lúcia, que ideia é essa?

— Cala a boca, Lucas. Eu ouvi muito bem o que ele disse.

— Calma, Lúcia, calma. Não é nada disso que você está pensando — disse Impmon desesperado.

— É tudo o que eu estou pensando! Eu escutei o que você disse. Não posso acreditar que cresci sem um pai e ele estava o tempo todo perto de mim sem dizer uma palavra a respeito. E você sabia Lucas?

— Eu, não...

— Não mente! Fiquem longe de mim! Eu odeio vocês — Lúcia correu direto para o seu quarto e se trancou. Lucas ficou desesperado, Impmon não ficou diferente.

— Caraca, eu estou perdido. Se você não tivesse me dito a verdade e depois ter exigido sigilo, eu não estaria nessa enrascada. Ela nunca vai me perdoar.

Impmon não sabia o que fazer. Pela primeira vez pensou em sair de casa e ir embora para sempre. Sentou-se na cama e ficou pensativo. Já o Lucas ficou desesperado e correu até o quarto; bateu a porta, mas a garota não quis abrir.

Lúcia ficou deitada na cama; chorava muito quando ouviu as batidas na porta.

— Lúcia abre essa porta, por favor.

— Você sabia, Lucas. Você é um traidor. Eu te odeio.

— Me perdoa. Eu também estou sofrendo, por favor.

Lúcia continuou deitada e chorando.

Impmon se levantou e foi até onde Lucas batia, pediu para que o loiro se afastasse e, com uma chama, derreteu a maçaneta e conseguiu abrir à força. Lúcia tentou expulsar o digimon, mas ele a ameaçou queimar se não o deixasse entrar.

— Vai me atacar? Já não sei mais quem é você.

— Você vai me ouvir. Eu posso ser mais pequeno, mas vou te obrigar a me ouvir. Lucas, deixe-nos a sós.

Lúcia se sentou na cama e ficou com o rosto virado.

— Escute. Perdoe o Lucas porque o coitado soube há apenas alguns meses e fui eu quem pedi para que ele não falasse. Ele não tem culpa, mas se quiser um culpado então sou eu. Vou entender se nunca mais quiser me ver; posso até ir embora definitivamente. Mas vai ter que me ouvir antes.

— Enganou a todos nós durante vários anos. Está há uns cinco anos nas nossas vidas e nunca disse a verdade.

— Vou me explicar.

— Se acha que eu vou me sensibilizar, está muito enganado.

— Pra começar eu só soube que era o seu pai quando eu renasci na Ilha Arquivo após ter sido morto por SkullMeramon. Isso quer dizer que foi há uns três anos. Antes disso eu sequer lembrava de quem eu era.

Lúcia olhou para ele.

— Como posso saber se está falando a verdade?

— Garota, se quiser ou não acreditar então o problema é seu. Eu não me importo, mas vai ter que me ouvir.

Ela parou de chorar e deu ouvidos.

...

Kari e Tominaga tiveram que parar de dar aula para se reunirem no auditório juntamente com a diretora Satomi a fim de anunciar o novo dono da escola. Os alunos também tiveram que sair das classes e assistirem à sessão. O auditório era muito parecido com um cinema, com várias cadeiras, palco, telão, tribuna, etc.

Os professores ficaram sentados próximos ao palco e viram a diretora aparecer e ditar um discurso inédito. Os estudantes começaram a se entediar.

— Cadê o tal dono da escola? Será que se atrasou?

— Acho que não, Tominaga. Acredito que daqui a pouco ele vai entrar e discursará diante de todos — respondeu Kari.

Satomi continuou o discurso.

— Hoje é um dia completamente diferente de todos os outros em que esta instituição já viveu. Não é nada corriqueiro quando uma escola pública em pouco tempo se torna particular. Não é comum no nosso país isso acontecer. Por isso eu peço desculpas a todos os alunos e trabalhadores que fazem parte desta instituição...

Um carro preto limousine parou em frente à escola. O motorista desceu do carro e abriu a porta. Um homem com sapatos extremamente engraxados desceu do veículo; em seguida, um par de sapatos Prada vermelhos surgiu. O porteiro viu aquilo e permitiu a entrada dos dois. Logo em seguida mais dois seguranças os seguiram.

—...mas não fiquem chateados com isso. Eu garanto que a escola se manterá como está e os professores serão mantidos. Não creio que o novo dono me retire de imediato, conversarei com ele...

As duas pessoas que chegaram, pegaram um elevador até o andar onde ficava a sala dos professores. Assim que o elevador abriu, eles foram até a sala e o homem ficou por lá com os seguranças; a mulher desceu para o andar inferior para ir ao auditório.

— Enfim, estamos passando por uma nova etapa. Não sei se o colégio continuará se chamando Hyoko Higata, conversei com o coordenador e ele também não está sabendo. Bom, o dono já deveria estar aqui...

A porta automática do auditório abriu. O belo par de sapatos vermelhos entrou no auditório e caminhou o corredor que ficava no meio das cadeiras. Os alunos olhavam para a pessoa e cochichavam.

— É com muito prazer que eu dou as minhas boas-vindas ao novo dono da Hyoko Higata. O senhor Ryuu Sakazake...

— Infelizmente o senhor “Ryuu Sakazake” não vem, por isso eu assumo daqui — disse Naomi.

Kari, Tominaga e os outros professores olharam para trás e viram Naomi parada diante de Satomi. A ex-professora vestia um fino vestido tomara-que-caia branco com um penteado de gala. Todas as mulheres que ali estavam, exceto Kari, morreram de inveja.

— O que está fazendo aqui?

— Satomi, ah minha querida Satomi. Eu disse que se arrependeria de ter feito aquilo. Mas agora é tarde demais. Eu sou neta do Ryuu Matsunaga ou sob o pseudônimo de Sakazaki. Esqueceu do meu sobrenome? Ahh, agora ela vai chorar. O meu avô comprou a escola para depois me dar. Eu sou a dona absoluta desta escola.

Satomi ficou em choque. Kari não acreditou no que estava acontecendo. Parecia mais um pesadelo. Naomi ocupou o lugar onde a diretora estava, olhou para Kari e piscou. A professora sentiu muita raiva.

...

Impmon contou tudo para a sua filha que comoveu-se com a história. De fato não foi culpa dele de ser um digimon agora. Foram as circunstâncias cruéis que obrigaram o pobre Wesley a ter esse fardo. Agora Lúcia compreendeu que não foi culpa dele, mas também o repreendeu por não ter tido a coragem necessária para contar assim que se lembrou.

— Agora você sabe de toda a minha vida. Eu podia não ter entrado naquele maldito carro, mas como poderia saber? Se você não quiser me perdoar, eu compreendo.

— Passei esses anos todos sem saber do homem que me enviou ao mundo. Sempre escutei a minha mãe dizer que ele havia morrido quando eu era praticamente recém nascida. Sabe o quanto eu sofri quando o dia dos pais chegava e eu não tinha sequer um? Agora eu entendo tudo, seu sofrimento, sua angústia, seu medo de contar a verdade. Eu te perdoo.

Impmon ficou muito surpreso com a decisão da menina. Lúcia se ajoelhou no chão e pediu um abraço do digimon. Ele se aproximou e a abraçou. Chorando muito ela disse:

— Desculpa por ter sido cruel com você. Imp... Papai.

— Quem pede desculpa sou eu. Ter me fingido durante todo esse tempo. Eu sei que não estou na minha melhor forma, mas vou compensá-los a partir de agora.

— Meu Deus. Quando o Paulo souber que o parceiro digimon também é o papai...

— Ele não pode saber. Pelo menos não agora. Paulo está muito mudado e ele poderia nunca me perdoar. O Jin sabe e quis me entregar com um exame. Foi quando eu tentei pegar o exame e o Lucas me impediu. Foi aí que você ouviu tudo e deu no que deu.

— Preciso falar com o Lu. Ele deve tá arrasado. Ele é praticamente mais meu irmão siamês. Não posso deixar de pedir desculpas.

Lucas viu o exame sobre a cama, tentou pegá-lo, porém viu o Paulo chegar com um roupão. Nesse momento sentiu o seu coração quase sair pela boca.

— Que foi? Parece que viu um fantasma.

— N-Não... estou tranquilo.

— Ei! Não pode sair com a pasta que o Jin trouxe pra mim. Agora que eu me lembrei disso, vou ler é agora — Paulo tentou arrancar das mãos do loiro, mas este ficou fazendo força e segurando o objeto. — Solta, porra! Cai fora.

Lucas praticamente foi enxotado dali.

Paulo abriu o pacote e leu o exame calmamente. Viu um teste de paternidade com uma mecha de cabelo seu com um pouco de DNA de Wesley. O digiescolhido adivinhou logo de cara que era o seu pai, mas como Jin conseguiria o DNA de um cadáver? Foi quando um pequeno bilhete do japonês foi achado.

“AMIGO PAULO, É COM MUITA TRISTEZA

QUE EU DOU ESSE RESULTADO DE EXAME

 DE DNA PARA VOCÊ. CONSEGUI UM POUCO

DO SEU CABELO QUANDO FOI AO CABELEIREIRO,

E O OUTRO EU CONSEGUI COM O SEU

PAI. MAS ELE NÃO ESTÁ MORTO, COMO TODOS PENSAVAM

NA VERDADE ELE ESTÁ VIVO E BEM

PERTO DE TI. LEMBRA-SE QUANDO EU DISSE

QUE HAVIA UM SEGREDO DO IMPMON QUE EU ESTAVA PARA DESCOBRIR?

POIS BEM, ELE É O SEU PAI. SE QUISER UM POUCO MAIS DE

RESPOSTAS VENHA ATÉ A MINHA CASA EM ODAÍBA.

ABRAÇOS

JIN FUKUDA”


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